Membros do
PT, ou simpatizantes que se acreditam de “esquerda” sem saber exatamente o que
significa a palavra e ignorando, talvez, que o partido governista há muito
tempo derivou para a direita, associando-se com empresários, membros das Forças
Armadas e grandes latifundiários e assumindo a social-democracia como ideologia
dentro do modelo neoliberal que entendem como pragmatismo político, após os
votos de Celso de Mello e seus cinco parceiros do STF – o que permitirá um novo
julgamento e a liberdade para Zé Dirceu e comparsas - passaram da defesa ao ataque
nas redes sociais.
Afirmam que
Genoíno é inocente e que não há provas contra Dirceu. Esquecem, ou desejam
esquecer, que os dois e o restante da quadrilha do mensalão, que se transformou
em uma mensalada ou pizza com xuxu, foram devidamente condenados por corrupção
ativa e, no mínimo, deverão cumprir alguns anos de suposta cadeia em regime
semi-aberto logo após o não tão próximo ridículo novo julgamento que os
inocentará do crime de formação de quadrilha.
Cúmplices no
crime, provavelmente iludidos pelas bandeiras antigamente vermelhas e hoje tão
amareladas, os alucinados, deslumbrados professos de um partido que insiste em
se tornar a maior quadrilha impune jamais conhecida, pretendem que entre
petistas e assalariados aliados todos são perfeitos - mesmo quando reticentemente
condenados pelo Supremo - no máximo cometendo alguns laudatórios deslizes.
O pragmatismo
do PT esvai-se pelos esgotos que lhe são familiares e seus militantes
arvoram-se de um purismo até então desconhecido e antes considerado impróprio
pelos grandes chefes petistas, que não são nem poderiam ser criminosos – pensam
os afoitos seguidores comissionados – simplesmente porque pertencem ao PT, o
partido que veio para mudar e nada mudou, que prometia que a esperança iria
substituir o medo e fez do medo o seu lema para a estagnação política e a
gradativa venda do Brasil para as grandes multinacionais, para a ruína da
educação, o desmatamento acelerado e a construção de obras como a criminosa
hidrelétrica de Belo Monte e os grandes estádios de futebol, que só interessam
ao capital festejado pela sempre espionada e controlada presidente Dilma.
As inconsequentes
frases dessas ansiosas pessoas (Genoíno é
inocente/Não há provas contra o Zé Dirceu) lembram o grasnar de filhotes de
corvos quando estão esfomeados. Ou de outras aves que igualmente crocitam e
grasnam, como os patos, mas corvos vem a propósito, porque são necrófagos, se
alimentam de carniça – e não está o Brasil como um imenso cadáver em berço
mal-cheiroso a ser devorado a grandes bicadas?
Dentre
tantos corvos, abutres e urubus que nos assediam incessantemente, o mais famoso
chamou-se Carlos Lacerda, que costumava ameaçar e derrubar presidentes com o
dinheiro de Wall Street e o apoio da CIA e outras agências beneméritas do
gênero. Uma das suas frases, escrita no jornal “Tribuna da Imprensa” em 1º de
junho de 1950, ficou célebre, porque foi confirmada:
“O senhor
Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não
deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à
revolução para impedi-lo de governar.”
Ouvindo o
grasnar dos filhotes de corvo do PT, lembrei que a frase de Lacerda poderá ter
uma nova versão para os tempos que correm, correm muito, correm de medo, talvez:
“O Partido
dos Trabalhadores não deve roubar. Se roubar, o crime não deve ser descoberto.
Se descoberto, não deve ser julgado e condenado. Julgado e condenado, será
necessário novo julgamento para inocentá-lo ou recorreremos a uma campanha
contra aqueles que o condenaram.”
É bem isso, blogueiro. Ainda fico pensando como eles ( os petistas filhotes) raciocinam. Raciocinam?. Análise interessante em vários aspectos sobre o sistema vigente. Parabéns!
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