segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A PASMACEIRA DE RENATO




A pasmaceira de Renato só pode ser comparada à petrificação de Dida no gol do Grêmio. Dida é um goleiro pétreo: talvez pelo nome, por ter sido da Seleção, não dá lugar ao excelente Marcelo Grohe. E é um goleiro petrificado: fica olhando a bola passar e entrar no seu gol. Há torcedores contando os frangos que Dida levou nos últimos jogos. Estão errados. Frango é aquela bola facílima que chega a bater nas mãos do goleiro, ou nas pernas, e passa lentamente para as redes. Dida não leva frangos. Apenas não pega chutes ou cabeçadas que outros goleiros mais ágeis e com melhores reflexos defenderiam. Fica ali, parado, com a mesma expressão. Petrificado.

   Renato, por seu lado, está pasmo. Isso é uma espécie de doença que acontece com todas as pessoas algumas vezes em suas vidas. Pasmar. Admirado consigo mesmo, ao mais das vezes contemplando a sua sombra ou reflexo, o atual treinador gremista pasmou.

   É certo que se mexe e grita e fala e vocifera e possivelmente orienta os jogadores, mas nada faz, além disso. Escolheu um time sem ataque, sem defesa, sem meio de campo e sem goleiro e disse para si mesmo: “Eis o time!”. Quando começa a levar gols, faz substituições de praxe e, ao mais das vezes, erradas. Depois da partida, elogia o adversário, para total desânimo dos seus próprios jogadores.

   Está longe do Renato agressivo que treinou o Grêmio há uma temporada atrás, pouco antes do empresário Luxemburgo, que também é tido como treinador. Mudou radicalmente e virou retranqueiro. E, de retranca em retranca, jogo após jogo, leva inúmeros gols e deixa os seus jogadores desesperados, coitados. Eles não são ruins de todo e fazem o possível para que a bola não chegue ao seu gol, onde está o petrificado Dida.

   Dizem que o grande erro de Renato é não colocar os bons jogadores em campo: Maxi Rodriguez, Elano e Zé Roberto. Renato prefere Yuri Mamute. Não escala ninguém que possa fazer sombra à sua antiga carreira de grande craque gremista. Escolheu a mediocridade e este não é o Renato que eu conheço ou que a torcida do Grêmio esperava. Falta ânimo e vontade de vencer.

    É necessário dar corda ao Renato, quem sabe um complexo vitamínico, uma sessão de hipnose, qualquer coisa que o livre da pasmaceira em que está inebriado. Uma injeção de ânimo. Falam por aí que é soberba e arrogância. Acho que não: é pasmaceira mesmo.

Um comentário:

  1. Entendo pouco de futebol, mas concordo com o blogueiro à respeito do treinador Renato. E acrescento ao perfil do mesmo: arrogância. Valeu!

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