quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A ESTOLA E O AVENTAL (4) – OS ATAQUES À IGREJA



“O Código Da Vinci”, de Dan Brown, foi o grande sucesso literário do início do século XXI. Lançado em 2003, trata-se de um thriller ficcional ou romance policial que se tornou best-seller, com milhões de cópias vendidas. Até aqui tudo normal. É próprio dos escritores norte-americanos escreverem romances policiais. O que se tornou estranho é que o autor não só escreveu um livro de acordo com todos os ingredientes que prevêem as escolas de romances (correrias, assassinatos e um final feliz) como também faz duas afirmações, que diz serem verídicas, na página inicial:

    “FATO:
“O Priorado de Sião.
“Sociedade secreta europeia fundada em 1099, é uma organização real. Em 1975, a Bibliothèque Nationale de Paris descobriu um conjunto de pergaminhos, conhecidos como Les Dossiers Secrets, que identificam numerosos membros do Priorado de Sião, incluindo Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Leonardo da Vinci. (…)
“Todas as descrições de obras de arte, edifícios, documentos e rituais secretos que aparecem neste romance são exatas.”

 Os leitores adoraram. Surgiam “revelações” fabulosas. Jesus não seria Filho de Deus. Morreu na cruz sem ressuscitar, ou sobreviveu. Ele era um essênio, sacerdote egípcio ou maçom. Teria casado com Madalena e gerado filhos que se tornaram os primeiros reis de França (a dinastia Merovíngia). Esse segredo esteve protegido durante quase mil anos por uma sociedade secreta chamada Priorado de Sião. De quebra, no romance os restantes membros do Priorado de Sião são assassinados e combatidos por uma “maléfica” prelazia católica, a Opus Dei. Leonardo da Vinci teria sido um dos grãos-mestres do Priorado de Sião e deixou na Santa Ceia a revelação em código: o apóstolo João foi substituído por Madalena. Restava saber onde estava João, mas...

 A maioria dos leitores não só adorou a estória como, também, acreditou na sua veracidade. Grandes segredos do passado estavam sendo desvelados. Como consequência, não havendo divindade em Jesus, a Igreja Católica é uma falsidade. Sendo falsa, não se sustenta como autoridade de uma falsa fé e desmorona. Esta a ideia contida subliminarmente no livro.

 Em 2003, ano do lançamento do romance, os Estados Unidos e aliados atacavam e invadiam o Afeganistão e o Iraque. Iniciava-se a guerra não contra a Al-Qaeda, que sempre foi uma relutante aliada, mas contra os países islâmicos, contra o próprio Islamismo enquanto religião. O império não poderá impor a sua própria religião, baseada em um falso ecumenismo, enquanto não destruir as duas maiores religiões do mundo: o Cristianismo e o Islamismo. Dentro do Oriente Médio, onde se concentra a maioria dos países muçulmanos, tem um grande aliado armado com ogivas nucleares: Israel.

 Todas as armas são válidas para este ataque final contra as grandes religiões – desde armas atômicas até a extrema falsidade. Não tem sido caluniado diariamente Maomé, o profeta de Alá? Faltava descristianizar o Cristianismo, e Dan Brown tomou a si esse trabalho. Ou foi contratado para isso. O que não vem ao caso. O fato é que as “verdades” contidas no livro são falsidades.

 O Priorado de Sião não foi criado em 1099, mas é obra do mitômano francês Pierre Plantard, que mais tarde, passou a assinar o seu nome como Pierre Plantard de Saint-Clair. Desejava ser rei da França e criou a sociedade do Priorado de Sião em 1956. Em 1967, ele depositou, na Biblioteca Nacional, o que apelidou de “Dossiês Secretos” – uma coletânea em papel e não em pergaminho. A lista dos grãos-mestres do Priorado foi depositada em 1967, na Biblioteca Nacional de Paris, e não em 1975. Com esses fatos tornados falsos, inclusive a editora Mondadori, que traduziu para o italiano O Código Da Vinci, recusou-se a inserir esta página a partir da segunda edição do livro.

 A falsificação começa com a pesquisa que Dan Brown disse ter feito. Não houve. De acordo com Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, a falsa teoria do Sangreal ou sangue real é copiada do livro que o trio escreveu em 1982: "O Sangue de Cristo e o Santo Graal", e, por esta razão, estão processando Dan Brown.

 O trio de escritores ingleses fez escola e a suposta ‘dinastia’ de Jesus e Madalena assume diversos nomes: “Sang Real” (Lincoln e co-autores), “Fraternidade de Troyes” (Dafoe), “Rex Deus” (Simmans e co-autores), “Fraternidade da Serpente” (Wood) ou “Ordem de Baphomet” (Terhart), e ainda outros, segundo as inclinações e ao gosto dos autores que as propõem.

 Dan Brown teria copiado principalmente o trio inglês, baseado também na pantomima pseudo-histórica de Pierre Plantard, que, por sua vez, apoiou-se nos escritos de Gérard de Sède – escritor que seria o responsável pela lista de grãos-mestres do Priorado de Sião. De acordo com o escritor português Motta “(...) a obra do trio Lincoln, Baigent e Leigh deve ser lida como uma obra de esoterismo popular e de história fantástica, que procurou aproveitar, fora de França (onde o embuste do Priorado fora descoberto no final dos anos setenta e início dos anos oitenta), a riqueza e a complexidade do material compilado pelo Priorado de Sião. Dois dos autores, Michael Baigent e Richard Leigh, fazem parte de organizações maçónicas anglo-saxónicas, e têm, por isso, uma especial apetência por todo este material que, relembramos, teve a sua origem numa vingança da Franco-Maçonaria contra os católicos que estiveram envolvidos em ataques anti-maçónicos, como foi caso paradigmático o da farsa perpetrada por Léo Taxil.”

 Para quem desejar maiores informações sobre o livro de Dan Brown, remeto a http://bmotta.planetaclix.pt/livro.htm - “Do Enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião – História de Um Mito Moderno”. Para complementar, poderá buscar maiores informações em http://asmaioresmentirasdahumanidade.blogspot.com.br/2013/01/mentira-n-521-priorado-de-siao.html onde o vídeo “Da Vinci Decodificado”, matéria do Discovery Channel, não deixa dúvidas quanto à falsidade do Priorado de Sião e das supostas “verdades” que “O Código Da Vinci” propõe ao leitor. Outra página da internet que desmistifica o livro é http://www.ultimasmisericordias.com.br/Pagina/3443/O-CODIGO-DA-VINCI-Sua-desmistificacao-Ler-ou-nao-ler-o-livro-ver-ou-nao-ver-o-filme

 Ao leitor consciente, que gosta de pesquisar e tem amor à verdade. No entanto, aqueles leitores de fim de semana, que leram e se encantaram com o livro de Dan Brown jamais aceitarão perder a ilusão. Convêm lembrar que vivemos em um mundo de ilusionismos midiáticos em que a maior interessada em que continue assim é a massa iludida. Qual seria o razão do livro, senão escrever para essa imensa maioria que jamais se dará ao trabalho de pesquisar ou verificar minimamente a veracidade das suas informações? Sabendo o autor que poderia (e já o foi) ser desmentido facilmente, o importante era atingir a grande massa de leitores que não critica, não discute e vive de superficialidades. Isso já seria o suficiente e teria atingido o seu objetivo. Ou um dos objetivos. São eles: 1) Dessacralizar Jesus Cristo, forjando uma imagem de mero mortal; 2) Atacar diretamente a Igreja Católica através de uma das suas Prelazias, a Opus Dei,  que é satanizada por Dan Brown.

