Há quem acredite – em
acordo com o pseudo-jornalismo “ocidental” – que, como conseqüência das
manifestações orquestradas pela CIA na praça Maidan, em Kiev, o presidente da
Ucrânia teria sido derrubado através de um impeachment. É tanta a propaganda
pró-Estados Unidos e países subservientes que qualquer explicação dada pela
imprensa anexa a esses países é aceita como verdadeira por povos menos
instruídos.
Por falar em povos desinformados, o instituto Survey Sampling
International ouviu 2066 estadunidenses entre os dias 28 e 31 de março para
saber qual deverá ser a atitude do governo dos Estados Unidos diante da crise
na Europa Oriental. Como parte do estudo, os pesquisadores pediram aos
entrevistados que apontassem a Ucrânia no mapa. Descobriu-se que 1 em cada 6
entrevistados sabe onde fica a Ucrânia. Colocaram a Ucrânia dentro dos Estados
Unidos, na África e até na Groenlândia. Um povo completamente midiatizado, ou,
se preferirem, idiotizado pelos meios de comunicação de massa.
Pois muitos entre
eles (e entre nós e pelo mundo afora...) estão sendo induzidos a acreditar que
o golpe de Estado na Ucrânia foi legal. Na verdade, o que houve foi um golpe de
Estado armado, a partir das milícias fascistas, apoiadas em partidos como o
Svoboda (nazista) e com o apoio direto dos Estados Unidos e da União Européia.
Como, na Ucrânia, somente a Corte Constitucional podia deliberar sobre a
possibilidade ou não de um impeachment (após audiências e investigações), cinco
juízes daquela Corte foram destituídos, incluindo o juiz presidente, que tem
imunidade constitucional. Em seguida, um grupo de pessoas se autodenominou
“governo”, que foi aclamado imediatamente pelos Estados Unidos e seus
comparsas. Como fizeram no Brasil, em 1964.
Para os Estados Unidos
e seus cúmplices europeus, a Ucrânia é uma questão estratégica. É através da
Ucrânia que passa todo o gás que vai da Rússia para a Europa, e a Ucrânia é a
porta de entrada para a Rússia, um país que incomoda muito, porque é aliado do
Irã e da Síria, defende outros países que os Estados Unidos tentam abocanhar e
destruir e tem ótimas relações com a China, Vietnã, Cuba, Angola, Moçambique,
Venezuela... embora a Rússia não seja um país comunista ou meramente
socialista. É a Rússia um dos principais países do BRICS (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), que tem ponderado a possibilidade de uma nova
ordem econômica mundial, com a exclusão do dólar como moeda de referência e com
um fundo de ajuda semelhante ao FMI.
A Rússia representa
um perigo real para as pretensões imperiais dos Estados Unidos e seus asseclas,
que estavam planejando o seu estrangulamento através de um cerco sob medida no
leste europeu, que culminaria com a tomada da Ucrânia por seus aliados
fascistas e nazistas, dando entrada ao exército ocidental (OTAN) para cercar a
frota russa do Mar Negro e estabelecer uma cabeça-de-ponte na Criméia, de onde
poderiam ser lançados ataques sobre o território russo - caso a Rússia
continuasse a teimar em se opor aos planos ocidentais.
Uma estratégia a médio e
longo prazo, que também prevê o cerco da China através do oceano Pacífico, com
base na aliança segura das colônias intituladas de países soberanos: Coréia do
Sul e Japão. Além disso, os Estados Unidos cooptaram a Mongólia - que fica
exatamente entre a Rússia e a China – e naquele país estão se fortalecendo, sem
contar que a estratégia de derrubada do poder na China passa por uma futura
sublevação no Tibete.
