“O quilo do tomate está C$6,50 o quilo”, reclamou Silvio Antônio no seu programa “Ronda Gaúcha” da Rádio Cultura de Bagé, em 11 de junho de 2013. O melhor programa de música gaúcha destes pagos, principalmente se levarmos em conta que o radialista não se esquiva de dizer algumas verdades, como acontece em outros programas do gênero, e tem bom gosto musical, entremeando milongas com boas vaneiras e chamamés, uma que outra vez uma rancheira e evitando aquele ritmo choroso que alguns chamam de “nhé-nhéc” e que fez a glória de alguns compositores de tacanha inspiração.
Não só o quilo do tomate. Tudo está mais caro. Ficou muito difícil viver neste país. Não somente aqui na República Rio-Grandense, dominada por pelegos ligados a Brasília. Também no restante da República Federativa do Brasil, que é, na verdade, a república do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais & estados associados. Ou escravizados.
O Governo mente uma inflação de 6% quando todos percebem que está mais de 30%. E subindo. É um governo debochado, que condena e não prende e, quando prende, paga ao prisioneiro, atribuindo implicitamente a culpa da prisão, ou do crime que levou à prisão, ao Estado.
“Enquanto os garis “ralam” por salários modestos, sem eles voltariam as pestes medievais, o auxilio reclusão mensal – livre de descontos para o INSS e Imposto de Renda – está em torno de R$ 1.000,00 (um mil reais). Ao delinquir, os “beneficiários”, por lei, recebem a ajuda. O Brasil é o único país onde cometer crime gera direitos. Direito a receber auxílio reclusão” – escreveu o jornalista Mario Sussmann, em 24 de maio no Em Tempo On-Line. E o dinheiro é nosso, dos impostos que pagamos, direta ou indiretamente, ao Governo que tem o despudor de exibir um Impostômetro.
Pagamos impostos em cada tomate consumido para o Governo construir estádios que custam 20 bilhões de reais. Eles têm o dinheiro e a polícia, que costuma ser cega, muda e surda e ataca manifestantes que reclamam direitos. Verdadeiros robôs fardados. Este é o Brasil que já foi pra frente e um dia voltou sobre seus passos para instituir a ditadura civil dos debochados. E chamam isso de democracia.
“Temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com partidos que nos representam no Congresso. Nem tampouco esses partidos e seus lideres tem interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder” – disse o presidente do STF, Joaquim Barbosa. Os políticos profissionais se sentiram ofendidos, mas é mentira? Qual a diferença entre PT, PSDB e outros pês? Talvez a sigla.
"Somos o único caso de democracia no mundo que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram. Somos o único caso de democracia no mundo em que as decisões do Supremo Tribunal podem ser mudadas por condenados. Somos o único caso de democracia no mundo em que deputados após condenados assumem cargos e afrontam o Judiciário. Somos o único caso de democracia no mundo em que, é possível, que condenados façam seus habeas corpus, ou legislem para mudar a lei e serem libertos." – afirmou Joaquim Barbosa sobre as tentativas do Congresso Nacional de controlar o Judiciário.
Talvez sejamos o único país que se diz democrático cujo povo joga as suas últimas esperanças na honesta sinceridade de um juiz de direito. E em mais ninguém. Um povo que se acostumou a ser tutelado e deseja um salvador da pátria.
Silvio Antônio diz que a erva-mate que ele toma está custando em torno de dez reais o quilo, porque está escrito no rótulo que é orgânica, não contém elementos transgênicos. Talvez.
Na Hungria, o governo resolveu queimar todas as plantações feitas com sementes transgênicas da Monsanto. Você não vai encontrar essa informação na mídia que se diz “livre” e está presa a todas essas multinacionais, incluindo, provavelmente, a Monsanto. É uma imprensa livre para desinformar. Clique no site operamundi.uol.com.br, busque “Hungria” e encontrará: “A Hungria decidiu eliminar todas as plantações feitas com sementes transgênicas da Monsanto. De acordo com o ministro do Desenvolvimento Rural, Lajos Bognar, foram queimados nesta semana cerca de 500 hectares das lavouras de milho – equivalente a cinco milhões de metros quadrados. A intenção é que o país não tenha nenhum fruto com origem de material geneticamente modificado”. Não se surpreenda. Alguns países deste mundo ainda têm povos dignos.
