sábado, 1 de novembro de 2014

DIGA PRONATEC!




- Diga Pronatec!
- Hã, mãinha?
- Quer rapadura? Diga Pronatec!
- Não serve ine... ine... quí... quí... inequívo... vo... Ai!, acho que vou desmaiar!, essa palavra é muito grande!
- Estarrecedor! No que se refere... Eu ia falar do Neymar, mas há quem diga que ele disse que diria que não vota em mim. Não vai ganhar rapadura. Vocês querem rapadura? Tem colar de miçanga também, pras moças, pras mulheres, hoje não se usa mais a palavra moça, todas são mulheres, por falar nisso vou mandar fazer a casa da mulher.
- Muié-dama, mãinha?
- Taí outra palavra que não se deve mais usar. Dama lembra o tempo dos coronéis, coisa que hoje não se tem mais aqui. Eu rebaixei todos pra capitães. As mulheres deles usavam aqueles vestidos horríveis, com babados e lantejoulas e eram chamadas de damas. Vocês devem imaginar o calor! Só de pensar fiquei acalorada. Alguém me dá um copo d’água? Pode ser de garrafinha mesmo. Não fiquem me olhando assim! Eu sei o quanto essa água faz falta procêis, o meu povo, mas dia há de chegar em que tudo isso vai acabar!
- A água, mãinha?
- No que se refere à água eu tenho um compromisso com a transposição do rio São Francisco que vai inundar tudo isso aqui, e vocês devem saber que São Francisco foi um santo muito bom, amigo dos animais e também dos passarinhos e dos peixes, e dos pobres, porque ele era pobre, ucêis sabiam? Ele tinha uma postura ética de eficiência, gerência e fé. Como eu. Infelizmente nem todos são assim. Vocês podem ver os nossos adversários das elites que não medem o custo-benefício para descaracterizar a pobreza. É esses que temos de combater com todas as nossas armas e até com armas importadas, porque eles não gostam de pobres e isso não pode ser porque da pobreza surge a classe média, o que é muito importante para as causas populares.
- Vai ter casas populares, mãinha?
- Eu tenho um compromisso com a habitação, saúde e esgotos cloacais, porque ucêis devem saber que quem não tem esgoto não tem casa e há casas que não tem esgotos e isso não pode fazer o país avançar em direção às reformas que são necessárias para implementar a saúde nas nossas cidadãs e cidadãos, e até nas crianças e nos cachorros, porque sempre que você olha uma criança há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante. Quem quer rapadura?
- Eu!
- Diga Pronatec!
- Assim não vale, mãinha.
- Isso me deixa estarrecida! É por isso que eu fiquei adepta da educação. Eu acho que a educação vem em primeiro lugar, antes mesmo dos esgotos cloacais, e tenho falado isso aqui pro companheiro que vocês todos estão vendo o quanto é importante se educar, e isso não é uma questão de idade, mas de oportunidade e quanto a isso vocês podem apostar que nós aproveitamos todas as oportunidades para promover o progresso social. Vocês podem ter certeza que não vai ficar pedra sobre pedra daqueles que nos acusam de corrupção. O nosso país precisa também de ter um compromisso com aqueles que desviam dinheiro público.
- E a rapadura, mãinha?
- Depois. Agora presta atenção. Eu quero adentrar pela questão da inflação, e dizer a vocês que a inflação foi uma conquista desses últimos anos do nosso governo, e é nossa prioridade. Eu também quero falar... eu vou falar um pouco. Vou explicar por quê: todo mundo, antes de mim, disse que ia falar um pouco, não é? E aí, tinha uma senhora, ali na frente, que falou o que todos nós estamos sentindo. Ela disse assim: “Eu estou com fome”. E eu vou levar em consideração ela, que falou uma coisa que todo mundo está pensando, mas não está falando. Alcança ali uma rapadura pra ela.
- Só tem rapadura, mãinha?
- Não. Têm outras coisas também, coisas que nem posso dizer aqui nem ali nem acolá, porque sempre pode surgir ou ficar escondido e ouvir um desses deles que não são nossos e espalhar por aí, que nem um ET... No que se refere a ET, eu queria dizer que eu respeito muito o ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido. E mesmo que Varginha não seja por aqui, eu devo dizer que eu tenho um compromisso com o povo, não só com os ETs, porque eles são gente, ou não são gente, podem até ser gente... Mas aqui entre vocês que passam fome e pensam que eu só tenho rapadura a oferecer, eu quero deixar esclarecido... Eu quero então voltar aonde eu comecei e dizer que eu tenho muito a oferecer, e não é só rapadura, porque eu sei que tem gente que não pode comer rapadura, fica só chupando o caldo da cana, que é mais mole, e isso eu não aconselho pra ninguém, porque sei por experiência própria do companheiro aqui do lado que vocês todos estão vendo que isso não faz bem pra cabeça, e quem quiser depois, daqui a pouco, porque eu já estou ficando cansada, pode chegar ali que os companheiros...
- Vai ter banquete, mãinha?
- No que se refere a banquete eu tenho a dizer que esta é uma palavra que não deve ser dita em público, muito menos em comício. É uma palavra criada pelas elites e devemos extirpar todas as palavras das elites e criar uma nova língua com as palavras do povo. Por isto eu mandei fazer uma reforma ortográfica para não deixar pedra sobre pedra da língua dos opressores, sejam eles Camões ou Sansões. E devo acrescentar que tudo que as pessoas que estão pleiteando a Presidência da República querem é ser presidente, e aí vocês devem fazer uma triagem pra ver quem é o lobo e quem é a raposa e escolher o leão, porque é pro leão que vocês pagam impostos, mesmo que muitos de vocês ainda não possam pagar impostos, mas logo essa situação vai mudar, pois estamos fazendo uma política de inclusão social para acabar com o paternalismo dos patrões e para que todos tenham direito de pagar os seus impostos. E agora, pra terminar, vamos todos dizer juntos: Pronatec!
- Pronatec!!!
- Estarrecedor...

Um comentário:

  1. A matéria é pródiga nas falas incríveis e ininteligíveis da nossa atrapalhada presidenta. Falou e disse, Blogueiro.

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