“Segundo O Globo, Dilma pediu ao procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, acesso ao depoimento de Paulo Roberto Costa,
ex-diretor da Petrobras, que foi publicado pela Veja. A Presidente, porém, teve o
pedido negado.”
"Quero
ser informada se no governo tem alguém envolvido. Não tenho porque dizer que tem
alguém envolvido, porque não reconheço na revista Veja e nem em nenhum órgão de
imprensa o status que tem a Polícia Federal, o Ministério Público e o Supremo
[Tribunal Federal]. Não é função da imprensa fazer investigação e sim
divulgar informações. Agora, ninguém diz que a informação é correta. Não
prejulgo, mas também não faço outra coisa: não comprometo prova" (http://oglobo.globo.com/brasil/).
Se Dilma perder a eleição será
por absoluta incompetência. Acredito, no entanto, que ainda existam no PT
pessoas inteligentes com capacidade para minimizar todas as bobagens que a
presidente tem dito ao longo desses quatro anos e, notoriamente, neste período
de eleições. O melhor que essas pessoas poderiam fazer é aconselhá-la a não
falar, ou falar o menos possível sobre qualquer assunto, mesmo os que ela pensa
entender. Ela deveria restringir-se a ler as mensagens políticas na propaganda
eleitoral gratuita e tentar decorar o que os assessores lhe passarem durante os
debates. Assim, correrá um menor risco de ser derrotada por si mesma. Não que
esses assessores conheçam a perfeita estratégia de um debate. Qualquer um que
não seja especialista em marketing político percebe que fazer perguntas aos
principais adversários equivale a dar o direito de tréplica e de ser
contraditado e desmentido.
Ao contrário do que desejaria a presidente, uma das
principais funções da imprensa é o jornalismo investigativo. A imprensa livre é
o único apoio que o povo tem contra o poder avassalador do Estado, das
corporações, dos cartéis, das confrarias, das congregações, das associações,
das companhias, das sociedades secretas – sejam elas discretas ou indiscretas.
Aliás, sociedades secretas em um país democrático é uma contradição que supõe
elitismo e segredos nada democráticos restritos aos escolhidos. Mas o que
fazer? – a nossa democracia também é restrita.
E deveria ser mais limitada, reservada, privada, fechada, retraída,
segunda a Dilma. Para a presidente, jornalistas deveriam agir como robôs,
limitando-se a repassar informações já filtradas por agências de notícias
sempre ligadas a grupos de poder e seus interesses políticos. Segundo deu para
entender da declaração desastrosa de Dilma Roussef, que deveria ter um mínimo
de cultura e não seguir as analfabetas pegadas do Lula, o jornalismo deveria
prescindir da reportagem, os jornalistas não poderiam buscar informações, ou
seja, jornalistas de verdade precisariam esquecer a busca da verdade, e as “verdades”
ficariam sob competência da Polícia Federal que, obviamente, é do Governo. E o Governo
é de quem? Do seu partido e base aliada.
Democracia não é isso. Se a revista Veja conseguiu um furo de reportagem ao divulgar as declarações de
corruptos que se vendem por delação premiada, parabéns a ela e pêsames para os demais órgãos de informação que não o fizeram.
Jornalismo investigativo é
muito raro atualmente. Em primeiro lugar, porque jornalista ganha muito pouco.
É um assalariado com funções específicas que, muitas vezes, trabalha 12 horas
por dia, senão mais. Raros são os que ganham mais que quatro salários mínimos. Em
segundo lugar, porque não há interesse das grandes empresas jornalísticas em fazer
jornalismo de verdade. Essas empresas manejam as informações de acordo com seus
interesses políticos e econômicos. Ao contrário do que se pensa, não existe
imprensa livre. Pelo menos no Brasil. Os jornalistas são obrigados a divulgar
aquilo que os patrões mandam e colunistas mais ou menos sérios, engraçados,
satíricos, mordazes, ou simplesmente passivos e contempladores, devem refletir
a opinião dos patrões, ou serão despedidos.
É claro que a revista Veja conseguiu aquele furo de reportagem
devido aos interesses políticos dos seus donos. Caso contrário, a exemplo de
outros veículos de comunicação, nada teria feito. Mas buscar a notícia e
revelar informações que seriam “confidenciais” e às quais a população não teria
acesso se não fosse a ação da imprensa é um ato democrático. Se for mentira,
que outros veículos de informação contrários provem que é uma falsa notícia.
Cercear a informação é fascismo. Com a declaração acima, Dilma conseguiu insultar milhares de jornalistas, e ofendeu a inteligência de milhões de brasileiros.
Cercear a informação é fascismo. Com a declaração acima, Dilma conseguiu insultar milhares de jornalistas, e ofendeu a inteligência de milhões de brasileiros.
Excelente análise sobre Jornalismo segundo a presidente Dilma. Concordo com o Blogueiro. Parabéns!
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