Romeu Tuma Jr. em seu
livro “Assassinato de Reputações – um crime de Estado” afirma que Lula foi
informante do DOPS. Lula não respondeu. Não responderá. O que se sabe de Lula
antes de aparecer como líder sindical no ABC paulista? As histórias pessoais
podem ser forjadas, assim como os dossiês. Assim como os partidos políticos.
O fato é que Lula surgiu no momento
histórico ideal para os donos do poder. A pessoa certa no lugar certo que, no
devido tempo, ajudou a fundar um partido absolutamente anódino e cediço,
aglomerando tendências políticas de uma suposta esquerda que repudiava o
marxismo, em sua maioria. Portanto, não era esquerda. No máximo, esquerdizante.
Não por acaso Brizola, Luiz Carlos Prestes e outros líderes socialistas não
quiseram entrar para o PT, que denunciaram corretamente ser um partido
fabricado para abrigar toda aquela juventude oriunda das universidades que não
sabia o que exatamente desejava no momento em que a ditadura militar promovia o
seu próprio fim - a pedido de Washington, assim como ocorria com todas as
ditaduras do cone sul - e surgia uma nova república que se anunciava
democrática, porque permitia o voto. Um voto virtual, enclausurado em urnas
eletrônicas, mas voto. As mistificações fazem parte da política, da nossa
política.
Todos aqueles movimentos que se diziam
“socialistas”, ou “comunistas”, muitos deles oriundos de uma dividida luta
armada muitas vezes traída ajudaram a construir o PT. Era o momento da
“democracia”, do estado de direito e a revolução ficaria para depois, muito
depois; ou ainda, como diziam muitos sábios ideólogos, a revolução estava
acontecendo, mas de maneira pacífica e construtiva, os proletários não tinham
consciência do seu papel histórico e era melhor que tudo continuasse assim,
cada um no seu lugar, graças a Deus: os militares na caserna, os políticos que
voltavam do exílio formando o seu coerente Centrão – depois de muitas aulas de
como é bom o capitalismo suíço e francês - e os estudantes e
ex-revolucionários, então redimidos à paz dos conformados, aliados a sindicalistas
para formar o grande partido do futuro, que seria chamado, convenientemente, de
Partido dos Trabalhadores.
Melhor nome impossível. Um achado! Os
militares, que permeavam toda a nova organização social e tinham fundado dois
partidos para início de conversa – MDB e ARENA – oficializando os dois lados de
uma mesma moeda, pediam, suplicavam, exigiam, ameaçavam matar e arrebentar caso
o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) não fosse extinto ou transformado em um
partidinho inócuo. Afinal, a ditadura militar teve como principal objetivo
liquidar com Jango, Brizola e todos os petebistas que ameaçavam fazer a reforma
agrária e a reforma urbana, além da reforma da educação anunciada por Paulo
Freire, ministro de João Goulart. A isso os militares entendiam como
“comunismo”. Ficaram trinta anos no poder, prendendo, torturando, matando para
acabar de vez com essas “idéias comunistas” e se o velho Partido Trabalhista Brasileiro
voltasse com os mesmos líderes e as mesmas bandeiras, toda a chacina e
tentativa de lavagem cerebral do povo teria sido inútil. Urgia acabar até com o
nome PTB, suplantá-lo por uma agremiação nova com um nome muito parecido – e
eis o PT.
O PLANO DE GOLBERY
Simples assim? Não. Todos os grandes
projetos políticos necessitam de muita análise, de muito trabalho e de aliados
dentro dos partidos em formação. Quando se deseja uma república bem novinha,
até com Constituição flamejante para alegrar o povo não se pode entregar o
poder ao mesmo inimigo que foi enxotado e vilipendiado durante muitos e muitos
anos e, de repente...
