sábado, 6 de abril de 2013

O BRASIL CONTRA A CORÉIA DO NORTE



PCdoB, PT, PSB e mais alguns movimentos e sindicatos, como CUT e MST, que se dizem “progressistas e anti-imperialistas” enviaram, no dia 2 de abril, uma declaração conjunta à embaixada da República Popular Democrática da Coréia, mais conhecida com Coréia do Norte, em Brasília. Nela, solidarizam-se com a luta dos norte-coreanos contra as provocações dos Estados Unidos, que desejam levar a península a uma guerra e prometem lutar para que o mundo se mobilize contra as “maquinações de guerra” dos Estados Unidos e seus parceiros. “Incentivaremos a humanidade e os povos progressistas de todo o mundo e que se opõem à guerra, que se manifestem com o objetivo de manter a Paz contra a coerção e as arbitrariedades do terrorismo dos EUA”.

   Bonito e elogiável. Os membros da embaixada norte-coreana devem ter ficado muito felizes e agora estão esperando, com certeza, que esses partidos sindicatos e movimentos cumpram com a sua palavra. Estamos esperando. Melhor seria se o governo Dilma/Lula também se manifestassem nesse sentido, posto que os três partidos que assinam o documento e que se dizem “progressistas e anti-imperialistas” pertencem à base do Governo, sendo que o PT, depois do PMDB (que obviamente permaneceu quieto) é o maior partido no Congresso e elegeu os dois últimos Presidentes – Lula e Dilma. E Dilma será reeleita, apesar dos aécios da vida, principalmente se o Brasil ganhar a Copa do Mundo.

   Estamos esperando as manifestações do PT & Cia contra o terrorismo dos EUA na Coréia. Até agora não sei de nada, de nenhuma passeata ou coisa parecida, mas posso estar mal informado. Também não sei se a Dilma já se manifestou fortemente a respeito da clara tentativa de invasão dos EUA na Coréia do Norte, que só não foi ainda efetuada devido ao perigo de uma guerra nuclear. Afinal, com toda a imprensa demonizando a Coréia do Norte, seria necessária muita coragem e destemor da Presidente para falar a favor do povo norte-coreano. Isso implicaria em ir contra as ordens dos Estados Unidos, contra alguns acordos secretos e não secretos que o seu governo tem feito com aquele país.

   E contra nossos bravos militares, que tanto amam os Estados Unidos e estão loucos por uma guerrinha qualquer para dar outro golpe. Deixaram Lula e Dilma no governo desde que não saiam do ditado de Washington: em primeiro lugar o capitalismo. Em troca, ganharam o Haiti, manobras nas favelas e navios na costa do Líbano, o que não é pouco. Se pudessem, estariam participando das “manobras” contra a Coréia do Norte. Acreditam firmemente que o Brasil é dos Estados Unidos e deve continuar assim. Ai da Dilma se abrir a boca contra os patrões! Será demitida na hora.

   Temos um governo que já está acomodado à situação carcerária da nossa autonomia, independência e dignidade. E os partidos que o apóiam, apesar da retórica, são pobres em ideologia e extremamente carentes de qualquer atividade que não diga respeito a conchavos e eleições. O Brasil participa do sub-imperialista grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), mas não quer participar, de jeito nenhum, da latino-americana ALBA (Aliança Bolivariana), que é declaradamente anti-imperialista.

   O governo brasileiro é obediente e seus partidos seguem a linha do fingimento ostensivo. A demagogia é tanta que mandam cartinhas de apoio para um governo, como o da República Popular Democrática da Coréia, com o qual nunca tiveram qualquer afinidade e, principalmente, contra o qual sempre atenderam às resoluções da ONU e dos Estados Unidos. Vejam o exemplo abaixo.

        

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, de acordo com o artigo 25 da Carta das Nações Unidas, promulgada pelo Decreto no 19.841, de 22 de outubro de 1945, e

Considerando a adoção, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao amparo do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, da Resolução nº 1.874, de 12 de junho de 2009, que aprofunda medidas previstas na Resolução nº 1.718 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de 14 de outubro de 2006, incorporada ao ordenamento jurídico nacional pelo Decreto nº 5.957, de 7 de novembro de 2006, e, entre outros dispositivos, proíbe a exportação de armas e materiais relacionados pela República Popular Democrática da Coreia e restringe sua importação por aquele País; autoriza a realização de inspeções em embarcações destinadas à República Popular Democrática da Coreia, ou dela provenientes; restringe as atividades financeiras da República Popular Democrática da Coreia; e exige a cessação de todas as atividades nucleares e balísticas da República Popular Democrática da Coreia;

DECRETA:

Art. 1º Ficam as autoridades brasileiras obrigadas, no âmbito de suas respectivas atribuições, ao cumprimento do disposto na Resolução nº 1.874 (2009), adotada pelo Conselho de Segurança da Nações Unidas em 12 de junho de 2009, anexa a este decreto.

Art. 2º Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 12 de agosto de 2009; 188 da Independência e 121 da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Celso Luiz Nunes Amorim


Um comentário:

  1. Mais que explicado na postagem o por quê do titulo da mesma. Quanto ao decreto do Lula, memória é tudo. Muito boa e esclarecedora matéria.

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