domingo, 31 de agosto de 2014

MARINA SILVA E A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO





São tantas as manipulações na política brasileira, a começar pela suspeitíssima urna eletrônica, facílima de ser fraudada, conforme pode ser comprovado no site “Fraude Urnas Eletrônicas” (WWW.fraudeurnaseletrônicas.com.br), que alguns estão chegando à conclusão (apressada? atrasada?) de que as eleições brasileiras não respeitam a vontade popular e sim obedecem ao desejo de pequenos e poderosos grupos detentores do poder desde o golpe de 1º de abril de 1964 (ocasião em que os militares foram usados para subverter a ordem constitucional, obedecendo às ordens dos Estados Unidos) que utilizam a mídia e as pesquisas de opinião pública para persuadir o povo de que a vitória de determinados candidatos à presidência da República é inevitável e necessária. E quando essa vitória acontece não há surpresa alguma – insistem em propagar os agentes midiáticos -, mesmo que milhões de eleitores não entendam como o seu voto foi adulterado.

   É claro que isso não passa de especulação, ou de “Teoria da Conspiração”, à qual não deve ser dado qualquer crédito - diz a mídia dos banqueiros, empresários, latifundiários e pequenos burgueses - grupos de pessoas muito preocupadas com a ordem estabelecida, e que deve ser estabelecida a qualquer preço, mesmo que à ponta de baionetas. Cansados das baionetas e de suas nefastas conseqüências morais (porque esses grupos de pessoas incluem grandes moralistas), preferiram dar ao povo o voto virtual, e a população brasileira faz grandes filas nos dias de eleições, acreditando que realmente está escolhendo os seus representantes e acaba se conformando com o fatalismo das urnas. Querem votar? Eis uma caixinha muito bonitinha, que faz um barulhinho simpático quando você digita o seu voto que nunca poderá ser comprovado. O nome disto é democracia, dizem eles. Se não ficar satisfeito, conforme-se com o futebol e o carnaval. E com as loterias.

   As eleições no Brasil não são iguais a loterias. Não há qualquer surpresa. Muitos dias antes do eleitor, por assim dizer, digitar o seu voto na risível maquininha, todos sabem quem vai vencer, e uma ou duas horas após o grande feito eleitoral os meios de comunicação já divulgam os resultados conhecidos com grande antecedência. Votar não é mais um ato patriótico, e sim uma obrigação formal dos cidadãos, necessária para consolidar as informações anteriormente divulgadas pela imprensa.

   Os donos do Brasil são muito ciosos do seu poder. Acreditam que não podem deixar que qualquer um que não pertença ao clube possa entrar nos grandes salões da mentira por eles gerenciados. Poderá entrar, sim, depois de todos os juramentos secretos que garantam a subserviência do “eleito”. Não por acaso Lula necessitou mudar radicalmente a sua postura política para ser considerado elegível. Teve que ceder em todos os pontos, a ponto de perder a barba e restar somente o bigode – e olhe lá!

   Diz a moderna Teoria da Conspiração que Dilma começou a ser derrotada na sua tentativa de reeleição quando surgiu a Comissão da Verdade pondo a nu os crimes da ditadura e, acreditando que realmente era a Presidente respaldada pelo povo, propôs algumas mudanças, como o imposto sobre as grandes fortunas, a aceleração da reforma agrária e da reforma urbana, o apoio aos movimentos sociais e a lei que evitaria que os grandes cartéis, formado por famílias que dominam os meios de comunicação que pertencem àqueles mesmos grupos citados acima, tivessem a sua influência diminuída, dando espaço a um jornalismo mais democrático.

   Por muito menos que isso a Cristina Kirchner está enfrentando a greve dos patrões e uma ameaça constante de golpe de Estado na Argentina. Aqui, o golpe é nas urnas, justificado pela fraude nas emoções do povo, frustrado com a goleada sofrida na Copa do Mundo. A derrota de Dilma, se acontecer, será atribuída ao “apagão” no jogo contra a Alemanha. É claro que a imprensa afirma que a culpa foi do Felipão, e ele mesmo assume a triste responsabilidade, mas ninguém se pergunta por que aquele desastre aconteceu.

