Vândalos,
arruaceiros, drogados, assassinos, bárbaros bestiais, seres absolutamente
incultos, totalmente selvagens e insensíveis, inúteis, imprestáveis, empobrecidos
mentalmente, entregues à mais hipócrita impostura, dominados pela ganância, a
parcela mais pérfida da humanidade, o lixo do mundo – eis um pálido retrato do
que são os mercenários do autodenominado Estado Islâmico, que não é um Estado e
nada tem de islâmico. Já por definição, mercenário é uma pessoa que se vende
para quem pagar mais para matar e destruir, o pior tipo de prostituição, o mais
baixo nível de abjeção e aviltamento.
O Estado Islâmico
surgiu em 2014, aparentando uma rebelde explosão dos sunitas do Iraque e
rapidamente expandiu-se em direção à Síria. Na verdade, a partir de 2006, foi
cuidadosamente organizado e treinado por forças norte-americanas no Iraque
ocupado pelos Estados Unidos, tendo como modelo o grupo terrorista Al-Qaeda,
organizado pela CIA no Afeganistão durante os anos ’80 do século 20, para
combater o Exército Vermelho.
A Al-Qaeda, no
entanto, tornou-se descartável à medida que foi ficando independente dos seus
chefes de Washington e recebeu um grande golpe quando da conspiração do
11/09/2001, que destruiu as Torres Gêmeas. Naquela ocasião, a Al-Qaeda foi
inculpada pelo atentado e seu chefe, o saudita Osama Bin Laden, sócio e amigo
de George Bush (pai) passou a ser oficialmente perseguido pelos serviços
secretos dos Estados Unidos. Há versões de que Osama teria morrido na véspera
do atentado em um hospital do Paquistão, país aliado dos Estados Unidos, mas o
seu nome e imagem foram usados durante muito tempo para tentar enganar a massa
que paga impostos e necessita de um inimigo público número 1. Finalmente, Osama
foi “morto” no mesmo Paquistão e o corpo sumiu. E não havendo corpo não há
crime.
Nesse meio tempo, a Al-Qaeda
foi novamente amansada e cooptada pela CIA, ainda servindo para pequenos
serviços, como combater o Hezbollah, no Líbano, o Hamas na Palestina ou os
revolucionários do Iêmen. Mas já estava desmascarada e não mais servia. Então,
durante os anos de ocupação do Iraque, os Estados Unidos aproveitaram para
forjar um novo grupo terrorista, usando a indignação dos sunitas, desarvorados
após a perda do poder para os xiitas, no Iraque. Foi a partir daquelas células
de sunitas que viviam jogando bombas em mesquitas de xiitas que os Estados
Unidos organizaram o que depois apelidaram de “Estado Islâmico” – um exército
formado por mercenários de mais de 90 países.
Há quem acredite que
todos os países árabes são contra os Estados Unidos e aliados ocidentais, como
se houvesse uma guerra não declarada entre Oriente e Ocidente – pelo menos isso
é o que a mídia ocidental tenta incutir na mente de seus assíduos e fervorosos
cultores. Essa mesma mídia quer dar a entender que é uma guerra religiosa, onde
de um lado estão fanáticos terroristas muçulmanos e de outro os pacíficos
cristãos. A verdade é que a maioria dos países muçulmanos é aliada dos Estados
Unidos: Arábia Saudita (um dos maiores países do Oriente Médio e, com certeza,
o mais rico e mais bem armado), Bahrein, Qatar, Jordânia, Emirados Árabes
Unidos, Omã, Afeganistão e Iraque.
O Líbano está cercado
por terra e mar (incluindo a ajuda de algumas embarcações brasileiras), o Iêmen
está em guerra civil, e seus guerrilheiros são diariamente bombardeados por
aviões da Arábia Saudita, com o apoio dos Estados Unidos; a Síria também
enfrenta uma guerra civil provocada pelo Ocidente, a Palestina está sendo
gradativamente destruída por Israel e o Irã depois da queda do Xá Reza Pahlevi,
em 1979, tornou-se o único país muçulmano a enfrentar não só os Estados Unidos
e aliados ocidentais como a coalizão dos países árabes liderada pela Arábia
Saudita. Além de tudo isso, Israel, uma extensão dos Estados Unidos, possui
armas atômicas e está constantemente ameaçando atacar o Irã.
Quando os Estados
Unidos tentaram derrubar o governo sírio através de uma revolução colorida que
não deu certo, imediatamente promoveram a guerra civil, que também não
funcionou. Então, foi acionado o “Plano B”. Subitamente, em 2014, surgiram
milhares de militantes que se dizem islâmicos, sob a bandeira do que foi
denominado “Estado Islâmico”, ISIS (sigla em inglês, para quem gosta da língua
do império), DAESH (em árabe) ou Califado. O “Estado Islâmico” não possui um
território próprio – portanto, não é um Estado – e poucos acreditam que seja
realmente islâmico, ou formado unicamente por muçulmanos.
