O caça
F-16 armado com mísseis ar-ar que derrubou o caça-bombardeiro russo Su-24, que
estava desarmado, partiu da Turquia, mas o seu piloto era turco ou
estadunidense? A força da Turquia reside no apoio dos Estados Unidos que somente
este ano enviaram muitos caças F-16 e F-15 para a base aérea de Incirlik, a
alguns segundos de vôo da fronteira com a Síria. Também em Incirlik calcula-se
que existam cerca de 90 bombas nucleares B-61, que poderiam ser jogadas facilmente
sobre os sírios ou iranianos, não fosse a instalação dos mísseis S-400 da
Rússia, que agora supostamente protegem todo o território sírio, e os mísseis
S-300 que protegem o Irã contra as veleidades bélicas da OTAN.
Falar-se
em Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Oriente Médio é um
absurdo. Ou um eufemismo. A Turquia, por exemplo, que pertence àquela
organização, tem acesso ao mar Negro e ao Mediterrâneo, mas está longe do
oceano Atlântico. E, no entanto, possui o segundo maior exército da OTAN, calculado
em mais de 400.000 soldados. Sua marinha está bem equipada, com seis
submarinos, corvetas, fragatas, navios de assalto e – o mais importante – o
apoio incondicional da marinha de guerra dos Estados Unidos. No dia 5 de
novembro, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia anunciou que o
destróier USS Donald Cook e outros navios de guerra norte-americanos estarão
sempre no leste do mar Mediterrâneo para proteger a Turquia.
Proteger
de quem? Não do aliado Estado Islâmico, que poderia ser rebatizado para Estado
Islâmico da Turquia, do Qatar, da Jordânia e da Arábia Saudita Sob Proteção dos
Estados Unidos e de Israel. Na mesma ocasião (05/11/2015), a representante do
Departamento de Estado dos Estados Unidos, Laura Seal, comunicou que jatos
F-15C se juntariam a cerca de uma dúzia de jatos A-10S na base aérea de
Incirlik, na Turquia. “Eu não disse que não era motivado pela Rússia”, declarou
Laura Seal ao Daily Beast, quando também falou que o reforço aéreo
estadunidense serviria para garantir a segurança de aeronaves turcas.
O
IMPÉRIO TURCO-OTOMANO
A
Turquia é a ponta-de-lança dos Estados Unidos contra Irã e Síria. E contra a
Rússia. Localizada entre a Europa e a Ásia, com o seu território ocupando toda
a península da Anatólia e se estendendo pela Trácia Oriental, no sudeste da
Europa, provavelmente é o país melhor localizado estrategicamente. Constantinopla,
hoje Istambul, foi a capital do Império Romano do Oriente, ou Império
Bizantino, de 395 d.C. a 1453, quando foi tomada pelos turcos.
O
Império Otomano (fundado por Otman, de onde deriva o nome ‘otomano’)
compreendia a Anatólia, o Oriente Médio, parte do norte da África e do sudeste
europeu. O seu território abrangia uma área de cinco milhões de quilômetros
quadrados e estendia-se desce cerca do estreito de Gibraltar, a oeste, ao mar
Cáspio e ao golfo Pérsico, a leste, e desde as fronteiras com a Áustria e Eslovênia,
no norte, ao Sudão e Iêmen, no sul. Com a seqüência de guerras, principalmente
contra os russos, foi perdendo territórios até acabar o Império Otomano, e hoje
se restringe à República da Turquia, dominada e manipulada pelos Estados Unidos
e pela OTAN.
Antes
disso, muito antes, onde hoje se situa o sítio arqueológico de Hisarlik, na
Anatólia, a concordarmos com Homero e com o arqueólogo alemão Heinrich
Schliemann aquela foi a região da lendária Tróia, assediada pelos aqueus
durante dez anos e finalmente conquistada graças aos ardis de Odisseu. Também
foi a terra do império Hitita, dos trácios, dos frígios e dos lídios, até ser
conquistada pelos romanos e, posteriormente, pelos turcos otomanos. A capital
Constantinopla permaneceu capital do Império Otomano até a dissolução do
império, em 1922, e foi oficialmente renomeada Istambul pela República da
Turquia, em1930. Hoje, a capital é Ancara, com mais de quatro milhões de
habitantes, e Istambul – a maior cidade do país - tornou-se uma referência
histórica que atrai milhares de turistas anualmente.
