quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A ERA DA MEGERA





Quando chegar a Era da Megera
E a densa noite encobrir o dia;
Quando sumir do peito a galhardia
E a vida se tornar em longa espera...

Quando o Sol, que tudo regenera,
Vir desfazer-se em pó e melancolia,
Como se em passe negro de magia,
Matas e rios e a desditosa fera...

Estranho fado a encobrir, febril,
O que milênios de amor e emoção
Criaram, um dia, a terra do Brasil.

Quando, mendigo, então chorar o chão
E o que foi belo transformar-se em vil,
Só restará memória e solidão.

Um comentário:

  1. Belo soneto! Parabéns! (Tomara que a Hora da Megera custe a chegar).
    Lidia.

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