quarta-feira, 27 de maio de 2015

O “ESTADO ISLÂMICO” DOS ESTADOS UNIDOS





Vândalos, arruaceiros, drogados, assassinos, bárbaros bestiais, seres absolutamente incultos, totalmente selvagens e insensíveis, inúteis, imprestáveis, empobrecidos mentalmente, entregues à mais hipócrita impostura, dominados pela ganância, a parcela mais pérfida da humanidade, o lixo do mundo – eis um pálido retrato do que são os mercenários do autodenominado Estado Islâmico, que não é um Estado e nada tem de islâmico. Já por definição, mercenário é uma pessoa que se vende para quem pagar mais para matar e destruir, o pior tipo de prostituição, o mais baixo nível de abjeção e aviltamento. 

   O Estado Islâmico surgiu em 2014, aparentando uma rebelde explosão dos sunitas do Iraque e rapidamente expandiu-se em direção à Síria. Na verdade, a partir de 2006, foi cuidadosamente organizado e treinado por forças norte-americanas no Iraque ocupado pelos Estados Unidos, tendo como modelo o grupo terrorista Al-Qaeda, organizado pela CIA no Afeganistão durante os anos ’80 do século 20, para combater o Exército Vermelho.  

   A Al-Qaeda, no entanto, tornou-se descartável à medida que foi ficando independente dos seus chefes de Washington e recebeu um grande golpe quando da conspiração do 11/09/2001, que destruiu as Torres Gêmeas. Naquela ocasião, a Al-Qaeda foi inculpada pelo atentado e seu chefe, o saudita Osama Bin Laden, sócio e amigo de George Bush (pai) passou a ser oficialmente perseguido pelos serviços secretos dos Estados Unidos. Há versões de que Osama teria morrido na véspera do atentado em um hospital do Paquistão, país aliado dos Estados Unidos, mas o seu nome e imagem foram usados durante muito tempo para tentar enganar a massa que paga impostos e necessita de um inimigo público número 1. Finalmente, Osama foi “morto” no mesmo Paquistão e o corpo sumiu. E não havendo corpo não há crime. 

   Nesse meio tempo, a Al-Qaeda foi novamente amansada e cooptada pela CIA, ainda servindo para pequenos serviços, como combater o Hezbollah, no Líbano, o Hamas na Palestina ou os revolucionários do Iêmen. Mas já estava desmascarada e não mais servia. Então, durante os anos de ocupação do Iraque, os Estados Unidos aproveitaram para forjar um novo grupo terrorista, usando a indignação dos sunitas, desarvorados após a perda do poder para os xiitas, no Iraque. Foi a partir daquelas células de sunitas que viviam jogando bombas em mesquitas de xiitas que os Estados Unidos organizaram o que depois apelidaram de “Estado Islâmico” – um exército formado por mercenários de mais de 90 países. 

   Há quem acredite que todos os países árabes são contra os Estados Unidos e aliados ocidentais, como se houvesse uma guerra não declarada entre Oriente e Ocidente – pelo menos isso é o que a mídia ocidental tenta incutir na mente de seus assíduos e fervorosos cultores. Essa mesma mídia quer dar a entender que é uma guerra religiosa, onde de um lado estão fanáticos terroristas muçulmanos e de outro os pacíficos cristãos. A verdade é que a maioria dos países muçulmanos é aliada dos Estados Unidos: Arábia Saudita (um dos maiores países do Oriente Médio e, com certeza, o mais rico e mais bem armado), Bahrein, Qatar, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Afeganistão e Iraque.  

   O Líbano está cercado por terra e mar (incluindo a ajuda de algumas embarcações brasileiras), o Iêmen está em guerra civil, e seus guerrilheiros são diariamente bombardeados por aviões da Arábia Saudita, com o apoio dos Estados Unidos; a Síria também enfrenta uma guerra civil provocada pelo Ocidente, a Palestina está sendo gradativamente destruída por Israel e o Irã depois da queda do Xá Reza Pahlevi, em 1979, tornou-se o único país muçulmano a enfrentar não só os Estados Unidos e aliados ocidentais como a coalizão dos países árabes liderada pela Arábia Saudita. Além de tudo isso, Israel, uma extensão dos Estados Unidos, possui armas atômicas e está constantemente ameaçando atacar o Irã. 

   Quando os Estados Unidos tentaram derrubar o governo sírio através de uma revolução colorida que não deu certo, imediatamente promoveram a guerra civil, que também não funcionou. Então, foi acionado o “Plano B”. Subitamente, em 2014, surgiram milhares de militantes que se dizem islâmicos, sob a bandeira do que foi denominado “Estado Islâmico”, ISIS (sigla em inglês, para quem gosta da língua do império), DAESH (em árabe) ou Califado. O “Estado Islâmico” não possui um território próprio – portanto, não é um Estado – e poucos acreditam que seja realmente islâmico, ou formado unicamente por muçulmanos. 