A
sigla PTB foi reivindicada por Brizola e entregue a Ivete Vargas, uma
ex-deputada que não era nem a favor nem contra a ditadura, muito antes pelo
contrário. Era o primeiro passo para liquidar com o PTB e Brizola foi obrigado
a fundar o seu PDT que se transformou, com o tempo, em mais um partido
aliancista. O PT estava encarregado de aglutinar as esfaceladas forças da
esquerda e de convencer os mais jovens de que o PTB era um partido populista e
que ele sim, o PT, era progressista, ao contrário do velho partido de Vargas,
Jango, Brizola, Paulo Freire e tantos nomes que fizeram a história do Brasil e que
os donos da nova sigla faziam questão de sepultar, acreditando na propalada
ausência de memória do povo brasileiro.
Golbery do Couto e Silva, general, era
o condutor do que foi chamado na época de “abertura lenta e gradual”. Ele foi o
mentor dos generais presidentes Geisel e Figueiredo. No devido tempo, aconselhou
a permissão das manifestações a favor das “Diretas” porque, afinal, eram
somente manifestações pacíficas, muito pacíficas, e a transformação da ditadura
em democracia concedida deveria ter uma aparência de exigência popular, com
pessoas de confiança liderando as passeatas e showmícios, alguns mais exaltados,
outros mais tímidos; todos unidos pelo mesmo ideal que, em última análise seria
a volta da democracia traduzida no voto livre. Ou quase.
Pessoas de confiança como Tancredo
Neves, que ajudou, nos bastidores, a tentar depor João Goulart, em 1962, sendo
guindado a primeiro-ministro de um parlamentarismo que não resistiu ao primeiro
referendo popular. Outra pessoa de muita confiança era Ulysses Guimarães. Em
seu depoimento ao jornalista Luiz Gutemberg – “Moisés – codinome Ulysses
Guimarães” – cita um encontro que teve com Golbery em 1975. De acordo com o
general, cinco seriam os modelos de partidos permitidos: a extrema-direita,
reunindo fascistas e reacionários em geral; a direita moderada; a esquerda
moderada, ou centro-esquerda, formada por socialistas social-democratas, que
poderiam chegar ao poder ‘sem riscos à democracia’ e a extrema-esquerda, com os
partidos comunistas que poderiam ser facilmente anulados ou cooptados pela
esquerda moderada e demais correntes ou facções que acabariam trocando o modelo
leninista pela ação parlamentar.
E a Constituição, claro, a
Constituição. A letra já nasce morta, disse certa vez um jurista, mas ajuda a
respaldar direitos para quem já os têm e a separar as classes de maneira
equilibrada, com a grande maioria acreditando que com novas letras e novas leis
ela estará garantida contra qualquer truculência policial, mesmo contra o
tantas vezes filmado BOPE, além dos famosos esquadrões da morte que apenas
mudaram de farda.
1989 foi o ano da grande farsa mundial
e o Brasil foi convidado a dela participar. Depois de uma guerra fria que foi
quente, muito quente, com terríveis batalhas principalmente no Oriente Médio,
Gorbachev desfazia o Pacto de Varsóvia, desmantelava o exército vermelho e
entregava a União Soviética de bandeja para a OTAN. As fronteiras estavam
abertas para o mercado mundial e para o exército mundial. Na Polônia surgia um
homem de baixa estatura, que usava barba, uma cuidada retórica e fundava um
sindicato de direita que galvanizava o povo para uma ideologia conhecida como
catolicismo. Chamava-se Lech Walesa e o sindicato Solidariedade mais tarde se
transformou em partido e o elegeu presidente. Com o apoio do povo católico
trabalhador e após várias visitas do Papa maçom João Paulo II, aquele que
sucedeu ao Papa não maçom João Paulo I, assassinado por investigar a influência
da Maçonaria no Vaticano, através da Loja Propaganda Dois, à qual pertence
Berlusconi e tantas outras influentes pessoas.
