O
golpe foi consumado, resta a resistência. Inútil esperar que o Senado retifique
o golpe, a maioria é de golpistas; inútil contar com o STF, a maioria é de
golpistas. Golpe amparado em leis também é golpe. Em junho, Dilma não será mais
Presidente. Devemos agradecer à direita por deixar claro quem é quem e por dar
à esquerda a grande oportunidade de se unir, organizando-se dentro de uma
agenda de lutas. Até hoje, a luta foi para evitar o golpe; agora, a luta será
para derrubar o usurpador Temer. E por uma democracia de verdade.
Nos
últimos dias, surgiram algumas esperanças de que o golpe seria contido na
Câmara de Deputados. Falava-se que membros do PP, do PMDB e de outros partidos
votariam contra o golpe. Esperanças frustradas. Golpistas são golpistas.
Dizia-se até que o Tiririca votaria contra o golpe. Felizmente, votou a favor. Ele
e mais 341 tiriricas. Seria triste demais a Dilma conservar o mandato com votos
de tiriricas. Até o Fogaça, que parecia uma pessoa inteligente e bem posicionada,
revelou-se um golpista e virou mais um tiririca.
O
que ficou claro e dificilmente alguém minimamente inteligente jamais irá
esquecer é que este modelo político favorece somente a direita. A democracia
representativa está em queda livre, devidamente desmascarada. Não há mais
chances de que ela se reerga. A direita resolveu comê-la, triturá-la e agora
vai passar um bom tempo fazendo a digestão. Poderão até continuar a brincar de
eleições, com o apoio de alguns partidos de centro-esquerda, mas todos saberão
que é uma farsa.
Também
ficou claro que o país está dividido entre esquerda e direita, entre o capital
e o trabalho, e essa divisão não se resolverá com a falsidade das eleições.
Quem, a partir de agora, acreditará em eleições? Somente a outra metade,
formada por gulosos corruptos e analfabetos políticos. Ao povo, os restos de
comida.
Inutilmente,
o PT tentará amaciar o golpe, lançando como palavra de ordem Lula candidato a
presidente, apelando para coligações que sempre se mostraram fictícias. Acabou
a era messiânica de Lula. 2018 ainda está longe e sabemos que se ele for
eleito, será derrubado, se antes não for preso ou morto. Moro está livre para
agir e não vai largar o osso. Todo golpe de Estado implica em opressão e
repressão, e desta vez não são as Forças Armadas travestidas de policiais, mas
a própria polícia, em seus diversos apelidos.
O
golpe de agora é a continuação do golpe que teve início em 1964 e foi suspenso
desde 2003. A direita volta a assumir o poder, revelando-se furiosamente
fascista. Para combatê-la, a única palavra de ordem honesta é: a luta continua.
E nunca deveria ter sido adiada, nem traduzida erroneamente em uma luta para
vencer eleições. O povo unido jamais será vencido.
É o texto mais sincero e verdadeiro que li até agora sobre o que está acontecendo em nosso país. Parabéns!
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