terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ENCOBRINDO OSSOS E CAVEIRAS


A naturalidade dos corruptos
Sorriso sarcástico
Lábios soltos
Mãos gulosas rápidas furtivas
Um desejar intenso de prazeres
A imoralidade do olhar cúpido
Estreitos caminhos
A vaguear
Na mente métrica rasteira
Tardas pernas claudicantes
A tropeçar na própria sombra
Fugidia
Anulando-se no destino pó

A impassibilidade dos juízes
Em suas extensas monografias
Frias e pegajosas
No apresentar de razões entorpecedoras
Cáusticos cavilosos corcundas
Transparecendo em vestes negras
Luzidias
Encobrindo ossos e caveiras
Mumificadas
No fastio das palavras de poder apodrecidas
Pela perfeita sentença do tempo

A crença dos candidatos
Nas próprias promessas sorridentes
Torpes mansas aliciantes
Aos famélicos seguidores
Desejosos de saciar com milagres
A devastadora insônia dos aflitos
Nas palafitas que fogem da pestilência
Nas redes que escondem a morte
E no acreditar na eternidade
Mesmo que imperfeita

O desdenhar dos corruptos
Sempre tropeçando em suas perfídias
Que pensam perfeitas
E esquivas

A suficiência dos juízes
Entregues às palavras mortas
De sua cega justiça incolor
E asfixiante

A ufana certeza dos candidatos
No vazio das palavras ocas plásticas inertes
A inebriar a miséria dos famintos
E escravizados

Um comentário:

  1. Estranho que uma poesia fale de tanta sordidez. Mas eles estão aí para atestar a corrupção e falta de tudo que forma uma sociedade de bem, que se dissemina aqui e acolá. Parabéns!
    Lidia.

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