domingo, 22 de março de 2015

OBAMA APAVORADO ANTE O PERIGO BOLIVARIANO




Fontes bem ou mal informadas afirmam que o presidente dos que usam os outros, Barack Obama, está escondido, junto com sua família, em um bunker em lugar desconhecido, mas supostamente dentro dos Estados Unidos, talvez em um gigantesco iglu subterrâneo no Alasca, refúgio considerado dos mais seguros, aterrorizado pelo que considera um iminente e devastador ataque da Venezuela aos Estados Unidos.

   Obama, Prêmio Nobel da Paz, é considerado o terrorista do século depois que promoveu golpes de estado e invasões em países como Honduras, Paraguai, Ucrânia, Macedônia, Egito, Qatar, Síria, Líbia, Tunísia, Marrocos, Iraque, Mali, República Centro-Africana, e, não satisfeito, ainda está planejando novos golpes na Argentina, Brasil, Equador, Bolívia e Rússia. Não se sabe se é por isso que está escondido, mas o certo é o seu pavor com a reação da Venezuela, ameaçada por um golpe de estado, e declarou aquele país “uma ameaça contra a segurança nacional”.

   Ato-contínuo fugiu. Escondeu-se, tomou chá de sumiço, partiu para lugar incerto e não sabido ou sabido apenas por seus pajens, esquivou-se dissimuladamente, ausentou-se por tempo indeterminado, retirou-se indignamente, abandonou o desnorteado povo zumbi que governava, deu no pé, escafedeu-se, desertou – gritou “Fui!” e foi.

   No seu lugar foi colocado um robô, um andróide, um soldado universal, mistura de Homem Aranha com Batman e Super-Homem, fabricado para ocasiões como esta, em que potências extremamente perigosas, como Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, quiçá o Brasil, ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos.

   O andróide é extremamente semelhante a Barack Obama, e sua programação é quase perfeita, exceto o fato de não ter sido corrigido ainda um defeito atribuído ao insidioso vírus Mujica, que faz com que determinadas palavras, quando proferidas sejam ouvidas no seu significado inverso. Assim, o robô Barack, que tenta imitar o presidente dos USA, que, todos sabem, é uma pessoa boa, cordata e sincera, quando diz que quer a paz no mundo, a palavra ouvida é “Guerra”, e quando afirma que ama a vida, ouve-se “Quero matar!”

   Esse vírus, no entanto, já está sendo removido pelo antivírus NSA de última geração, que faz uma varredura completa do sistema eliminando tudo o que considera pernicioso, com a sua poderosa nuvem quântica de esbirros criados em secretos e desinfetados laboratórios.

  No entanto, o brioso e impávido povo estadunidense, ao saber que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que iria a um evento nos Estados Unidos, provavelmente com intenções terroristas, já está abrindo trincheiras em todas as principais cidades, estocando água e alimentos e preparando-se para dias terríveis durante a guerra contra a Venezuela.

    O medo não se restringe à provável e ameaçadora presença de Maduro em solo norte-americano, acompanhado por um grupo de alarmantes diplomatas dispostos a tudo, inclusive assaltar e tomar Washington, mas às idéias de Simon Bolívar que os venezuelanos poderão disseminar entre a população norte-americana. Bolívar, segundo informes da famosa Companhia de Insurgência Absolutista (CIA) teria subversivos ideais, tais como: nações livres e independentes, tanto política como economicamente – e isso não é aceitável para os Estados Unidos, que sempre defenderam a dependência das demais nações às ordens norte-americanas.

    De qualquer maneira, o terror está instalado nos Estados Unidos. Todos temem todos e tudo, e espera-se para qualquer momento um maquiavélico e apavorante ataque bolivariano. Ninguém está seguro nas ruas e a taxa de criminalidade aumentou significativamente – embora muitos afirmem que isso é devido ao período de troca de estações, às más colheitas, iminente colapso do dólar ou à fabricação em série de assassinos.

