Entre
no youtube e digite “guerra na Síria” na busca. Encontrará muitos filmes, a
maior parte deles feitos a partir do ponto-de-vista dos mercenários
terroristas. São facilmente reconhecíveis, porque estão sempre gritando “Alahu
Akbar”, que significa “Alá é grande”. Alá é o nome do deus muçulmano. Alguns,
como o Papa Francisco, acreditam que Alá, Jeová, Cristo, Brahma, Oxalá, etc.,
são diversos nomes para um único deus. Eu penso de maneira diferente. Não
consigo entender o deus da paz, Jesus, confundido com o deus dos exércitos,
Jeová. Ou com Alá que, através do Profeta, pregou a guerra santa.
Então, você entrou no youtube e está
vendo um combate, e outro e outro, e ouvindo a frase “Alahu Akbar” gritada
pelos terroristas que querem derrubar o governo da Síria sob patrocínio dos
Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia, Israel e demais amigos e deve ficar
admirado como esses, por assim dizer, militantes islâmicos, usam como
trincheiras somente os escombros das cidades. Ao mais das vezes, no entanto,
eles atiram com o corpo descoberto, e nenhum deles é atingido, muito menos o
câmera contratado para reportar as ações bélicas de tão destemidos
guerrilheiros. Não é fascinante?
Aliás, o câmera consegue ser tão
perfeito que dificilmente você acreditará que aquelas filmagens foram
produzidas através de um aparelho celular. Os combates são mostrados de
diversos ângulos, como se existissem várias câmeras postadas em lugares
previamente especificados onde os militantes, guerrilheiros ou que nome você
prefira para aqueles soldados que dizem repetidamente a mesma frase irão passar
atirando. Corte para uma caminhonete onde um deles atira com uma metralhadora.
Corte para um grupo de soldados (?) que preparam foguetes que logo serão
lançados. Corte para um tanque dando tiros espaçados, a câmera faz um zoom de
aproximação, vê-se a explosão no campo inimigo e os militantes islâmicos gritam
“Alahu Akbar”.
É claro que há uma guerra. Disso
ninguém tem dúvidas, ou seríamos todos loucos. Inclusive, existem alguns filmes
que mostram cadáveres, sangue nos corpos e outras coisas feias. Mas que tipo de
guerra é essa que permite aos, por assim dizer, jornalistas (?) do Estado
Islâmico, Frente al-Nusra e Exército Livre da Síria filmar os combates, fazer a
devida edição e colocarem no youtube no mesmo dia ou no dia seguinte?
Provavelmente uma guerra de sedução.
Pessoas do mundo inteiro estão vendo esses mesmos filmes e sendo seduzidas pelo
ardor guerreiro do Estado Islâmico. Jovens viciados em televisão e filmes norte-americanos
de guerra são atraídos para lutar ao lado de combatentes tão destemidos. Fiquei
particularmente encantado por um desses filmes. O título: “Syria War 2015. Al
Nusra atack saa”. (Guerra na Síria em 2015. Frente AL-Nusra ataca exército
sírio). https://www.youtube.com/watch?v=qxbXMw0mQP0
Ao fundo, ouve-se um hino. Nos
primeiros minutos, na parte direita da tela, um fuzil-metralhadora disparando.
Em seguida, ruído de tiros e aparecem explosões que lembram fogos de artifício.
A câmera está rodando como se estivesse em cima de um veículo. Casas, fumaça,
tiros. E o hino ao fundo, embalando o combate cego.
No número 2 de “Syria War...” https://www.youtube.com/watch?v=vC7X4snfoiY o hino
continua ao fundo e há muita fumaça e ação de guerra, como soldados atirando
com metralhadoras e lança-foguetes, lançamento de granadas, explosões, mais
soldados mercenários atirando destemidamente, sem qualquer proteção, correndo
em uma estrada no ataque a uma povoação - e o câmera junto. Percebem-se vários
cortes sob a responsabilidade de “Kine Master”, provavelmente uma empresa
cinematográfica dos Estados Unidos, e, em algumas cenas, um único soldado
mercenário atirando com metralhadora, enquanto os outros passeiam ao seu lado.
Depois o descanso dos guerreiros. Após
vários cortes mostrando inimigos mortos para que não haja dúvidas que houve um
combate, os mercenários se reúnem e gritam – adivinhe? – “Alahu Akbar”,
agitando a sua bandeira negra para a câmera. Mais um corte e uma cena que
revela a alegria dos mercenários. Como propaganda de terrorismo, excelente.