 Outro livro de Dan Brown que virou filme é “Anjos e Demônios”, onde o autor ataca a Igreja Católica de todas as maneiras, provocando, em muitos momentos, o efeito contrário ao que desejava, mas deixando no pensamento dos mais crédulos a possibilidade da Igreja ser a grande inimiga do progresso e da humanidade.

 Dan Brown está sendo usado pelos maçons-Illuminati ou é um maçom-Illuminatti que se finge de indignado, sendo patrocinado pelo império para tentar minar a Igreja Católica nas suas bases morais e dogmáticas?

 É óbvio que a Igreja tornou-se um alvo dos que a querem destruir para impor a sua nova ordem mundial para um mundo formado por multidões de robotizados.

 O homossexualismo sempre existiu não só dentro da Igreja como em todas as instituições e atualmente é defendido como uma escolha pessoal que não deve ser contestada. No entanto, a palavra foi transformada em pedofilia quando se trata da Igreja, e muitos tem sido os casos de padres pedófilos nela encontrados, a ponto de a mídia sair a cata de suspeitos e candidatos a pedófilos e expor os seus casos detalhadamente – desde que Bento XVI assumiu o pontificado.

 Para a Igreja isso foi ótimo. Pode, finalmente e com o apoio da mídia interessada, saber quem é quem e limitar as ações ou excluir os culpados de sodomia dos seus quadros. Mas não é esta a intenção da mídia submissa. As ordens que recebe é para mostrar a Igreja como um antro de homossexuais e devassos para que os padres católicos percam toda a sua credibilidade.

 Em 2012, Bento XVI afirmou que a Igreja é contra o casamento de homossexuais. Todos aqueles que caçavam pedófilos na Igreja passaram a atacar a Igreja que não admitia homossexuais casados. Ultimamente, quando do anúncio da renúncia do Papa, a mídia catequizada levantou a hipótese de que o Papa estaria renunciando devido a um poderoso lobby gay. O que é, no mínimo, risível, mas todas as teorias são aceitas pela massa neste instante de passividade pública.

 Atacaram Bento XVI por todos os lados. Descobriram que ele tinha servido no exército alemão durante a II Guerra Mundial e passaram a chamá-lo de nazista, esquecendo-se de que, naquela ocasião, ele estava cumprindo a sua obrigação como soldado da sua pátria. E um soldado não deve discutir ordens ou interferir na ideologia do Estado.

 Mas não foram esses ataques que resolveram o Papa a renunciar. Dentro do Vaticano, poderosas forças se uniram para forçá-lo a isso. Bento XVI descobrira que o Banco do Vaticano continuava sendo manipulado por maçons, ameaçando toda a estrutura da Igreja. Revoltou-se contra o que chamou de “capitalismo desumano”. Já era tarde, porém,  e ele tinha duas alternativas: ser morto, como João Paulo I ou optar pela saída estratégica: renunciar.


(Continua). 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A ESTOLA E O AVENTAL (3) – O CONCÍLIO VATICANO II DOS PAPAS MAÇONS


Com Karol Woityla (João Paulo II) sucedendo a Albino Luciane (João Paulo I), a quebra do Banco Ambrosiano, o escândalo do Banco do Vaticano, as infiltrações da máfia e da maçonaria na Igreja foram rapidamente “esquecidas” pela mídia obediente. Tempos em que a guerra fria tomava seu aspecto mais sinistro e o Banco do Vaticano continuava a ser usado não só como lavanderia, mas como meio de enviar dinheiro para o sindicato Solidariedade, da Polônia. Mikhail Gorbaschev já preparava o seu golpe de estado na União Soviética, Reagan ameaçava com o projeto “Guerra nas Estrelas”, a mulher de Gorbaschev – Raissa – deixava-se fotografar por todas as revistas, o muro de Berlim era derrubado e governos títeres da União Soviética revelavam a sua vocação capitalista; a Tchecoslováquia se entregava em mãos de veludo e preparava-se a guerra que destruiria e dividiria a recalcitrante Iugoslávia ainda socialista.

     No Brasil, o nascente PT, que se dizia de esquerda, anunciava seu apoio ao direitista Solidariedade. Lula, a exemplo de Lech Walessa, estava sendo preparado com carinho e esmero para assumir o governo na hora certa, quando as facções de esquerda do seu partido já estivessem devidamente amordaçadas e gostando da mordaça. No Vaticano, o muito viajante Papa João Paulo II tinha como um dos seus auxiliares o cardeal maçom Paul Marcinkus, principal suspeito do provável assassinato de João Paulo I.


O VATICANO II DOS PAPAS MAÇONS


     João XXIII (1958-1963) e Paulo VI (1963-1978) foram os dois papas que promoveram o Concílio Ecumênico Vaticano II. A ideia inicial do Concílio seria a aproximação entre as igrejas cristãs, mas o que se viu foi uma tentativa de desestabilização da Igreja, da negação dos seus dogmas, principalmente quando essa aproximação incluiu o Judaísmo negador do Cristianismo.

     Curiosamente, o Vaticano II, iniciado oficialmente em 11 de outubro de 1962, seguiu o rastro da proposta de ecumenismo surgida com a formação do CMI – Conselho Mundial de Igrejas – em 1948, o mesmo ano que que a ONU criou o Estado de Israel em território palestino.

     Os Illuminati vencedores das duas grandes guerras preparavam o caminho para um governo mundial em que caberia uma grande religião que abafaria as demais, exterminando-as com o passar do tempo, com um único deus – que poderia ser chamado de Grande Arquiteto do Universo – e por que não começar essa modificação radical através da Igreja Católica? Para isso seria necessário que mais padres maçons se tornassem cardeais e, dentre eles, escolhessem um futuro Papa que começaria a implantar as necessárias reformas.

     Em 1958, o cardeal Ângelo Roncalli, iniciado em 1935 em uma Loja Illuminati da Turquia quando era arcebispo de Mesembria, é eleito Papa, após um conclave que teve 11 rodadas. Adotou o nome de João XXIII. O escritor maçom Jaime Ayala Ponce afirma que tanto Ângelo Roncalli quanto Giovanni Montini (que sucedeu João XXIII como Papa Paulo VI) teriam sido iniciados em uma loja de Paris no mesmo dia. Não se sabe se esta última informação é verdadeira ou faz parte da já tradicional autopropaganda maçônica, mas o fato é que esses dois papas fizeram mais pela maçonaria e seus ideais iluministas do que muitos maçons que nunca foram padres, incluindo Albert Pike, o guru Illuminati dos Estados Unidos, que revelou em carta a outro irmão que o verdadeiro deus que deve ser adorado pelo maçons chama-se Lúcifer.

