Desde que a Globo, a Reuters, a CNN e o New York
Times disseram que Trump é mau, muito mau, todos passaram a criticar o coitado
do bilionário. Fala-se em impeachment antecipado, advogam-se golpes de Estado e
há quem proponha a solução mais simples e muito comum naquele país do norte das
Américas: o assassinato. Afinal, se mataram outros presidentes, por que não o
Trump?
Acusam-no de querer construir um muro separando o
México dos Estados Unidos. No entanto o muro já existe, e desde 1994. A
desculpa é evitar a imigração ilegal daqueles mexicanos que desejam lavar
pratos para os seus patrões e ganhar em dólares. Nenhum deles pensa em se
revoltar contra o entreguista governo mexicano; nenhum deles quer participar
das guerrilhas, nem mesmo da sub-guerrilha quase zapatista do subcomandante
Marcos; nenhum deles pretende lutar pela libertação do seu país. Não. Querem
fazer faxina nos Estados Unidos. E o muro foi erguido ainda na administração
Bush justamente para evitar essa faxina. Tem mais de um quilômetro de extensão.
O que o Trump deseja fazer? Colocar novos tijolos? Cortem-lhe a cabeça!
Dizem que o Trump é mau, muito mau, porque pretende
deportar o que chama de “imigrantes criminosos”. Mas os imigrantes já estão
sendo expulsos dos Estados Unidos há séculos, sejam ou não criminosos. E agora,
com as guerras na Síria e no Iraque – guerras provocadas pelos próprios Estados
Unidos e seus comparsas – milhões de árabes que fogem da desolação estão sendo
encarcerados em verdadeiros campos de concentração, em diversos lugares da
Europa.
Afirmam que o Trump, além de mau, muito mau, é
estúpido, muito estúpido. É claro que sim. Trump é o mais legítimo
representante dos estadunidenses, em décadas, talvez em séculos. Exala
estupidez por todos os poros, assim como todos, ou quase todos os
norte-americanos. É declaradamente misógino, racista, homofóbico, e tem ainda
outras fobias não declaradas. Como todos, ou quase todos, os norte-americanos.
Mas tem uma vantagem sobre o Obama: não é
hipócrita. Obama, depois de eleito, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e foi destruir
a Líbia, de Kadafi. Em seguida, e com o apoio da mídia, foi derrubando governo
por governo do norte da África e do Oriente Médio. Parou na Síria. Ou foi
parado pela Rússia. Então, resolveu declarar guerra à Rússia, contando com o
apoio da OTAN - o seu exército particular. Cercou a Rússia com 19 bases
militares nos países fronteiriços e pensou que venceria facilmente por
estrangulamento. A Rússia contra-atacou na Síria e está ajudando o exército
sírio a dizimar os mercenários dos Estados Unidos.
Falava-se até em III Guerra Mundial, com direito a
lançamento de ogivas nucleares, quando houve as eleições presidenciais nos
Estados Unidos. De um lado, Hillary Clinton, a secretária de Estado do governo
Obama, prometendo uma linda guerra no caso de ser eleita; de outro, o estúpido
e mau Trump a dizer que a guerra não lhe interessa; que os Estados Unidos devem
livrar-se dos terroristas, no Oriente Médio e em todos os lugares, parar de
brigar com a Rússia e com outros países, como a Coréia do Norte e a China, e
tentar reerguer o seu país, quase falido com tantas guerras.
Trump chegou ao máximo descalabro de ameaçar
retirar os Estados Unidos da OTAN. Afinal, a OTAN, segundo ele, depende quase
exclusivamente dos Estados Unidos, os países que a compõem contribuem com
percentagens mínimas para a obsoleta máquina de guerra. Ainda mais: Trump disse
que al-Assad, o presidente da Síria, é uma pessoa séria com quem se pode
conversar, enquanto os terroristas e mercenários contratados e enviados para
aquele país, na tentativa de derrubar o governo, são desconhecidos.
Trump é um negociante, e sabe que as guerras são
péssimas para os negócios. O mais das vezes, guerras são investimentos a fundo
perdido e sem prazo de validade, e com adversários tão fortes como Rússia e
China a possibilidade de retorno ou de algum lucro é quase nula. Trump sabe que
se houver nova guerra mundial os papéis em todas as bolsas perdem o seu valor
da noite para o dia, e a sua riqueza afunda. Então, a paz. Uma paz fingida, mas
paz. Se não é possível conquistar o mundo inteiro, como desejava Obama e seus
antecessores, divide-se o mundo em zonas de influência - e vamos aos negócios!
Estas, resumidamente, são algumas das idéias de
Trump, que estão apavorando o establishment
mundial e que representam uma guinada de 180 graus na política externa dos
Estados Unidos. E essas idéias são a razão principal da campanha contra Trump,
mesmo depois de eleito. Dificilmente conseguirá colocá-las em prática, pois
terá contra si o peso de um sistema que prometeu a si mesmo o domínio global e
que agora se vê sustado em suas intenções monopolistas. Mas, pelo menos de
momento, a guerra foi postergada. A não ser que Obama prefira provocar a
guerra, evitando indefinidamente a posse de Trump.
O que não é impossível nem improvável. O sistema
capitalista tem sobrevivido graças às contínuas guerras. Guerras coloniais,
guerras para redesenhar o mundo, guerras para invadir países insubordinados,
guerras para roubar as riquezas de todos os países. Guerras. Sem elas o
capitalismo desmorona. Dar uma chance à paz é dar uma chance ao socialismo.
Obama é um genocida. Seu governo caracteriza-se por
guerras e invasões que provocaram milhares de mortos, mas é considerado muito
bonzinho pela mídia vendida. A secretária de Estado Hillary Clinton é uma louca
desvairada e principal candidata ao prêmio de Besta do Apocalipse. Em duas
cartas vazadas pelo Wikileaks, entre tantas outras, ela se compromete a ajudar
Israel em suas atrocidades contra o povo palestino, dizendo que “se for
necessário matar 200 mil em Gaza, que assim seja”.
Dizem que Trump acabará se curvando aos interesses
do capital financeiro internacional, à indústria bélica, ao FBI, à CIA, à
Maçonaria, ao Clube Bilderberg, à toda a máfia capitalista, e promoverá novas
guerras ou será morto. É mais do que provável, quase certo. Mas, por enquanto,
ainda respiramos.
Ótima análise Então O chamado louco Trump seria a solução momentanea.
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