Lula
se enganou. Não era a Dilma que devia ter escolhido como sucessora, e sim a
Vilma, mas o que esperar do Lula depois que se entregou pros homens do
dinheiro, que se transformou no Lula-lá, muito lá, cada vez mais distante do
povo? Lula não é mais povo. Virou alguma coisa muito estranha que eu não gosto
nem de pensar. É certo que em época de eleições ele fala em povo e vai a
comícios e quermesses, dá beijos em criancinhas e faz tudo o que é esperado de
um político tradicional. Depois se recolhe para contar milhões. É o que dizem.
Dizem tanta coisa que é difícil acreditar em todas elas. E o Lula escolheu a
Dilma. Provavelmente porque não conhecia e Vilma e fico me perguntando se ele
escolheria a Vilma, se a conhecesse. Duvido!
Vilma é muito independente. Quando a convidaram
para entrar em um desses partidos, ela respondeu: “O quê! E eu sou lá de ficar
fazendo conchavos com gente do governo? Necas de pitibiribas!”. Foi o que me
disseram, mas dizem tanta coisa... O certo é que Vilma não é a Dilma, longe
disso. “Não me confundam! Eu me chamo Vilma e não Dilma” - costuma repetir. E é
a pura verdade.
Participa de todas as passeatas. Já
levou cacetada, foi batizada com spray de pimenta, tentaram sufocá-la com gás
lacrimogêneo, ouviu insultos e palavrões de PMs, mas nunca desistiu. É sempre a
primeira a liderar as manifestações e quando chega aos locais de reunião todos
ficam alegres e os mais entusiastas chegam a dizer: “É a Vilma! Vamos que
vamos!”
Vilma é muito diferente de Dilma. Pra
começar, o seu nome começa com a letra “V”, de vitória; o nome de Dilma começa
com a letra “D”... de que mesmo? Prefiro nem dizer a palavra. Dá azar. Vilma
jamais faria do Brasil o paraíso dos banqueiros; já a Dilma, a afilhada do
Lula...
Todos
sabem que a Dilma gosta muito de bons restaurantes e de comidas exóticas, ou,
pelo menos, de comidas que nós, simples mortais, sequer imaginamos que um dia
poderemos comer. Talvez por isto a Dilma esteja um pouco gordinha. Vilma, ao
contrário, é magra, ágil e prefere a comida caseira, o feijão com arroz e
salada de todos nós. E olhem que as duas têm a mesma idade! Já viram a Vilma em
algum desses restaurantes da moda? Nunca! Quando não está nas passeatas, gosta
de fazer longas caminhadas com breve pausa para um frugal piquenique com os amigos.
Vilma detesta políticos, diz que são
corruptos – o que em parte é verdade. A outra parte está esperando melhores
ofertas. Dilma, por seu lado, vive criando cargos de confiança, secretarias,
ministérios, onde possa abrigar todos aqueles que têm alguma força política,
aglomerados no que foi apelidado de “base aliada” e que sabemos que é uma base
comprada para aprovar os seus projetos. Políticos querem é ganhar dinheiro,
como diria o Tiririca, que é um político que finge de palhaço. Ou vice-versa. E
assim como ele... Todos os outros? Deve escapar algum, quem sabe.
Vilma
não gosta nem de ir a Brasília, costuma dizer que aquela cidade tem uma aura
nebulosa. Quando foi, da última vez, em uma daquelas grandes e memoráveis manifestações
de 2013, na hora de invadir a Praça dos Três Poderes desabou. Estava se
sentindo mal e teve que ser retirada a braços. Foi nocauteada pelo mau cheiro.
Vilma é extremamente sensível. Não
suporta ladroagem, roubalheira, detesta aqueles que assaltam o povo e sofre
alguns processos por se negar a pagar impostos. Nem carro ela quer ter – “Primeiro,
porque não gosto de usar armas, segundo, porque esses carrinhos que estão
fabricando por aí não oferecem a menor resistência a uma simples batida e
terceiro porque pagar imposto para andar de carro, quando eu posso fazer o
mesmo trajeto de bicicleta, é pedir para ser chamada de otária”.