O mundo se transformava e os seus donos
exigiam uma aparência democrática nos países sob sua tutela, como o Brasil,
país onde surgia um homem de estatura baixa, usava barba e a sua influente
retórica ajudou a promover algumas greves consentidas e a criar o partido ideal
que seria, mais tarde, sucessor da ditadura militar. Junto a esse partido, um
sindicato, a CUT, para forjar a união da classe operária com os patrões,
espelhando-se na Federação Americana do Trabalho, dos Estados Unidos, que é
contrária à reforma ou mudança da sociedade, defendendo o sindicalismo de
resultados.
Além disso, o PT juntava em sua sigla
facções que iam da direita à suposta extrema-esquerda ainda leninista, propondo
o caminho parlamentar em lugar da revolução – conforme tinha estipulado Golbery
- porque, afinal, tinha a oferecer um operário como candidato à presidência,
que seria eleito quando surgissem as condições favoráveis, e mesmo que esse
operário não fosse exatamente uma pessoa culta ou letrada sempre representaria
a classe trabalhadora no poder, e seria devidamente amparado por intelectuais
que traçariam os planos do governo e o conduziriam a uma democracia muito, mas
muito popular.
Para isso era necessário desunir a
esquerda no Brasil, que tradicionalmente sempre foi desunida, mas apenas entre
dois ou três blocos, como o PCB – o “Partidão” -, o PCdoB e facções trotskystas
sem expressão. Era preciso dividir mais ainda; dois ou três blocos de esquerda
podem lembrar a sua origem comum e se unirem no caso de combater o bom combate.
Não era o suficiente. Quanto mais facções, mais luta interna e mais divisão.
Também para isso o PT foi criado. Para
reunir dentro de um partido que se dizia aleatoriamente “de esquerda” – e hoje,
com todos os malufs e sarneys a apoiá-lo, ainda mais aleatoriamente – o que foi
apelidado de “tendências” internas, que nada mais eram que expressões
ideológicas de todos os grupos políticos que estavam dispersos e não queriam
entrar para o PCB, que é famoso pela sua inércia, ou para o PSB, um partido que
gosta de andar para trás. Preferiram o PT. Ali havia uma esperança operária;
esperança aposentada, mas esperança.
Esperança que consistia na eleição de
uma pessoa para Presidente do país; eleição que transformaria completamente o
Brasil – e nunca se viu tamanha alienação política em pessoas que se julgam
inteligentes, nem maior culto a uma personalidade semi-desconhecida que
figurava como promessa.
O PARTIDO QUE SE SUICIDOU
Enquanto
Lula não era eleito, o PT cumpria a sua missão de, primeiro, transformar
facções em tendências; depois, filtrar as tendências e, se possível, uni-las em
tendências maiores, absorvendo e apagando o potencial das pequenas facções. Os
que não obedecessem a esse filtro seriam naturalmente expulsos e formariam
pequenos partidos que seriam colocados de lado. Para cumprir essa missão era
mister uma liderança que aparecesse como revolucionária, altiva,
suficientemente demagógica para suplantar dúvidas ou eventuais suspeitas, e é
nesse contexto que um partido chamado PRC se suicida opondo-se radicalmente aos
seus princípios, traindo as suas idéias para formar uma nova grande tendência
dentro do PT e ocupar o que é chamado de Campo Majoritário, transformando o partido
que se dizia revolucionário em um exemplo de submissão ao capitalismo.
O
Partido Revolucionário Comunista deixou de ser um partido, abjurou a revolução
e rejeitou o comunismo para assumir a liderança do PT com uma proposta
reformista social-democrata, “sem riscos à democracia” – conforme a receita do
general Golbery.
Foi
um partido clandestino que durante a ditadura atuou junto às universidades,
formando lideranças como Adelmo Genro Filho, Tarso Genro, Ozéas Duarte, Aldo
Fornazieri e José Genoíno, somente para citar os mais destacados.
