Em 1914, cem anos atrás, um atentado
em Sarajevo, atual capital da Bósnia-Herzegovina, provocou a 1ª Guerra Mundial,
deixando a Europa destruída e os Estados Unidos muito ricos. O mundo foi
redesenhado na década de 1940, quando da Segunda Guerra Mundial em que a Europa
foi novamente destruída e os Estados Unidos ficaram ainda mais ricos. Na década
de 1990, com a traição de Gorbachev e a conseqüente queda da União Soviética,
as fronteiras européias foram novamente refeitas. Somente a Iugoslávia resistiu
e foi dilacerada. E os Estados Unidos assumiram o domínio do império. Ao lado
da Grã-Bretanha.
Camp
Bondsteel, em Kosovo, é a maior base norte-americana do mundo, abrigando 7.000
soldados em instalações que provavelmente incluem bombas nucleares que podem
ser lançadas por mísseis de médio e logo alcance. Kosovo fica no coração dos
Bálcãs e é uma república criada artificialmente pela OTAN, em 2008, quando da
guerra que destruiu e dividiu a Iugoslávia em vários países. Como a OTAN é um
pseudônimo dos Estados Unidos, coube àquele país a maior parte do espólio da ex-Iugoslávia
e, em Kosovo, foi instalada uma base militar gigantesca que, em caso de guerra,
poderá mobilizar tropas ou enviar aviões, em questão de minutos, a qualquer
parte da Europa, incluindo a Rússia.
Não
somente os Estados Unidos dominam Kosovo. Em Pristina, capital da república,
Alemanha, Itália, Grã-Bretanha e França têm seus serviços secretos atuando em
diversas operações de inteligência. E segundo Álvaro Gil-Robles, o enviado de
direitos humanos do Conselho da Europa que visitou a base em 2005, Camp
Bondsteel seria “uma versão menor de Guantánamo”. Ali haveria um campo de
detenção secreto da CIA, o que, naturalmente, é negado pelo governo dos Estados
Unidos.
A estratégia expansionista do império liderado pelos Estados Unidos é um passo-a-passo muito bem planejado, que prevê bases militares em diversos lugares do mundo num processo de asfixia gradual, principalmente em torno da China e da Rússia. Uma guerra frontal é descartada, porque traria prejuízos para os dois lados em confronto, com a destruição de riquezas, que, em última análise, seria a motivação da guerra. O império prefere cercar. E esse cerco inclui a conquista de países aliados do inimigo, de uma maneira aparentemente “democrática”: insurreições populares são promovidas e, quando necessário, há o envio de tropas da ONU, através do seu exército internacional.
Foi dessa maneira que tomaram conta do norte da África, onde facilmente conquistaram Tunísia, Argélia, Marrocos e Egito e necessitaram das forças da ONU para destruir a Líbia de Kadhafi. Fomentaram, através da mídia amestrada, a raiva do mundo contra o Irã, país ainda independente. Voltaram-se para a Síria e para o Líbano. O Líbano está cercado e a Síria em chamas. Expulsaram os palestinos da sua terra, que entregaram para Israel, sua filial no Oriente Médio. Tentam provocar um golpe de estado na Venezuela, já dominam a Colômbia, atacam despudoradamente a soberania da Argentina e acreditam que o Brasil neoliberal e conformista é um forte aliado.
Além de Kosovo, há indícios de que os Estados Unidos têm nos governos da Polônia e da Turquia amigos que oferecem seus territórios e seus exércitos para desfechar ataques à Rússia, em caso de guerra, e pretendiam fazer da Ucrânia a decisiva base militar que colocaria a Rússia em xeque - assim como transformaram o Japão e a Coréia do Sul em grandes bases militares junto à China, Laos, Camboja, Coréia do Norte e Vietnã.
