Na nova Guerra Fria,
que ameaça tornar-se muito quente, foram colocados em cena os mesmos aparelhos
de desinformação da antiga Guerra Fria. As grandes empresas de comunicação,
como a BBC, de Londres, a Voz da América, dos Estados Unidos, ou a rede Globo,
do Brasil, auxiliadas pela Reuters, CNN e demais agências de notícias
ocidentais dedicam-se a uma verdadeira campanha de desinformação e, em alguns
casos, de difamação – visando não só atingir o seu costumeiro público, que já é
cativo, mas, principalmente, milhões de pessoas no mundo inteiro que não detém os
meios adequados para filtrar as notícias, ou não sabem como utilizá-los.
Uma das estratégias
do fascismo contemporâneo é repetir até a exaustão uma mentira ou um argumento
falacioso, difundindo-o na internet e em todos os demais meios de comunicação
de massa, muitas vezes de maneira subliminar, induzindo as pessoas a acreditar
em verdades criadas artificialmente, tendo como objetivo provocar determinada
resposta subconsciente.
Assim, quando se diz
que a crise na Ucrânia é culpa do presidente da Rússia, Vladimir Putin, não só
é dita uma mentira – porque a Rússia tem um regime semi-presidencialista que
depende, em todas as decisões de Estado, do seu Congresso – como se está
omitindo os demais fatores conjunturais, como a luta pelo poder dentro da
Ucrânia, com determinados grupos muito influentes recebendo ajuda dos Estados
Unidos e da União Européia para tomar o poder e açulando a OTAN contra a
Federação Russa. Além dessa omissão informativa, atinge-se o subconsciente da
grande massa desavisada no sentido em que se dá a entender, falaciosamente, que
Putin seria um ditador.
Nesse sentido, revistas
como Veja, Isto É ou Carta Maior, que costumam se digladiar a nível interno
contra e a favor do atual Governo brasileiro, revelam que estão unidas nas
questões de maior relevância do império. Se a ordem é atacar Putin e fragilizar
a Rússia, elas obedecem. E em todos os assuntos que envolverem os Estados
Unidos, revistas como essas, e outras, assim como jornais e demais veículos de
comunicação, se repetirão na defesa das “verdades” norte-americanas.
Não só no Brasil. Em
todos os países, com raríssimas exceções, a mídia é paga para ser utilizada não
exatamente a favor do povo excluído e oprimido. A atividade dos meios de
comunicação de massa prova, cada vez mais, que a verdade tende a ser
relativizada sempre a favor dos poderosos.
Em épocas de Guerra
Fria, como agora, há duelos entre mídias. No recente episódio do ataque aos
insurgentes em Slavianski, no leste da Ucrânia, quando algumas pessoas foram
mortas e outras feridas, no primeiro momento as informações coincidiram:
membros do grupo Setor de Direita teriam atacado um reduto dos federalistas.
Poucas horas depois, algumas fontes davam a entender que o ataque teria sido
provocado pelos maquiavélicos insurgentes que, provavelmente com instinto
suicida, teriam atirado uns nos outros para depois culpar os fascistas
ucranianos.
Da mesma forma o caso
do anti-semitismo (que deveria ser chamado de anti-sionismo ou anti-judaísmo,
porque árabes e outros povos também são semitas). Desde o início dos protestos
na praça Maidan, em Kiev, destacaram-se grupos neonazistas e anti-semitas e,
inclusive, houve atentados contra sinagogas e membros da comunidade judaica de
Kiev. Agora, a BBC tem veiculado a “notícia” de que os rebeldes de Donetsk, os
mesmo que combatem os fascistas e neonazistas, seriam anti-semitas e estariam
divulgando panfletos ameaçando os judeus. Uma óbvia manobra para tentar jogar
os judeus contra os federalistas, mas muitas pessoas podem acreditar nessas
mentiras, além de semear a dúvida nos pouco informados.
Na dúvida, acredite
nos seus próprios valores, pesquise exaustivamente, cruze informações e,
principalmente, nunca vá atrás de notícias suspeitas, provavelmente plantadas.
Se a dúvida persistir entre duas fontes de informação opostas, faça o famoso
teste: “A quem eles servem?”. Hoje em dia, os livres-pensadores são poucos,
porque a maioria deles está presa, mas tente. O cérebro é a sua maior riqueza.
Evite, de todas as maneiras, ficar confuso ou acabará caindo no paradoxo de
Epimênides: “Tudo o que eu digo é falso”. E aí, babaus...
Muito boa matéria! A desinformação grassa a tal ponto que sempre recorro ao Blogueiro para não cair numa furada, pois me considero ainda muito ingênua. Parabéns!
ResponderExcluirUm cérebro privilegiado, uma mente distinta.
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