Desde
o início dos anos ’80 o PRC formou quadros que foram infiltrados no PMDB e no
PT, com a intenção de usar o PMDB como alavanca para o PT. Em 1984 deu origem à
tendência interna do PT “Articulação dos 113”, que logo se estabeleceu como
força dirigente do Campo Majoritário do PT. Em seu 2º Congresso, em 1985, o PRC
privilegia o PT como campo de atuação de seus militantes, deixando de lado o
PMDB, mas ainda considera o PT um partido de reformistas – liderado pelo PRC.
No mesmo ano, elege Maria Luiza Fontenele prefeita de Fortaleza pelo PT, a
qual, por divergências internas, acabou rompendo com o PRC e participou da
formação do Partido da Causa Operária (PCO).
Já
naquele momento se percebia o PRC dando uma leve guinada para a direita,
objetivando usar o PT como instrumento para chegar ao poder. Em 1989 o PRC se
desfez para entrar em massa no PT e formar uma nova tendência chamada Nova
Esquerda. Em aliança com algumas outras tendências minoritárias, a Nova
Esquerda facilmente tomou conta do PT e tornou-se uma tendência não só
reformista como claramente reacionária, a ponto de ser classificada de
moderada. Em 1990, a Nova Esquerda apresenta a tese “Projeto Para O Brasil”, e
a partir dali transforma-se na corrente Democracia Radical, aproximando-se do
que restou da Articulação dos 113 (gerada pelo PRC) e unindo-se a outras
pequenas tendências para continuar a dominar o Campo Majoritário.
Em
2001, depois de completado o “serviço”, a Democracia Radical dissolve-se na
Articulação, que passa a se chamar Articulação – Unidade Na Luta e não deve ser
confundida com a dissidência Articulação de Esquerda, porque a Articulação
(AUNL) do ex-PRC já era ostensivamente uma corrente de direita. Atualmente, a
Articulação – Unidade na Luta integra o campo de forças direitista do PT
denominado “Construindo Um Novo Brasil”.
O domínio da direita dentro do PT
provocou diversas dissidências, como o PCO, o PSTU, a corrente Refundação
Comunista e até o pragmático PSOL, que faz as vezes de antigo PT. O que restou
da esquerda dentro do PT foi sendo afastado gradativamente. Muitos dos seus
membros fundadores foram expulsos quando se revoltaram contra os rumos que o
partido tomava. Outros saíram espontaneamente.
A Articulação - Unidade Na Luta, projeto do
ex-PRC, que depois se transformou no campo direitista “Construindo Um Novo
Brasil”, abafou as demais fortes tendências do PT, restando somente um pequeno
espectro ideológico representado basicamente pela tendência Democracia
Socialista - que não é exatamente revolucionária e se diz trotskysta no sentido
mais lento, gradual e marrano do termo. Além disso, a Articulação – Unidade na
Luta recebeu apoio de petistas independentes atuantes em sindicatos (como o
próprio Lula), das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Igreja Católica e de
ex-integrantes da Ação Libertadora Nacional que, àquela altura, não tinha mais
qualquer ação, não mais era libertadora e já cultivava algum ranço contra o
nacionalismo.
Aliás, o nacionalismo, principal luta
do PTB de Getúlio Vargas e João Goulart, que pretendiam um Brasil forte e
independente, foi e continua sendo um dos principais alvos de ataque do PT que,
nessas horas, alia-se ao capitalismo globalizante. O fato de propor um amplo
leque de alianças com todos os setores da sociedade como estratégia de
conquista do poder revela o PT como o partido ideal da burguesia nacional e
internacional, que recebe dos governos petistas aval para todos os seus
negócios. O PT é o próprio partido da burguesia, que tem por ele grande
carinho, e, nesse sentido, tende a absorver os partidos da direita clássica,
como PSDB e DEM, que falharam na sua política de formação de quadros e estão
isolados dentro do Congresso Nacional.