     O que é de duvidar. Quem já visitou um templo maçom sabe que é construído à semelhança do Templo de Salomão, e o deus de Salomão chamava-se Jeová. Minudências maçônicas. Curiosidades. Para os maçons não pode existir um único deus, porque entendem que tudo é dois no universo. Na dúvida, erija-se um Grande Arquiteto newtoniano para satisfazer os mais necessitados de um único deus – mas não se deve esquecer que não pode existir o branco sem o preto, o corpo sem a sombra, a sístole sem a diástole. Portanto, necessariamente, devem existir dois deuses – um bom e o outro, em contraponto, mau. Também a bondade e a maldade são relativas, dependendo das motivações, das circunstâncias, do momento, dos objetivos. Por isso, esta questão de nomes, se Jeová é o mau ou o bom ou se Lúcifer... É uma questão relativa.

     Um mundo relativista é o que os Illuminati desejam. Ou seja, um mundo amoral, sem dogmas ou conceitos pré-fixados. Sem religião, ou, se houver uma religião, deverá dar espaço a tudo e a todos e isto será chamado de ecumenismo.

     Pelo sim ou pelo não, como diria um maçom relativista, sabe-se que o cardeal, Prelado de Honra e secretário particular do Papa Paulo VI – Pasquale Macchi – foi iniciado na maçonaria em 23 de abril de 1958, época em que era secretário do Arcebispo de Milão, Monsenhor Montini (Paulo VI). O mesmo Dom Pasquale Macchi mandou construir um monumento maçônico a Paulo VI no Sacro Monte di Varese.

     O Concílio Ecumênico Vaticano II teoricamente deveria procurar a união das igrejas cristãs. Foi além e judaizou-se. Como a maçonaria é uma filial do Judaísmo, os dois papas iniciados buscaram a aproximação com os seus irmãos maçons. Isto alertou os verdadeiros cristãos, colocando-os de sobreaviso. É certo que muitos maçons estavam se infiltrando na Igreja há muito tempo, assim como muitos católicos estavam sendo cooptados para as atraentes fileiras Illuminati. Isso tudo era sabido, mas algumas bulas ainda resguardavam a Igreja.

     No entanto, quando, durante a realização do Concílio a anulação daquelas bulas foi aventada e a infiltração na Igreja aumentou ao ponto das suas finanças passarem a ser controladas por maçons com objetivos deliberadamente pessoais, servindo aos interesses Illuminati que visavam a destruição material do catolicismo, muitos verdadeiros católicos reagiram, entre eles o cardeal Joseph Ratzinger.

     Com a morte de Paulo VI, que usava um ephod judaico junto à estola (o ephod é um dos símbolos do sumo-sacerdote e deve ser lembrado que foi um sumo-sacerdote, Caifás, quem condenou Jesus e negou a sua divindade), e a eleição de João Paulo I (Albino Luciane) diminuiu a pressão interna no Vaticano, porque um católico assumia, depois de muitos anos, o pontificado. E como não era maçom e não relativizava a honestidade, João Paulo I alarmou-se com o tamanho do rombo no Banco do Vaticano, resultado da desleixada gestão de Paulo VI.

     O que não é de estranhar, porque o Camerlengo (tesoureiro) era o cardeal maçom Jean Villot e o presidente do Instituto para as Obras da Religião (Banco do Vaticano) era o bispo maçom Paul Marcinkus. Ainda mais interessante e revelador foi a concessão dada por Paulo VI, em 1965, do grau de Comendador “Equitem Ordinis Sancti Silvestri Papae” (Cavaleiro da Ordem do Santo Papa Silvestre) a Licio Gelli, grão-mestre da loja maçônica Propaganda Dois.

     João Paulo I encontrou a Igreja quase demolida financeiramente. Sob a cortina de fumaça do Concílio Ecumênico Vaticano II a barca de São Pedro foi entregue aos ratos, que a estavam afundando. Imediatamente, o novo Papa inteirou-se da situação e quando estava prestes a promover medidas saneadoras, morreu ou foi assassinado depois de 33 dias de pontificado. 33 dias, 33 graus maçônicos. Um assassinato ritual?

     Depois vieram os tempos de João Paulo II, legítimo continuador de João XXIII e de Paulo VI e as tentativas de implementação das ideias nascidas no Concílio Vaticano II. Entre elas, a aliança oficial entre Igreja e maçonaria. Observe-se que maçonaria não é uma religião, embora cultue um deus, ou deuses. Os próprios maçons afirmam isso. Mas, por alguma razão muito íntima, João Paulo II desejava ser ecumênico também com essa não religião.

     João Paulo II foi um Papa político. Viajou o mundo inteiro pregando contra o comunismo, contra a Teologia da Libertação e contra as comunidades eclesiais de base. Em contrapartida, deu ao ecumenismo um caráter de chanchada, fazendo o possível para diluir a liturgia católica em missas sincréticas com ares de carnaval, o que provocou indiretamente um êxodo dos católicos para religiões protestantes.

     Estabeleceu relações diplomáticas entre a Santa Sé e o sionista Estado de Israel, visitou sinagogas, patrocinou um concerto em comemoração do Holocausto e praticamente converteu-se ao Judaísmo quando, em 2000, não só visitou o Muro das Lamentações, mas ali seguiu alguns dos tradicionais costumes judaicos. Em janeiro de 2005 recebeu a bênção sacerdotal do rabino Benjamin Blech. O Papa ajoelhava-se ante aqueles que haviam renegado Jesus. Tudo isso enfatizado pela mídia como um ‘modernismo’ que não era aceito por grande parte da Igreja, sendo que o cardeal Ratzinger (futuro Bento XVI) considerou a ambiguidade das missas ecumênicas uma verdadeira anarquia litúrgica.

     Foi além. Quando João Paulo II tornou-se o principal amigo do império que se emplumava, e escreveu o cânon 2335 que derrogava os cânones anteriores que se referiam à maçonaria como inimiga da Igreja, Joseph Ratzinger desobedeceu e impôs a sua autoridade de Prefeito da Congregação Para a Doutrina da Fé e não só obrigou o Papa maçom a refazer o documento, como deixou claro algumas observações doutrinais que desnudam o conflito entre a Igreja e a maçonaria:

     “(...) Para um cristão católico, todavia, não é possível viver a sua relação com Deus numa dúplice modalidade, isto é, dividindo-a numa forma humanitária – super-confessional e numa forma interior – cristã. Não pode cultivar relações de duas espécies com Deus, nem exprimir a sua relação com o Criador através de formas simbólicas de duas espécies. Isto seria algo de completamente diverso daquela colaboração, que para ele é óbvia, com todos aqueles que estão empenhados na prática do bem, embora a partir de princípios diversos. Por outro lado, um cristão católico não pode participar ao mesmo tempo na plena comunhão da fraternidade cristã e, por outro lado, olhar para o seu irmão cristão, a partir da perspectiva maçônica, como para um "profano".

