sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O ANO DOS ABSURDOS




Tão absurdo o ano de 2016 que, ao final do ano, em 20 de dezembro, caiu neve no deserto do Saara. Cerca de dois meses antes, em 30 de outubro, o deserto de Atacama, no Chile, amanheceu coberto por um tapete de flores roxas. Videntes do mundo inteiro disseram que eram sinais dos tempos e líderes daquelas religiões malafaicas asseveraram que Jesus está chegando e que já iam abrir a porta para o Reino do Senhor. E foram cobrar seus dízimos. 

   Em 2016, aquela coisa que tem o nome de Michel Temer e que trabalha para as multinacionais e para o governo dos Estados Unidos, usurpou o poder da dona Dilma com o apoio do Santo dos Santos, Moro, o Intocável, e decidiu que o Brasil não serve para os brasileiros. Em seguida, ajudado pelo despudorado Judiciário e o vendido Congresso Nacional, deu-se ao trabalho de destruir o país. E, absurdamente, não encontrou a menor resistência. Os líderes da CUT e demais centrais sindicais concordaram bovinamente com a retirada dos direitos dos trabalhadores, desde que lhes deixassem os IPhones e o Domingão do Faustão. 

   Em 2016, o país que se diz a maior potência do mundo, os Estados Unidos da América, foi derrotado fragorosamente na Síria e no Iraque, está perdendo, gradativamente, a sua influência na Europa e foi definitivamente desmascarado por apoiar o terrorismo no mundo inteiro. De quebra, está sendo desafiado pela China, e, pior ainda, constantemente escarnecido pela pequena Coréia do Norte. Ao encerrar o seu mandato, na impossibilidade de provocar uma guerra atômica Obama resolveu afrontar a Rússia e foi chamado de pato manco e tudo indica que sairá batendo as portas. Do banheiro. 

   Absurdamente, em 2016 muitas têm sido as piadas sobre o golpe, ou sobre as sucessões de golpes contra o povo, revelando a criatividade do povo brasileiro e, também a sua falta de espírito de luta. É claro que houve muitas manifestações, mas as mais marcantes foram os escrachos a políticos golpistas. Outras piadas também aconteceram: a mais absurda foi daquele grupo que deu flores aos policiais repressores e recebeu spray de pimenta na cara. 

   Em 2016, os que se dizem progressistas ou “de esquerda”, e que odeiam o marxismo, aquela turma maçônica do Tarso e Cia. disseram insistentemente que não tem importância, que tudo passa, tudo passará, 2018 está logo ali ao dobrar da esquina, ano em que Lula voltará eleito Presidente nos braços do povo, e tudo será como antes no país dos iludidos: Moro irá para os Estados Unidos, seu país de adoção, o Congresso terá representantes honestos, o STF não interferirá nos outros dois poderes e, quem sabe até, Temer consinta em ser vice do Lula para que possa preparar novo golpe. E o absurdo e cabisbaixo povo brasileiro quer acreditar em contos de fada.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A ESQUERDA APÁTICA




Aqueles que propõem o parlamentarismo como solução política, ou, ao menos, o caduco sistema representativo, fazem de tudo para desviar dos pobres de espírito o verdadeiro sentido do golpe de Estado em andamento. Porque é um golpe em andamento, ou mais uma etapa do golpe iniciado em 1954, com o assassínio ou suicídio de Getúlio Vargas, continuando em 1962 com a renúncia de Jânio Quadros e tendo o seu momento de retirada das máscaras em 1964 com a tomada do poder pelos militares. 

   O regime militar tornou-se obsoleto e ultrapassado no final dos anos 1980, quando houve passeatas pela volta das eleições diretas, momentos devidamente midiatizados pela Globo & Cia e que levaram à “pacificação” nacional depois de votada a nova Constituição. 

   Um golpe que recomeçou a sua trajetória em 2013, com as manifestações da direita, passou pelo início do segundo mandato absolutamente entreguista de Dilma e pareceu culminar com a deposição da Presidente e a usurpação do poder por Michel Temer, com o apoio do vendido Congresso e do $TF. 

   A todas essas a esquerda preferida da direita protesta com discursos vazios e documentos devidamente rubricados e selados, protocolados no Balcão dos Canalhas, e dá-se por satisfeita enquanto acena com o circo das eleições que dizem ser sinônimo da democracia deles, e não do povo incessantemente ludibriado.  

   Uma esquerda esgotada pela falta de objetivos, de propostas, de verdadeiros projetos sociais e que prefere os conchavos, os acordos, as sociedades privadas, os murmúrios esotéricos, o samba do crioulo doido, a casa de Irene, a traição ao povo do qual só deseja votos. 

   E fica-se a perguntar se, além da direita fascista e entreguista, esfaimada por poder, esse tipo de esquerda, carente de conhecimento, de orientação ideológica, oriunda de uma classe média que um dia deteve o poder e o deixou escapar por absoluta incompetência e desvairado deslumbramento, por suas ações e omissões não se constitui também em inimigo das classes oprimidas. 

   Acreditava-se, inclusive, que a sucessão de golpes contra o povo acabaria por acordar esses defensores do submundo da democracia, saltimbancos eleitoreiros, palhaços representantes de falidas instituições, hóspedes de uma utopia idealista apodrecida nos seus etéreos alicerces. 