Então um novo hino mais lento por trás das vozes dos “guerreiros” a exaltar-se.
Caiu a noite. Um líder discursa para os combatentes terroristas. Corte para a
última cena que dá a entender que diversos prisioneiros serão fuzilados pelas
costas. Ouvem-se tiros.
Talvez eles só digam “Alahu Akbar”
porque grande parte desses soldados mercenários provém de outros países que não
os do Oriente Médio, e não devem conhecer o árabe. Somente a frase “Alahu
Akbar”, que repetem incessantemente para as câmeras. Calcula-se que 90 países
estão fornecendo mercenários para o Estado Islâmico, Frente AL-Nusra, Exército
Livre da Síria (que é um amontoado de agrupamentos menores sob direção da
Irmandade Muçulmana) e outros grupos menores - incluindo países nórdicos, como
Noruega e Dinamarca. Basta deixar crescer a barba, aprender a frase célebre e
eis mais um indignado jovem muçulmano a lutar por Alá e pelo Profeta.
Atualmente, o Profeta tem vários
nomes: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, França... Por falar, descobriram
15 cientistas franceses trabalhando para o Estado Islâmico, no Iraque. Foram
mortos em um daqueles ataques do exército iraquiano. O que estavam fazendo?
Fabricando armas químicas ou drogas?
Os mercenários são treinados no Qatar,
Arábia Saudita, Jordânia, Israel e Turquia e enviados aos grupos de 50 ou 100
para integrar as fileiras terroristas. Ganham muito bem, em torno de mil e
quinhentos dólares por semana e, se morrerem (o que acontece seguidamente),
suas famílias ficarão amparadas. Quando são feridos, retiram-se para os mesmos
países que os treinaram para receber assistência médica gratuita. Se o
ferimento não for muito grave, depois de curados voltam a combater.
Sabe aqueles jovens que gostam de
fazer ginástica exaustivamente, adoram consumir por distração, pouco ou nada
lêem e se informam através da mídia manipulada? Pois é. Também existem os
jovens muito pobres que começam em pequenas gangues, fazem estágio remunerado
no tráfico de entorpecentes e acabam recrutados como mercenários. São alvos
ainda mais fáceis para a propaganda da internet, estilo youtube.
O Profeta não usava drogas e proibiu o
consumo de álcool entre os seguidores do Islã. O Profeta gostava muito de mel e
dizia que a “Jihad” (guerra santa) era necessária apenas para combater os
inimigos do Islã. Referia-se às tribos nômades de árabes da sua época que não
desejavam largar a idolatria e aceitar que “Alá é o único deus e Maomé é o seu
Profeta”. Nunca pregou a conquista de novos territórios ou uma gigantesca
expansão do Islã.
Dizia que os cristãos eram irmãos, que
Jesus era um profeta enviado diretamente por Deus e que as duas religiões são
complementares e tem a mesma origem: o Livro, a Bíblia. É claro que ele aludia
principalmente ao Velho Testamento, a base do Judaísmo, que nada ou quase nada
tem a ver com o Cristianismo. Quanto aos judeus, Maomé os considerava um povo
traiçoeiro e no Corão podemos ver que Ismael, o filho primogênito de Abrahão,
nasceu em Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos e é o progenitor do povo árabe.
A atual Jihad (guerra santa) islâmica
só se justifica contra os povos que oprimem os muçulmanos, como o artificial
Estado de Israel, cujos membros tem como diversão matar palestinos que defendem
a sua legítima terra. O plano de conquistar o Oriente Médio – a começar pela
Síria e o Iraque – através de um exército de mercenários “islamizados” junto
aos grupos sunitas foi forjado quando da invasão dos Estados Unidos ao Iraque e
Afeganistão, ao perceberem que não poderiam sustentar uma guerra
indefinidamente contra exércitos nacionalistas. O próprio exército
norte-americano não estava disposto a continuar sendo alvo diário de atentados
guerrilheiros.
No entanto, o que se vê é exatamente o
contrário. O Estado Islâmico e outros grupos, como Frente Al-Nusra e Exército
Livre da Síria combatem governos muçulmanos. Israel? Nem pensar; Turquia, muito
menos. Arábia Saudita? É de lá que sai o dinheiro para os mercenários. E as
drogas? Ninguém combate dia e noite sem estimulantes. Descobriu-se recentemente
que a principal droga usada pelos mercenários chama-se Captagon (cloridrato de
fenitilina). A droga é tão potente que tira o medo e o cansaço, aumenta o
desempenho físico e mental e anula a dor quando os jihadistas são atingidos.
