Se a seleção não joga
bem ele está lá para decidir. O único e principal problema é o restante do time
ficar tão dependente das suas jogadas a ponto deixar de fazer a sua parte,
esperando que o gênio desperte e resolva tudo sozinho, o que nem sempre é
possível, afinal o futebol é um esporte coletivo em que todas as peças são
interdependentes, a não ser em caso de gol contra ou de excessiva emotividade
que poderia provocar inusitados tremores ou cegueira devido às lágrimas e,
mesmo assim, deve-se levar em conta que a prática esportiva mexe com as emoções
e, inclusive, há casos de jogadores que conseguem jogar melhor quando choram,
extravasam, destilam a sensibilidade, revelam-se humanos, demasiado humanos,
perdendo um pouco aquele ar de feras a cantar o hino nacional aos gritos e que
desejam entrar em campo para, literalmente, quebrar o adversário.
Quem
quebra é o craque. É ele. A palavra está dizendo: “crak”. Não aquela droga que
foi inventada para a grande maioria do povo que não pode assistir partidas de
Copa do Mundo dentro dos estádios ou para iludir a fome, o abandono e a desesperança.
Estou falando dele, o único verdadeiro craque que apareceu nos últimos anos,
provocando acessos de raiva nos adversários, júbilo na sua torcida e surpresa
entre aqueles que já estavam acreditando que o futebol se transformara em um
monótono trocar de passes e cruzadas na área. Ele recebe a bola e diz: “É
comigo”. Acredita e vai em frente, driblando quem aparecer, dando o passe
milagroso ou o chute inesperado, batendo a falta com maestria ou fazendo o
lançamento perfeito, passando por dois, três, quatro, cinco, e só parando
quando a bola, satisfeita, aconchega-se dentro do gol.
Às
vezes, parece desinteressado. Todos estranham. O que estará havendo com ele? Será
que está machucado? Que nada! Todo bom jogador, principalmente o craque, tem
aquele momento em que parece amortecido e busca se reequilibrar. É quando tenta
interpretar o que está acontecendo dentro de campo. Dêem-lhe algum tempo, sejam
pacientes. Inesperadamente ele sairá da sua aparente mediocridade e decidirá a
partida, no exato momento em que os adversários pensam que ele está muito bem marcado,
ou demasiado cansado. A vida é feita desses impulsos súbitos e só os
verdadeiros criadores aceitam o desafio de desvelar o inesperado em
extraordinário momento de lucidez e magia que provoca a beleza e o encanto. E,
atualmente, só existe um jogador capaz de entrar nesse estado de graça: Messi.
Muito bom artifício usado pelo Blogueiro. Apesar de tudo levar a crer, "Ele" não é"Ele". Valeu!
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