quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CINZAS DA TERRA


Estranha Idade Média
Feita de chips e discos rígidos
E improvisada sabedoria binária.

Clonados palimpsestos
Em laboratórios alquímicos
Revelam novos seres
E novo beber místico
Em águas metálicas.

Choram os humanos que restaram,
Ao se lembrarem de si mesmos,
De seu antigo sentir e pensar
E de árvores e plantas orgânicas
E de pedras que não se desfazem
Como bolhas ao desejar do toque,
Ávido por sentir, e rios
Onde corria a água originária,
Encobrindo multitudinária fauna
Ensandecida pelo prazer da vida
E do viver.

Estranha, tortuosa, trevosa
Idade Média
Dos plácidos homens de plástico
E de mulheres virtuais

... Onde não há por do sol
E a Lua é um antigo mito
Narrado na eterna noite
Provocada pelas cinzas da Terra.

Um comentário:

  1. Linda poesia! Que a terra não vire cinzas! Parabéns!
    Lidia.

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