O ex-funcionário da
Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, revelou
que a inteligência britânica (MI6), a CIA e o Mossad israelense trabalharam em
conjunto para criarem o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS). Snowden
disse que os serviços de inteligência dos três países criaram uma organização
terrorista que é capaz de atrair todos os extremistas do mundo para um lugar,
usando uma estratégia chamada de “ninho de vespas”, que inclui um pagamento
milionário para cada mercenário recrutado. Alguns documentos vazados indicaram
que o líder nominal do “Estado Islâmico”, Abu Bakr Al Baghdadi teve treinamento
militar intensivo durante um ano nas mãos do Mossad, em Israel, além de cursos
de teologia e da arte de expressão.
Objetivo: derrubar o
governo da Síria, provocar instabilidade no Irã e, em seguida avançar para as
antigas repúblicas soviéticas, como o Azerbaijão e Turquemenistão, que fazem fronteira
com o Irã, derrubar os seus governos e envolver os demais países limítrofes com
população muçulmana em uma suposta “guerra santa” contra a Rússia. O mais
curioso é que a maioria da população da Síria é sunita, assim como o seu
governo, não se sustentando a tese de que o “Estado Islâmico” é uma organização
sunita que combate xiitas.
Os verdadeiros
muçulmanos que perceberam que o “Estado Islâmico” é criação dos Estados Unidos
e aliados preferem chamar a organização terrorista de DAESH, um acrônimo livre
odiado pelo grupo terrorista e que é considerado um insulto porque soa como o
árabe “DAES”, que significa “aquele que esmaga algo sob os pés”, bem como
“DAHES” – “aquele que semeia discórdia”.
Semear discórdia
entre os muçulmanos e esmagar sob os pés é especialidade do “Estado Islâmico”,
cujos mercenários são ensinados a matar e destruir tudo o que encontram pela
frente, lembrando o exército de Franco formado por assassinos, durante a guerra
civil da Espanha. Não há qualquer ideologia no “Estado Islâmico”, nem mesmo
sombra de religiosidade. Se Maomé fosse vivo, estaria na primeira linha de
combate contra o “Estado Islâmico”. Além de tentar derrubar o governo sírio e
transformar o Oriente Médio em um caos, o grupo terrorista tem um segundo
objetivo, apoiado pela mídia ocidental: fazer com que a palavra islamismo
torne-se sinônimo de terrorismo.
“Aviões militares
norte-americanos fazem vôos regulares aos aeroportos controlados pelo grupo
terrorista Estado Islâmico, e entregam armas, dinheiro e comida aos rebeldes” –
declarou à Farsnews o Chefe do Estado
Maior das Forças Armadas do Irã, general Hassan Firuzabadi. De acordo com mais
de 3.000 documentos vazados pelo Wikileaks o armamento começou a ser enviado ao
“Estado Islâmico” em setembro de 2013. Para enviar as armas, o governo Obama
usa bases clandestinas na Jordânia e na Turquia. Aliados dos Estados Unidos na
região, como Arábia Saudita e Qatar também fornecem ajuda financeira e militar.
Como cortina de fumaça,
os Estados Unidos “bombardeiam” seguidamente posições do “Estado Islâmico”,
principalmente na Síria e no Iraque e, a cada um desses bombardeios o “Estado
Islâmico” se torna ainda mais forte e os exércitos que o combatem, assim como a
população civil, são os verdadeiros alvos. Com a desculpa de combater o “Estado
Islâmico”, a aviação dos Estados Unidos aproveita para atacar as tropas do
governo sírio e do governo do Iraque. No dia 24/05, a agência Almaalomah, citando testemunhas,
informou que dois aviões de guerra do Iraque bombardeavam posições do “Estado
Islâmico” quando um caça da aviação norte-americana apareceu e derrubou um dos
aviões iraquianos. Este é um dentre tantos “acidentes de guerra” ou fogo amigo,
sobre os quais o governo dos Estados Unidos tem pedido desculpas pelo engano.
Em contrapartida, o
“Estado Islâmico” faz a sua parte na farsa. A mídia ocidental volta e meia
assinala que o “Estado Islâmico” ameaçou os Estados Unidos, Inglaterra e demais
aliados, sobrando também para líderes de países latino-americanos, como a
presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner.
Recentemente,
Cristina foi ameaçada através de uma carta assinada pelo “Estado Islâmico”.
Segundo o jornal Clarín, não só
Cristina Kirchner, mas o chefe de Polícia Federal da Argentina, Román di Santo,
e a presidente do Chile, Michelle Bachelet, estão marcados para morrer pelo
“Estado Islâmico”. O autor da carta afirma que os três devem morrer para
substituir Alberto Nizman, um fiscal argentino que se suicidou em janeiro deste
ano. Detalhe: Nizman era judeu e defendia interesses judeus contra o governo de
Cristina Kirchner. Que “Estado Islâmico” é esse que apóia sionistas? Sobre a
carta, Cristina disse que se algo acontecer a ela, “não olhem para o Oriente,
olhem para o Norte” – referindo-se claramente aos Estados Unidos.
