segunda-feira, 26 de maio de 2014

“PODE ACREDITAR, EDUCADOR VALE MAIS DO QUE NEYMAR!”




Em que pensam os jogadores brasileiros selecionados para a Copa do Mundo? Em futebol, provavelmente, e nos ganhos que esse esporte pode lhes proporcionar. Pensarão em mais alguma coisa, além do que lhes apresenta o meio egocêntrico em que vivem?

   Eventualmente, serão induzidos a pensar, através da mídia, nas criancinhas, na cura da AIDS, no racismo ou na fruta que lhes atirarem das arquibancadas. Com certeza, desejarão a não violência nos estádios, atualmente apelidados de “arenas”. Acredito que, para eles, o torcedor bom é o torcedor tipo classe média amestrada, aquele que poderá assistir aos jogos da Copa, porque ao povo – que tem o mau hábito de revelar-se perigoso - foi vedado esse luxo. 

   O que estão fazendo os jogadores da seleção de futebol, neste exato momento, em suas suntuosas acomodações? Jogarão ping-pong ou estarão a debater os problemas brasileiros, como a fome, a miséria, a educação, a saúde? Talvez pratiquem Tai-Chi-Chuang, joguem xadrez, escrevam teses sobre as pernas tortas de Garrincha ou os antigos amores da Xuxa com o Pelé... Estarão preocupados com as manifestações populares? 

  Afinal, eles não se consideram povo. Ganham milhões. São milionários, e povo, para eles, é aquela massa muito pobre que protesta porque é muito pobre em relação ao que ganham os heróicos jogadores de futebol. 

   Sabem que vencerão a Copa do Mundo e devem estar pensando nos prêmios prometidos. É impossível que não saibam que a Copa é nossa, é deles, é do Governo que investiu bilhões, a fundo perdido, para ganhar esse torneio de futebol. Os demais países participantes provavelmente já foram avisados. Em 1950 deixaram de comunicar ao time do Uruguai que a Copa deveria ser ganha pelo Brasil e foi aquele desastre. Aproveitaram para culpar o goleiro brasileiro. Era um negro, e foi muito tempo depois que inventaram o sistema de cotas, para justificar a escravidão. Nesse meio tempo surgiu Pelé, o rei do futebol, um negro com alma branca, segundo dizem. 

   Os mulatos, brancos e negros jogadores da seleção brasileira de futebol sentiram-se constrangidos quando mais de 300 pessoas - a maioria formada por professores da rede pública fluminense, com o apoio de despejados da favela da Telerj - protestaram contra a discriminatória Copa no aeroporto do Galeão? Dificilmente. Estavam muito preocupados em fazer caras e bocas para os entusiasmados fotógrafos. 

   Foi necessário o apoio da tropa de choque para tentar dispersar o grupo de manifestantes que gritavam “Pode acreditar, educador vale mais do que Neymar!”. É uma grande verdade, mas será que os talentosos jogadores reconhecem essa verdade? A imprensa bem comportada diz que houve somente um empurra-empurra, sem o uso de gás lacrimogêneo, gás de pimenta ou balas de borracha. Essas armas, e outras, estão sendo preservadas para uso intensivo contra as grandes manifestações durante a Copa do Mundo. 

    Mas os iluminados jogadores da seleção de futebol, gênios entre os gênios, fabulosos artistas... da bola, por um só momento reconhecerão que o privilégio que desfrutam na Copa onde brilharão como endeusadas estrelas representa um altíssimo custo para um país governado por pessoas que relevam a educação e a saúde para o último lugar na sua pauta de compromissos sociais? 

   Quem sabe eles nem sabem sobre isso, não querem saber. O grande negócio deles é bola, bolinha, bolão. Bolada.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

FESTIVAL DE HIPOCRISIA NA UCRÂNIA





Enquanto a Rússia retira o seu exército da fronteira com a Ucrânia, há claros sinais de que o exército ucraniano – em grande parte formado por mercenários estadunidenses – esteja preparando um ataque conjunto do que resta das suas Forças Armadas contra as regiões de Donetsk e de Lugansk. 

   Às vésperas das eleições presidenciais na Ucrânia, o mundo finge que nada está acontecendo e se houver um banho de sangue promovido por Estados Unidos, União Européia e pela omissão da Rússia as grandes agências de notícias dirão apenas que “rebeldes” ou “terroristas” foram mortos, passando para as mentes subdesenvolvidas que assassinatos em massa de pessoas com esses apelidos são permitidos. 