Enquanto isto, a
Ucrânia. Quando a Alemanha nazista invadiu a União Soviética foi através da
Ucrânia. Pararam em Leningrado (São Petersburgo), depois de uma batalha que
durou meses e, quando recuaram, já estavam derrotados. A nova tentativa também
é fascista, como fascistas são os governos ocidentais que se fingem de
democratas para invadir países como Iraque, Afeganistão, Marrocos, Tunísia, Egito,
Líbia, Síria... Uma invasão progressiva rumo à Rússia. Pararam, de momento, na
Ucrânia, devido à reação de Moscou. E Moscou, ingenuamente, ainda acredita na
ONU.
A ONU é aquela organização
de alguns países muito unidos e bem armados (seguidos por muitos países
obedientes), que têm como objetivo impor a sua visão de mundo aos demais países
que não são tão servis, muitos deles mal armados, geralmente desunidos entre si
e que, quando reagem, são devidamente invadidos e rapinados. O mundo é
governado pela ONU, que age como uma grande deusa onipresente em quase todos os
países. E a ONU é governada pelos Estados Unidos e Inglaterra. Alguns outros
países poderiam também ser destacados como “donos” da ONU, como os integrantes
do Grupo dos Sete, que, além dos Estados Unidos e Inglaterra, é constituído por
Japão, Alemanha, França, Itália e Canadá.
O Japão, infelizmente,
todos sabem que foi recriado pelos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial, que
nele instalou várias bases militares e trocou o antigo orgulho japonês por alta
tecnologia. O Canadá é uma extensão dos Estados Unidos e da Inglaterra, com uma
pitada da França. A França é uma incógnita. Os seus governantes, seja de que
partido forem, seguem a política do império, mas o povo tenta se mostrar digno.
O mesmo acontece com a Itália. O povo alemão ainda procura a sua identidade,
após a catástrofe da 2ª Guerra Mundial. O seu governo é servo dos Estados
Unidos e da Inglaterra. Os demais países europeus, principalmente aqueles que
pertencem à União Européia, não são mais que protetorados da Inglaterra e dos
Estados Unidos.
Então, a Ucrânia.
Durante cerca de três meses, os Estados Unidos e União Européia tentaram uma “primavera
colorida” na Ucrânia com o objetivo de derrubar o governo que não desejava uma
aliança com a União Européia. Tentaram, nada conseguiram e deram um golpe de
Estado impondo um governo ilegítimo. Um governo fantoche que, agora, com o implícito
apoio da ONU (Estados Unidos, Inglaterra e amigos), ataca o seu próprio povo
que se insurgiu não só contra o golpe, mas também contra a ameaça fascista,
buscando o respaldo da Rússia, que reagiu ao retomar a Criméia através de um
referendo e poderá auxiliar o povo do leste da Ucrânia que deseja maior
autonomia e não reconhece a legitimidade do auto-proclamado governo de Kiev.
Sloviansk,
Kramatorsk, Druzhkivka, Artemivsk, Horlivka, Yenakiyevo, Makyivska, Mariupol, Kharkiv,
Donetsk – cidades do leste da Ucrânia, estão sendo atacadas por tanques,
aviões, helicópteros e centenas de soldados, sob incentivo dos Estados Unidos,
Inglaterra e sócios europeus, que apostam na reação da Rússia para que possam
invadir a Ucrânia com as forças da OTAN já postadas nos países adjacentes, como
Polônia, Romênia, Moldávia e Hungria.
A Ucrânia é o segundo
maior país da Europa, atrás da Rússia européia, com uma extensão maior que
Portugal e Espanha juntos, ou equivalente ao estado brasileiro de Minas Gerais.
Possui grandes recursos minerais, que incluem ferro, manganês, carvão, gás natural
e petróleo. Foi no norte da Ucrânia, em Chernobyl, que aconteceu o acidente
nuclear de 1986, que matou centenas de pessoas.
Outras centenas de
pessoas poderão ser mortas se eclodir uma guerra civil na Ucrânia, mas Estados
Unidos, Inglaterra e OTAN não se importam com pessoas, e sim com riquezas.
A postagem continua acrescentando informações e conseqüentes análises tendo como foco vários países como Rússia, EUA, União Européia e etc. Parabéns!
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