E
desde aquela época, com um pé na Ásia e outro na Europa, os sucessivos governos
turcos seguem uma política ambígua, em geral unindo-se ao bloco político
aparentemente mais forte. Durante a Segunda Guerra Mundial a Turquia
declarou-se neutra até 1945 quando, verificada a derrota do Eixo, uniu-se aos
vencedores.
Graças
à sua posição geográfica, a Turquia exerceu uma função preponderante na
diplomacia com os países do Oriente Médio, sempre se destacando como aliada de
Israel. A Turquia foi o primeiro país de maioria muçulmana a reconhecer o
Estado de Israel – em 1949. Apesar de algumas aparentes diferenças, Turquia e
Israel têm interesses econômicos em comum. Há evidências de que Israel ajudou a
criar o Estado Islâmico; existe a certeza de que a Turquia defende o Estado
Islâmico. Em troca, Turquia e Israel compram petróleo barato roubado pelo Estado
Islâmico na Síria e no Iraque e revendem o excedente para países da Europa.
De
acordo com o jornal israelense “Globes” (http://www.globes.co.il/en/article-israel-buys-most-oil-smuggled-from-isis-territory-report-1001084873),
contrabandistas turcos e curdos são os encarregados de negociar o petróleo com
o Estado Islâmico e depois oferecê-lo ao governo de Israel e ao governo da
Turquia. O petróleo chegaria na cidade de Zakho, no Curdistão iraquiano junto à
fronteira com a Síria e Turquia, onde é feita a mediação do preço do óleo cru
com compradores da Turquia e de Israel. Em seguida, uma rede de contrabandistas
se encarrega de distribuir o petróleo diretamente para seus clientes.
Segundo
o jornal ‘Al-Araby al-Jadeed” o petróleo é vendido entre 15 e 18 dólares o
barril, enquanto as marcas WTI e Brent são comercializadas ente 41 e 45 dólares
por barril, no mercado internacional. Diariamente, o Estado Islâmico vende
cerca de 40.000 barris de óleo cru, equivalentes a mais de um milhão e meio de
dólares. Em agosto, o ‘Financial Times’ informou que 75% do óleo cru que Israel
havia comprado nos últimos tempos procedia do Curdistão iraquiano. Mais de uma
terça parte desse contrabando passou por Ceyhan, um porto turco no Mediterrâneo
(https://actualidad.rt.com/actualidad/192971-desvelar-ruta-crudo-estado-islamico-turquia).
Turcos e israelenses agem como se fossem nações irmãs.
A
DÉCIMA TERCEIRA TRIBO
Arthur
Koestler, judeu sionista, no seu livro “A Décima Terceira Tribo” defende a tese
de que turcos e israelenses possuem uma origem étnica comum: o império turco Khazar.
Em defesa dessa tese, o geneticista molecular israelense Eran Elhaik, da
universidade John Hopkins, afirma que as raízes askhenazi dos judeus residem no
Cáucaso – fronteira da Europa com a Ásia, situada entre o mar Negro e o mar
Cáspio – e não no Oriente Médio. Esses judeus são descendentes, argumenta ele,
dos khazares, um povo turco que viveu num dos maiores estados medievais da
Eurásia e depois migrou para a Europa Oriental, nos séculos 12 e 13.
Os
khazares foram convertidos ao Judaísmo no século VIII, e essa conversão
generalizada é a única maneira de explicar o enorme crescimento da população
judaica européia para 8 milhões no início do século XX, a partir de sua
minúscula base na Idade Média. Os convertidos ao Judaísmo não estavam por
nenhuma razão antropológica ligados à Palestina.