Sabem sobre as grandes manifestações na Grécia, em Portugal, na Espanha, ocasionalmente Irlanda, Itália e França? Não? Entendo. A auto-intitulada grande imprensa deixou de noticiar a respeito. Não é bom para os negócios. Deles. O nosso povo não é massificado: é futebolizado, novelizado e adora receber mesadas para votar em corruptos.
“Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, diz o hino da desprezada e tripudiada República Rio-Grandense que planta milhares de hectares de produtos transgênicos.
Não todo o povo desta república. Um pequeno grupo de fazendeiros, também autores conscientes da desertificação do solo. Chimangos da pior espécie, que chamam o país dos gaúchos de província - vejam só! A maior parte desta nação ainda acredita no respeito, no amor à pátria, nas tradições, no orgulho próprio do gaúcho. Em valores que não tem preço. A maior parte. Não temos culpa se, vez por outra, surgem “duplas sertanejas” por aqui. Ou “rock gaudério”. Entendemos que é gente sem raízes que quer ganhar dinheiro e fazemos gosto se eles se desenraizarem de vez. São como sementes híbridas transgênicas.
Os que desejam a terra para os seus legítimos donos e não se rendem, não aceitam qualquer esmola e vão à luta como os indígenas, estão sendo massacrados. E isto a imprensa dos latifundiários não veicula.
Um documento encontrado em meio ao acervo do Museu do Indio, com mais de 7.000 páginas, descreve episódios de assassinatos em massa, abuso sexual, escravidão e roubo de terras contra tribos do norte do país. Nos anos ‘60. Na época da elaboração do relatório, 134 funcionários do antigo Serviço de Proteção ao Indio (hoje FUNAI) foram acusados de mais de 1.000 crimes, e 38 foram demitidos. Nenhum deles foi preso.
Isso se passou a mais de 40 anos e o relatório foi encaminhado para a risível Comissão da Verdade, que está se especializando em coletar documentos e pertence, em sua maioria, ao governo que hoje faz o possível para acabar com o que restou dos índios no Brasil, principalmente através da mineração e da construção de reservas hidrelétricas em terras indígenas.
Os assassinatos de indígenas – de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – cresceu 269% nos governos Lula e Dilma, em relação ao governo de oito anos de Fernando Henrique Cardoso. No governo FHC foram registrados 167 assassinatos de indígenas, média de 20,8 mortes por ano. No governo Lula, o número aumentou para 452 assassinatos, 56,5 em média por ano, ou crescimento de 271%. No primeiro ano do governo Dilma foram assassinados 51 indígenas e em 2012 mais 57 mortes. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, média de 54 mortes por ano, próxima aos oito anos do governo Lula e superior ao governo de FHC em 260%.
É um governo debochado que constrói Belo Monte e outras indústrias da morte e se diz muito preocupado com a miséria do povo. Dilma, que acrescentou ao seu ‘dilmês’ as palavras, ‘negocial’ e ‘negociais’, sobre a morte do índio terena Oziel Gabriel saiu-se com a brilhante frase: “Sabemos o erro que foi essa desgraça dessa morte desse companheiro terena”. Matar índio é um erro; matar branco é crime. Para “negociar” com os índios ela envia a polícia e a Força Nacional. O extremo do deboche.
Por aqui, fronteira com o Uruguai, depois de quase treze anos (treze!) de brincadeiras com o povo, promessas eleitoreiras que incluem a construção de mais uma barragem para o povo desta terra que sofre com a seca desde que transformaram as verdes coxilhas em reconhecido deserto verde, a Polícia Federal finalmente está agindo. Fraudes nas licitações das empresas construtoras da barragem. Parou o que já estava parado e adivinhem se vão achar algum culpado...
Debochado mesmo! Fico indignada a cada minuto com tanta arbitrariedade, roubo e descaso, principalmente quanto à população pobre e(ou) miserável. deste nosso imenso e rico país para poucos. Muito poucos. Ótima matéria!
ResponderExcluirDebochado mesmo! Fico indignada a cada minuto com tanta arbitrariedade, roubo e descaso, principalmente quanto à população pobre e(ou) miserável. deste nosso imenso e rico país para poucos. Muito poucos. Ótima matéria!
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