sábado, 9 de agosto de 2014

NAGASAKI






O nome de código era “Fat Man” (Homem Gordo). Tinha 2 metros e 34 centímetros de comprimento por 1 metro e 52 centímetros de diâmetro. Pesava 4.545 kg e foi detonada a uma altitude de 550 metros sobre a cidade de Nagasáki, no dia 9 de agosto de 1945, matando 40.000 pessoas no momento da explosão e deixando cerca de 30.000 feridos. Milhares morreram nos anos posteriores ao ataque devido a doenças provocadas pela radiação. 

   Fala-se muito na bomba de Hiroxima - que matou 100.000 pessoas no dia 6 de agosto de 1945, e provocou um total de 242.437 mortos devido à radiação ou necrose após o bombardeamento – e minimiza-se o bombardeio de Nagasáki, porque a bomba explodiu em terreno montanhoso ao lado da cidade e a quantidade de mortos foi menor que em Hiroxima. A cada ano diminui-se a importância do assassinato em massa provocado pelos ataques nucleares, desvirtua-se a verdade histórica e os Estados Unidos alegam que mataram centenas de milhares com duas bombas atômicas para evitarem a “obrigação” de matar dezenas de milhões com a invasão do Japão. 

   Como as forças armadas japonesas estavam bastante reduzidas em 1945, as desculpas norte-americanas que tornam o bombardeio nuclear sobre populações de civis um “ato humanitário” faz supor que eles estavam dispostos a matar milhões de pessoas desarmadas para obter a vitória. Ou estavam assustados com a entrada da União Soviética na guerra contra o Japão. O Exército Vermelho, o maior do mundo na época, tinha invadido a Manchúria e a Coréia e se encaminhava para ocupar novos territórios japoneses, o que faria do Japão um país dividido no pós-guerra, assim como aconteceu com a Alemanha.  

   Renderam-se os japoneses e, assim como a Alemanha, transformaram o seu país em colônia norte-americana, perdendo a guerra e a honra no instante em que se aliaram ao seu maior agressor. O Japão foi ocupado e destruído culturalmente. Assim como a Alemanha, o Japão foi obrigado a esquecer o antigo orgulho nacional em troca de um crescimento meramente material, aceitando como seus os sórdidos valores ocidentais que levam à decadência moral. Em 1970, o escritor Yukio Mishima, cometeu suicídio ritual em protesto pela degradação do Japão moderno. 

   As bombas atômicas não provocaram apenas a morte de milhares de pessoas e desastres ambientais inconcebíveis. Explodiram milenares tradições e deram início a uma época de materialismo e cinismo que projeta uma humanidade deteriorada, sem ética ou moral, em busca apenas do prazer momentâneo e superficial. A vida humana e a natureza estão totalmente desvalorizadas e em processo de acelerada destruição em nome de um progresso que beneficia 10% da humanidade. 

   Em 1945 teve início uma nova ordem mundial, invisível a princípio, e que, aos poucos, foi se revelando como um sistema que visa manipular, hipnotizar e idiotizar pessoas, a ponto de torná-las absolutamente insensíveis e incapazes de reagir quando acontecem os diários genocídios em todos os cantos do planeta – assim como em Gaza – e tendo como objetivo de vida o bem-estar pessoal e o extremo individualismo. 

   Não foram os cientistas que construíram as armas nucleares os responsáveis pelo plano de destruição espiritual, traçado há séculos, mas foi graças às suas mentes embriagadas pelo prazer de descobrir e criar que hoje estamos à beira de um holocausto atômico. É importante nomeá-los. Não se deve esquecer. Não se deve perdoar. 

    Ernest Rutherford, Otto Hahn, Lise Meitner, Werner Heisenberg, John Von Neumann, Enrico Fermi, Hans Bethe, Leo Szilard, Eugene Paul Wigner, Edward Teller, Ernest Lawrence, Robert Serber, Otto Robert Frisch, Rudolph Peierls, Richard Feymann, Albert Einstein, Robert Oppenheimer.

Um comentário:

  1. Muito boa matéria. Importantes informações sobre as bombas atômicas de Hiroxima e Nagazaki. Valeu!

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