Arthur
Lilienthal, historiador e jornalista judeu anti-sionista, escreveu diversos
livros sobre o Oriente Médio, incluindo o famoso “A Conexão Sionista”. Em 1989
lançou “A Que Preço, Israel?” onde afirma: “Judeus que haviam sido banidos de
Constantinopla por Leo III acharam um lar entre os khazares então pagãos e, em
competição com os missionários muçulmanos e cristãos, converteu-os à fé
judaica. Sinagogas e escolas foram construídas para dar instrução sobre a
Bíblia e o Talmude”. (...) “Os bizantinos estavam temerosos e invejosos dos
khazares e, numa expedição conjunta com os russos, conquistaram a parte
khazariana da Criméia, em 1016 (Criméia era conhecida como “Chazar” até o
século 13).” (...) “Os judeus khazarianos se espalharam através da Rússia e da
Europa Oriental.”
Os
judeus khazares que migraram para a Europa Oriental foram chamados de
askhenazi. De acordo com o Gênesis, capítulo 10, versículos 1 a 3, Asquenaz era
filho de Gomer que era filho de Jafé. Assim, além dos khazares askhenazis não
terem origem no Oriente Médio, tampouco são semitas, mas descendentes de Jafé e
não de Sem ou de Cam. (De acordo cm o Gênesis, Sem, Cam e Jafé foram os três
filhos de Noé que repovoaram o mundo após o dilúvio). Ou seja, os judeus khazares
askhenazis não são os judeus do Livro, mas khazares turcos que se converteram
ao Judaísmo. Os judeus de origem semita, ou judeus legítimos, são chamados de
sefarditas.
Os
sefarditas são descendentes dos judeus oriundos do Oriente Médio, após a
segunda diáspora, estabelecidos em Portugal e na Espanha (em hebraico Sefarad)
até serem expulsos no final do século 15, em 1492, fugindo para diversos países
ribeirinhos do Mediterrâneo, como Líbia e Marrocos, assim como para os Bálcãs
e, em menor número, Europa Ocidental. Os judeus sefarditas, na sua maioria são
de pele escura. Os askhenazi são brancos.
Geneticamente,
sefarditas e askhenazis são diferentes. De acordo com o Instituto Nacional do
Câncer, as judias askhenazis tem muito mais chances de portar as mutações que
aumentam o risco de câncer de mama e de ovário. (http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2013/12/exame-para-identificar-gene-do-cancer-gera-dilema-em-israel-4356310.html). Por
coincidência ou não, o câncer é a segunda causa de morte na Turquia (a primeira
são as doenças cardiovasculares), e, nas mulheres turcas, o câncer de mama tem
alta incidência. As características genéticas de judeus askhenazis e turcos são
muito parecidas.
Mais
de 80% dos judeus que moram no Estado de Israel são askhenazis. E os
askhenazis, que são brancos, discriminam a minoria sefardita de tez escura. Na
Europa, os askhenazi falavam o iídiche,
língua da família indo-européia, não semítica. Os judeus sefarditas, além do
hebraico, falam o ladino, que
tradicionalmente foi escrito usando o alfabeto hebraico, com a escrita da
direita para a esquerda. É a linguagem de Maimônides, do poeta Yehuda Halevi e
de toda a tradição da Cabala, o Zohar, e do Código da Lei Judaica, pelo rabino
sefardita Joseph Caro.
A
elite israelense é dominada pelos askhenazis de origem khazar, gentios que não
descendem dos israelitas bíblicos. Conforme Arthur Koestler, os khazares
assumiram o nome de askhenaz porque Yirmeyahu (Jeremias) profetizou que
Asquenazim e seus aliados conquistariam a Babilônia. As versões históricas
árabes sobre os khazares, e as versões ocidentais, concordam que os khazares
foram um dos povos turcos que viviam na área que se estende entre o mar Cáspio
e a fronteira da China. Seriam descendentes de Togarma, neto de Jafé, ancestral
de cada tribo turca. Togarma teve dez filhos, o sétimo deles foi Khazar. (http://www.brasildefato.com.br/node/10417). A
elite do Estado de Israel é turca.