    O replicante de Barack Obama não diz coisa com coisa e, quando diz, todos entendem o contrário. O país está entregue às especulações, principalmente na Bolsa, que sobe e desce diariamente e há quem afirme que Obama (o legítimo) fez muito bem em retirar-se para um lugar ignoto, aturdido pelo medo e pelos incessantes boatos que pretendem que a Venezuela invadirá os Estados Unidos em questão de horas. Aguardam-se os acontecimentos.

terça-feira, 17 de março de 2015

A OBEDIENTE DILMA E O FANTASMA DE TEMER




O mais interessante de toda aquela conversa das meninas da Globo News que se dizem especialistas em política foi uma referência a Michel Temer. Uma delas, não lembro qual (há diferenças?), disse que Temer deveria ter participado da reunião com Dilma, no Palácio da Alvorada, no domingo, 15, dia das manifestações da direita em todo o país. E acrescentou que Temer, o ilustre vice, é um grande jurista e uma pessoa que deveria ser sempre ouvida atentamente pela Presidente e seus ministros. Todos sabem que as manifestações visam o impeachment de Dilma e, caso isso acontecesse, quem assumiria seria o Temer. Ou o PMDB, aquele partido que nasceu durante a ditadura, junto com a ARENA, responsável pelo “Centrão” que evitou as eleições diretas e elegeu indiretamente Tancredo Neves, morto na véspera de sua posse dando espaço para o imortal José Sarney.

   Não se sabe se Temer aceitou participar da conspiração ou se é somente alguém que poderá ser usado e descartado pela Globo, da mesma maneira que fez com Fernando Collor. No entanto, a conspiradora Rede Globo, que já elegeu e demitiu um Presidente, através da farsa dos caras-pintadas, porque Collor não servia mais aos seus interesses e mostrava-se revoltado com a ingerência da Rede no seu governo, agora quer repetir a façanha. Decidiu que Dilma deve obedecer ou ser deposta e escolheu Temer como seu representante oficioso no Palácio do Planalto. Dilma prefere obedecer, provavelmente porque o fantasma de Temer a deixa apavorada: perdeu o rumo, não sabe mais a que partido pertence - PT ou PMDB – e há quem especule que poderá seguir o caminho de Marta Suplicy.

   Ao lado da Globo e participando ativamente da tentativa de golpe, a revista Veja, e seus comentaristas filhotes da ditadura, está orientando Dilma Roussef para que se afaste do PT, ou, mais precisamente, faça uma política voltada para os interesses dos banqueiros, das multinacionais e dos latifundiários. Ao mesmo tempo, incentiva a participação de Michel Temer no que chama de articulação política do Governo e elogia o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, obviamente monitorado por Washington, na sua tentativa de acabar com os benefícios sociais.

    Igualmente monitorados ou manipulados pelo seu Tio Sam, os manifestantes que escolheram o dia 15 de março – aniversário de 30 anos do fim da ditadura militar – para pedir o golpe e a volta da ditadura, insuflados pela Globo, Veja e demais aliados, acreditaram, certamente, que estariam reeditando a famosa “Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade” de 19 de março de 1964, que serviu de base de apoio para o militarismo fascista tomar o poder.

    João Goulart pretendia fazer a reforma agrária desapropriando terras numa faixa de dez quilômetros às margens de rodovias, ferrovias e barragens e transferindo para a União o controle de cinco refinarias de petróleo que operavam no país. Além disso, prometeu reformas de base, que consistiam numa série de mudanças administrativas, agrárias, financeiras e tributárias, incluindo o imposto sobre as grandes fortunas. Isso foi o suficiente para que empresários, latifundiários e todos aqueles que se sentiram atingidos em seus privilégios de classe instilassem o seu ódio contra o governo Jango, promovendo a “Marcha” que tentou justificar o golpe de estado. Os agentes das ditaduras falam muito em liberdade, só não explicam que se referem à liberdade para reprimir o povo, enquanto fazem seus negócios escusos acobertados pelos coturnos do fascismo.

    No entanto, há grandes diferenças entre o governo João Goulart e o governo Dilma. Aquele era um governo nacionalista que tentava promover profundas reformas sociais, enquanto o governo Dilma é meramente assistencialista, optou pelo neoliberalismo econômico, afasta-se gradativamente dos países que tentam a via socialista ou nacionalista – como Argentina, Venezuela, Uruguai, Bolívia e Equador -, segue a política internacional ditada pelos Estados Unidos e usa de corrupção para comprar os congressistas de partidos da direita, como PP e PMDB, que estão na política apenas para enriquecer.

