Uma a uma, as 189 instalações militares da Ucrânia situadas na península da Criméia foram tomadas por soldados russos. No sábado, a grande base aérea de Belbek, em Sebastopol, foi invadida, os soldados ucranianos rendidos e a a bandeira da Rússia substituiu a ucraniana. No mesmo dia, no ocidente da Criméia, outra base militar foi invadida por cerca de duzentas pessoas desarmadas. Um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia afirma que "até 21 de março, dos mais de 18 mil militares das forças armadas da Ucrânia na Criméia, menos de dois mil manifestaram o desejo de serem enviados de volta para a Ucrânia". Os demais preferiram se incorporar às forças russas.
Acredita-se que os 67 navios da Marinha ucraniana na Criméia, incluindo oito navios de guerra, estão sob controle dos russos. Ainda no sábado, 22, o único submarino da Ucrânia, o "Zaporizhia", que se encontrava numa baía perto de Sebastopol, foi cercado por navios russos e atacado com granadas de fumaça, que puseram em fuga alguns tripulantes. Os que ficaram decidiram servir às autoridades russas. O último navio de guerra a se render foi a nau capitânea da Marinha ucraniana "Slavutich", que içou a bandeira russa no domingo, 23. A 36ª brigada da Defesa Costeira da Ucrânia, estacionada na aldeia de Perevalnoe, em Simferopol, passou inteiramente para o lado russo. Mais de 400 homens, com armamentos e munições.
Só após a derrota na Criméia as "autoridades" de Kiev ordenaram a retirada das suas tropas, que tinham ordem de resistir e não o fizeram para evitar derramamento de sangue. Poucos estão voltando para a Ucrânia. Os militares queixam-se de abandono pelo ilegal governo ucraniano. O governo fascista ucraniano não sabe o que fazer e espera ajuda militar dos Estados Unidos e da OTAN. Em troca, entregará a Ucrânia para a União Européia, a patrocinadora do golpe de estado. O governo por procuração de Kiev transformou o "Setor de Direita", agrupamento fascista, em um partido político e a ele ofereceu 23 colônias de férias, que servirão como base de treinamento e preparação de uma nova Guarda Nacional - a SS ucraniana.
Quando, no início de março, o governo dos Estados Unidos enviou o destróier USS Truxtlun para "manobras" no Mar Negro, este se viu imediatamente cercado por navios russos e ficou "manobrando" em círculos. Sistemas de mísseis anti-navios "Bastion", com um alcance efetivo de 300 quilômetros, foram instalados em terra sobre plataformas móveis à espera do primeiro sinal bélico do Truxtlun - agora o único navio de guerra estadunidense na região, uma vez que a fragata USS Taylor que já se encontrava no Mar Negro aparentemente sofreu problemas em uma das suas hélices e necessitou ser rebocada para Souda, em Creta, para reparos. A atrapalhação é tanta entre os ucranianos golpistas e seus aliados que um bombardeiro Su-24M, da força aérea ucraniana, destinado a ataques com bombas e mísseis, caiu no mar ao tomar a cabeceira da pista na região de Khmelnitsky. A tripulação foi catapultada e está bem.
Fascistas e neonazistas dominam o suposto governo da Ucrânia, que se transformou em um espelho da realidade (semi) oculta dos Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Alemanha e França, países que fingem uma "democracia" muito privada, com base na divisão de classes, na desigualdade social, no racismo, na criminalização da pobreza, na privatização dos meios de produção e em uma visão de mundo grotesca, amparada pelo deus Mercado.
Contam-se anedotas. Obama estaria discutindo com a sua bela esposa, quando ela exclamou: "Até os russos, Barack, até os russos!" Assustado, ele olhou em volta e gritou: "Aonde? Chama os guarda-costas!" Nas últimas semanas, dois em cada três norte-americanos acordam gritando: "Os russos estão chegando!" e só ficam mais calmos depois que são colocados em frente aos televisores ligados e começam a assistir "A Família Simpson". Jovens dos Estados Unidos e da Europa estariam dispostos a partir para a guerra contra a Rússia, desde que não sejam obrigados a sair da frente dos computadores. Deram-lhes a guerra cibernética e agora eles invadem sites de Moscou.
Coisa de brasileiro, que gosta de fazer anedotas até com a própria miséria. Aqui, os barracões no morro são idealizados como pontos turísticos, onde os moradores rezam "Ave-Maria" quando o morro escurece. Talvez pedindo para não serem mortos pelas tropas de choque da polícia.
Qual a posição do Governo brasileiro frente ao que apelidaram de "crise na Ucrânia"? Notícia da Agência Brasil (agenciabrasil.ebc.com.br) de 19/03/2014: "O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse que o Brasil lamenta qualquer tipo de violência e defende uma solução negociada para a Criméia, que respeite o povo e a vontade dos ucranianos". Portanto, o Brasil (leia-se Governo brasileiro, e não o povo) está ao lado da Ucrânia fascista e, obviamente, contra a Rússia. No dia 19, quando o ministro Figueiredo fez a declaração, a Criméia não pertencia mais à Ucrânia e sim à Rússia. Ficou muito constrangedor para o PT, que se diz de "esquerda", apoiar um Estado fascista. O muro onde ficam os neutros sempre desaba para o lado dos mais fortes.
Dilma não sabe o que fazer ou o que dizer a respeito. É um governo sem vontade própria, sem personalidade. Veja-se a Cristina Kirchner. No primeiro momento, defendeu a Criméia independente. Assim como os governos de países como China, Índia, Síria, Irã, África do Sul, Bielorússia, Sérvia e muitos países da América Latina.
O Brasil? O Brasil de Dilma e do PT têm muitos interesses econômicos e políticos com União Européia e Estados Unidos. São parceiros estratégicos. Embora pertença ao grupo dos países emergentes, o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a emergência brasileira continua muito dependente da América do Norte e da Europa. O nosso é um governo que não têm idéias próprias, posicionamento político. Vai conforme o vento. Ou os negócios. Está muito comprometido com o neoliberalismo semi-feudal. Um governo sem... como direi?... Afinal, qual é o feminino de hombridade?
A grande preocupação do governo brasileiro é com a Copa do Mundo. É um governo ideologicamente futebolizado. Já mandou evacuar favelas para inglês não ver. Agora, está enviando soldados para muito perto do povo marginalizado. Rússia, Estados Unidos, União Européia... Quem dá mais? O Brasil está virando uma grande anedota.
Muito boa matéria! Vou aos poucos ampliando meus conhecimentos sobre Criméia, Ucrânia, Russia e etc. Parabéns!
ResponderExcluirKKKKKKKKK PARA A POLÍTICA BRASILEIRA DESSE PT
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