ÁRABES
E TURCOS
Deve-se
lembrar que árabes e turcos são etnias diferentes. Os árabes são originários da
península Arábica, de onde se espalharam, a partir do século 7, em uma grande
corrente migratória provocada pela expansão do islamismo. O principal fator de
união entre os árabes, além da religião muçulmana, é a língua, que pertence ao
tronco semítico, assim como o hebraico. Os turcos são originários da Ásia
Central, de onde migraram por volta do século 10, formando mais de 80% dos
habitantes da Turquia. O seu idioma era escrito em caracteres arábicos até
1929, quando adotaram o alfabeto latino.
Durante
seis séculos, até a Primeira Guerra Mundial, os árabes do Líbano e da Síria
foram dominados pelo Império Turco-Otomano. Quando da migração de sírios e
libaneses para o Brasil, no início do século 20, eles usavam passaportes
turcos. O passaporte era turco, mas o portador era árabe. Disto resultou uma
confusão, que gerou o hábito dos demais brasileiros chamarem os árabes de
turcos.
A
maioria dos árabes brasileiros sente-se ofendida quando chamada de turcos. Não suportam os turcos, que são
considerados bárbaros em relação aos árabes, que tem uma longa tradição
cultural e artística. No século 6, enquanto os europeus mergulhavam na
escuridão da Idade Média, os árabes absorviam o conhecimento da antiga Pérsia
em conjunto com a herança do helenismo. A invasão da Península Ibérica pelos
árabes, a partir de 711, e a sua ocupação durante quase oito séculos levou aos
europeus que ainda não estavam divididos em países uma cultura jamais
imaginada.
Houve
grandes avanços na medicina, navegação, astronomia e matemática, assim como na
agricultura, na culinária, na arquitetura e em todas as artes. Os árabes deram
a conhecer o fabrico do papel e da pólvora, divulgaram a bússola e instrumentos
de navegação pelos astros, assim como o astrolábio. O conceito de “zero”,
descoberto por um matemático muçulmano hindu mudou a forma dos europeus
realizarem cálculos e expressar números, ao adotarem os algarismos
indo-arábicos. Aliás, o matemático persa Al-Khwarizmi deu origem à palavra
“algarismo”. Abu al-Qasim Maslamah al-Majriti foi o mais antigo astrônomo árabe
espanhol. Ibn Sina, conhecido por Avicena,
foi um dos maiores nomes da historia da medicina. Na língua portuguesa, os
árabes acrescentaram cerca de seiscentas palavras. O palácio do Alhambra, em
Granada, é considerado uma das maravilhas da arquitetura.
A
Turquia aderiu à OTAN em 1952. No ano anterior, na primavera de 1951, a base
aérea de Incirlik foi construída pelos Estados Unidos e ali se instaurou o
poderio aéreo do império, ameaçando todo o Oriente Médio. Sem os Estados Unidos
e a OTAN a Turquia não teria poder algum e sua influência na região seria
mínima.
Os
turcos têm especial ódio aos russos, com os quais travaram diversas guerras nos
séculos 17, 18 e 19, invariavelmente sofrendo grandes derrotas. No primeiro
desses confrontos (1677-1681) a Rússia conquistou a região da Ucrânia. Em 1783
a Rússia conquistou a província da Criméia. Na guerra de 1787 a 1791, a Turquia
perdeu a Bessarábia. De 1828 a 1829, nova guerra, com a Rússia conquistando a
desembocadura do Danúbio e o direito de estabelecer um protetorado sobre a
Moldávia e a Valáquia. Na guerra da Criméia (1853-1856) o Império Otomano
aliou-se à Sardenha, Grã-Bretanha e França e conseguiu recuperar Moldávia e
Valáquia (província da Romênia). Em 1877, nova guerra com vitória da Rússia,
que conquistou um grande território no Cáucaso, na Dobruja e na região do delta
do Danúbio.
