A mídia do sistema
afirma que o jornal “Charlie Hebdo” faz críticas de tudo e de todos – o que é,
no mínimo, uma inverdade. O “Charlie Hebdo” especializou-se em sátiras
infamantes contra o Cristianismo e contra o Islamismo, e uma ou outra crítica ao
governo francês ou em relação a temas menores, para disfarçar. Criado em 1960,
com o objetivo de atacar o crescente nacionalismo francês do pós-guerra,
representado pelo presidente Charles de Gaulle que buscava livrar-se das
influências norte-americana e britânica, o jornal, que então se chamava
“L’hebdo Hara-Kiri”, foi fechado por ordem do então presidente Georges
Pompidou, após uma publicação que ridicularizava a morte de De Gaulle em 1970.
Renasceu com o nome
“Charlie Hebdo” (Hebdomadário =
semanal), derivado de uma revista de histórias em quadrinhos, chamada Charlie Mensuel, (Mensuel = mensal) e “Charlie”
também serviu como piada interna sobre Charles de Gaulle. Não tem nada a ver
com a personagem Charlie Brown,
criada pelo desenhista Charles Schulz, como alguns querem dar a entender. Também
tem muito pouco a ver com O Pasquim,
que foi um jornal satírico sem ser apelativo ou ofensivo.
O “Charlie Hebdo”
notabilizou-se como um jornal que ataca o Cristianismo e o Islamismo. É
claramente xenófobo, racista e, naturalmente, fascista. A xenofobia e o racismo
são características do fascismo. A insolência também.
O projeto de globalização
promovido por aqueles que desejam impor uma nova ordem mundial exclui as
grandes religiões. Em matéria datada de 23 de junho de 2011 (“A licenciosidade
como meio, o neo-paganismo como meta” - http://fausto-diogenes.blogspot.com.br/2011/06/licenciosidade-como-meio-o-neopaganismo.htm)
escrevo a respeito do plano, ou agenda global, que tem como objetivo manipular
emocionalmente as pessoas, logo após a extinção das duas grandes religiões: o
Cristianismo e o Islamismo. A seguir, um pequeno trecho.
“(...) há todo um plano do atual sistema para impor
aos povos um governo mundial. E esse plano inclui a destruição das grandes
religiões – Cristianismo e Islamismo.
“O Islamismo está sendo
derrotado aos poucos, através de guerras, da mídia e da cooptação de supostos
líderes árabes. A guerra da internet ou Guerra do Facebook, que tem jogado
multidões iradas e provavelmente drogadas contra as armas dos seus governos –
suicidas sem causa – para provocar uma intervenção da ONU, como aconteceu na
Líbia e provavelmente venha a acontecer na Síria, tem sido a grande estratégia
do imperialismo para derrotar líderes islâmicos, desacreditar aquela religião e
confundir as massas. (...)”
Não
só através do Facebook ou de outras redes sociais. O episódio do atentado ao
“Charlie Hebdo” é muito parecido ao 11 de setembro de 2001 devido à programada
repercussão, com uma passeata gigante justamente no dia 11 de janeiro. Na
matéria “O lado oculto dos atentados de 11 de setembro de 2001” (http://fausto-diogenes.blogspot.com.br/2010/09/o-lado-oculto-dos-atentados-de-11-de.html) revelo a importância do número 11 para determinadas organizações
secretas.
“(...) No
Tarô, a carta-arcano 11 tem o nome de A FORÇA. Na Numerologia, a vibração
11 é considerada um número-mestre, que significa evidência, força, intuição.
“Para
algumas ordens iniciáticas de cunho luciferiano, o número 11, uma oitava acima
do número 2, simboliza a ação sobre a natureza, que
pode ser manipulada pelo ser humano “superior”; as duas faces de uma mesma
moeda; o equilíbrio entre Bem e Mal. E, portanto, a negação de Bem e de
Mal: a liberdade para agir e a total ausência de valores. A impiedade.
“Não só o
número 11, como também os números 2, 20 e 29. Quando ocorre algo importante em
um desses dias é como se fosse um sinal, um código, para que os demais irmãos
saibam que é obra do mesmo grupo e que as “verdades” enunciadas após o
ocorrido, as explicações oficiais sobre o fato, devem ser aceitas e
corroboradas.
“Alguns detalhes
interessantes:
• “911 é o número para emergências nos Estados
Unidos.
• “Os atentados de 11 de setembro ocorreram
exatamente 11 anos após George Bush (pai) declarar guerra ao Iraque, em 11 de
setembro de 1990.
