quarta-feira, 28 de agosto de 2013

E SE ELES FOSSEM DOS ESTADOS UNIDOS?

MÉDICOS CUBANOS VAIADOS POR ESTUDANTES DE MEDICINA.
RACISMO, PRECONCEITO E XENOFOBIA.


Permitam-me não escrever “americanos”, porque americanos somos todos os que vivemos nas Américas. Tampouco escreverei norte-americanos, porque a América do Norte é formada por três países: México, Canadá e Estados Unidos. Mas já imaginaram se os médicos estrangeiros fossem dos Estados Unidos? Seriam apupados e hostilizados como aconteceu no Ceará, onde menininhas mal-educadas dos cursos de Medicina, embaladas por seu ódio e preconceito fizeram um corredor polonês de vaias para os médicos cubanos que estavam chegando? Detalhe: estavam de jaleco e, com certeza, faltando às aulas. Que não devem fazer muita falta, aos poucos estamos entendendo o tipo de aulas que são ministradas nos nossos cursos de Medicina, o tipo de educação que é transmitida em um curso superior que está formando pessoas deformadas ética e moralmente.

   Assim que terminam o curso, adivinhem o que pensam os “doutores” brasileiros? Com certeza, imbuídos de amor pela humanidade, imaginam: “Agora vou ganhar dinheiro!”. Ou acreditam que eles fazem Medicina com o piedoso intuito de curar, atender aos necessitados, pesquisar novos remédios ou socorrer, voluntariamente, países onde acontecem catástrofes?

     Devem existir exceções, como em toda regra, mas os médicos brasileiros estão tirando as máscaras de boas pessoas e revelando as suas faces hediondamente mercenárias.

     Não chegou a três por cento o número de médicos brasileiros que se inscreveu no programa Mais Médicos, e desses, grande parte não foi aceita por falta de documentos que comprovassem a sua qualificação profissional. E dos que foram aceitos nenhum deles desejou ir para os lugares onde o nosso país mais necessita de médicos. Omitiram-se. Tratar de pessoas pobres em lugares distantes de shopping-centers? Nem pensar! Nossos médicos são formados para atender em cidades perfeitamente organizadas, onde serão reverenciados e atraídos para todos os clubes sociais, tratados como pessoas muito especiais, quase como deuses, formando a casta dos eleitos pelo dinheiro.

      Tratar de pobres não dá dinheiro. SUS é palavrão para médicos brasileiros. Como enriquecer trabalhando em vilas, favelas, lugares distantes, ou, mesmo, na periferia das cidades? Médicos brasileiros são feitos para consultórios confortáveis, cuidando de pessoas de sua própria classe, receitando os remédios que as multinacionais farmacêuticas lhes indicam, fazendo acordos com laboratórios. E enriquecendo.

    Os médicos estrangeiros que estão chegando ao Brasil, principalmente os cubanos, estão entendendo, aos poucos, o que significa, na prática, o ódio de classes. A campanha contra eles apenas começou.

      Mas imaginem se fossem estadunidenses... É claro que seria impossível, porque nos Estados Unidos sequer existe plano previdenciário e os médicos brasileiros têm como modelo a receita de vida dos médicos dos Estados Unidos. Mas... Na utópica hipótese que deve bailar na cabeça fraca daquelas menininhas cearenses – e da maioria dos médicos e estudantes de medicina brasileiros -, se os médicos que estão chegando ao Brasil fossem dos Estados Unidos – não tenham dúvidas que elas dariam tudo para eles.

Um comentário:

  1. De pleno acordo! Um verdadeiro desmascaramento dos médicos brasileiros e consequentemente a saúde precária em nosso país. Parabéns pela matéria e oportunas análises sobre os norte-americanos ( leia-se Estados Unidos ).

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