   O ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, revelou que a inteligência britânica (MI6), a CIA e o Mossad israelense trabalharam em conjunto para criarem o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS). Snowden disse que os serviços de inteligência dos três países criaram uma organização terrorista que é capaz de atrair todos os extremistas do mundo para um lugar, usando uma estratégia chamada de “ninho de vespas”, que inclui um pagamento milionário para cada mercenário recrutado. Alguns documentos vazados indicaram que o líder nominal do “Estado Islâmico”, Abu Bakr Al Baghdadi teve treinamento militar intensivo durante um ano nas mãos do Mossad, em Israel, além de cursos de teologia e da arte de expressão.  

   Objetivo: derrubar o governo da Síria, provocar instabilidade no Irã e, em seguida avançar para as antigas repúblicas soviéticas, como o Azerbaijão e Turquemenistão, que fazem fronteira com o Irã, derrubar os seus governos e envolver os demais países limítrofes com população muçulmana em uma suposta “guerra santa” contra a Rússia. O mais curioso é que a maioria da população da Síria é sunita, assim como o seu governo, não se sustentando a tese de que o “Estado Islâmico” é uma organização sunita que combate xiitas. 

   Os verdadeiros muçulmanos que perceberam que o “Estado Islâmico” é criação dos Estados Unidos e aliados preferem chamar a organização terrorista de DAESH, um acrônimo livre odiado pelo grupo terrorista e que é considerado um insulto porque soa como o árabe “DAES”, que significa “aquele que esmaga algo sob os pés”, bem como “DAHES” – “aquele que semeia discórdia”. 

   Semear discórdia entre os muçulmanos e esmagar sob os pés é especialidade do “Estado Islâmico”, cujos mercenários são ensinados a matar e destruir tudo o que encontram pela frente, lembrando o exército de Franco formado por assassinos, durante a guerra civil da Espanha. Não há qualquer ideologia no “Estado Islâmico”, nem mesmo sombra de religiosidade. Se Maomé fosse vivo, estaria na primeira linha de combate contra o “Estado Islâmico”. Além de tentar derrubar o governo sírio e transformar o Oriente Médio em um caos, o grupo terrorista tem um segundo objetivo, apoiado pela mídia ocidental: fazer com que a palavra islamismo torne-se sinônimo de terrorismo. 

   “Aviões militares norte-americanos fazem vôos regulares aos aeroportos controlados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, e entregam armas, dinheiro e comida aos rebeldes” – declarou à Farsnews o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Irã, general Hassan Firuzabadi. De acordo com mais de 3.000 documentos vazados pelo Wikileaks o armamento começou a ser enviado ao “Estado Islâmico” em setembro de 2013. Para enviar as armas, o governo Obama usa bases clandestinas na Jordânia e na Turquia. Aliados dos Estados Unidos na região, como Arábia Saudita e Qatar também fornecem ajuda financeira e militar. 

   Como cortina de fumaça, os Estados Unidos “bombardeiam” seguidamente posições do “Estado Islâmico”, principalmente na Síria e no Iraque e, a cada um desses bombardeios o “Estado Islâmico” se torna ainda mais forte e os exércitos que o combatem, assim como a população civil, são os verdadeiros alvos. Com a desculpa de combater o “Estado Islâmico”, a aviação dos Estados Unidos aproveita para atacar as tropas do governo sírio e do governo do Iraque. No dia 24/05, a agência Almaalomah, citando testemunhas, informou que dois aviões de guerra do Iraque bombardeavam posições do “Estado Islâmico” quando um caça da aviação norte-americana apareceu e derrubou um dos aviões iraquianos. Este é um dentre tantos “acidentes de guerra” ou fogo amigo, sobre os quais o governo dos Estados Unidos tem pedido desculpas pelo engano. 

   Em contrapartida, o “Estado Islâmico” faz a sua parte na farsa. A mídia ocidental volta e meia assinala que o “Estado Islâmico” ameaçou os Estados Unidos, Inglaterra e demais aliados, sobrando também para líderes de países latino-americanos, como a presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner.  

   Recentemente, Cristina foi ameaçada através de uma carta assinada pelo “Estado Islâmico”. Segundo o jornal Clarín, não só Cristina Kirchner, mas o chefe de Polícia Federal da Argentina, Román di Santo, e a presidente do Chile, Michelle Bachelet, estão marcados para morrer pelo “Estado Islâmico”. O autor da carta afirma que os três devem morrer para substituir Alberto Nizman, um fiscal argentino que se suicidou em janeiro deste ano. Detalhe: Nizman era judeu e defendia interesses judeus contra o governo de Cristina Kirchner. Que “Estado Islâmico” é esse que apóia sionistas? Sobre a carta, Cristina disse que se algo acontecer a ela, “não olhem para o Oriente, olhem para o Norte” – referindo-se claramente aos Estados Unidos. 