     “Mesmo quando, como já se disse, não houvesse uma obrigação explícita de professar o relativismo como doutrina, todavia a força "relativizante" de uma tal fraternidade, pela sua mesma lógica intrínseca tem em si a capacidade de transformar a estrutura do ato de fé de modo tão radical que não é aceitável por parte de um cristão, "ao qual é cara a sua fé" (Leão XIII).

     “Esta subversão na estrutura fundamental do ato de fé, realiza-se, além disso, geralmente, de modo suave e sem ser advertida: a sólida adesão à verdade de Deus, revelada na Igreja, torna-se simples pertença de uma instituição, considerada como uma forma expressiva particular ao lado de outras formas expressivas, mais ou menos igualmente possíveis e válidas, do orientar-se do homem para o eterno.

     “A tentação de ir nesta direção é hoje ainda mais forte, enquanto corresponde plenamente a certas convicções prevalecentes na mentalidade contemporânea. A opinião de que a verdade não pode ser conhecida é característica típica da nossa época e, ao mesmo tempo, elemento essencial da sua crise geral.

     “Precisamente considerando todos estes elementos a Declaração da Sagrada Congregação afirma que a inscrição nas associações maçônicas "está proibida pela Igreja" e os fiéis que nelas se inscreverem "estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão".”

     Explicações leves, tocando na superfície da impossibilidade de união entre a Igreja e a seita maçônica. Ratzinger não quis entrar em detalhes, como o fato de o neófito maçom ser avisado que é um deus por seus superiores logo após a sua primeira iniciação. Preferiu não deixar claro que maçons de grau superior não consideram a divindade de Jesus como verdadeira. Achou melhor não dizer que o ecumenismo ditado por maçons é uma das maneiras de dispersar a fé dos cristãos, encaminhando-os para a possibilidade de uma religião mundial – depois de extintas as duas maiores religiões, Cristianismo e Islamismo – irmanada a um governo mundial sionista: a Grande Obra Illuminati, a Sinarquia.

     Ratzinger ficou marcado também por essa desobediência. Começou a ser chamado de cardeal reacionário e conservador, quando o verdadeiro reacionário foi João Paulo II. O futuro Papa Bento XVI não estava só na defesa da fé e não seria improvável a sua eleição após a morte de João Paulo II. Os Illuminati prepararam um dossiê sobre Ratzinger e quando ele foi proclamado Papa começou o bombardeio. Antes, disso, porém, a Igreja começava a ser abalada na sua estrutura moral e no seu principal dogma – a divindade de Jesus - ainda sob o pontificado de João Paulo II.

(Continua).

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O COERENTE SUPLICY E O PT LETÁRGICO



Não somente o Eduardo Suplicy. Quando o PT se estruturou como partido político, englobando diversas correntes, abdicou da grande possibilidade de ser um partido de esquerda na era pós-ditadura fardada. Logo as correntes passaram a lutar pelo controle do partido e as mais reacionárias dominaram a ponto de o transformarem em um partido que não consegue sequer mostrar-se reformista, aliando-se às teses da direita, ao neoliberalismo econômico, tornando o Brasil a principal filial do império na América do Sul.

         O outro grande serviço que o PT prestou ao capitalismo foi o de acabar com o nacionalismo militante do antigo PTB, depois um  acanhado PDT à época da volta de Brizola e até a sua morte. O PT tomou a si a tarefa entreguista que os militares não tinham conseguido concluir: destruir o que restava de um projeto nacionalista iniciado com Getúlio Vargas e retomado por João Goulart, que foi derrubado por um golpe de estado justamente por desejar o Brasil para os brasileiros.

     Não pode haver socialismo sem nacionalismo e isto está sendo provado pela História. Um socialismo apátrida é tudo, menos socialismo. E uma das primeiras coisas que fez o PT, já dominado por incoerentes correntes que se imaginam de uma esquerda etérea, estéril e iconográfica com o seu operário Lula-Lech Walessa, assumido analfabeto político, foi um ataque histérico aos nacionalistas, na busca de espaço político, julgando-se superior teoricamente, mas sem qualquer projeto que alie a teoria à ação, exceto o assistencialismo que compra votos.

     Entregue às multinacionais e ao empresariado fascista, o PT cedeu ao capital em todas as frentes e, se havia algum projeto para o país, hoje o esquece, preocupando-se apenas com a manutenção de cargos políticos. A tal ponto se aviltou, que aliou-se à direita oficial, dela adquirindo os vícios, formando oligarquias dentro do partido e desnudando vergonhosos casos de corrupção.

     Não somente o Suplicy, senador coerente com os seus letárgicos e reacionários princípios, que agora traz ao Brasil uma blogueira prostituída ao capital. Eduardo Suplicy é a máscara – como Lula foi por muito tempo, até o instante em que é quebrado o ídolo e desfaz-se o mito que tenta manter-se com desvairados gestos cênicos. A máscara de um partido que, mesmo ainda contendo pessoas puras e bem intencionadas, tende a desfazer-se em feios esgares.

     Perdeu-se o PT em encruzilhadas por ele mesmo construídas ao decidir-se adotar o modelo mexicano de um partido dono do poder eternamente, submisso às barbáries imperialistas, que incluem corrupção e fraude. E, ao transformar-se no partido devorador de partidos – tendências que se tornaram suicidas – o PT estacionou. Não foi, não é e agora decidiu-se a jamais vir a ser um partido revolucionário. No máximo, e com muito esforço demagógico, simpatizante oficioso de causas revolucionárias de outros países. No Brasil, o PT revela-se como a tranca de ferro não inoxidável contra o socialismo.

     Se Yoani Sánchez fosse brasileira, provavelmente se revelaria uma festejada petista de ala moderada. Não combateria o governo, porque não haveria o que combater, mesmo pertencendo a segmentos da direita, secretos ou não. Com o tempo, ela e seu marido seriam convidados para o Rotary, Lions, clubes do gênero... Ele entraria para a maçonaria e ela receberia as imaculadas luvas brancas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

GUSANOS





“Gusanos” (vermes) é como são chamados os contra-revolucionários cubanos, o que é quase uma ofensa àqueles invertebrados que tem importante função social na escala biológica, ajudando na decomposição dos corpos e na formação de húmus. Os gusanos cubanos e os gusanos de todos os lugares (inclusive os gusanos brasileiros) não auxiliam em nada a sua sociedade, embora façam o possível para decompô-la. No Brasil, encontramos gusanos por toda parte, basta sair à rua. São reconhecidos pelo hábito ancestral de se apoiarem nos corruptilianos, também conhecidos como corruptilex ou malandrilianos, uma raça de mordedores platelmintes que se alimenta do sangue de todos nós em todas as épocas e todos os momentos, e não só, conforme é veiculado erroneamente pela mídia burlesca e vermilonga, nos dias de carnaval.

     São tantos que quase nos acostumamos a eles e apesar dos protestos e outros remédios igualmente ineficazes tendem a crescer vorazmente a cada dois anos e até em bem menor período, causando a peste scandalírio brasiliensis que provoca um pânico moderado a cada dois ou três dias, aliviada por jogos de futebol intermitentes.