A rápida ação da Rússia na Criméia surpreendeu os Estados Unidos e a União Européia, que tenta sair da sua longa recessão arrochando as populações pobres de países como Irlanda, Grécia e Portugal – e conta com a vocação exportadora de países dependentes, como o Brasil, para comprar a produção agrícola e matéria prima a preço vil. O próprio Obama disse que estava muito incomodado. Talvez tenha sentido cólicas. Tentar dominar o mundo é um trabalho estafante. Não esperava que a Rússia fosse contra-atacar na Criméia; não esperava que além da Criméia, metade da Ucrânia recebesse os russos como salvadores. Cidades como Cracóvia, Donetsk e Odessa ostentam, neste momento, bandeiras russas.
Na Criméia, a mais de 1.600 quilômetros de Kosovo, a Rússia poderá sedimentar a sua força militar que já conta com uma frota no Mar Negro. É uma tentativa de buscar o equilíbrio nos Bálcãs. Se Estados Unidos e aliados pedirem a guerra, apoiando militarmente o que resta da Ucrânia, correm o risco de saírem derrotados ou de provocarem a derradeira orgia nuclear.
A estratégia expansionista do império liderado pelos Estados Unidos é um passo-a-passo muito bem planejado, que prevê bases militares em diversos lugares do mundo num processo de asfixia gradual, principalmente em torno da China e da Rússia. Uma guerra frontal é descartada, porque traria prejuízos para os dois lados em confronto, com a destruição de riquezas, que, em última análise, seria a motivação da guerra. O império prefere cercar. E esse cerco inclui a conquista de países aliados do inimigo, de uma maneira aparentemente “democrática”: insurreições populares são promovidas e, quando necessário, há o envio de tropas da ONU, através do seu exército internacional.
Foi dessa maneira que tomaram conta do norte da África, onde facilmente conquistaram Tunísia, Argélia, Marrocos e Egito e necessitaram das forças da ONU para destruir a Líbia de Kadhafi. Fomentaram, através da mídia amestrada, a raiva do mundo contra o Irã, país ainda independente. Voltaram-se para a Síria e para o Líbano. O Líbano está cercado e a Síria em chamas. Expulsaram os palestinos da sua terra, que entregaram para Israel, sua filial no Oriente Médio. Tentam provocar um golpe de estado na Venezuela, já dominam a Colômbia, atacam despudoradamente a soberania da Argentina e acreditam que o Brasil neoliberal e conformista é um forte aliado.
Além de Kosovo, há indícios de que os Estados Unidos têm nos governos da Polônia e da Turquia amigos que oferecem seus territórios e seus exércitos para desfechar ataques à Rússia, em caso de guerra, e pretendiam fazer da Ucrânia a decisiva base militar que colocaria a Rússia em xeque - assim como transformaram o Japão e a Coréia do Sul em grandes bases militares junto à China, Laos, Camboja, Coréia do Norte e Vietnã.
A rápida ação da Rússia na Criméia surpreendeu os Estados Unidos e a União Européia, que tenta sair da sua longa recessão arrochando as populações pobres de países como Irlanda, Grécia e Portugal – e conta com a vocação exportadora de países dependentes, como o Brasil, para comprar a produção agrícola e matéria prima a preço vil. O próprio Obama disse que estava muito incomodado. Talvez tenha sentido cólicas. Tentar dominar o mundo é um trabalho estafante. Não esperava que a Rússia fosse contra-atacar na Criméia; não esperava que além da Criméia, metade da Ucrânia recebesse os russos como salvadores. Cidades como Cracóvia, Donetsk e Odessa ostentam, neste momento, bandeiras russas.
Na Criméia, a mais de 1.600 quilômetros de Kosovo, a Rússia poderá sedimentar a sua força militar que já conta com uma frota no Mar Negro. É uma tentativa de buscar o equilíbrio nos Bálcãs. Se Estados Unidos e aliados pedirem a guerra, apoiando militarmente o que resta da Ucrânia, correm o risco de saírem derrotados ou de provocarem a derradeira orgia nuclear.
Excelente relato sobre a trajetória imperialista e sanguinária dos Estados Unidos. Parabéns!
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