Para que máscara?
“Você tem medo de quê?” De ser desmascarado? Estranhas manifestações lideradas
por uma organização multinacional que estabelece pautas a serem seguidas.
Perdemos totalmente a capacidade de tomar iniciativas e necessitamos tanto
assim de estranhos seres mascarados, que fazem questão de continuar estranhos e
mascarados, enganam facilmente internautas pouco informados e tem uma história
de golpismo pelo mundo afora? Há sérias acusações contra o “Anonymous”: agentes
infiltrados da CIA (Estados Unidos), do Mossad (Israel) e do M-16 (Inglaterra).
É uma dedução lógica, uma vez que são três países muito unidos dentro do seu
fascismo e declaradamente imperialistas. Outros afirmam que há infiltração do
serviço secreto das Forças Armadas brasileiras, na tentativa de desestabilizar
o governo e tentar um golpe.
O que se sabe de certo é que
torpedearam, através da Internet, os governos da Argélia, Tunísia e do Egito na
época da “Primavera Árabe” – coincidentemente patrocinada pelos Estados Unidos
e aliados. O objetivo, todos sabem, era cercar e invadir a Líbia socialista de
Khadaffi. Conseguiram, mataram Khadaffi e, de quebra, os modernos cruzados
ocidentais tem o domínio do norte da África, à força de intensos bombardeios em
nome da democracia.
E em nome da democracia, promoveram
eleições naqueles países. No Egito, o partido islâmico venceu e isso foi o suficiente
para que as Forças Armadas daquele país, auxiliada por forças armadas externas
e “Anonymous” internos, derrubassem o governo. Em nome da democracia deram um
golpe militar. Eles detestam muçulmanos. Detestam cristãos. Detestam religiões
ou qualquer manifestação de espiritualidade.
No instante seguinte, os “Anonymous”
começaram a agir na Síria, ao lado de mercenários da Al-Qaeda, eterna aliada
dos Estados Unidos – a tal ponto que cedeu o nome para ser demonizado quando do
curioso, estranho e nunca totalmente explicado episódio da Torres Gêmeas, que
serviu de desculpa para as invasões do Iraque e Afeganistão.
Ainda estão na Síria, onde os
mercenários estão perdendo a guerra e por isso, assim como na Líbia, os Estados
Unidos e aliados desejam invadir aquele país tão estratégico, que faz fronteira
com Israel e é aliado do Irã e da Rússia.
E também estão no Brasil, mexendo com a
cabeça de milhares de jovens com a sua máscara de ativistas, hackers, crackers
e afins, participando, agora, do que poderia ser apelidado de “Primavera
Brasileira”, com o óbvio objetivo de preparar o caminho para o golpe armado.
Desestabilizar as instituições é o primeiro passo. Assim como na véspera do
golpe de 1964, organizam passeatas que apelidaram de manifestações e, como naquele ano, tem o apoio da grande mídia, que eles, os “Anonymous”, fingem
criticar.
Tudo se relaciona, e como nada acontece
por acaso ou linearmente vejam a coincidência com as revelações do ex-espião
Snowden sobre a espionagem estadunidense no governo brasileiro, como alvo
prioritário na América do Sul. Se o governo de centro-esquerda de Dilma cair,
todos os demais governos da região serão alvos fáceis. Efeito dominó.
É essencial que se combata a corrupção
que este modelo de democracia representativa facilita e a verdadeira democracia
deve evoluir para a participação popular em todos os níveis, a começar pela
responsabilidade cívica de cada um sobre o quarteirão onde mora. Estamos nos
acostumando preguiçosamente a votar, eleger e pedir soluções para os eleitos,
quando o povo no poder é que deveria decidir o que e como fazer.
A timidez, o medo de avançar para
soluções populares, aliado à política aliancista que, por si mesma, torna-se corrupta
ou induz à corrupção tem sido os grandes erros dos governos do PT, que os levaram
a situações extremas de mediocridade administrativa e a uma política externa
vinculada ao capital e ao império e agora, quando as ameaças golpistas se
tornam evidentes e a ingerência externa é um fato, o governo Dilma-Lula
perde-se nas próprias contradições, não há uma base popular realmente forte e
consciente e se torna medroso devido às seguidas ameaças dos militares
retrógrados e vendidos ao império.
Militares que exigiram total independência
de ação e que formam um governo paralelo e independente. Dessa forma,
participaram da invasão no Haiti, ao lado dos Estados Unidos, tem navios de guerra
nas costas do Líbano, participando de missão da OTAN no Oriente Médio e um
general brasileiro – Carlos Alberto Cruz – está à frente de forças da ONU, os
capacetes azuis, em missão de intervenção na República do Congo, na África.
Internamente, monitoram as grandes favelas do Rio de Janeiro. Estarão ao lado
dos agentes da NSA na missão de espionar o governo brasileiro? Não é de
duvidar.
Também não é de duvidar que a grande
maioria dos jovens que participam das manifestações esteja completamente
iludida ao acreditar que estarão mudando o país ao dizerem um “não” à política –
o que é um evidente ato político, mesmo que eles não saibam disso. Política não
significa eleições, mas participação cívica, e, em verdadeiros países
democráticos, todos devem atuar no sentido de influenciar mudanças para o bem
comum.
Sob esse aspecto, as manifestações são
saudáveis e oxigenantes. Deve-se lutar, sim, por uma nova maneira de fazer
política, onde o povo possa não só eleger como cassar mandatos daqueles que não
cumprem com suas promessas. Onde o povo não fique apenas representado, mas seja
ele o autor da sua história. Este modelo democrático está velho, ultrapassado e
caduco desde que foi inaugurado com a primeira república da Revolução Francesa.
É um modelo que exclui e aliena a grande maioria.
Portanto, são necessárias manifestações
que requeiram mudanças políticas, mas manifestações contra a política e os partidos são extremamente suspeitas, porque externa a prática oportunista da
direita, que não consegue manter-se anônima, mesmo quando usa máscaras.
Não precisamos esconder o rosto para
exigir respeito e cidadania plena. Lutar de peito aberto faz parte da ética dos
corajosos. Os que temem, temem primeiro a si mesmos.
Qual é a pauta das manifestações deste
7 de setembro? Xingar a Dilma, os governadores, os políticos ou exigir reformas
populares que poderão se transformar em verdadeira revolução?
Revolução, e não golpe. E uma revolução
pode ser pacífica, sim, basta o povo consciente desejar. Para isso, deveremos
ter um povo consciente, e, enquanto não é assim, por quê os manifestantes não
ensaiam essa possibilidade, gritando contra as desigualdades sociais, contra a
construção da usina de Belo Monte e outras usinas que atentam contra o
meio-ambiente, contra a discriminação, racismo e xenofobia da elitista classe
médica brasileira em relação aos médicos cubanos, e contra a espionagem e
devassa a que estamos sendo submetidos, desde a Presidente até o último dos
brasileiros (porque existe, sim, nesta suposta democracia, brasileiros em
extrema miséria), em um grande, uníssono grito pela nossa verdadeira
independência, quando teremos direitos e deveres iguais e ausência de pobreza e
de exploração?
Ótima análise, e bem à propósito às vésperas das "manifestações" no sete de setembro, dia comemorativo da independência do Brasil. Parabéns!
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