     É próprio dos gusanos o reunir-se em grandes casas, onde ficam por horas a urdir tramas vampirescas e discursar para dessangrados microfones e câmeras sobre a sua inata capacidade de limpeza dos corpos e cofres públicos, o que fazem com muita vocação artística. É dito, muitas vezes, que aos gusanos pertence o poder vermiliforme de encantar multidões e apatetar pessoas, o que é verificado em dias de eleições pelos milhões de patéticos votos virtuais que lhes são dados por crentes e fiéis com o objetivo de mantê-los confinados naquelas casas gigantescas, jogados em divãs, a beber sangue em canudinho, ocasiões em que, depois de embriagados, cometem os célebres diálogos que tanto embevecem a nação peripatética.

   Raramente, e para geral surpresa, gusanos demasiado gordos são processados pelos mais magros e até, se não souberem usar com inteligência a sua gordura excessiva, correm o risco de ser encarcerados em lugares especiais, onde fazem um obrigatório regime de emagrecimento aliado a severo exame de consciência, e isso agrada aos votantes diminuindo a incidência de scandalírio brasiliensis por alguns minutos.

        São tantos os gusanos, tantos, neste país que já não mais nos engana, que ficou grotesco, ridículo, demasiado o fato de ter vindo aportar em praias da Bahia a súplice assumida gusana Yoani Sánchez. Teria como objetivo dar lições de gusanice afogueada não só aos baianos como, inclusive, a cariocas acostumados à malandrilite, a paulistas viciados em vermífugos, gaúchos comedores de transgênicos, mineiros acostumados a silenciosas mineirices e outros povos destes brasis anestesiados.

     Tamanha foi a surpresa causada pela presença da invertebrada visitante que, à sua chegada, muitos foram os protestos. Protestaram os apoiadores de gusanos, protestaram os que já não apoiam mais gusanos, protestaram os que desconfiam dos gusanos oficialescos e até protestaram os que não gostam de gusanos. Um protesto contido quase à força da quase força dos gusanos fardados. Mais protestos são esperados até que a rainha dos gusanos vá embora. Depois, os protestantes silenciarão, cansados, ante as goliardices costumeiras dos gusanos da terra. Ou não – como diria o baiano Caetano.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A ESTOLA E O AVENTAL (2) – O BANCO MAÇÔNICO DO VATICANO



Cardeal Paul Casimir Marcinkus, responsável pelo Instituto para as Obras Religiosas (Banco do Vaticano), o secretário de Estado do Vaticano e Camerlengo, cardeal Jean Villot, o cardeal norte-americano John Cody, o mafioso Michele Sindona, Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano em 1982; Licio Gelli, grão-mestre da loja maçônica Propaganda Due (P-2). Estas as principais personagens envolvidas no escândalo do Banco do Vaticano e com a quebra do Banco Ambrosiano, na época (1982) manipulados e dirigidos por membros da maçonaria ligados à máfia siciliana e estadunidense.

Dividida em 17 células,  cada qual com um líder que respondia diretamente a Licio Gelli, a Loja Maçônica Propaganda Due era formada ao melhor modelo Illuminati; tão secreta, que até mesmo os seus membros não conheciam o grão-mestre ou os objetivos da organização, agindo como verdadeiros robôs.

A P-2 era composta por 953 membros - incluindo o Ministro da Justiça Adolfo Sarti. Vários ex-Primeiros Ministros, como Giulio Andreotti que exerceu o cargo entre 1972 e 73 e novamente entre 76 e 79; 43 membros do Parlamento; 54 altos executivos do Serviço Público; 183 oficiais das forças naval, terrestre e aérea, incluindo 30 generais e 8 almirantes (entre eles o Comandante das Forças Armadas, Almirante Giovanni Torrisi); 19 juízes; advogados, magistrados, carabiniere; chefes de polícia; poderosos banqueiros; proprietários de jornais, editores e jornalistas (incluindo o editor do maior jornal do país, Il Corriere Della Sera); 58 professores universitários; líderes de diversos partidos políticos (evidentemente, não do Partido Comunista Italiano, por razões óbvias); diretores dos três principais serviços de inteligência do país. Todos esses homens, de acordo com os documentos apreendidos, juraram obediência a Gelli e estavam prontos para responder a seu chamado. 

A história relata que, em 1877, ainda nos tempos da reunificação de Mazzini e Garibaldi, foi fundada pelo Grande Oriente uma loja maçônica em Roma chamada Propaganda Massonica. Era freqüentada por políticos e altos funcionários governamentais que não deviam ter os seus nomes expostos na relação das lojas normais e era diretamente ligada ao Grão-Mestre. Esta seria a Propaganda Uno.
        
Em 1981, o GOI dissolveu e declarou ilegal a P-2 (que também teve o seu reconhecimento suspenso pela Grande Loja Unida da Inglaterra em 1993). Mas o estrago já estava feito. O Vaticano fora quase completamente infiltrado e o seu Banco (IOR) estava à beira da falência. O Banco Ambrosiano - filial do Banco do Vaticano na Itália – se transformara em uma lavanderia da máfia aliada à maçonaria. Quebrou, e a Igreja pagou milhões em indenizações.

Essa infiltração teria ocorrido desde a época em que Paulo VI ainda era o Monsenhor Montini, de Milão. E continuou, sob outras máscaras, após a morte de Albino Luciane (João Paulo I), depois que assumiu o pontificado Karol Woityla (João Paulo II).

A primeira coisa que Albino Luciane tomou conhecimento após ser eleito Papa João Paulo I foi sobre o rombo no Banco do Vaticano. Esse conhecimento já existia antecipadamente, quando ele era apenas um cardeal, mas não sabia dos detalhes, não conhecia os nomes de todos os implicados, não sabia que Licio Gelli era o verdadeiro Papa Negro por trás de Paulo VI e não entendia como isso tinha acontecido. Procurou documentar-se. Afinal, quem era o maçom Licio Gelli?

Gelli foi membro ativo do movimento fascista em 1936, tendo servido ao lado das tropas de Francisco Franco no Batalhão Camisas Negras durante a Guerra Civil Espanhola. Quatro anos mais tarde, recebeu a carteira do Partido Nacional Fascista Italiano. Em 1942, já se tornara secretário dos fascistas italianos no exterior. No período da IIª Guerra Mundial, Gelli, atuando como membro dos Camisas Pretas de Mussolini, chegou a ser oficial de ligação do Exército Italiano com a divisão de elite SS de Hermann Goering. Em 1944, sentindo que os ventos não mais sopravam favoráveis a Mussolini, criou uma rede de resistência conectada à CIA, graças ao V Exército norte-americano recém chegado à península. Após a guerra, migrou para a Argentina sendo o primeiro a obter uma dupla nacionalidade: argentino-italiana.

Iniciou-se na maçonaria em 1965, buscando se mirar nos dois Grão-Mestres sucessivos do GOI – Gamberini e Salvini – que se interessavam por uma aproximação mais estreita com o Vaticano. Três anos mais tarde, foi nomeado secretário da P2, elegendo-se seu Venerável Mestre em 1975. Gelli convidou Michele Sindona, o gênio financeiro do Vaticano, que trouxe consigo Roberto Calvi, o banqueiro mais chegado ao Vaticano. Em dezembro de 1969, num encontro promovido no escritório romano do Conde Umberto Ortolani, o Embaixador da Ordem de Malta para o Uruguai, que era, na época, o cérebro da P2, foi montado o Estado-Maior da Loja: Umberto Ortolani, Licio Gelli, Roberto Calvi e Michele Sindona.