   A Teoria da Conspiração suspeita que aqueles meninos da seleção brasileira já entraram em campo perdidos, faltando apenas levar os gols necessários para sacramentar a derrota. Segundo os mais fanáticos defensores da Teoria da Conspiração, a lesão de Neymar não foi assim tão grave e ele teria sido poupado da vergonha da derrota anunciada para que o craque ungido pela imprensa fosse preservado. Os mais radicais chegam a afirmar que o time entrou em campo bêbado ou drogado inconscientemente, ou ainda, quem sabe, os jogadores foram alvo de invisíveis raios lasers que os deixaram abobados enquanto o jogo acontecia e os gols se sucediam.

   Na verdade, não era uma grande seleção, e isso todos viram desde o primeiro jogo, mas a Teoria da Conspiração afirma que as convocações de Mano Menezes e de Felipão, que imitou o Mano, justamente visavam, devido a ordens secretas, formar um time frágil para que a seleção brasileira fosse derrotada em casa e Dilma perdesse as eleições. E não bastava uma derrota qualquer, teria que ser demolidora, desmoralizante, não restando dúvidas que a culpa era toda do Governo. Perdendo a Copa do Mundo, Dilma não se reelegeria, pensavam os conspiradores.

   Pensaram errado. Mesmo com a derrota da seleção, dada a largada para as eleições os institutos de pesquisa apontavam a vitória de Dilma e do PT e aliados sobre o fraco Aécio da facção conservadora e o quase desconhecido Eduardo Campos, representante do PSB, que tinha Marina Silva como vice da sua chapa. Os secretos senhores do destino dos brasileiros trocavam e-mails, telefonemas, mensagens sigilosas, buscando artimanhas e maneiras de eleger Aécio, que não conseguia mais que 20% nas pesquisas. Seria inevitavelmente derrotado, e o PT continuaria no poder aparente. Isso obrigaria os conspiradores a planejar e levar a efeito um golpe de Estado no prazo máximo de um ano e meio, e um golpe de Estado seria contraproducente, geraria reações imprevisíveis e – ainda pior! – poderia ser muito ruim para os negócios.

   O que fazer? – perguntavam uns para os outros. Diz a Teoria da Conspiração que eles não desejavam, mas como era urgente e inevitável, o GMC (Grão-Mestre dos Conspiradores) ordenou por em prática o “Plano B”. Todos sabem que os Illuminati têm mania por números – e quem me acompanhou até aqui não ignora que, se há uma Teoria da Conspiração, com certeza ela é urdida por Illuminati. Pois bem, um dos números preferidos pelos Illuminati, além do número 11, é o número 13. Os dois são números primos, ou números que só podem ser divididos pelo número 1 e por eles mesmos. Além disso, os números 11 e 13 são considerados números primos gêmeos, porque são separados somente por dois algarismos, e o número 2 é o único número primo par.

   Mas esta matéria não é sobre matemática ou numerologia. Basta saber que os Illuminati (plural do latim illuminatus - “aquele que é iluminado”) – sociedade secreta organizada em 1776 e constituída pelos principais expoentes do capitalismo - se consideram muito especiais e infinitamente superiores aos demais míseros humanos, e resolveram conspirar eternamente para dominar o mundo e, se calhar, o universo. Para isso, usam de todos os truques conhecidos e até dos desconhecidos, vulgarmente chamados de “magia”, e não desdenham a magia dos números. Quando desejam que alguma coisa aconteça, ou melhor, quando “fabricam” um acontecimento, escolhem um dos dois números: 11 ou 13 para o dia em que deve acontecer o episódio planejado. O número 11 significando um salto qualitativo e o número 13, morte e renascimento.

  Observe que os Estados Unidos, matriz dos Illuminati, formou-se inicialmente com 13 colônias. A nota de 1 dólar, além de ter todos aqueles símbolos ocultistas – a pirâmide, o olho que tudo vê, a águia e a Fênix – têm 13 degraus na pirâmide, 13 estrelas acima da águia, 13 barras verticais no escudo, 13 folhas no ramo de oliveira e 13 frutos, e 13 setas na garra da águia. A frase “Annuit Coeptis” tem 13 letras. A outra frase, “E Pluribus Unum” também têm 13 letras. O número 13 transformou-se em uma assinatura Illuminati.

