A Conferência de Montreux, na Suíça, para tratar da paz na Síria é outra das grandes
mentiras da ONU, uma organização que cada vez mais perde a credibilidade,
agindo como uma velha e rica prostituta que compra um título de nobreza para
adquirir respeitabilidade. A ONU foi criada para defender os interesses dos
Estados Unidos e dos países vencedores da II Guerra Mundial e nesse sentido tem
se mostrado coerente, empenhando-se em impor a vontade daqueles que a sustentam,
principalmente porque dispõe do maior exército do mundo, a Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que é acionado sempre que necessário.
Perdida
a guerra na Síria, os autodenominados revolucionários - que nada mais são que
mercenários recrutados em Israel, Arábia Saudita, Qatar, Iêmen, Jordânia,
Turquia e outros países da região aliados dos Estados Unidos e demais países
europeus diretamente interessados nas riquezas da Síria, principalmente o gás,
e liderados pela Al-Qaeda – organização criada pela CIA nos anos 1980 para
atuar no Oriente Médio e deter as forças soviéticas no Afeganistão – pediram a
urgente intervenção da OTAN, com a invasão da Síria e incessantes bombardeios como
aqueles que liquidaram a Líbia de Kadhafi.
Foram
obstados não só pela Síria, como pelo Irã e pela Rússia, que ameaçou retaliar
caso o seu aliado fosse bombardeado. Imediatamente, os países ocidentais
passaram a negociar com o Irã, na tentativa de torná-lo potencial aliado ou, ao
menos, um país mais cordato e inofensivo do que na época do presidente Ahmadinejad.
Ao mesmo tempo, aconteciam conversas bilaterais com a Rússia na vã tentativa de
desligá-la da Síria, e foi criado em Kiev, capital da Ucrânia, logo ali ao lado
da Rússia, um grande movimento contra o governo objetivando atrair a Ucrânia
para a órbita ocidental e pressionar militarmente a Rússia nas suas fronteiras.
Concomitante
a esses fatos, propuseram a conferência de Montreux para tratar da paz na Síria,
na última tentativa de retirar Assad do poder e entregar o país árabe à
Al-Qaeda que representa os países ocidentais. Após o fracasso da conferência,
terão razões formais para bombardear e invadir a Síria, caso assim o desejem.
Nada muito
diferente do que aconteceu nos Bálcãs, quando a Iugoslávia se negou a participar
da remodelação do mundo em um desenho capitalista, e exatamente entre a Sérvia
e a Albânia – em Kosovo – foi criada uma república artificial, logo reconhecida
pelos Estados Unidos e aliados. Naquele enclave, um exército fortemente armado formado
por mercenários patrocinados pela Alemanha, França, Grã-Bretanha e Estados
Unidos enfrentou os iugoslavos, e quando os "rebeldes"estavam sendo derrotados pediram à ONU uma conferência de paz que foi realizada no castelo de
Rambouillet, na França, entre janeiro e fevereiro de 1999.
A guerra
cessou durante aquele período, o suficiente para os mercenários de Kosovo se
reorganizarem, enquanto os iugoslavos acreditavam na boa vontade da ONU. Ou da
OTAN, porque a conferência de paz foi presidida por Javier Solana, presidente
daquela organização bélica, que ameaçou os iugoslavos de bombardeio, caso não
aceitassem as reivindicações de Kosovo.
A
conferência terminou em 19 de fevereiro de 1999 e o espanhol Javier Solana,
presidente da OTAN e membro do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) – partido revisionista
e reacionário como o PT do Brasil ou o PRI do México e tantos outros partidos que se dizem
socialistas, mas servem ao capitalismo -, cumpriu as suas ameaças. Em 24 de
março as forças da OTAN começaram a bombardear a República Federal da
Iugoslávia. Foram três meses de bombardeios aéreos contínuos sobre o território
iugoslavo, especialmente Belgrado. Milhares de civis foram assassinados pela
OTAN.
Quando a
guerra terminou, a Iugoslávia foi desintegrada em vários países: Eslovênia,
Croácia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Sérvia e Montenegro - e Kosovo. Dividir
para governar. Os veículos de comunicação do Ocidente receberam ordens de divulgar
que as razões da “intervenção” da OTAN foram muito humanitárias: acabar com uma
guerra “étnico-religiosa”. Simples assim. Em Kosovo, os Estados Unidos
desenvolveram a maior base militar do mundo: Camp Bondsteel.
E agora eles
estão em outra conferência de paz que prepara a guerra. Desejam muito dominar a
Síria, não só pelo gás que poderão roubar e abastecer toda a Europa, mas para transformá-la em uma imensa base militar. A Síria tem fronteiras com o
Iraque, Israel, Jordânia, Líbano e Turquia. Conquistar a Síria é um grande passo
para a projetada invasão do Irã; dois passos para cercar e subjugar a Rússia.
Excelente e interessante matéria sobre a Síria e outros países, ricas informações de como ajem os Estados Unidos e aliados . Parabéns!
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