  Dinamarqueses, suecos, norte-americanos, ingleses, franceses, alemães, sauditas, líbios, chechênios, turcos, afegãos, mercenários dos mais diversos países formam fileiras no “Estado Islâmico” por um salário que jamais ganhariam nos seus países de origem. Não devem faltar brasileiros. As pessoas são recrutadas através da internet ou por meio de agentes.  

   Um exemplo é a Suécia. O jornal sueco Aftonbladet identificou um suspeito de recrutar mercenários que querem juntar-se ao “Estado Islâmico”. Afirma o jornal (http://br.sputniknews.com/mundo/20150522/1092210.html) que mais de 300 suecos já foram recrutados para lutar pelo “estado Islâmico”. A base do recrutamento é Estocolmo, e a administração da cidade dá assistência médica aos feridos e exige que organizações voluntárias, religiosos e psicólogos ajudem os terroristas quando eles voltam das suas ações no Oriente Médio. 

   Assim também na Dinamarca. Um documento do Ministério do Emprego da Dinamarca, obtido pela Radio24syv (http://br.sputniknews.com/mundo_insolito/20150519/1051586.html) mostra que dezenas de cidadãos dinamarqueses receberam ao todo quase $60.000 enquanto combatiam pelo “Estado Islâmico”, na Síria. Além disso, os terroristas têm direito à previdência social. 

   O grupo Anonymous está tentando combater as contas e sites de divulgação do “Estado Islâmico” na internet e descobriu que a maioria deles está baseada nos Estados Unidos e na Europa. O Anonymous declarou que até agora atacou mais de 200 sites e destruiu 85 deles. Além dos inúmeros sites, foram descobertas 9.200 contas no Twitter, associadas ao grupo terrorista. O Anonymous tem sido acusado de ser um grupo de direita – provavelmente da CIA, afirmam alguns -, devido às suas ações nas revoluções coloridas patrocinadas pelos Estados Unidos e aliados. E também no Brasil, durante as passeatas de 2013. Agora está combatendo outro grupo de direita, igualmente patrocinado pelos Estados Unidos e aliados. Sinal de que o império está começando a perceber que o monstro que criou poderá voltar-se contra o criador, e quer cortar-lhe as asas antes que voe muito alto. 

   Antes de destruir o “Estado Islâmico”, Estados Unidos e aliados preferem esperar para ver no que vai dar a investida do grupo terrorista contra a Síria. O “Estado Islâmico” conta com mais de 30.000 mercenários em seu exército, além de armamento moderno, artilharia, belos uniformes e bandeiras. Calcula-se que tenha mais de dois bilhões de dólares a apoiar toda essa organização. A mídia ocidental diz que esse dinheiro é resultado da venda do petróleo dos países invadidos, como Síria e Iraque. Uma explicação muito pouco convincente, se pensarmos um pouco. Quem está comprando esse petróleo, negociado em campo de batalha? O fato é que o “Estado Islâmico” já surgiu com muito dinheiro, antes mesmo de qualquer ação bélica. 

   Os Estados Unidos estão muito preocupados porque o Iraque tem um governo xiita, assim como o Irã. E pior ainda: um governo que pretende ficar independente do império. A extração de petróleo do Iraque é de 800 mil barris por dia e está previsto um aumento para três milhões e meio de barris por dia, prejudicando os produtores de xisto dos Estados Unidos, além de forçar a OPEP a uma redução do preço do petróleo. Então, o “Estado Islâmico” – organização que poderá não só destruir a Síria, como ajudar a destituir o governo do Iraque e ameaçar o Irã. 

   Enquanto isso, as fronteiras da Rússia estão sendo ocupadas por tropas da OTAN, que usam países aliados, como Polônia, Estônia, Geórgia e Ucrânia, entre outros, para sediar as suas forças. No Pacífico, os Estados Unidos estão tentando provocar uma guerra com a China, invadindo o seu espaço aéreo freqüentemente. Se a Rússia e aliados resolverem-se finalmente combater o “Estado Islâmico” para ajudar a Síria, isso poderá servir de desculpas para a OTAN e Estados Unidos inventarem uma nova grande guerra.

2 comentários:

  1. Fausto. Uma sugestão, continue escrevendo, escreva mais sobre a escravidão do capitalismo, a desinformação da sociedade (como é feita, a quem interessa e os prejuízos que causa, de uma forma sistêmica e sem eufemismos). E, também a solução do problema, pois não adianta focar só nos problemas, deve-se mostrar os problemas e as soluções, então as pessoas se motivarão a agir. Tenha fé e se desenvolva cada vez mais, sem parar e com mais vontade. Não perca tempo com a política que é só sujeira, e foque-se "no espírito com poder sobre a matéria e não na matéria dominando o espírito."

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