A lerdeza e apatia da Dilma levam-me a
pensar que talvez ela tenha sido terceirizada. Junte-se a isto o fato de ela ter
adotado o PMDB como principal partido aliado, deixando o PT para segundo plano
ou, ainda, medidas recessivas – exatamente as mesmas que o Aécio teria feito,
em nome da “austeridade econômica”, mas, na verdade, a favor das multinacionais
que cultuam o deus Mercado. Mais: Dilma está se afastando tanto das causas
populares que partidos como PT, PCdoB, PSOL defendem a Dilma por obrigação e de
maneira envergonhada.
Nunca
se viu um governo tão reacionário e entreguista no Brasil, somente comparado,
quem sabe, à ditadura militar. Desta vez é uma ditadura civil que criminaliza o povo e não prende os
políticos de esquerda, mas os marginaliza, não reagindo às
manifestações que tentam criar uma cultura verde-amarela de cunho nitidamente fascista.
Ostensivamente,
pedem que Dilma saia do governo, mas poucos entre eles sabem que ela já saiu.
Foi terceirizada. Preferiu brincar de rainha da Inglaterra, cedendo o poder ao
Temer e ao Joaquim Levy. E ao Cunha, aquele estranho ser que usa bigodes que
parecem postiços. E ao Calheiros, o rei da malandragem.
Mas
quem manda mesmo é o Levy, um legítimo representante da burguesia cínica e
temerosa da força popular. Dilma quer mais é passear. Foi avisada pelo pessoal
da Veja e da Globo que, se não se comportar direitinho perderá todas as
mordomias de presidente. Pode viajar, fazer as vezes de representante do país,
mas não mais que isso. Vez que outra é chamada pelo Levy para assinar a
nomeação ou destituição de algum ministro. Assina e volta para o seu canto. Em
alguns momentos, quando é obrigada a dar declarações à imprensa, ela
decora o texto e faz o possível para não errar as palavras – o que é quase
inevitável, porque sempre provoca risadas.
Dilma
foi terceirizada. Percebe-se que não é mais aquela pessoa de voz firme e
decidida, cheia de planos para melhorar a vida do povo. Os planos sumiram,
restou a voz cada vez mais claudicante. É a cara do PT. E do PCdoB. E do PSOL.
Uma farsa vestida de vermelho. Ou azul. Ou verde. Ou amarelo. Depende do dia.
Fora do Brasil, muitas pessoas ainda acreditam que ela governa, mas fora do
Brasil acontecem coisas estranhas até com pessoas que nasceram aqui e esqueceram
o Português. Vejam o Ed Mota. Não é de dar pena?
Apesar
disso tudo, mesmo que não saiba, pois os terceirizados costumam ficar em estado
hipnótico, Dilma conseguiu a unanimidade da repulsa. Os aécios, cunhas e outros que tais, volta e
meia organizam passeatas pedindo para Dilma renunciar. Acreditam que é uma
questão de perseverança e que qualquer dia ela faz uma viagem e não retorna.
O
povo, através das suas organizações de classe, já percebeu que a única maneira
de não perder totalmente os direitos trabalhistas é partir pra briga, e já está
se organizando. A indiferente Dilma, mesmo desejando somente a paz das planícies
tépidas ou dos planaltos açucarados poderá provocar, com a sua indiferença, uma
revolução ou, eufemisticamente, uma ruptura institucional. E, quando deixar
oficialmente o governo - provavelmente ainda hipnotizada -, ninguém sentirá a
sua falta.
Mais uma reflexão oportuna sobre a Dilma e camaradas. Parabéns!
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