De
1908 a 1922, depois das várias derrotas contra a Rússia e guerras contra outros
países, como Grécia e Itália, o Império Otomano foi se diluindo, com a cessão
do Kwait e da Albânia em 1913, e finalmente foi vencido pelos russos, britânicos
e franceses durante a Primeira Guerra Mundial, na batalha de Galípoli. Em 1919,
o Império Otomano foi dissolvido.
Os
turcos, filhos de Jafé, estão espalhados pelo mundo – desde a Europa Oriental e
Mediterrâneo à Sibéria e oeste da China. Cerca de 180 milhões de pessoas tem
uma língua turca como sua língua nativa e mais de 20 milhões falam uma língua
turca como segunda língua. Há seis países turcos independentes: Azerbaijão,
Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Turquia. Das 83 subdivisões da
Federação Russa, 10 são turcas, com bandeira, parlamento, leis e língua oficial
de estado (junto com o russo). Talvez por isso – e também por uma questão de
lógica e bom discernimento – Vladimir Putin, presidente da Rússia, ao acusar o
governo da Turquia de traição e perfídia por ter derrubado o caça russo Su-24,
fez questão de salientar que somente o governo era o responsável por tais atos,
e não o povo turco.
TEATRO
DO ABSURDO
Ficou
comprovado que o governo de Recep Erdogan, presidente da Turquia, não só está
envolvido com o Estado Islâmico, como o patrocina – assim como o Qatar, a
Arábia Saudita, a Jordânia, Emirados Árabes Unidos Paquistão e Israel. E, por trás
de todos esses países estão os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França, a
Alemanha... todos os membros da OTAN e da União Européia. Ou quase todos.
Talvez alguns desses países, como Grécia e Portugal, pertençam à União Européia
e à OTAN a contragosto, como se estivessem metidos em uma camisa de força, mas
é quase certo que também estes não deixam de receber os dividendos do petróleo
barato roubado pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Desmascarada
a OTAN como organização terrorista, seria adequado que mudasse o nome. Quem
sabe Organização Terrorista da América do Norte ou Organização Terrorista dos
Amigos Nazistas. Ou amigos do alheio. Mesmo com o Ministério da Defesa da
Rússia apresentando fotos de satélites e um vídeo onde se vêem caminhões-tanque
cruzando a fronteira com a Turquia sem inspeção, o Departamento de Estado e o
Pentágono, apesar de confirmarem que as provas fotográficas são verídicas, afirmam
que não vêem os postos fronteiriços com caminhões-tanque que cruzam a
fronteira.
O
major-general Igor Konashenkov reagiu: “Quando os oficiais norte-americanos
afirmam que não vêem o petróleo contrabandeado por terroristas para a Turquia,
isso parece mais um patrocínio do que astúcia”(http://br.sputniknews.com/mundo/20151205/2980675/russia-declaracoes-dos-eua-sobre-siria-sao-teato-do-absurdo.html).
Na verdade, um latrocínio.
Um
representante do Pentágono afirmou: “O que eu não vi é a fronteira com
caminhões que atravessam a fronteira, e isso é porque eu não acredito que
exista”. Konashenkov retrucou: “Em geral, as recentes declarações de
representantes do Pentágono e do Departamento de Estado fazem lembrar um ‘teatro
do absurdo’, com base em padrões duplos e jogo de palavras. Primeiro eles vêem
algo, depois já não vêem. Eles dividem a oposição em terroristas moderados e
não-moderados. Mesmo os terroristas, nas suas opiniões, são ruins ou muito
ruins”.
