Somos atores nesta noite insóbria,
Buscamos rimas pra contar esnóbias.
Somos farsantes em escuso instante,
Criamos bardos de bufões galantes.
Somos escravos e o escravo sonho
Nos leva a ver gigantes em moinhos.
Os olhos cavos a buscar caminho
Em meio a versos tardos e sozinhos.
Pede bis a platéia delirante
À espera que o insólito mutante
Imobilize-se a seus olhos mórbios,
Excluzivize-se a seu pensar próbio.
Somos amantes profanos desta noite
Que sabemos tão dentro e tão distante.
(E quando cai a noite, a massa uivante
Dilui-se em solidão sonambulante).
Linda poesia! Parabéns!
ResponderExcluir