Pronto, foi
encontrada a solução para os protestos contra o Governo. É só convocar as
grandes torcidas dos times de futebol nas cidades onde acontecerem manifestações
durante a Copa do Mundo e o assunto está resolvido.
Imaginem uma grande
manifestação em São Paulo, por exemplo, e o Lula a conclamar os corintianos,
que ganharam um grande estádio de futebol não por acaso, para lutar contra quem
não quer a Copa. “Corintianos do Brasil inteiro uni-vos em defesa do futebol!”
Imediatamente, aquela
massa acostumada à violência gratuita (não somente os corintianos) vendo a Copa
do Mundo, os jogadores, o seu brinquedo preferido ameaçado por pessoas – coisa surpreendente
no Brasil – preocupadas com saúde, educação, corrupção e gritando slogans
contra a Copa... Como reagiriam a um chamado tão lulífero?
Por certo,
imagina-se, apoiariam os policiais do Setor de Direita do Brasil, os
neonazistas do exército nacional, ansiosos por um golpe de Estado, e cairiam em
cima dos manifestantes. Junto com os quadros emoldurados do PT. Os que não
estão presos. (Já me perguntaram várias vezes: o pessoal do Mensalão está realmente
preso? Há dúvidas). Poderia acontecer um massacre. Mas quem ligaria para isso
em época de Copa do Mundo? As vítimas, como sempre, seriam culpadas.
A Ucrânia deu o
exemplo. Em Odessa, fascistas, paramilitares contratados nos Estados Unidos de
uma empresa especializada em mercenários, a Greystone, ajudados por – pasmem! –
torcedores de um time de futebol chamado Chemomorets encurralaram os
federalistas pró-Rússia em um edifício e puseram fogo. Mais de quarenta pessoas
morreram. Um verdadeiro auto de fé, digno dos piores dias da Inquisição. O
pessoal do Setor de Direita (Pravy Sector) e seus amigos camisas pardas devem
ter aplaudido e se rejubilado ao ver os corpos carbonizados.
Fontes mal
informadas, não identificadas corretamente e muito suspeitas afirmaram que
Obama, Ângela Merkel e demais cúmplices ficaram com água na boca quando souberam
do acontecido. Ban-Ki-Moon, o capacho presidente da ONU, teria dito: “Bão! Que
Bom!”.
A Rússia imediatamente
convocou o Conselho de Segurança da ONU, disposta a ouvir ofensas e calúnias
dos representantes da União Européia e dos Estados Unidos e, após absorver
todas as frases coléricas proferidas por seus “colegas”, decidiu que tinha
cumprido o seu dever diplomático.
Entre países
capitalistas que tem interesses em comum tudo é uma questão de negócios. É o
que dá a entender o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, ao condenar,
e somente condenar, o ataque dos fascistas que estão sendo massacrados em
Slaviansk, Odessa e na região de Donetsk.
Um dos jornais mais
reacionários, o “Público”, de Portugal, tem insinuado que Vladimir Putin seria “vermelho”.
O que é um grande erro de interpretação. Ultimamente, Putin deve andar muito
pálido devido à cruel indecisão entre defender com o seu exército o leste da
Ucrânia ou insistir com negociações, enquanto Estados Unidos e União Européia
preparam uma terceira rodada de sanções, ou castigos para a Rússia. E os
federalistas do leste da Ucrânia, enquanto enterram seus mortos, devem estar
dizendo uns para os outros: “Até quando, Rússia, abusarás da nossa paciência?”.
Não há mais nada a
fazer. Todos os diabinhos estão soltos na Ucrânia e, desta vez, eles não são
vermelhos, mas pretos – a cor do fascismo – e direcionados pelos Estados Unidos
e União Européia, que assumiram definitivamente o papel de carrascos do povo
ucraniano.
Toda a diplomacia foi
esgotada. É inútil tentar dialogar com quem promove a morte e a destruição.
Pessoas estão sendo assassinadas na Ucrânia com a cumplicidade dos donos da ONU
e persistir em inócuas negociações é dar atestado de extrema debilidade. Em
breve saberemos o que os russos preferem: a desmoralização perante o mundo ou
uma demonstração de força e bravura. Dizem os especialistas que, entre o medo e
a coragem, a diferença é mínima. Ou o grito de guerra ou o choro dos
conformados.
Excelente a continuação da situação limite da Ucrânia. Vamos torcer pela não guerra.
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