Ao contrário do que é veiculado, Snowden não era agente da CIA, mas da agência Nacional de Segurança (NSA), aquela que faz auto-propaganda através da série “24 Horas” e que tem mais poder que o FBI, a CIA ou qualquer outra agência de espionagem do mundo inteiro. Talvez seja mais poderosa que o próprio governo dos Estados Unidos, pois pode grampear os telefones de Obama e de seus assessores e relatar tudo o que ocorre não só dentro dos Estados Unidos como no mundo inteiro. Vigilância naquele país significa espionar todos os seus cidadãos. E também os governos e pessoas do mundo inteiro.
Isto foi o que Edward Snowden revelou no início de junho através dos jornais “The Guardian” e “The Washington Post”, talvez acreditando que iria ajudar a salvar a democracia norte-americana, que derivou para o fascismo desde o 11 de setembro de 2001, impondo a lei da força à força da lei em todo o mundo e foi prontamente obedecida, principalmente pelos países da União Européia, que comungam com os Estados Unidos a mesma sensação do poder bélico, da força nuclear, de um grande exército mundial chamado OTAN, o domínio da mídia mundial e a detenção do poder tecnológico que permite invadir e intimidar países e destruir nações.
Mais que isso. Snowden revelou também que usando servidores de empresas como Google, Apple e Facebook, a espionagem dos Estados Unidos mantém ampla base de dados telefônicos no mundo inteiro, coletam dados de nove empresas da Internet e podem usar dados de inteligência sem mandado. Junto com o Reino Unido (e, muito provavelmente, Israel) os Estados Unidos espionou as reuniões do G-20 desde 2009, penetram e espionam os computadores da China e demais países que consideram ‘potencialmente perigosos’, como a Rússia, e grampeiam telefones inclusive dos mais apegados aliados, como os governos da União Européia.
Segundo o que publicou o Washington Post, o programa de vigilância da Internet coleta dados de provedores online, incluindo e-mails, serviços de chats, vídeos, fotos, dados armazenados, transferências de arquivos, videoconferências e logins.
Também são especialistas em vírus. Recentemente, o governo iraniano denunciou a tentativa de invasão virtual das suas instalações industriais através de um vírus chamado Stuxnet. O Kasperski Labs disse que o ataque só poderia ser conduzido com o apoio de um “Estado-Nação”. “O Stuxnet é um protótipo funcional e temível de uma arma de computação que pode levar a uma nova corrida armamentista mundial”, afirmou a companhia a respeito do vírus. Especula-se que a primeira usina de energia nuclear iraniana, em Bushehr, pode ter sido alvo de tentativa de sabotagem ou espionagem.
Somente em março de 2013, a Agência Nacional de Segurança, dos Estados Unidos, coletou 97 bilhões de dados, 14% deles de países considerados “críticos”. Em junho, Snowden divulgou o que os governos já sabiam: que a rede serve, principalmente, para espionagem. Não somente usada pelos Estados Unidos.
De acordo com pesquisas do professor de direito Bruno Magrani, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, o governo brasileiro pode ter acesso a dados que cidadãos cederam a empresas. Através de duas maneiras: por meio da Anatel, e por meio de acordo com empresas como Google e Facebook. Os dados obtidos poderiam ser compartilhados entre a Polícia Federal e a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), porque o SISBIN (Sistema Brasileiro de Informação), do qual a ABIN e diversos outros órgãos federais fazem parte, determina que haja compartilhamento de informações.
O que Edward Snowden fez, ao revelar toda a trama que os Estados Unidos promovem contra a liberdade, seguidos por seus Estados vassalos, foi revelar ao público que a democracia – palavra tão usada pelos demagogos – é um sistema que permite aos governos vigiar os seus cidadãos através dos meios de comunicação, como a Internet, que foi disponibilizada justamente para que todos fiquem desprotegidos em sua privacidade.
E isso o sistema não perdoa. Acusado de espionagem, Snowden fugiu e se refugiou primeiro em Hong-Kong, até que a China foi pressionada a permitir a sua extradição. No dia seguinte ao pedido, embarcou para Moscou e ficou na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, na capital russa. A viagem foi feita com o apoio do WikiLeaks, que enviou Sarah Harrison para ajudá-lo. Da Rússia, Snowden pediu asilo político a 21 países, incluindo o Brasil.
E foi somente através de pressões e pedidos que Dilma Roussef se manifestou sobre a tentativa de seqüestro de Evo Morales, presidente da Bolívia, que voltava de Moscou e teve seu avião retido na Áustria, após Portugal, Espanha, França e Itália, subservientes aos Estados Unidos, impedirem que o avião presidencial sobrevoasse os seus territórios, devido à suspeita de que traria Snowden para a Bolívia.
O avião de Evo Morales permaneceu retido durante toda a noite de terça para quarta-feira em Viena, somente obtendo permissão para decolar na manhã de quarta-feira. Pepe Mujica, presidente do Uruguai, Cristina Kirchner, presidente da Argentina, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela e Rafael Correa, presidente do Equador, telefonaram para Evo Morales, oferecendo-lhe apoio e revelando a sua indignação com os países europeus e com os Estados Unidos. Dilma permaneceu quieta até o momento em que ficaria muito feio não se manifestar e somente o fez depois que a embaixada da Bolívia pediu uma posição da presidente do Brasil, quase um dia depois do acontecido. Declarou-se indignada.
“Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Européia” – disse a Presidente. Foi categórica e firme, como a dizer: “São hipócritas!”.
Uma pena que não fará mais que isso. Tenta sobreviver aos quinze dias de manifestações orquestradas, à greve dos caminhoneiros e a todas as greves e movimentos que estão sendo planejados para desestabilizar o seu governo na tentativa de um ‘golpe branco’, como aconteceu com o presidente do Paraguai, que foi destituído pelo Congresso a pedido dos Estados Unidos.
Mas teria que dizer alguma coisa, mesmo que bata de frente contra o império e açule ainda mais as hordas dos golpistas que em 2014, ano da Copa do Mundo, festejarão 50 anos do golpe de 1964 e pretendem reeditá-lo. Golpe de estado é a moda do momento. No Egito, o presidente foi derrubado pelos militares amigos do Ocidente (leia-se Estados Unidos, Inglaterra e seguidores). Na Turquia, o governo está vacilando, devido às manifestações incitadas através do Facebook pelo estranho e mascarado grupo Anonymous, que se diz apartidário.
Snowden abriu uma brecha no sistema que se pensava invulnerável, ao arrancar-lhe a máscara e revelar o seu frágil, assustado e decrépito rosto. A vileza e a covardia da espionagem a nível mundial jamais poderá ser perdoada. Os países da América Latina, considerados “inferiores” por seus colonizadores começam a acordar para a realidade e provavelmente tomem alguma posição, embora nada se possa esperar de governos como o do Brasil, Colômbia, Peru e Chile – ainda atrelados aos Estados Unidos.
Mais uma dos Estados Unidos e asseclas. Hoje, chega a dar arrepios qualquer tipo de comunicação, mas temos que continuar, pois os espiões têm todos o meios para cerceamento mundial principalmente através da tecnologia atual, sendo a internet o principal.
ResponderExcluirMais uma dos Estados Unidos e asseclas. Hoje, chega a dar arrepios qualquer tipo de comunicação, mas temos que continuar, pois os espiões têm todos o meios para cerceamento mundial principalmente através da tecnologia atual, sendo a internet o principal.
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