   E no dia 13 de agosto morre Eduardo Campos, em provável acidente de aviação. Ele tinha 49 anos e 4+9 = 13. Até agora não se sabe a causa da queda do avião e alguns afirmam que ele estava em chamas no momento da arremetida. A caixa preta foi encontrada, mas, estranhamente, não tinha gravado nada. A Teoria da Conspiração afirma que a morte de Eduardo Campos foi providencial para colocar Marina Silva como forte candidata à presidência, única maneira de derrotar o PT, uma vez que Aécio Neves revelou-se um fraco candidato da direita.

    Logo após a morte do candidato do PSB toda a mídia assegurou que Marina deveria ser a candidata, quase forçando os líderes do PSB a escolher a então candidata a vice. Em seguida à escolha, pesquisa de opinião pública revelou que Marina subira 10 pontos na preferência do eleitor, de um dia para o outro. A imprensa abriu amplos espaços para qualquer declaração de Marina ou para divulgar matérias sobre Marina, lembrando o tempo em que Fernando Collor foi o escolhido pela Globo – e depois, quando ele se rebelou contra a tutela da Rede, a mesma Globo detonou o seu governo, com acusações que nunca foram provadas.

   Aliás, o partido que Marina está formando chama-se Rede. Rede Sustentabilidade. E no seu programa – agora sabemos – ela promete escolher os “melhores” para compor o governo. E os “melhores” de Marina são, em primeiro lugar, pessoas muito ligadas à direita, como Serra, Fernando Henrique & Cia. Aécio ainda esperneia, mas a direita em peso vai votar em Marina, e mais aqueles indecisos ou que anulariam o voto. Neste momento, Marina encostou em Dilma, segundo as pesquisas, e – diz a Teoria da Conspiração – seria ótimo para os conservadores (aqueles que conservam a dor) que ela vencesse ainda no primeiro turno, evitando uma eventual recuperação do PT no segundo turno.

   O mais curioso: Marina é contra a reeleição. Quer ficar no governo apenas quatro anos, segundo diz, uma espécie de mandato-tampão suficiente para desconstruir o PT, propor um novo tipo de governo neoliberal desconectado com a ALBA (Aliança Bolivariana Para as Américas), aceitar algumas demandas populares horizontais e superficiais; desmontar o Estado, a começar pela independência do Banco Central, o que provocará maior privatização de empresas estatais e o avanço das empresas estrangeiras sobre a nossa economia.

   O site da revista Exame, em matéria de 31/08 (“Efeito Marina Pode Reabrir Janela de IPOs” – sigla em inglês para ofertas iniciais de ações) diz que “a simpatia inicial do mercado pela candidata do PSB à presidência, Marina Silva, o que tem se refletido na Bolsa, começou a surtir efeito na expectativa de retomada das ofertas”. Marina, assim como Aécio, é a candidata do Mercado.

   E candidata do agronegócio, ao contrário de quatro anos atrás, quando se declarava ambientalista. Agora ela diz a mesma coisa, mas está pronta para licenciar as hidrelétricas do rio Madeira, provavelmente acelerar a construção da hedionda Belo Monte e ceder aos latifundiários e grandes empresários do setor imobiliário. Na sua luta pelo poder, a antes ingênua Marina será mais um peão dos Illuminati – diz a Teoria da Conspiração.

4 comentários:

  1. É... Política têm de tudo, e uma "Teoria da Conspiração" é mais que provável. Muito bom texto com muitas informações.

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  2. Isto quer dizer que eles vendem e nos compramos, e achamos ótimo.

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  3. O PT está à muito tempo no poder, e o Brasil enfrenta uma imensa crise com essa atual administração. Está na hora de mudar. Cada vez que vejo tantos investimentos fora do Brasil com o nosso dinheiro, tanta corrupção, isso me desanima muito. Uma mudança é necessária e nesse momento somente a Marina é capaz de tirar o PT.

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  4. Na verdade quem manda nesse pais sao os banqueiros e os mega empresarios.......

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