Uma grande empresa, como a Petrobras, não deveria ter capacidade
suficiente para gerir e financiar as suas próprias obras sem a necessidade do
capital privado? Afinal, teoricamente a Petrobras é uma empresa pública, estatal,
e deveria ter uma empreiteira igualmente pública e estatizada, responsável
pelas obras. No entanto, a Petrobras é estatal apenas de fachada. Na verdade, é
uma empresa de capital misto que delega a responsabilidade das construções a
empresas privadas, e não estatais, supostamente através de licitações.
Assim,
plataformas de petróleo, refinarias, implantação de terminais, obras de dutos,
terraplanagem e todos os demais trabalhos referentes à infra-estrutura e
superestrutura da Petrobras são feitos por empresas de capital privado,
contratadas pela Petrobras que, de estatal, tem muito pouco. São bilhões de
reais investidos por essas empresas, que devem arrecadar centenas de vezes
mais. Dinheiro que poderia ser nosso, do povo brasileiro, se a Petrobras fosse
realmente estatizada.
Dentro
da ótica do capitalismo, a corrupção é uma arma utilizada “naturalmente” por
pequenas e grandes empresas, principalmente quando se trata de obter contratos
que irão gerar grandes lucros. E, do ponto de vista dos nossos governos – de
Fernando Henrique Cardoso a Dilma, passando pelo governo Lula de oito anos –
aliados do capitalismo e que pregam o neoliberalismo econômico, não hesitando
em entregar as nossas empresas ao capital privado nacional e internacional,
vender licitações, “negociar” contratos também é muito natural.
O que tem sido roubado da Petrobras (e de muitas outras empresas estatais) é considerado pelos políticos que nos governam como parte do jogo político e econômico. Jogo que vem sendo incentivado desde que os portugueses ocuparam esta terra em 1500, e se transformou em vício das elites dirigentes a partir do golpe que proclamou a República, e só foi sustado temporariamente quando dos governos de Getúlio Vargas, de 1930 a 1945 e de 1950 a 1954. Outro período de honestidade política aconteceu durante o período em que João Goulart governou o Brasil, de 1962 a 1964.
Após 1964, aumentou a entrega do Brasil e de nossas riquezas ao capital privado, notadamente o capital estrangeiro. A “redemocratização”, ao final dos anos 1980, somente trouxe de volta as eleições – que hoje não sabemos se realmente são livres e honestas, ou manipuladas eletronicamente. De resto, o retrocesso que começou em 1964 prosseguiu com os governos civis, e de maneira mais alarmante e entreguista a partir dos governos de partidos como o PSDB e o PT – ambos notoriamente antinacionalistas.
O que tem sido roubado da Petrobras (e de muitas outras empresas estatais) é considerado pelos políticos que nos governam como parte do jogo político e econômico. Jogo que vem sendo incentivado desde que os portugueses ocuparam esta terra em 1500, e se transformou em vício das elites dirigentes a partir do golpe que proclamou a República, e só foi sustado temporariamente quando dos governos de Getúlio Vargas, de 1930 a 1945 e de 1950 a 1954. Outro período de honestidade política aconteceu durante o período em que João Goulart governou o Brasil, de 1962 a 1964.
Após 1964, aumentou a entrega do Brasil e de nossas riquezas ao capital privado, notadamente o capital estrangeiro. A “redemocratização”, ao final dos anos 1980, somente trouxe de volta as eleições – que hoje não sabemos se realmente são livres e honestas, ou manipuladas eletronicamente. De resto, o retrocesso que começou em 1964 prosseguiu com os governos civis, e de maneira mais alarmante e entreguista a partir dos governos de partidos como o PSDB e o PT – ambos notoriamente antinacionalistas.
O
nacionalismo é considerado o grande inimigo do capitalismo e governos nacionalistas,
muitas vezes mesclados com socialismo, tem sido combatidos e derrubados pelo
império e seus aliados em todas as partes do mundo. A razão básica para essas
ações é que o nacionalismo verdadeiro impede a fuga de capitais, incrementa a
pesquisa e desenvolvimento tecnológico, melhora sensivelmente o nível de vida
da população e faz com que o povo adquira amor ao seu país e à sua cultura.
Em
tempos de neo-colonialismo e de globalização esses predicados de um país
nacionalista chegam a ser um insulto para as aves de rapina capitalistas, que
se assanham a dar bicadas mortíferas nos governos que defendem seus povos e
suas riquezas nacionais. Haja vista a campanha intensiva dos grandes meios de
comunicação (controlados pelo império) contra países como Bolívia, Equador e
Venezuela, que intentam um novo caminho para o socialismo nacionalista; o
incessante combate ao governo cubano, a guerra ainda não declarada oficialmente
contra a Rússia e as ações contra o governo peronista-nacionalista de Cristina
Fernandez Kirchner, na Argentina – só para citar alguns dos exemplos mais
óbvios.
Fingindo-se
de partido de esquerda para cumprir a missão de controlar e abafar os legítimos
movimentos sociais, dizendo-se um partido dos trabalhadores para acabar de vez
com o verdadeiro movimento trabalhista e nacionalista que avançou na época de
João Goulart e sofreu um golpe militar, iludindo as novas gerações
desinformadas e avessas à cultura política ao pregar o assistencialismo como
substituto do socialismo, revelando-se reformista e revisionista em relação ao
marxismo, apoiando as teses capitalistas a nível internacional, e, na América
do Sul, enquanto no governo impondo o Brasil como país imperialista, o Partido
dos Trabalhadores não poderia deixar de optar pelo caminho da corrupção e dela
fazer uma razão a mais para sustentar um poder aliado do latifúndio, das
oligarquias e do empresariado.