Em 1973, foi citado como traficante de armas para os países árabes e implicado numa transação de três milhões de liras italianas numa operação conhecida como Permaflex, uma firma que trabalhava com a OTAN. Gelli era tão bem articulado com o establishment político estadunidense que chegou a ser convidado para as festas de investidura de três presidentes: Ford, Carter e Reagan.

Magistrados italianos, examinando cuidadosamente documentos apreendidos na Villa Wanda (nome de sua mulher), de onde Gelli tinha fugido quando a P2 explodiu, encontraram centenas de documentos altamente secretos dos serviços de inteligência. O Coronel Antonio Viezzer, ex-chefe dos serviços secretos de inteligência combinados, foi identificado como a fonte primária desse material, tendo sido preso em Roma por espionar em nome de uma potência estrangeira. Junto com Roberto Calvi,  Licio Gelli usou o Banco Ambrosiano, de Milão, para lavar dinheiro da máfia e da maçonaria, através do Banco do Vaticano, que foi completamente envolvido em fraudes financeiras. O mafioso Michele Sindona era o financista da P-2 e conselheiro de investimentos do Banco do Vaticano, ajudando o Banco a vender os seus ativos italianos e reinvesti-los nos EEUU. Uma trama que aliava a máfia à maçonaria, com o suposto beneplácito de Paulo VI e minava a Igreja na sua base financeira.

Albino Luciane (Papa João Paulo I) representava o oposto de Paulo VI – assim como hoje o Papa Bento XVI mostra-se completamente diferente de João Paulo II, por tentar defender a Igreja dos seus inimigos. E por isto está sendo deposto. João Paulo I não agradava à extrema-direita, pois esta o considerava indulgente em relação ao comunismo e por seu pai ter pertencido aos quadros do Partido Socialista Italiano.  Acredita-se que tenha sido assassinado após saber de todo esse imbroglio, às vésperas  de anunciar grandes modificações que incluiriam os principais nomes da Igreja, na tentativa de sanar os problemas financeiros do Estado do Vaticano e de reorientar a Barca de São Pedro para um caminho verdadeiramente cristão.

Durou um mês o seu pontificado. Após a sua morte e com a eleição de Karol Woytila (João Paulo II) a Igreja continuou permissiva em relação à ação da maçonaria e ao uso do Banco do Vaticano para fins ilegais. É claro que, antes, houve a necessária queima de arquivos. Paul Marcinkus foi exilado para uma paróquia dos Estados Unidos, Calvi e Sindona foram mortos, o GOI considera o assunto tabu – assim como os maçons do mundo inteiro.

Com a morte de Karol Woytila (João Paulo II) – aliado do neoliberalismo econômico - e a eleição de Joseph Ratzinger (Bento XVI) – inimigo do capitalismo desumano – as mesmas forças que apoiavam João Paulo II passaram a hostilizar o novo Papa com todo o poder da sua mídia, e não o perdoaram quando, por sua vez, decidiu sanar o Banco do Vaticano e chamar os católicos ao catolicismo. Era uma grande desobediência aos donos do mundo.


(Continua).

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A ESTOLA E O AVENTAL (1) – O PAPA DESOBEDIENTE



Ao contrário de João Paulo II, Bento XVI revelou-se um Papa desobediente, desde o início do seu pontificado. Uma desobediência que consistia, basicamente, em  defender os postulados e cânones da Igreja Apostólica Romana, una e indivisível, tão dividida desde Paulo VI, com um breve hiato de um mês durante João Paulo I – que declarou o firme propósito de limpar a Igreja dos elementos que a estavam destruindo e logo foi ao encontro de Deus.

         Com João Paulo II, os que manipulavam a Igreja para torná-la devidamente maleável aos seus interesses, se regozijaram. Tinham conseguido eleger um Papa amigo, um Papa verdadeiramente irmão.

E tão irmão se mostrou Karol Woytila que, ao ser levado ao pináculo do Templo, aceitou todos os reinos deste mundo, e com eles todos os poderosos e sua gigantesca mídia e tudo lhe foi dado para ajudá-los, e assim fez com o verdadeiro ardor dos amestrados, e quando finalmente morreu – porque até os muito ligados à terra morrem – recebeu a prometida beatificação no dia certo – um 1º de maio, que lembra a escravidão dos trabalhadores, Walpurgis, ou dia das bruxas, e principalmente lembra o 1º de maio de 1776, quando foi criada a Ordem dos Iluminados da Baviera, ou Illuminati - uma seita maçônica sionista que tem como objetivo dominar o mundo através de uma nova ordem mundial e que, por enquanto, domina os dirigentes dos Estados Unidos, da Europa, em sua maioria, e de muitos países latino-americanos.

O cardeal Joseph Ratzinger, que adotou o nome de Bento XVI, é um erudito que por muitos anos foi o Prefeito da Congregação Para a Doutrina da Fé. Karol Woytila (João Paulo II), em sua ânsia por ecumenismo a qualquer preço, o que resultaria na união das igrejas de todo o mundo, seitas e demais variações supostamente espirituais em uma só organização que teria como princípio básico a crença em um só Deus – exatamente como propõe a maçonaria – e esquecendo-se que isso redundaria no fim da Igreja Católica Romana, em 25 de janeiro de 1983 escreveu o cânon 1374, onde afirmou: “Quem  ingressa em uma organização que maquina contra a Igreja deve ser castigado com um pena justa; quem promove ou dirige essa associação deve ser castigado com entredito”.

Esta nova redação apresentou duas novidades em relação ao Código de 1917: a pena não é automática e não é mencionado expressamente a maçonaria como associação que conspire contra a Igreja.

     Quase desde a sua aparição, a maçonaria gerou preocupações na Igreja. Clemente XII, "In eminenti", havia condenado a maçonaria. Mais tarde, Leão XIII, em sua encíclica "Humanum genus", de 20 de abril de 1884, a qualificava de organização secreta, inimigo astuto e calculista, negadora dos princípios fundamentais da doutrina da Igreja. No cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917 estabelecia-se que "aqueles que dão seu nome à seita maçônica, ou a outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra as potestades civis legítimas, incorrem ipso facto em excomunhão simplesmente reservada à Sede Apostólica".


     De maneira astuta e calculista, João Paulo II, ao escrever o cânon 1374, dava a entender que a maçonaria não é inimiga da Igreja e retirava a excomunhão dos católicos que pertencem àquela seita. Imediatamente, os meios de comunicação do mundo inteiro alardearam que a Igreja estava aceitando a maçonaria, o que provocou grandes festas comemorativas entre maçons e simpatizantes. Finalmente eles estavam alcançando o seu objetivo: senão a derrubada, a infiltração total na Igreja, assim como já acontecera com a Igreja Católica Anglicana, desde os tempos de Henrique VIII.

