PCdoB,
PT, PSB e mais alguns movimentos e sindicatos, como CUT e MST, que se dizem
“progressistas e anti-imperialistas” enviaram, no dia 2 de abril, uma
declaração conjunta à embaixada da República Popular Democrática da Coréia,
mais conhecida com Coréia do Norte, em Brasília. Nela, solidarizam-se com a
luta dos norte-coreanos contra as provocações dos Estados Unidos, que desejam
levar a península a uma guerra e prometem lutar para que o mundo se mobilize
contra as “maquinações de guerra” dos Estados Unidos e seus parceiros.
“Incentivaremos a humanidade e os povos progressistas de todo o mundo e que se
opõem à guerra, que se manifestem com o objetivo de manter a Paz contra a
coerção e as arbitrariedades do terrorismo dos EUA”.
Bonito e elogiável. Os membros da
embaixada norte-coreana devem ter ficado muito felizes e agora estão esperando,
com certeza, que esses partidos sindicatos e movimentos cumpram com a sua
palavra. Estamos esperando. Melhor seria se o governo Dilma/Lula também se
manifestassem nesse sentido, posto que os três partidos que assinam o documento
e que se dizem “progressistas e anti-imperialistas” pertencem à base do
Governo, sendo que o PT, depois do PMDB (que obviamente permaneceu quieto) é o
maior partido no Congresso e elegeu os dois últimos Presidentes – Lula e Dilma.
E Dilma será reeleita, apesar dos aécios da vida, principalmente se o Brasil
ganhar a Copa do Mundo.
Estamos esperando as manifestações do
PT & Cia contra o terrorismo dos EUA na Coréia. Até agora não sei de nada,
de nenhuma passeata ou coisa parecida, mas posso estar mal informado. Também
não sei se a Dilma já se manifestou fortemente a respeito da clara tentativa de
invasão dos EUA na Coréia do Norte, que só não foi ainda efetuada devido ao
perigo de uma guerra nuclear. Afinal, com toda a imprensa demonizando a Coréia
do Norte, seria necessária muita coragem e destemor da Presidente para falar a
favor do povo norte-coreano. Isso implicaria em ir contra as ordens dos Estados
Unidos, contra alguns acordos secretos e não secretos que o seu governo tem
feito com aquele país.
E contra nossos bravos militares, que
tanto amam os Estados Unidos e estão loucos por uma guerrinha qualquer para dar
outro golpe. Deixaram Lula e Dilma no governo desde que não saiam do ditado de
Washington: em primeiro lugar o capitalismo. Em troca, ganharam o Haiti,
manobras nas favelas e navios na costa do Líbano, o que não é pouco. Se
pudessem, estariam participando das “manobras” contra a Coréia do Norte. Acreditam
firmemente que o Brasil é dos Estados Unidos e deve continuar assim. Ai da
Dilma se abrir a boca contra os patrões! Será demitida na hora.
Temos um governo que já está acomodado
à situação carcerária da nossa autonomia, independência e dignidade. E os partidos
que o apóiam, apesar da retórica, são pobres em ideologia e extremamente
carentes de qualquer atividade que não diga respeito a conchavos e eleições. O
Brasil participa do sub-imperialista grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, India,
China e África do Sul), mas não quer participar, de jeito nenhum, da
latino-americana ALBA (Aliança Bolivariana), que é declaradamente
anti-imperialista.
O governo brasileiro é obediente e seus
partidos seguem a linha do fingimento ostensivo. A demagogia é tanta que mandam
cartinhas de apoio para um governo, como o da República Popular Democrática da
Coréia, com o qual nunca tiveram qualquer afinidade e, principalmente, contra o
qual sempre atenderam às resoluções da ONU e dos Estados Unidos. Vejam o
exemplo abaixo.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, inciso IV, da Constituição, de acordo com o artigo 25 da Carta das Nações
Unidas, promulgada pelo Decreto no 19.841, de 22 de outubro de 1945, e
Considerando a adoção, pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao amparo do Capítulo VII da Carta das
Nações Unidas, da Resolução nº 1.874,
de 12 de junho de 2009, que aprofunda medidas previstas na Resolução nº 1.718 do Conselho de Segurança das
Nações Unidas, de 14 de outubro de 2006, incorporada ao ordenamento jurídico
nacional pelo Decreto
nº 5.957, de 7 de novembro
de 2006, e, entre outros
dispositivos, proíbe a exportação de armas e materiais relacionados pela
República Popular Democrática da Coreia e restringe sua importação por aquele
País; autoriza a realização de inspeções em embarcações destinadas à República
Popular Democrática da Coreia, ou dela provenientes; restringe as atividades
financeiras da República Popular Democrática da Coreia; e exige a cessação de
todas as atividades nucleares e balísticas da República Popular Democrática da
Coreia;
DECRETA:
Art. 1º Ficam as autoridades brasileiras obrigadas, no âmbito de suas respectivas atribuições, ao cumprimento do disposto na Resolução nº 1.874 (2009), adotada pelo Conselho de Segurança da Nações Unidas em 12 de junho de 2009, anexa a este decreto.
Art. 2º Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Brasília, 12 de agosto de 2009; 188 da Independência e 121 da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Celso Luiz Nunes Amorim
Mais que explicado na postagem o por quê do titulo da mesma. Quanto ao decreto do Lula, memória é tudo. Muito boa e esclarecedora matéria.
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