O discurso anti-nacionalista sempre foi o
preferido da direita, que deseja que o povo acredite que o Brasil é um país que
já nasceu fracassado e que assim continuará, salvo no samba e no futebol, e
necessita muito dos países que já nasceram vitoriosos, como os Estados Unidos,
Inglaterra e demais aliados, e que importa se esses países vêm aqui levar todas
as nossas riquezas se nos deixam as suas migalhas tecnológicas?
Dentre os principais líderes do campo direitista
“Construindo Um Novo Brasil” estão Ricardo Berzoini, José Dirceu, Chico Macena,
José Genoíno, Luiz Dulci, Aloizio Mercadante, Gilberto Carvalho, Marco Aurélio
Garcia, Tarso Genro, Luíz Inácio Lula da Silva e Adeli Sell.
DE VOLTA À VELHA
REPÚBLICA
Aquele partido que se dizia comunista e
revolucionário, formado por pessoas da nova geração que se acreditavam vanguardistas,
muito vanguardistas, e que fabricou pacienciosamente o PT que hoje conhecemos
teria sido, de fato, um partido de esquerda ou no seu núcleo mais fechado já
haveria um plano, desde os anos ’80, que uniria internacionalização a globalização
através de um novo partido que se vestiria de vermelho para atrair os mais
jovens e desinformados e, mais tarde, depois de todas as mudanças políticas que
se faziam necessárias, assumiria o poder para entregar de vez o Brasil às
multinacionais do império – de acordo com a prescrição do general Golbery?
Observe-se que a primeira denominação
que adotaram dentro do PT foi “Nova Esquerda”. Ora, o raciocínio lógico nos diz
que não pode ser novo aquilo que já existe. Obviamente, estavam propondo algo
diferente do que até então se entendia como esquerda, e o que é diferente da
esquerda, senão a direita? Talvez quisessem dizer “Nova Direita”, uma direita esclarecida,
assim como existiram os déspotas esclarecidos; uma direita que fingiria de
esquerda e, aproveitando o momento histórico, quando Bush pai afirmava que o
comunismo falecera de mal súbito e a estátua de Lênin era derrubada na Rússia,
essa nova direita que se dizia esquerda, novíssima esquerda, renegava o
marxismo, as lutas de classe, a revolução e todas as demais bandeiras da
esquerda porque tudo aquilo ficara, de repente, velho, muito velho, e coisas
velhas, ultrapassadas, devem ser esquecidas ou jogadas ao lixo.
Em troca, um programa mínimo, que
incluía a reforma do capitalismo, apoio às minorias deserdadas – drogados,
gays, prostitutas... – melhores salários para que a classe média emergente se
tornasse realmente emergente, participando, ufana, do obeso deus Mercado - e
afastar os favelados e muito pobres que não podem consumir para longe, muito
longe da alegre vida onde as festas se reproduzem e as pessoas lutam por nacos
de prazer consentido.
Todo poder à alienação e ao
mercantilismo. Toda a aculturação ao povo alienado, que deverá aplaudir quando
o inglês for adotado como língua oficial. Em caso de desconfiança, colocar
frases de Paulo Freire nas escolas públicas e faz de conta que o frugal ensino
não favorece a ignorância porque temos computadores para todos os alunos que os
usam para brincar de internet e, na sua incapacidade de decodificar minimamente
textos, frases, sentenças, de entender o que está escrito, inventam uma nova
língua onde não existem vogais, porque até a inépcia necessita se expressar. Ao
mesmo tempo, criar uma casta de privilegiados, de donos do saber, doadores de
verdades imaginadas nos laboratórios de filologia e ciência política, nas
agências de publicidade e propaganda, nos programas de televisão e até nos
sites de entretenimento, porque o povo necessita de idéias prontas e isto não é
fascismo – é Nova Esquerda.
“(...)
