sábado, 16 de outubro de 2010

HÚMUS






Quando o último predador imobiliário
Em sua vontade louca de escalpelar jibóias e jacarés
E abrir estradas para os imensos mausoléus

Tentar

Com seu retinir de dólares e miçangas
E espelhos e quinquilharias e putas francesas
Mesmo que arcaicas em suas virtudes de bordel

Tentar

Com sua voz de pós-geração uísque
O principal corrupto da república do Brasil
A fazer-se presente em toda sua corruptibilidade
Em sua versatilidade pragmática...

Talvez

O eco estéril das jovens planícies
Forçadas à juventude das cinzas,
O húmus que os humanos não puderam
Ainda cimentar detenha a morte súbita,
Perplexa, contida no incontido nêutron
E seu poder sísmico
De anulação de sêmens e primaveras

Com a única satisfação de perpetuar-se inconsciente
Em caótica ilusão
Último refúgio de todos os eus
Ingênua rebeldia desnudada
Suprema egolatria imersa em sonhos.

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