Dilma tem aquele cacoete de trocar as
palavras ou inventar frases pouco inteligíveis. Vilma costuma falar pouco e de
maneira direta e clara e até desculpa a Dilma: “Coitada. Como é que não vai se
atrapalhar, com toda aquela bagunça que deve ser o Palácio do Planalto?
Acostumou, e a bagunça a acompanha aonde ela for”.
Todos
sabem que as mulheres costumam ser muito unidas, até o momento em que brigam. E
Vilma diz estar de mal com a Dilma – “Num momento de recessão, deixar o povo
jogado às traças batendo nas portas dos bancos e de outros agiotas menores e
ainda por cima aumentar os impostos é o mesmo que condenar à fome e à miséria.
No lugar dela eu dobraria o salário mínimo. Ou triplicaria. Se o dinheiro está
valendo pouco, o salário deve ser aumentado, não é óbvio? Ou ela não pensa no
povo?”
Esta é uma dúvida que vem aumentando:
Dilma pensa no bem-estar do povo? Vilma, por seu lado, se diz socialista, o
único sistema político em que acredita – “É uma questão de humanidade, gente.
Se eu sou cristã, tenho a obrigação de ser socialista. Jesus não usava só um manto
e um par de sandálias? Tá bem, eu sei que vão me dizer que ele era Deus ou
coisa que o valha... Mesmo assim, temos que pensar no próximo, não vivemos
isolados e eu não agüento ver toda essa injustiça. Pessoal não é preciso
repartir tudo, até porque isso iria provocar muita revolta, mas viver no luxo e
deixar os outros morrer à míngua é o máximo da insensatez. Vamos fazer um
socialismo à brasileira! Só tem uma coisa: nada de partido único. Essa coisa de
partido único nunca deu certo, cheira à ditadura e incentiva a corrupção. Vamos
respeitar as idéias dos outros para que nos respeitem.”
Vilma não gosta muito de falar da Dilma
ou na Dilma, no entanto, no dia em que deu a sua opinião sobre o socialismo,
acrescentando que o capitalismo era um sistema destruidor de consciências
porque incentivava o individualismo, e contrário à espiritualidade, uma vez que
transforma as pessoas em fanáticas consumistas que ficam sempre desejando
agregar bens materiais, Vilma se referiu ao passado de Dilma: “E olha que ela
foi uma guerrilheira! Foi até presa e torturada. Lutava contra o sistema,
contra os milicos, contra a ditadura; acreditava em um mundo melhor e mais
justo... E depois isso... Dá uma pena só em pensar...”.
Talvez por isso, Vilma tem os seus
críticos e sempre que é confrontada em suas idéias, depois de uma boa discussão,
ela agradece. – “Gente, como é bom ter quem discorde, lançando idéias das quais
também podemos discordar e que sempre acrescentam. Desde que não haja agressão,
tudo é válido. A pior coisa são os pensamentos estagnados. Devemos evoluir
junto com as idéias; o contrário é o cérebro burocratizado e com tendência ao
retrocesso. Quando é mesmo a próxima manifestação? Devemos continuar unidos na
luta comum.”
A luta comum é a luta por melhores
condições de vida, a luta a favor dos sem terra e dos sem teto, a luta contra a
discriminação, a luta a favor de melhorias salariais, a luta contra predadores
da natureza, como a usina de Belo Monte, a luta a favor dos avanços sociais, a
luta contra a corrupção e as fraudes, a luta a favor de uma democracia
verdadeira. Uma luta interminável.
E
Vilma sempre está à frente de todos os movimentos, é a primeira nas passeatas e
reivindicações, a primeira a apanhar e a dar o troco. Nunca se encolhe, nunca
recua. Até quando é derrubada por alguma daquelas balas de borracha que quebram
costelas ela grita: “Em frente, gente! Em frente!”
Existem muitas Vilmas por aí, mas fazer o quê se querem a Dilma? É muita falta de bom senso, O povo brasileiro deveria pensar mais.
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