   De nada tem adiantado. Por mais que levem na cabeça preferem abaixá-la e olhar para os pés envoltos em pantanoso lodaçal de idéias capengas. Aderiram à cultura pasteurizada feita sob encomenda para os muito pálidos e eternamente nauseados. Morreram e, aos poucos, por ausência de sangue, ficarão mumificados.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

ELES





Perderam totalmente a vergonha, já não escondem mais que formam uma quadrilha, admitem o golpe em andamento como algo pertencente à própria natureza dos golpistas que desejam do povo apenas o sangue escravo, do país as riquezas para barganhar. 

   Deixaram-se levar pelo entusiasmo dos que não enfrentam qualquer oposição, pois não se pode chamar de oposição aquele grupo do PT e do PCdoB e mais alguns de outros partidos, aqui e ali, que escolheram o caminho parlamentar e acabaram se conformando com a mediocridade dos amansados. 

  Extasiaram-se com o poder conquistado tão facilmente, vez que outra mandam a sua polícia dementada torturar o povo que sai às ruas ensandecido pelos diários estupros sofridos por um governo que é filial de governos estrangeiros, por um Congresso que não representa mais ninguém, exceto os riquíssimos grupos de poder, por um Judiciário claramente vendido ao retrocesso da democracia, representado por um $TF que envergonharia qualquer nação soberana. 

  Sabem que o povo, em sua maioria, está anestesiado, tornado em gado para o abate, obediente aos ditames de um jornalismo viciado em mentiras e distorções, especialista em manipular emoções. 

   Acreditam no poder do fraudulento voto virtual que elege bolsonaros, tiriricas e aécios brancos de cafungada neve, para a perpetuação dos vermes que desejam transformar o Brasil em imenso prostíbulo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CUBA!





No dia 26 de novembro de 1956, o iate Granma, com capacidade para 25 pessoas, partiu do México e efetuou uma travessia de dois mil quilômetros até Cuba, transportando 82 homens, além de 2 canhões, 35 fuzis com mira telescópica, 55 fuzis de assalto, 3 metralhadoras, 50 pistolas, munições e mantimentos. 

   Tudo se perdeu na chegada à ilha. Enfrentando tempestades e sendo atacados pelas tropas de Fulgêncio Batista, escaparam somente 16 guerrilheiros, entre eles, Fidel Castro, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e Raúl Castro. Iniciava-se a revolução cubana com um punhado de homens quase desarmados e sem mantimentos. Refugiaram-se na Sierra Maestra e ali começou a luta com o apoio do Movimento 26 de Julho (mais tarde Partido Comunista Cubano) e, principalmente, do povo cubano. Em 1959 a revolução cubana foi vitoriosa. 

    60 anos depois, Fidel Castro inicia uma jornada para a revolução da eternidade. Cuba fica órfã daquele que conseguiu restituir-lhe a dignidade. A partir de 1959, Cuba teve quatro presidentes da República: Manuel Urrutia, de janeiro de 1959 a julho de 1959; Osvaldo Dorticós, de julho de 1959 a 1975; Fidel Castro, de 1976 a 2006 e Raúl Castro, desde 2006. 

   Antes da revolução, Cuba era o paraíso das multinacionais, dos empresários e banqueiros. Lembrava o Brasil de hoje: o quintal favorito dos Estados Unidos. Após a revolução, paulatinamente o povo foi readquirindo os seus direitos. Fez-se a reforma agrária e a reforma urbana, o sistema de ensino é gratuito desde o primeiro ano e até a formação universitária; a saúde é gratuita em todos os postos e hospitais; todos têm emprego e moradia, o nível de alfabetização é o maior das Américas, restando somente 4% de analfabetos. 

  A Cuba de Fidel ajudou os movimentos independentistas não só na América Latina, como na África, notadamente Angola e Moçambique. Certa vez, perguntado por um jornalista estrangeiro sobre quais eram as riquezas de Cuba, Fidel respondeu que a principal riqueza cubana é o seu povo. 

   Médicos cubanos estão em todos os lugares do mundo, a medicina de Cuba provavelmente seja a mais respeitada do mundo. Foi o primeiro país a descobrir a vacina contra a hepatite C e contra o câncer de pulmão; o primeiro país a bloquear o HIV, através de vacinas que imunizam filhos de portadores da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.  

    Cuba é uma potência em todos os esportes, com a exceção, talvez do futebol: os cubanos preferem jogar xadrez. Cuba desenvolveu-se em todos os setores, não somente na ciência, na educação e nos esportes. As artes, em Cuba, são uma referência para aqueles que desejam luz, mais luz. Apesar do bloqueio econômico promovido pelos invejosos países capitalistas, Cuba é livre. Morreu Fidel, viva Cuba!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

FIDEL!




A guerrilha cubana dividia-se em três colunas: uma liderada por Fidel, outra tendo à frente Camilo Cienfuegos e a terceira comandada por Che Guevara; cada uma delas com cerca de 50 combatentes. Em meio ao fogo do exército dos bolsonaros cubanos, um militante chegou para Fidel e disse: “Comandante, estamos cercados! O inimigo tem 1500 soldados, mais tanques e apoio da aviação, e nós somos somente 150”. Fidel respondeu: “Traga todos para cá”. Reunidos os guerrilheiros, Fidel falou: “Companheiros, o inimigo nos cercou com 1500 soldados, mais aviação e blindados, e nós somos 150 guerreiros. Não os deixem escapar!”


   Não os deixem escapar.
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