     A partir do Concílio Vaticano II a Igreja sofreu todo o tipo de pressões no sentido de reaproximação com a maçonaria, ao ponto de muitos católicos acreditarem que a entrada em uma associação maçônica era lícita. O clima generalizado de aproximação entre as teses de alguns católicos e maçons foi quebrado pela declaração de 28 de abril de 1980 da Conferência Episcopal Alemã sobre a pertença dos católicos à maçonaria. Entre outros argumentos, a Conferência explicitava:

    “Antes de tudo deve recordar-se que a comunidade dos "pedreiros-livres" e as suas obrigações morais se apresentam como um sistema progressivo de símbolos de caráter extremamente absorvente. A rígida disciplina do arcano que nela predomina reforça ulteriormente o peso da interação de sinais e de ideias. Este clima de segredo comporta, além de tudo, para os inscritos o risco de se tornarem instrumentos de estratégias que lhes são desconhecidas.”

      No entanto, em 1983, o muito irmão João Paulo II tentava derrogar, através do cânon 1374, todos os anteriores cânones que legislavam sobre a maçonaria. Em tempo, o então Cardeal Joseph Ratzinger - junto com os demais membros da Congregação Para a Doutrina da Fé - evitou que o mal se espalhasse ao escrever a seguinte Declaração, à qual João Paulo II não tinha o poder de se opor. Foi a primeira desobediência do futuro Bento VI.



CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA


     “Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo facto que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
“Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.
“Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas.  Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
“Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de Fevereiro de 1981 (cf.  AAS 73, 1981, p. 240-241).
“O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.
“Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de Novembro de 1983.”

Joseph Card. RATZINGER
Prefeito
+ Fr. Jérôme Hamer, O.P.
Secretário.


(Continua)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA COM CQ SKINDÔ




- Skindô! Skindô! Ôba!

- Alô, amigos e amigas e amigas e amigos, estou aqui para comunicar com o organizador desta inesquecível festa carnavalesca, o famoso Costa Quentes Skindô. Boa noite, CQ!

- Skindô! Skindô! Ôba!

- Ôba, CQ! Um outro Skindô pra ti e para todos os ouvintes que nos ouvem auditivamente, mas é como se estivessem aqui, no calor desta festa memorável e memorativa. Ôba! Skindô! CQ, qual a tua opinião pessoal e intransferível sobre os boatos e não boatos, conversas de comadres e de compadres e até de estudantes de primeiro e segundo grau, para não falar dos de terceiro, quarto...

- Pergunta, essa menina! Skindô!

- Ai, CQ, deixa eu fazer a introdução. É assim que me ensinaram no curso.

- Introduz e vai aos finalmente! Eu não fiz curso nenhum, sou do tempo do irradialismo de rebosteio – curto e grosso! Skindô!

- Ai, CQ, assim tu até me deixa corada... Eu estava e estou perguntando sobre aqueles, aquelas, todos os que comentaram sobre a tua insensibilidade ao realizar o carnaval de qualquer jeito neste momento trágico em que tantos jovens perderam a sua vida naquela trágica tragédia...

- Entendi. Mas tu é enrolada!... Me diz quem é que ganha alguma coisa com sensibilidade, malandra? Skindô!

- Ai, CQ, eu não sou malandra. Só se for malandrinha de carnaval. Nunca te sentiste sensibilizado?

- Muchas veces. Principalmente quando aquele menino, o tal de Obama, disse que o Lula é que é o cara! Esto me fez aflorar la sensibilidad! Será que o Obama esqueceu de mim? Es una desgracia! Skindô!

- CQ, por que estás falando em portunhol?

- Pra disfarçar o meu acentuado sotaque carioca. Está no DNA. O que posso fazer, malandra? Skindô!

- Dizem por aí e por aqui e também aquém e além que estás afrontando o decreto da Prefeitura, CQ.

- Mas será que o prefeito pensa que manda alguma coisa? Isto é uma democracia e democracia é pra todos, pros que estão dentro e fora da casinha! Nesta cidade, tem dez por cento que são carnavaleanos, ou coisa que o valha!... Nós somos a minoria e temos que ser respeitados! Skindô!

- Mas o governo municipal...

- Não me venha com o governo municipal! O que é que eu ganho com o governo municipal? Tenho cara de cem reais pra alguém gostar de mim por causa do governo municipal? O prefeito tem que entender que o carnaval não é dele, é do povo, do meu povo, meu amado povo! Aproveito a ocasião pra dizer que se eleito for, skindô!

- Eleito, CQ?

- Eu disse eleito? Falha nossa. Deve ter sido algum verso de letra de samba. “Mamãe eu quero mamá...”, “Me dá um dinheiro aí...” – uma destas. Skindô!

- E como foi o apoio recebido e percebido para poder realizar esta bela e inolvidável festa do reinado de Momo?

- De tudo que é lado! Da direita, da esquerda, do centro, de cima, de baixo... Olha só, malandra, que quando eu estava no supermercado choveu de gente apoiando. Até nota de cinquenta eu recebi. Poderia ser de cem, mas os tempos estão oscos... Skindô!

- E deu pra ajudar nas compras, CQ?

- Nas compras carnavalarianas ou carnavalescarianas. Este povo me ama! Skindô!

- Soube que um prezado colega nosso faleceu semana passada?

- Faleceu? Antes ele do que eu! A vida é assim, de vez em quando alguém morre. Skindô!

- E o Papa está sendo deposto ou despapado, regurgitado...

- Vai ter vaga no Vaticano? Tô nas bocas! Skindô!

- Voltando ao assunto, CQ... As pessoas que morreram em Santa Maria naquela indescritível tragédia...

- Já morreram, estão  mortos e, que eu saiba, devidamente enterrados. O que eu vou ganhar pensando nisso? Não morre gente todos os dias? Quero mais é carnaval! Skindô!

- Não teme alguma reação do prefeito?

- Daquele? Ainda se fosse o querido e amado ex-prefeito que nos deixou... Mas vai voltar! O véinho lá de cima tá olhando. Ziriguidum! Eu tenho o apoio de generais, coronéis, majores, juízes, advogados, deputados, empresários e até de vereadores que não se elegeram. Ele que tente, que eu acabo virando prefeito! Skindô!

- Prefeito?

- Prefeito do carnaval. Principalmente com a ajuda dos meus dez por cento, da minoria que antes chorava e agora pula, repula, tripula, quadripula! Skindô!

- Tanto assim, CQ?

- Tanto e muito mais! Mais, mais, eu quero mais – como diz aquela canção.

- Obrigada por comunicar comigo e com nossos queridos e atentos ouvintes, CQ. Peço que deixe um recado para os foliões que estão pulando e quadripulando. Meu Deus, como pulam!