• “O dia da independência dos Estados Unidos é 4 de
julho. Ou seja: 4+7 = 11.
• “O primeiro avião que bateu nas Torres Gêmeas era
o vôo AA (American Airlines)-11 e o segundo levava a bordo 65 pessoas (6+5 =
11).
• “A partir de 11 de setembro faltavam 111 dias
para terminar o ano.
• “Cada uma das Torres Gêmeas tinha 110 pisos e, se
fossem contempladas de longe, pareciam dois números 1 juntos...
• “No primeiro aniversário do 11 de setembro, os
números que ganharam a loteria de Nova Iorque foram 9-1-1.
• “O atentado de Madri ocorreu em 11 de março de
2004. O ataque ocorreu três anos depois, ou 911 dias depois.
• “O golpe que matou o socialista Salvador Allende,
derrubando o seu governo e colocando no poder o general Augusto Pinochet
ocorreu em 11 de setembro de 1973.
“Pergunte a si mesmo(a) se
tudo é mera coincidência.”
A
França é um país racista. Em 2010, mais de 8000 ciganos foram expulsos daquele
país durante o governo de Nicolas Sarkozy. Não sei de nenhuma passeata de
protesto contra esse péssimo exemplo de segregacionismo e mentalidade medieval.
Eram ciganos, e os franceses achavam-se superiores aos ciganos. A expressão
usada pela imprensa, na época, foi “repatriação”. Os ciganos que moravam na
França foram obrigatoriamente “repatriados” para Romênia, Bulgária e outros
países. O Papa Bento XVI, em 22 de agosto de 2010 condenou a expulsão dos
ciganos: “Os textos litúrgicos de hoje reafirmam-nos que todos os homens são
chamados à saudação. É também um convite a saber acolher a diversidade humana,
tal como Jesus representou os homens de todas as nações em todas as línguas”. A
campanha difamatória contra a Igreja (incluindo o “Charlie Hebdo”) já estava em
andamento, mas um fato interessante aconteceu na França, em agosto de 2012,
alguns meses antes de Bento XVI renunciar. Uma simples oração no santuário de
Lourdes, que fazia referência à família formada por um pai e uma mãe foi objeto
de ataques da imprensa francesa, que classificou a Igreja de “intolerante”.
Islamismo
e Cristianismo são os alvos. Ninguém dentro do “Charlie Hebdo” pode fazer uma
pequena crítica contra os judeus, ou será imediatamente demitido por
“anti-semitismo”. Quando, em 2008, o caricaturista “Siné” (pseudônimo de
Maurice Sinet), então com 79 anos, escreveu um comentário satírico no “Charlie
Hebdo” sobre Jean Sarkozy, filho do então presidente Nicolas Sarkozy, foi
acusado imediatamente pelo jornalista do “Le Nouvel Observateur”, Claude
Askolovitch, de “anti-semitismo”.
No seu texto, Siné escreveu: “Jean Sarkozy, digno
filho de seu pai e já conselheiro geral do (partido) UMP saiu quase sob
aplausos de seu processo por fuga em uma lambreta. A Justiça o declarou
inocente! Diga-se de passagem que o acusador é árabe. E não é tudo: ele
declarou que vai se converter ao Judaísmo antes de casar-se com sua noiva,
judia, e herdeira dos fundadores de Darty.
Vai longe, esse menino!”.
Siné foi demitido do “Charlie Hebdo”. Rejeitou
qualquer pedido de desculpas, dizendo que preferia cortar os próprios
testículos. O diretor do jornal, Philippe Vall, acabou por despedir o
cartunista, sob pressão do Congresso Judaico da Europa. O caso Siné gerou
muitas críticas a Vall, que se diz grande defensor da liberdade de expressão -
desde que essa “liberdade” não atinja os judeus. Siné, hoje com 86 anos,
recorreu aos tribunais e, em 2010, o “Charlie Hebdo” foi obrigado a pagar uma
indenização de 90 mil euros.
É muito esclarecedor o uso que a direita mundial
está fazendo do atentado ao “Charlie Hebdo”. Conhecidos fascistas que se fazem
passar por democratas - entre eles o genocida Benjamin Netanyahu, primeiro
ministro de Israel - participaram da passeata em Paris, no dia 11, clamando
pela liberdade de expressão. O “Charlie Hebdo” está sendo transformado em
símbolo de uma liberdade de expressão que admite o insulto, a afronta, o
desacato, a injúria, o vitupério, o abuso, a infâmia – todos os tipos de
ofensas imagináveis. Desde que sejam contra o Cristianismo e o Islamismo.