Com
o dinheiro do roubo gigantesco, além de enriquecer os seus principais líderes
partidários, o PT organizou-se dentro dos sindicatos mais pelegos, tenta
aparelhar o Judiciário e tem como norma comprar a aliança de deputados e
senadores, e não será inacreditável se cooptar os mais graduados das Forças
Armadas para preservar o poder, numa tentativa de hegemonia quase totalitária.
Uma cópia sem fardas da ditadura militar.
Para
consolidar essa ditadura, o PT conta com o apoio da grande imprensa – rede
Globo, SBT, Bandeirantes... – que depende da propaganda institucional do
governo para sobreviver e só noticia aquilo que agrada ao anunciante governamental.
Para fingir que não é assim, volta e meia a militância paga do PT ataca a rede
Globo (principalmente), enquanto, “por baixo dos panos”, governo e mídia
alienante fazem acordos.
Quem
ainda duvidava dessa aliança entre governo petista e mídia dominante deve ter
se surpreendido ou, no mínimo, ficou mais alerta ao não ver nenhuma informação
sobre as manifestações ocorridas no dia 15 em todo o país. É de se perguntar se
é o PT, através dos anúncios do governo, que paga essa mídia para continuar
calada ou se são os donos da grande imprensa que – assim como as empresas que
subornam os políticos para obterem contratos bilionários – paga ao PT para que
se mantenha eternamente subornável, uma vez ou outra ameaçando com o controle
da mídia, o que também é uma espécie de suborno.
Apesar
de todo esse poder, que envolve a imprensa, o empresariado, compra os
sindicatos e os movimentos que deveriam ser populares, o PT não esperava a
eficácia da Polícia Federal, que tem por missão defender o Estado, independente
de qual partido esteja no poder. Não esperava que o Mensalão fosse descoberto e
que seus chefes fossem presos e condenados, em sua maioria, – mesmo que as
prisões tenham sido simbólicas em virtude da magnitude do que Dilma chamaria de
“malfeito”.
Agindo
como verdadeira quadrilha, também não esperava o partido governista que outros
atos de corrupção viessem a público, desmascarando a sua tentativa de se
mostrar como um partido a favor dos pobres e da inclusão social, quando, na
verdade, dá aos pobres as migalhas do que rouba e a inclusão social é outra das
tantas mentiras, levando-se em conta o que está acontecendo com o que resta das
etnias indígenas no Brasil – trituradas pelos latifundiários, que tem como
apoio legal o novo Código Florestal imposto pelo PT. “Inclusão social” que
criminaliza a pobreza e usa o exército para cercar favelas.
O
que fica claro nesta última ação da Polícia Federal que prendeu executivos das
maiores empresas de construção do Brasil, acusados de corromper políticos do
PT, PMDB e PP, é que a Petrobras, de fato,
já está privatizada. O roubo passa pelo suborno dos políticos que atuam como
gerentes de distribuição do dinheiro do cartel das empresas de construção. O
juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da operação Lava Jato
afirmou na sexta-feira (14) que o esquema de corrupção na Petrobras pode ter
provocado danos bilionários na empresa e nos cofres públicos. E o povo passa
fome.
O
PT acabou. Nada mais resta, senão a casca vermelha, daquele partido que se
propôs mudar o Brasil e entrou de cabeça nos esquemas de corrupção do sistema
que dizia combater. Para muitas pessoas é ininteligível que os militantes do PT
ainda defendam seus políticos corruptos e entreguistas, a não ser que esses militantes
também sejam corruptos. A corrupção é a gangrena que está matando o PT e, pior
que isso, provocando uma grande reação, nas pessoas desinformadas politicamente,
contra todos os movimentos e partidos realmente de esquerda. É esta a herança
que o cadáver do PT deixa para o Brasil: a descrença no socialismo, o
retrocesso político e a corrupção alarmante em todos os setores da vida
pública.
O
deputado Protógenes Queiroz, do PCdoB de São Paulo, que não foi reeleito nestas
eleições, segundo ele devido às fraudes no sistema eleitoral, diz não acreditar
mais nas instituições brasileiras, de acordo com entrevista cedida ao R7 (http://noticias.r7.com/brasil/sistema-so-vai-ser-rompido-com-manifestacoes-nas-ruas-diz-protogenes-queiroz-14112014).
Protógenes vem sendo perseguido e até ameaçado de morte desde que liderou a
operação Satiagraha, que culminou com a prisão (e posterior liberação) do
banqueiro Daniel Dantas e com a exclusão de Protógenes dos quadros da Polícia
Federal, após julgamento no STF.
Para
o ex-delegado da PF e ainda deputado, as instituições brasileiras estão falidas
e o sistema só poderá ser rompido com manifestações populares como as do ano
passado. Já o senador Pedro Simon, considerado um independente dentro do PMDB,
afirmou recentemente que “os partidos políticos são de mentirinha”. O senador
de 85 anos e com 32 anos de luta no Senado conhece todas as tramas que
acontecem no Congresso Nacional e na vida política brasileira e não acredita
mais nos partidos políticos, mas na ação popular.
Assim
como o PT, os partidos e os políticos de carreira, especialistas no “jeitinho
brasileiro”, também estão com as horas contadas – e esperemos que essas horas
sejam poucas. O povo está sozinho e tudo depende dessa solidão que poderá se transformar
em multidão.
Excelente explanação Fausto, quero apenas corrigir o final seu texto: O povo não tá sozinho, temos bastantes cabeças pensantes trazendo LUZ á verdade.O exemplo é você com seus textos.
ResponderExcluirLembra o que foi feito na África na época da captura dos escravos ? Quem eles escolheram? Os fortes, os inteligentes, os formadores de opinião. E o que restou lá? Apenas os manipuláveis.
Um grande Abraço.
Muito boa análise! Parabéns!
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