De acordo com matéria
na Folha de São Paulo, também veiculada no sítio Terra (noticias.terra.com.br)
em 15 de setembro de 2013, a CIA atua no território brasileiro há muito tempo.
Sabe-se que a espionagem dos Estados Unidos no Brasil vem de longa data, mesmo
antes do golpe militar de 1º de abril, contando com o apoio da assim chamada
‘comunidade da inteligência brasileira’. É claro que isso não é segredo para presidentes
e membros dos sucessivos governos brasileiros, militares ou não, e Dilma
Roussef somente se sentiu obrigada a reagir quando Snowden, o ex-agente da CIA
fez revelações ao Programa “Fantástico”, da rede Globo sobre a maneira como a
Agência Nacional de Informações, dos Estados Unidos (NSA) faz a sua coleta de
dados através de espionagem eletrônica da Presidente, ministros, empresas
brasileiras e de todos aqueles que tenham cadastro na Internet, um sítio de
culinária ou de assuntos muito leves ou de um blog como este, que optou por
informações jornalísticas desvinculadas dos centros de poder, matérias
opinativas, contos e poemas.
Diz a matéria que agentes de CIA “estão
espalhados no Brasil atrás de informações sobre residentes no Brasil,
brasileiros ou não”. Membros da Polícia Federal, militares da Inteligência do
Exército e funcionários do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República que foram “entrevistados dizem que eles (agentes da CIA no Brasil)
dão a linha em investigações e apontam quem deve ser o alvo dos policiais
federais”.
Ainda mais: os espiões dos Estados
Unidos mantêm escritórios próprios no Rio de Janeiro, “com a justificativa da
realização da Copa do Mundo e da Olímpíada de 2016, e em São Gabriel da
Cachoeira, no Amazonas”, para vigiar as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (FARCS). Além disso, cinco bases da Polícia Federal, obviamente
infiltradas por agentes da CIA, funcionam no Rio de Janeiro, São Paulo, São
Gabriel da Cachoeira e Foz do Iguaçu. Contando, todas elas, com equipamentos e
tecnologia da CIA “para auxiliar os trabalhos e há agentes americanos atuando
em parceria com os brasileiros”.
Além disso, uma das agências de
espionagem usadas pela CIA em parceria com a NSA teria funcionado em Brasília,
“pelo menos até 2002”. Há documentos, revelados por Snowden, sobre a atuação dos
serviços de espionagem dos Estados Unidos junto á Embaixada do Brasil naquele
país e à missão brasileira das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Ou seja, o Brasil está infiltrado –
desde a época dos vendidos ditadores militares ou até muito antes – por espiões
dos Estados Unidos, que atuam em conjunto com espiões brasileiros, aos quais
ensinam técnicas de como vigiar melhor todos os que residem no território
nacional.
Não é somente a espionagem eletrônica
através das empresas de telecomunicações, como a ANATEL, que possibilita ações
ilegais de grampos de telefones, além de espionar e filtrar todos os dados dos
internautas, incluindo a senhora dona Presidente Dilma Roussef, que ficou
indignada não por ignorar esses fatos, mas porque eles foram veiculados ao
grande público – e, por isso, se permitiu a demonstrar indignação e exigir
desculpas que não foram dadas.
Recentemente, para consumo interno e
fingindo que ainda temos alguma dignidade, Dilma adiou o encontro que teria com
Obama, nos Estados Unidos. Uma semana depois, fez discurso na ONU, ocasião em
que esbravejou publicamente contra a espionagem dos Estados Unidos. Nos dias
seguintes, reuniu-se com os investidores norte-americanos, em um seminário de
investimentos promovido pelo banco Goldman Sachs, para tranqüilizar os
investidores sobre os rumos muito capitalistas do seu governo.
Com ou sem espionagem, Dilma e seus
aliados continuam muito amigos do belicista Obama, e mais ainda do indefectível
Clinton, que Dilma diz muito admirar. Afirmou a famosa twiteira que “as
relações estratégicas dos dois países ultrapassa isso” (a espionagem).
Ou seja: eles podem espionar à vontade
desde que peçam desculpas ou dêem furadas explicações sobre a cínica violação
da nossa soberania, que tem o aval de todas as nossas agências de informação,
ou de espionagem, ou, ainda, como eles preferem dizer, a “comunidade da
inteligência”.
O Brasil de Lula e de Dilma, o Brasil
de Fernando Henrique, Sarney, Collor, está demasiado vinculado aos Estados
Unidos para que realmente se incomode com o que os Estados Unidos fazem no
nosso território, que já consideram uma extensão dos seus domínios.
Esse Brasil continuará negociando com
aqueles que violam os nossos direitos civis, a nossa soberania, porque é o
Brasil dos que se fingem de patriotas e que igualmente violam os nossos
direitos civis e a nossa soberania, o Brasil dos que destroem etnias indígenas,
que provoca o desmatamento, que incentiva o latifúndio e desaloja milhares em
favor de grandes empresas, o Brasil da impunidade, o Brasil que não respeita a
flora e a fauna e faz do povo multidão de amordaçados. O Brasil que aceita a
vassalagem ao império.
Muito boa postagem sobre a espionagem norte-americana em território brasileiro. Ótima análise dos governantes que o Brasil já teve, incluindo a atual presidente Dilma.
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