A nova esquerda afirma o valor transformador da democracia, estabelece como
objetivo fundamental uma distribuição de renda mais justa, está pronta para
arriscar a ordem em nome da democracia e da justiça social, afirma a
superioridade do mercado na coordenação da economia, mas não dispensa a ação
complementar do Estado na área social e na promoção da ciência e da tecnologia,
propõe a adoção de novas formas participativas de trabalho nas empresas,
dispõe-se a administrar e julga-se capaz de administrar melhor o capitalismo
do que os próprios capitalistas (...)”
(Luiz Carlos Bresser Pereira – ex-ministro
da Fazenda no governo José Sarney – WWW.scielo.br
– excerto de artigo escrito em fevereiro de 1990).
A
expressão Nova Esquerda surgiu no mundo inteiro logo após a derrocada da União
Soviética, e na maioria dos países europeus existem blocos de esquerda, ou da
nova esquerda, absolutamente antimarxistas, que defendem um novo capitalismo e
usam a palavra “socialismo” apenas como forma de propaganda.
A Nova Esquerda não é uma criação de
setores de esquerda, mas um projeto elaborado há muito tempo pela direita ‘esclarecida’.
Talvez desde muito antes de Golbery, que teve o mérito de organizar esse
projeto no Brasil e passar o plano para âmbitos onde surgiam lideranças
(universidades, movimentos sindicais, Igreja...), adestrando-as – direta ou indiretamente
– para usarem o roteiro ideado no momento em que surgissem as condições
propícias.
No Brasil, O PT, através do PRC, foi
quem encampou o projeto. Dizendo-se de esquerda, fazia o jogo da direita, de
uma direita muito inteligente que está por trás e acima dos pétreos oligarcas, dos
broncos coronéis e dos gananciosos latifundiários. Uma direita que quer
preservar o capitalismo a qualquer custo. Uma direita que provavelmente se
reúne secretamente para idealizar e organizar o seu programa para o Brasil.
Essa mesma direita apeou do trono Dom
Pedro II quando este não servia mais e, com uma quartelada, impôs a República.
E os nossos primeiros presidentes eram todos dessa direita muito organizada, pertenciam
à mesma organização por trás de todos os poderes: a Maçonaria.
Até chegar Getúlio Vargas e acabar com
a farsa e com a corrupção que fazia do Brasil uma república das bananas. Foi
golpeado pelos militares em 1945 e voltou em eleições diretas como Presidente
em 1950. Em 1954 obrigaram-no ao suicídio. Dez anos depois deram o golpe
militar. Essa direita não aceita o nacionalismo, porque considera o mundo a sua
propriedade privada. No Brasil, essa propriedade privada foi entregue ao PT, travestido
convenientemente de Nova Esquerda, e o PT, como nos tempos da Velha República,
não resistiu à tentação.
Alguns
dos políticos contemporâneos que são maçons, de acordo com site da Maçonaria (fab29-palavralivre.blogspot.com.br):
Álvaro Dias, Alceu Collares, Antonio Palocci, Beto Richa, Esperidião Amin,
Francisco Dornelles, Gilberto Kassab, Golbery do Couto e Silva, Jânio Quadros, José
Roberto Arruda, José Serra, Joaquim Marcelino de Brito, Luiz Antônio Fleury
Filho, Mão Santa, Mario Covas, Michel Temer, Mozarildo Cavalcanti, Newton
Cardoso, Orestes Quércia, Roberto Jefferson, Roberto Requião, Severino Cavalcanti,
José Roberto Arruda (licenciado da organização), Tião Viana, Tarso Fernando
Herz
Genro.
- E Lula – perguntarão –, foi realmente
informante do DOPS? E eu responderei: - Qual a diferença?
Muito, mas muito boa e esclarecedora matéria sobre as denúncias divulgadas pelo Romeu Tuma Jr., em que Lula é o alvo primeiro. Valeu, blogueiro!
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