Dinamarqueses,
suecos, norte-americanos, ingleses, franceses, alemães, sauditas, líbios,
chechênios, turcos, afegãos, mercenários dos mais diversos países formam
fileiras no “Estado Islâmico” por um salário que jamais ganhariam nos seus
países de origem. Não devem faltar brasileiros. As pessoas são recrutadas
através da internet ou por meio de agentes.
Um exemplo é a
Suécia. O jornal sueco Aftonbladet
identificou um suspeito de recrutar mercenários que querem juntar-se ao “Estado
Islâmico”. Afirma o jornal (http://br.sputniknews.com/mundo/20150522/1092210.html)
que mais de 300 suecos já foram recrutados para lutar pelo “estado Islâmico”. A
base do recrutamento é Estocolmo, e a administração da cidade dá assistência
médica aos feridos e exige que organizações voluntárias, religiosos e
psicólogos ajudem os terroristas quando eles voltam das suas ações no Oriente
Médio.
Assim também na
Dinamarca. Um documento do Ministério do Emprego da Dinamarca, obtido pela Radio24syv (http://br.sputniknews.com/mundo_insolito/20150519/1051586.html)
mostra que dezenas de cidadãos dinamarqueses receberam ao todo quase $60.000
enquanto combatiam pelo “Estado Islâmico”, na Síria. Além disso, os terroristas
têm direito à previdência social.
O grupo Anonymous está tentando combater as
contas e sites de divulgação do “Estado Islâmico” na internet e descobriu que a
maioria deles está baseada nos Estados Unidos e na Europa. O Anonymous declarou que até agora atacou
mais de 200 sites e destruiu 85 deles. Além dos inúmeros sites, foram
descobertas 9.200 contas no Twitter, associadas ao grupo terrorista. O Anonymous tem sido acusado de ser um
grupo de direita – provavelmente da CIA, afirmam alguns -, devido às suas ações
nas revoluções coloridas patrocinadas pelos Estados Unidos e aliados. E também
no Brasil, durante as passeatas de 2013. Agora está combatendo outro grupo de
direita, igualmente patrocinado pelos Estados Unidos e aliados. Sinal de que o
império está começando a perceber que o monstro que criou poderá voltar-se
contra o criador, e quer cortar-lhe as asas antes que voe muito alto.
Antes de destruir o “Estado
Islâmico”, Estados Unidos e aliados preferem esperar para ver no que vai dar a
investida do grupo terrorista contra a Síria. O “Estado Islâmico” conta com mais
de 30.000 mercenários em seu exército, além de armamento moderno, artilharia,
belos uniformes e bandeiras. Calcula-se que tenha mais de dois bilhões de
dólares a apoiar toda essa organização. A mídia ocidental diz que esse dinheiro
é resultado da venda do petróleo dos países invadidos, como Síria e Iraque. Uma
explicação muito pouco convincente, se pensarmos um pouco. Quem está comprando
esse petróleo, negociado em campo de batalha? O fato é que o “Estado Islâmico”
já surgiu com muito dinheiro, antes mesmo de qualquer ação bélica.
Os Estados Unidos
estão muito preocupados porque o Iraque tem um governo xiita, assim como o Irã.
E pior ainda: um governo que pretende ficar independente do império. A extração
de petróleo do Iraque é de 800 mil barris por dia e está previsto um aumento para
três milhões e meio de barris por dia, prejudicando os produtores de xisto dos
Estados Unidos, além de forçar a OPEP a uma redução do preço do petróleo. Então,
o “Estado Islâmico” – organização que poderá não só destruir a Síria, como
ajudar a destituir o governo do Iraque e ameaçar o Irã.
Enquanto isso, as
fronteiras da Rússia estão sendo ocupadas por tropas da OTAN, que usam países
aliados, como Polônia, Estônia, Geórgia e Ucrânia, entre outros, para sediar as
suas forças. No Pacífico, os Estados Unidos estão tentando provocar uma guerra
com a China, invadindo o seu espaço aéreo freqüentemente. Se a Rússia e aliados
resolverem-se finalmente combater o “Estado Islâmico” para ajudar a Síria, isso
poderá servir de desculpas para a OTAN e Estados Unidos inventarem uma nova
grande guerra.
Muito bom
ResponderExcluirFausto. Uma sugestão, continue escrevendo, escreva mais sobre a escravidão do capitalismo, a desinformação da sociedade (como é feita, a quem interessa e os prejuízos que causa, de uma forma sistêmica e sem eufemismos). E, também a solução do problema, pois não adianta focar só nos problemas, deve-se mostrar os problemas e as soluções, então as pessoas se motivarão a agir. Tenha fé e se desenvolva cada vez mais, sem parar e com mais vontade. Não perca tempo com a política que é só sujeira, e foque-se "no espírito com poder sobre a matéria e não na matéria dominando o espírito."
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