Enquanto a Rússia
retira o seu exército da fronteira com a Ucrânia, há claros sinais de que o
exército ucraniano – em grande parte formado por mercenários estadunidenses –
esteja preparando um ataque conjunto do que resta das suas Forças Armadas contra
as regiões de Donetsk e de Lugansk.
Às vésperas das
eleições presidenciais na Ucrânia, o mundo finge que nada está acontecendo e se
houver um banho de sangue promovido por Estados Unidos, União Européia e pela
omissão da Rússia as grandes agências de notícias dirão apenas que “rebeldes”
ou “terroristas” foram mortos, passando para as mentes subdesenvolvidas que
assassinatos em massa de pessoas com esses apelidos são permitidos.
Após o dia 25, quando
novo presidente for eleito na Ucrânia – provavelmente o “rei do chocolate”
Petro Poroshenko – todos os dirigentes dos países envolvidos no que foi
denominado “uma grande crise” respirarão fundo e farão grandes acordos entre
si, em nome dos povos dos respectivos países e saudarão a Ucrânia, que renasce
das cinzas como nova prometida Fênix, e afirmarão com falsos sorrisos que tudo
o que aconteceu até então não passou de um triste engano, ou de uma sucessão de
enganos, mas agora sim a democracia das urnas faz-se vitoriosa e a vontade do
povo será obedecida.
Um festival de
hipocrisia que tentará remendar o fato de que houve um golpe de Estado na
Ucrânia que gerou como conseqüência uma guerra civil; novas repúblicas foram
proclamadas através de referendos e o povo que se rebelou contra o golpe sofreu
e está sofrendo uma terrível repressão armada, em que blindados e força aérea
são utilizados, casas são bombardeadas e civis assassinados.
Mas nada disso é
importante para a ONU e seus mandatários, ou para a Rússia entrincheirada em si
mesma. Os dois lados conquistaram o que desejavam: a Rússia anexou a Criméia e Estados
Unidos e países vassalos conseguiram, por fim, cercar a Rússia com tropas da
OTAN acantonadas nos países limítrofes e, inclusive, com uma frota no Mar
Negro, e quem ousará atirar a primeira pedra?
Então, se é assim,
vamos aos negócios, senhores! Vamos á diplomacia das promessas, sorrisos e
vanglórias. Para o povo, a propaganda; para nós, que pertencemos ao clube dos donos
do mundo, a divisão do saque. E os mortos? Os mortos que enterrem seus mortos,
e estamos conversados. Aquele pessoal que luta no sudeste da Ucrânia, não serão
eles comunistas? Má escolha em errada hora. Talvez possamos ajudá-los com algumas
armas e uniformes para que detenham os fascistas até as eleições – pensa o
neutralizado Putin.
A História conta que
o fascismo espanhol foi auxiliado não só pelos alemães, mas, principalmente,
pela omissão das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial. Acreditavam
no amigo Francisco Franco para grandes negócios logo após a guerra. E assim
foi. Metade da Espanha morreu durante a guerra civil, mas o que importa? Em
primeiro lugar os negócios. Agora é a vez da Ucrânia.
Muito boa matéria! Ótima análise sobre a Ucrânia.
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