- Skindô! Skindô! Ôba! Ôba! Ziriguidum! Ziriguidum! Balacobaco-baco-baco! Telecoteco-teco-teco! Conosco ninguém podosco! Skindô!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O POLÍTICO CARNAVAL BAJEENSE



No dia 4 de fevereiro, o Prefeito Dudu Colombo cancelou o Carnaval de Bagé, em respeito à tragédia de Santa Maria, que já vitimou, até o momento, 238 pessoas. Uma atitude digna, já esperada por quem conhece o caráter do Dudu, que destacou que todas as atividades ligadas ao carnaval foram canceladas, como a escolha da Rainha do Carnaval, Mesa de Bar e Santa Thereza. “As entidades carnavalescas serão indenizadas. Elas deverão apresentar as despesas através de nota fiscal. O ressarcimento será uma antecipação do carnaval de 2014. Vamos cumprir com o nosso compromisso” – afirmou Dudu.

     Dois dias depois, o radialista Edegar Abip Muza, da Rádio Cultura de Bagé, anunciava que o carnaval bajeense, no que respeita aos concursos Rainha do Carnaval de Bagé e Rainha do Carnaval do Estado aconteceria com o apoio das entidades carnavalescas da cidade e de segmentos do comércio que se dizem prejudicados com o decreto da Prefeitura.

     O concurso Rainha do Carnaval do Estado vem sendo realizado há muitos anos pela empresa Muza Publicidade. O Rainha do Carnaval de Bagé também era organizado pelo radialista até o final da segunda gestão de Luiz Fernando Mainardi. Quando Dudu Colombo assumiu a Prefeitura, diversos eventos carnavalescos passaram para a responsabilidade da prefeitura. Este ano foram cancelados e formou-se a polêmica.

  Até agora, além de Santa Maria, mais de vinte cidades gaúchas cancelaram o carnaval: Jaguari, Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, São João do Polesine, Nova Palma, Ivorá, Formigueiro, Santiago, São Martinho da Serra, São Sepé, Silveira Martins, Santa Margarida do Sul e Toropi, Pinhal Grande, Restinga Seca, Cerro Largo, Santa Bárbara do Sul, Tupanciretã, Pejuçara, Bagé, Lavras do Sul e Cachoeira do Sul.

 Através do programa diário “Visão Geral”, da Rádio Cultura de Bagé, o decreto do cancelamento do Carnaval de 2013 vem sendo bombardeado, inclusive com ataques pessoais ao Prefeito. O que parecia, de início, despeito do antigo radialista citado, tomando como questão pessoal o cancelamento das atividades carnavalescas oficiais, foi encampado por toda a Rádio Cultura, que insiste em realizar, além do Rainha do Carnaval do Estado, o Rainha do Carnaval de Bagé, que foi cancelado.

 Inclusive, datas já foram marcadas. O Rainha do Carnaval de Bagé será realizado pela Rádio Cultura no ginásio do clube Flamengo, dia 11, segunda-feira. O Rainha do Carnaval do Estado será no Clube Caixeiral, no dia 16.

 Afirmam os representantes da Rádio que não somente as entidades carnavalescas foram prejudicadas pelo cancelamento do Carnaval, mas, inclusive, o comércio varejista. A Rádio Cultura está fazendo rifas e recebendo doações para poder realizar o seu Carnaval.

 Para o povo muitas vezes desinformado por veículos que deveriam ser de informação a aparência dos fatos revela um confronto entre o radialista Muza e o prefeito Dudu. Isto seria verdade caso o radialista fosse um dos responsáveis diretos pela Rádio Cultura, o que não é verdade. Acima dele e de seus companheiros radialistas existe o diretor – jornalista Vacionir da Silva Lopes – que, com certeza, autoriza tudo o que é veiculado. No entanto, o diretor de qualquer veículo de informação é apenas o representante dos concessionários, dos quotistas, dos donos.

 Cabe ao diretor orientar os jornalistas dentro das idéias daqueles que exercem o verdadeiro poder de mando em uma rádio. Se não fosse assim, ele, o diretor, estaria completamente desabrigado em caso de polêmica ou, mesmo, de algo mais grave, como um processo. Quem dá as diretivas para qualquer veículo de comunicação são os seus donos.

 Os donos atuais da Rádio Cultura de Bagé são os senhores Odilo Dal Molin e Alencar Dal Molin, segundo o Memorial Landel de Moura – www.memoriallandeldemoura.com.br

 Os dois pertencem ao PMDB. Odilo Dal Molin já foi prefeito de Candiota e recentemente, em 2012, concorreu novamente à Prefeitura,  perdendo para a coligação PT/PSDB: Luiz Carlos Folador e Paulo Brum.

 Alencar Dal Molin candidatou-se a vereador nas eleições de 2012, em Bagé, pelo PMDB, e recebeu 520 votos, equivalentes a 0,76% dos votos válidos. Em sua declaração de bens (2012) revelou-se um dos dois quotistas da Rádio Cultura. É empresário, membro do Rotary Club e já foi presidente do G.E. Bagé.

 Alencar Dal Molin é o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico de Dudu Colombo. Ganhou a secretaria por exigência, imposição ou acordo do PMDB com o Prefeito. Foram tantas as alianças feitas pelo PT para vencer as eleições que, depois, foi obrigado a premiar cada partido coligado. Para isso, aumentou o número de secretarias para vinte e duas. Por exemplo, a secretaria dada a Alencar Dal Molin chamava-se Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo. Foi desmembrada em duas. E a de Turismo foi para Jean Vieira.

 A nomeação de Alencar Dal Molin foi festejada pelos setores mais à direita e explicada pelo chefe do Executivo pelo fato de Alencar ser um empresário e ter fácil trânsito com outros empresários. Pois é justamente o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) um dos setores que está apoiando o “Carnaval do Muza”, como vem sendo apelidado o Carnaval que a Rádio que também é do secretário do Prefeito está promovendo para afrontar o Prefeito.

 O que acontecerá?

 1) No máximo, Dudu protestará através de outros secretários ou porta-vozes da sua indignação por estar sendo atacado pela Rádio Cultura, mas dificilmente fará algo mais. Deixará passar, como se nada tivesse acontecido, porque a sua autoridade está dividida, muito dividida, a ponto de quase ser um refém dos diversos partidos que o apoiaram nas eleições. Alencar Dal Molin poderá dizer que nada sabia, que é ‘coisa do Muza’ – e tudo se arranjará depois do Carnaval.

 2) Dudu tomará uma atitude mais forte, em respeito também ao povo que o elegeu e não somente aos donos dos partidos.

 O povo, em sua ingenuidade, sente-se resguardado ao eleger determinada pessoa para um cargo executivo. Não conhece os bastidores da política, as tramas, os conchavos. Não sabe que aquela pessoa não pode governar, impor um plano de governo, mesmo que tenha a maioria da Câmara de Vereadores, porque outros interesses estão por trás de tudo o que acontece na cidade – principalmente os interesses econômicos.

 A questão não é o Carnaval ou a falta de sensibilidade do pessoal da Rádio Cultura que, aliás, faz do seu programa “Visão Geral” um ataque diário a tudo o que consideram como “esquerda” – principalmente aos sábados.

 O que está acontecendo no Brasil de tantas alianças é a perda de referência dos partidos, que não mais oferecem programas ou metas de governo. Perderam a personalidade em troca do poder pelo poder, cedendo em todas as frentes e transformando o povo em carnavalesca máscara a ser usada quando é conveniente.
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