O captagon foi produzido nos anos ’80
como remédio contra a narcolepsia (sonolência) e depressão. Por ser altamente
viciante, quase imediatamente foi proibido. Mas continua a ser produzido em laboratórios
clandestinos. O príncipe saudita Abdel Mohsen teve o seu jato particular
flagrado, no Líbano, com mais de duas toneladas de captagon. Segundo
jornalistas búlgaros mencionados pelo jornal “Courrier International”, em
28/05/2015, no artigo “Vu de Bulgarie. Aux origines de la potion magique de
Daech”, o captagon seria produzido por laboratórios da OTAN, na Bulgária. (http://www.courrierinternational.com/article/vu-de-bulgarie-aux-origines-de-la-potion-magique-de-daech).
A OTAN (leia-se Estados Unidos) ficou
famosa por dominar países onde grande quantidade de drogas é produzida. A
proibição do Corão às drogas e ao álcool provocou grande reação dos países
ocidentais, principalmente quando grupos fundamentalistas passaram a combater o
consumo de drogas. A seguir-se o Corão rigidamente, as drogas não só devem ser
proibidas como a sua produção exterminada. O Ocidente ateu e falsamente cristão
depende das drogas para fabricar zumbis, e necessita de multidões de zumbis que
comprem as drogas. É um grande negócio, camuflado por máfias e traficantes.
Além disso, os exércitos da OTAN necessitam de drogas estimulantes, como
heroína e captagon, e a heroína tem como principal componente o ópio, que é
extraído da papoula.
Quando os fundamentalistas islâmicos,
no início do século 21, passaram a pregar a extinção das plantações de papoula
no Afeganistão, o comércio mundial de drogas sentiu-se ameaçado e aconteceu o
11 de setembro de 2001 como a grande desculpa para a invasão do Afeganistão e
conseqüente proteção das grandes plantações de papoula daquele país. Sem contar
o desbragado roubo de petróleo.
Desde 2012, a OTAN ocupa o
Afeganistão, substituindo o exército dos Estados Unidos, sob a desculpa de
combater as drogas e o Talibã. Segundo o relatório do Gabinete da ONU para
Drogas e Crimes (em inglês, United Nations Office on Drugs and Crime – UNODC),
em 2013 as culturas de papoula de ópio no Afeganistão ocuparam a maior
superfície de terra, ultrapassando todos os registros anteriores – 36% a mais
que no ano anterior. E continuou aumentando em 2014 e 2015.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos
está acontecendo o que já foi apelidado de epidemia de heroína. Em 2014,
morreram nos Estados Unidos mais pessoas de overdose de drogas (47.055) do que
em qualquer outro ano registrado, segundo o Centro para Controle e Prevenção de
Doenças. Cerca de 60% morreram por overdose de opiáceos, principalmente
heroína. (http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/internacional/1451251704_170861.html).
Atualmente, existem mais de 100 mil
soldados estrangeiros no Afeganistão. Todos da OTAN. E estão lá especialmente
para proteger o negócio da heroína, que rende cerca de 100 bilhões de dólares
por ano. Gordon Duff, editor sênior do “Veterans Today”, em entrevista à “Press
TV”, referente às tropas britânicas no Afeganistão, afirmou: “Eu acho que eles
vão para o Afeganistão para ajudar a gerir o negócio de 100 bilhões de dólares
por ano, transportando a heroína através do Afeganistão e gerindo o setor
bancário da indústria de heroína através dos bancos de Londres. Não consigo
pensar em outra razão pela qual deveriam ir até lá”. (http://www.libertar.in/2013/11/otan-eua-e-reino-unido-o-grande-mercado.html).
Você entrou no youtube e está
assistindo combates quase ao vivo das guerras da Síria e do Iraque. Por que os
mercenários são tão temerários, expondo-se abertamente? Devido à fé em Alá ou
ao efeito do captagon e da heroína? Você não está vendo homens lutando pela sua
pátria, mas pessoas dominadas pela droga. Mercenários fabricados pelos Estados
Unidos, por Israel, pela Arábia Saudita, pela Turquia, condenados a morrer em
uma guerra igualmente fabricada e que só serve aos interesses das grandes
corporações internacionais. Ou condenados à morte em vida.
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