O professor de computação da
Unicamp, Diego Aranha, detectou uma série de falhas de segurança nas urnas
eletrônicas, entre elas a probabilidade de violação do sigilo do eleitor e a
facilidade de alteração dos votos através de ataque externo (hacker) ou ataque
interno (pessoas pertencentes à mesa da zona eleitoral onde ocorre a eleição).
Aranha revelou que há somente uma chave criptografada para
todas as urnas eletrônicas do país, e que, para fraudá-las, bastaria alguém
especialista em computação que conhecesse a chave, contratado pelo partido
interessado na fraude.
O Brasil é um dos poucos países do mundo, senão o único, em
que não se pode fazer verificação de votos após a eleição. O voto é totalmente
virtual e o eleitor não recebe a comprovação física do seu voto. Não há a
possibilidade de recontagem dos votos, em caso de suspeita de fraude.
De acordo com Diego Aranha, as urnas eletrônicas apresentam
gravíssimas falhas de segurança.
Falta transparência, ou seja, ninguém da sociedade civil tem
acesso aos detalhes de como os votos são contados pelo software da urna.
Falta auditoria. Os últimos testes, realizados em 2012,
quebraram o sigilo do voto com facilidade. O TSE suspendeu a realização de
novos testes.
Diego Aranha deu diversas entrevistas a respeito do nosso
frágil sistema eleitoral.
Em uma das entrevistas dada a um portal da internet, em que
o professor detalhou de maneira técnica todas essas falhas, a resposta oficial
do TSE foi, segundo Aranha, dizer que a sua atitude “era uma ameaça à
democracia”.
Visto o desinteresse do TSE, o professor Diego Aranha fez o
projeto Você Fiscal (WWW.vocefiscal.org).
A idéia é fazer com que os eleitores se mobilizem para realizar uma totalização
independente dos votos. Como é direito de todo cidadão, o eleitor que quiser participar
do projeto deve chegar na sua seção eleitoral antes das 17h, exigir e
fotografar o Boletim de Urna (BU) e depois enviar para o site pelo email bu@vocefiscal.org.
Ocorre que o TSE proibiu a entrada de eleitores com celulares
ou máquinas fotográficas na hora de votar e dificilmente será permitido que
cidadãos comuns tenham acesso aos Boletins de Urna.
Há muito interesse na agilidade da apuração. Depois da
rápida divulgação dos resultados pelos meios oficiais e oficiosos nada mais
poderá ser feito, mesmo que haja fraude.
É... Há que ter desconfiança. Muito boa matéria! Elucidativa, porque bem embasada. Parabéns!
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