terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A ÚNICA CERTEZA

a única certeza
é aceitar
cada segundo
como perpétuo único





segundo
como primeiro último
segundo

aceita correnteza
carregar
os remoinhos a espuma
do próprio dorso líquido
e os espumantes remoinhos
de outros dorsos
que perderam o dom de correnteza

aceita correnteza
carregar
fluir a herdada carga
até o mar
e transformar-se em maresia
e esperar
a próxima maré

a única certeza
é maré
repouso à correnteza

ouvir o vagaroso avolumar-se
do murmúrio imensurável
entregar-se ao pressentido inevitável
sem debater-se em equívocos repuxos

e ir ao encontro
do mais profundo dos profundos

eternal agitação, perfeita calma.

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