E uma parte do povo francês - aqueles que não
possuem senso crítico e se deixam moldar enquanto massa - acredita que dizer
“Je Suis Charlie” (“Eu sou Charlie”) é o mesmo que lutar por uma liberdade de
expressão com base na gratuita ofensa contra as religiões. Os franceses que já
não gostam de qualquer tipo de estrangeiro, principalmente se não pertencer à
Europa branca e dominadora, agora estão sendo induzidos a detestar as
religiões. Em troca, lhes é acenado o direito ao insulto e à ofensa e a total
ausência de ética e de moral. Não compreendem ou não querem compreender que
esse tipo de atitude constitui uma afronta á mais antiga forma de liberdade de
expressão, que é a liberdade de expressão religiosa.
Alguns que se imaginam mais cultos e eruditos
chegam a citar a famosa frase "I disapprove of what you say,
but I will defend to the death your right to say it"
("Eu discordo do que você diz, mas vou defender até a morte seu direito de
o continuar dizendo", em tradução livre) para justificar as ofensas
contidas no “Charlie Hebdo”. Atribuída erradamente a Voltaire, a frase pertence
à escritora Evelyn Hall, que também fez uma biografia de Voltaire e confessou
que errou ao colocar a frase entre aspas, inadvertidamente na primeira pessoa.
De
qualquer maneira, a frase serve como exemplo de discussão democrática entre
pessoas com idéias divergentes, onde se inclui um mínimo de educação e respeito
ao próximo – estando pressuposta, nessa discussão, aquela outra frase: “O meu
direito acaba quando começa o do meu vizinho”. Jamais poderá ser atribuída como o direito à
ofensa, calúnia ou difamação – conforme tem feito o “Charlie Hebdo”, sob
pretexto de “liberdade de expressão”. O “Je Suis Charlie” traz subliminarmente
a possibilidade do “direito” ao ultraje e à humilhação, confiando que os
ultrajados e humilhados não terão como se defender, pois o seu poder político é
mínimo. Trata-se, portanto, de provocação, com o claro intuito de gerar um
revide violento que levará à criminalização do ofendido.
É
o que está acontecendo na França e em grande parte da Europa, que se pensa
“civilizada”. Desde o atentado ao “Charlie Hebdo”, no dia 7, foram constatados
mais de 80 casos de agressões contra muçulmanos, como ataques pessoais, tiros e
insultos. Uma verdadeira explosão de islamofobia. A própria perseguição aos
suspeitos do atentado resultou nas mortes dos perseguidos - óbvios crimes do
Estado francês, que lembram “queima de arquivos” e levantam dúvidas a respeito
dos verdadeiros autores do atentado, uma vez que o objetivo, que foi o de
levantar os franceses e parte do mundo domada pela mídia, contra o Islã, foi
alcançado.
Mais
que um protesto, o “Je Suis Charlie” está se transformando em uma senha que se
espalha pela França, pelo restante da Europa e demais países vassalos do
imperialismo, significando “Abaixo o Islã!” e, nas entrelinhas, “Abaixo a
Igreja Católica!”. Não será de estranhar se os muçulmanos, assim como aconteceu
com os ciganos, forem expulsos da França e de muitos outros países europeus. O
“Je Suis Charlie” poderá se revelar como a senha do ódio e da intolerância em
um mundo que, cada vez mais, é levado por indução e convencimento midiático a
abdicar de todos os valores morais e éticos para dar lugar à globalização de um
carnaval de mentiras e torpezas que visa domesticar as pessoas através do vazio
das suas emoções. Com esse mundo e com essa senha eu não concordo, a exemplo de
milhões que ainda resistem. Eu não sou Charlie. Je Ne Suis Pas Charlie.
Ótima matéria! Discorre muito bem sobre o significado dúbio do termo " liberdade de expressão". Parabéns!
ResponderExcluir"I disapprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it"
ResponderExcluirBem, eu não acredito que:
"A própria perseguição aos suspeitos do atentado resultou nas mortes dos perseguidos - óbvios crimes do Estado francês, que lembram “queima de arquivos” e levantam dúvidas a respeito dos verdadeiros autores do atentado..."
Eu penso que os suspeitos não iriam se entregar com vida e depois de matarem 12 pessoas me parece mais óbvio que fossem de fato exterminados.
Parabéns pelo texto, eu não sabia nada sobre Charlie e muito menos sobre notícias da França. Eu sou ateu e sobre a simbologia do 11 não se trata de mera coincidência é evidente, contudo não devemos desprezar que o acaso também é um componente vital na existência.