    Quando, recentemente, apareceu a lista de Janot especificando as pessoas que se venderam para facilitar licitações de empresas ligadas à Petrobrás, a grande maioria dos 47 indiciados pertencia a partidos direitistas, como PP e PMDB, incluindo o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) e o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).

   Isso provocou uma onda de protestos dos “representantes do povo” indiciados e agora investigados por corrupção. Protestos que foram secundados pela Globo, pela Veja e demais meios de comunicação ligados aos centros de poder. Tentaram, e ainda tentam, explicar que os seus deputados e senadores não poderiam estar na lista dos corruptos, muito menos representar a grande maioria dos indiciados.

   A culpa seria toda do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que teria se equivocado, com certeza, ou é alguém que não pode ser persuadido que todo o Mal provêm da esquerda ou da centro-esquerda. Não sabe o ilustre procurador que a cor do Diabo é o vermelho? O ridículo e sempre suspeito Renan Calheiros esbravejou do seu trono senatorial. O absurdo Eduardo Cunha, bonequinho fabricado para se opor ao governo (quem sabe a Dilma é deposta, o Temer adoece e sobra o governo pra ele?), fez e continua a fazer longos discursos sobre a sua inocência.

    Alguns dias depois do surgimento da lista que apavorou políticos e corruptos assemelhados aconteceram as manifestações anti-Dilma. Apesar de ser domingo, dia oficial do descanso, toda a classe média alta compareceu, levando amigos e agregados. Ora, a classe média alta supostamente é formada por pessoas esclarecidas que tiveram a oportunidade de estudar em bons colégios e universidades, ao contrário do povo, que nunca recebeu qualquer oportunidade, e acreditava-se que iriam protestar contra os corruptos da lista de Janot, mas amigo de verdade não trai amigo. O alvo era a Dilma e, por tabela, o PT.

    Também xingaram o bolivarianismo, a Cristina Fernández de Kirchner, o Nicolás Maduro e até o Pútin. Os mais entusiasmados eram a favor das novelas, do Fantástico, do BBB, das piadas do Jô e da eternização do Carnaval. Aplaudiram muito os nomes de Obama, Ângela Merkel, Netaniahu... Lembraram, saudosos, os generais Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel e Figueiredo. Ouviram-se discursos a favor da censura, das perseguições, das torturas e dos assassinatos da época da ditadura militar. Inclusive, cerca de vinte fascistas explícitos que portavam bombas e outros objetos belicosos foram presos pela polícia, dedurados por aqueles que ainda preferem permanecer implícitos. Todos vestiam roupas novas muito vistosas. Uma festa da democracia. 

    Na noite daquele domingo, as amestradas meninas da Globo (e também os meninos) disseram que a Dilma deveria pedir desculpas, assumir que é a culpada por todos os problemas brasileiros e, quem sabe, arrumar as malas e deixar o governo para o Temer. Ou para o Eduardo Cunha. Ou para as famílias Abravanel, Bloch, Civita, Mesquita, Frias, Levy, Marinho, Saad...

     E a triste verdade é que a temerosa Dilma continua obedecendo às ordens da reação. Se ela fosse Getúlio não teria se suicidado, mas renunciado e fugido para bem longe; se fosse Jango não teria fugido em 1964, mas antes, talvez em 1962. 

    Por sorte do povo brasileiro, não era uma Dilma, e sim Getúlio Vargas o Presidente em 1954, quando preferiu o suicídio a aceitar entregar o país para as multinacionais. O povo ficou órfão, mas continuou lutando. Para honra da nossa memória, era João Goulart, e não uma Dilma, o Presidente em 1964. Jango teve suas razões para fugir: não sacrificar o povo em uma guerra civil. Antes disso, porém, fez o possível para fazer do Brasil um país digno e independente. Dilma não quer agir ou fugir: prefere a obediência. O que não é nada bonito. Na verdade, é uma forma de servilismo e quem muito se curva... Quebra a espinha, não é assim?
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