Beto Richa, governador do Paraná,
mandou prender e arrebentar os professores em greve e foi obedecido. Mais de
170 professores foram agredidos de todas as maneiras por uma Polícia Militar
treinada roboticamente para atacar o povo com sadismo: jatos d’água,
bombas, balas de borracha, cacetadas. Um repórter chegou a ser mordido por um
desses cachorros policiais – um animal irracional que tem a sua mente deturpada
maquiavelicamente para obedecer a ordens homicidas. Enquanto isso, os fardados
supostamente racionais bateram em pessoas desarmadas por mais de duas horas.
Bateram até cansar. Os que não conseguiram fugir ficaram gravemente feridos.
Era tamanha a fúria dos PMs que as ambulâncias não puderam entrar no local do
massacre e muitos professores foram retirados a braços para a Prefeitura.
Não
se sabe se os policiais militares estavam drogados, a exemplo dos soldados da
OTAN, que usaram heroína quando da guerra contra a Sérvia, ou semelhante aos
soldados dos Estados Unidos, que usaram a mesma substância misturada com
maconha quando da guerra do Vietnã. Ficou claro, no entanto, que os policiais
militares do Paraná foram treinados para desenvolver um imenso ódio contra o
povo desarmado. Policiais assim não têm religião, não reconhecem quaisquer
valores morais, vivem sob uma total ausência de civismo e de ética e se
consideram superiores porque tem a liberdade de portar armas e de usá-las
covardemente.
Dirão, talvez, que não é bem assim,
que eles, os PMs, obedeceram ordens e a culpa é só do Beto Richa - ele sim um
covarde. Talvez. Vemos no Dicionário Informal a definição de covarde: “Pessoa
que não assume suas intenções e atitudes, agride quem não se defende ou não
pode se defender. Usa a sua força e influência para prejudicar outros
injustamente”. < > “Pessoa sem força moral, fraca, sem personalidade ou
senso de justiça.” É o próprio Beto Richa, não é? E mais covarde ainda porque
usou policiais militares para esbordoar os professores, ficando encastelado no
seu palácio, assistindo a “ação policial”.
Policial. No mesmo Dicionário Informal
há a definição de policial: “Indivíduo pertencente à corporação policial” – o que
é óbvio. Mais abaixo: “Por muitos não bem vistos devido à associação com
violência e abuso de autoridade. Existem muitos que obedecem ao lema de
PROTEGER E SERVIR, mas infelizmente existem muitos que apenas servem para
desonrar a corporação policial”. É a cara dos policiais do Paraná, não é? Dos
policiais militares, salvo as honrosas exceções.
Junte-se Beto Richa (e asseclas,
auxiliares, correligionários) a esse tipo de corporação policial e temos a
ditadura. O que é uma ditadura? Ainda no Dicionário Informal, no item 2 sobre “Ditadura”,
podemos ler: “Uma forma opressora de governo estabelecida por meio da força ou
intimidação e permite a uma pessoa ou grupo monopolizar o poder em relação à
sociedade em geral”. Em resumo: um ato de covardia de quem tem mais armas e
poder policial e militar.
As ditaduras não são eleitas e sim
impostas ao povo, que deve escolher entre obedecer ou apanhar. Todos os
ditadores se apóiam em aparatosas forças policiais organizadas para intimidar e
oprimir. Mussolini tinha os “Camisas Pardas”, Hitler usava as SS; no Brasil, a
ditadura militar inaugurada em 1964 era sustentada por pilares assassinos e
tirânicos como o DOPS e o DOI-CODI. Quando veio a abertura política e a
redemocratização para onde foram os policiais desses organismos? Muitos deles
hospedaram-se em organizações policiais e a elas passaram a sua bárbara e
bronca mentalidade. Se houvesse um mínimo de educação democrática nas
corporações policiais como a PM do Paraná, esses policiais se negariam a bater
no povo e Beto Richa ficaria gritando sozinho. Ele e tantos outros assustados betos
richas que desejam a volta da ditadura militar, com medo da força do povo.
E o que disse a mídia oficial, a mídia
bem comportada, a mídia formada por jornalistas amestrados? Que houve um “confronto”
entre os grevistas e a PM. Confronto é quando duas forças iguais ou semelhantes
se enfrentam e não quando grevistas são cercados e espancados por policiais
enraivecidos. E ainda deram a desculpa que os policiais agiram daquela maneira
brutal para evitar que os grevistas assistissem a uma sessão do Legislativo
paranaense onde estava sendo votada a retirada de seus direitos trabalhistas.
Ou seja, os policiais, a mando do Beto Richa, bateram no povo porque o povo
queria entrar na hipotética Casa do Povo.
Beto Richa tentou desculpar-se dizendo
que entre os grevistas estavam alguns Black Blocs – o que foi desmentido
posteriormente pela própria polícia. Black Blocs – todos sabem – são grupos de
pessoas mascaradas que praticaram vandalismo nas manifestações de 2013,
manipuladas por setores da direita, e muitos acreditam que esses Black Blocs e
outros anônimos eram simplesmente gente da polícia e do exército, contratada
para que aquelas manifestações se transformassem em bagunça e perdessem o
caráter político.
Pior ainda foram os politiqueiros. O
bom menino Aécio Neves “lamentou” o que houve no Paraná. A cada vez mais
pasmada e assustada Dilma Roussef disse timidamente que numa democracia não se
deve usar de violência contra manifestações, e a isto a imprensa domesticada
chamou de alfinetada em Beto Richa. Dilma “cara-de-pau” Roussef deveria, de vez
em quando, agir como Presidente de verdade e defender o povo agredido, mas ela
prefere as mansas palavras. Os demais politiqueiros, como de hábito, se
omitiram ou fingiram que não era com eles.
Não houve mortos no Paraná, por sorte.
Mas, sem dúvida, houve a tentativa de assassinato. Ninguém morreu vítima da
violência policial, e por isso muitos estão dizendo que não foi um massacre, e
sim um espancamento em massa. Coisa pouca para esses muitos. Bater no povo está
virando rotina. No entanto, a expressão “massacre” é usada para muitas
situações em que não há morte. Por exemplo, diz-se que o povo é massacrado por
impostos, massacrado pela corrupção, massacrado em seus direitos... Como no
Paraná e em todo o Brasil. E os responsáveis por esses massacres continuam
soltos, nada acontece a quem massacra o povo. No caso do Paraná, o massacre
mais recente, a culpa foi da policia, mas o dolo cabe ao governador. Alguém
acredita que ele será responsabilizado criminalmente?
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