A
imprensa ocidental também não vê nada. Coitados, são tão maus jornalistas que se
contentam com as notícias repassadas por agências de informação, tipo Reuters
ou CNN. O paciente major-general russo acrescentou: “Se isso não é suficiente
para os nossos colegas americanos, aconselhamos que eles assistam a um vídeo de
seus drones na fronteira sírio-turca e regiões petrolíferas controladas por
terroristas, que aumentou em três vezes nos últimos anos”. Konashenkov
declarou, ainda, que a Rússia tem conhecimento que a base aérea de Incirlik, na
Turquia, é usada por drones e aeronaves norte-americanas que operam nos territórios
da Síria e do Iraque.
Quem
não sabe que não só a base aérea de Incirlik, mas o governo da Turquia está
sendo usado? Talvez os comprados jornalistas ocidentais, que participam do jogo
da cegueira promovido pelos Estados Unidos. “Como podemos entender a declaração
do chefe do Pentágono, o senhor Carter, que durante o último mês os Estados
Unidos selecionaram os seus alvos de acordo com o fator custo-benefício?
Durante um ano e meio destruíram só os objetivos dos terroristas que não eram
rentáveis? Agora ficou claro de onde os terroristas conseguem dinheiro para a
compra de armas, o recrutamento e a perpetração de atentados sangrentos e
porque o território sob controle do Estado Islâmico é agora cem vezes maior” -
completou Igor Konashenov. (https://actualidad.rt.com/actualidad/193396-rusia-eeuu-estado-islamico-financiacion).
Cem
vezes maior desde que começou o “bombardeio” da coalizão liderada pelos Estados
Unidos. E aumentando. Os terroristas que fugiram da Síria devido à ação do
exército sírio e da força aérea russa estão invadindo o Afeganistão e
conquistando amplos territórios naquele país, com o apoio de parte do Talibã. Também
invadiram a Lìbia, que foi transformada em terra de ninguém depois da invasão
da OTAN que derrubou o governo e assassinou Moamar Kadafi. Agora é terra dos
mercenários da OTAN.
Enquanto
isso, o governo Russo informou que, de 26 de novembro a 4 de dezembro, a
aviação russa cumpriu 431 vôos de combate, infligindo ataques pontuais contra
1471 alvos de terroristas na províncias de Aleppo, Idlib, Latakia, Hama, Homs,
Deir ez-Zor e Raqqa.
Durante
esses ataques foram destruídos um grande depósito de armamentos e munições, 12
estações de processamento de combustível, 8 campos de petróleo e mais de 170
estações de distribuição de petróleo, além de postos de comando, campos de
treinamento e depósitos de armamentos menores. O Estado Islâmico está sendo
dizimado na Síria. O cerco a Palmira já foi completado e breve teremos notícias
da tomada pelo exército sírio da mais importante região estratégica do país.
Apesar de todo o apoio dos Estados Unidos e aliados, o exército mercenário de terroristas
está sendo derrotado em larga escala, na Síria, e tentando se reagrupar em
países como Afeganistão e Líbia.
Estados
Unidos e aliados não querem perder o petróleo da Síria e do Iraque e, como
resposta, mandaram a Turquia colocar tropas na fronteira, ameaçando invadir a
qualquer momento, sob pretexto de atacar os curdos. Estão fazendo de tudo para
provocar uma guerra com a Rússia, mesmo sabendo que as chances de vitória ou
derrota são iguais para os dois lados. A Turquia, entusiasmada com o apoio da
OTAN, resolveu, nesse meio-tempo, brincar de guerra no Iraque, logo ali, ao
lado da Síria. Uma brincadeira que se diz pacífica e tem como desculpa ajudar
os mesmo curdos que a Turquia combate na Síria.
Um
verdadeiro teatro do absurdo, se não ficassem ainda mais claras as intenções da
OTAN de invadir a Síria, uma vez que os seus terroristas não estão dando conta
do recado. Tropas estão sendo mobilizadas na Alemanha e Grã-Bretanha, assim
como nos Estados Unidos. Brevemente estarão desembarcando na Síria, desejosas
de derrubar o governo sírio. É uma guerra por etapas, como disse o Papa
Francisco. Até agora.
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