   Após o dia 25, quando novo presidente for eleito na Ucrânia – provavelmente o “rei do chocolate” Petro Poroshenko – todos os dirigentes dos países envolvidos no que foi denominado “uma grande crise” respirarão fundo e farão grandes acordos entre si, em nome dos povos dos respectivos países e saudarão a Ucrânia, que renasce das cinzas como nova prometida Fênix, e afirmarão com falsos sorrisos que tudo o que aconteceu até então não passou de um triste engano, ou de uma sucessão de enganos, mas agora sim a democracia das urnas faz-se vitoriosa e a vontade do povo será obedecida. 

   Um festival de hipocrisia que tentará remendar o fato de que houve um golpe de Estado na Ucrânia que gerou como conseqüência uma guerra civil; novas repúblicas foram proclamadas através de referendos e o povo que se rebelou contra o golpe sofreu e está sofrendo uma terrível repressão armada, em que blindados e força aérea são utilizados, casas são bombardeadas e civis assassinados. 

   Mas nada disso é importante para a ONU e seus mandatários, ou para a Rússia entrincheirada em si mesma. Os dois lados conquistaram o que desejavam: a Rússia anexou a Criméia e Estados Unidos e países vassalos conseguiram, por fim, cercar a Rússia com tropas da OTAN acantonadas nos países limítrofes e, inclusive, com uma frota no Mar Negro, e quem ousará atirar a primeira pedra? 

   Então, se é assim, vamos aos negócios, senhores! Vamos á diplomacia das promessas, sorrisos e vanglórias. Para o povo, a propaganda; para nós, que pertencemos ao clube dos donos do mundo, a divisão do saque. E os mortos? Os mortos que enterrem seus mortos, e estamos conversados. Aquele pessoal que luta no sudeste da Ucrânia, não serão eles comunistas? Má escolha em errada hora. Talvez possamos ajudá-los com algumas armas e uniformes para que detenham os fascistas até as eleições – pensa o neutralizado Putin. 

  A História conta que o fascismo espanhol foi auxiliado não só pelos alemães, mas, principalmente, pela omissão das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial. Acreditavam no amigo Francisco Franco para grandes negócios logo após a guerra. E assim foi. Metade da Espanha morreu durante a guerra civil, mas o que importa? Em primeiro lugar os negócios. Agora é a vez da Ucrânia.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A OUTRA RÚSSIA




Tem havido uma grande confusão sobre a Rússia, não só no Brasil e demais países, como também... na Rússia. Veículos de informação não muito credíveis devido às suas alianças ideológicas com Washington procuram passar a falsa idéia de que a Rússia atual é a mesma União Soviética rediviva 25 anos após a sua (auto?) dissolução e que Vladimir Putin, o presidente russo, é uma espécie de Stálin que a todos domina e impõe a sua vontade. E, sendo assim, a anexação da Criméia à Rússia, seguida da vitória nos novos referendos por independência em Lugansk e Donetsk faria parte de um maquiavélico plano do governo russo que visa reintegrar os antigos territórios da União Soviética. 

    Na Rússia, os canais oficiais de informação, como “Voz da Rússia” e “Diário da Rússia”, em conformidade com o seu governo, aproveitam para passar à população por tantos anos desacreditada e desiludida depois da desintegração da União Soviética, que, realmente, o antigo poderio soviético voltou, ou está voltando principalmente através das Forças Armadas que possuem aviões, navios e mísseis de última geração, além de um poderoso exército muito bem treinado e preparado para todas as situações. Afirmam esses meios de comunicação que a economia está sólida, apesar da inflação (controlada, visto o consumo não ter diminuído), que o nível de patriotismo do povo russo está cada vez maior e que a ciência e a educação da Rússia se desenvolvem com grande rapidez. 

    Sem dúvida, a Rússia é um país em crescimento acelerado em todos os setores. Domina a tecnologia espacial a ponto de tornar os Estados Unidos dependentes dos motores e foguetes lançadores russos e até 2020 quase dois trilhões de rublos já estão destinados para as atividades espaciais, com o objetivo de colocar 100 novos satélites em órbita, além da ambição de colonizar a Lua a partir daquele ano. Inclusive, na terça-feira, 13, a Rússia anunciou que, a partir de 2020, não permitirá mais a presença de astronautas dos Estados Unidos na Estação Espacial Internacional.  

    A respeito desse assunto, o vice-primeiro ministro russo, Dmitri Ragozin, afirmou que “o segmento russo pode existir independentemente do americano. Já o americano depende de nós”. E ainda: “É preocupante continuar desenvolvendo grandes projetos de alta tecnologia com um sócio tão pouco confiável como os Estados Unidos, que politizou tudo e todos”. Além disso, a partir de 1º de junho, as 11 estações GPS instaladas no território russo serão suspensas e substituídas pelo sistema Glonass, de fabricação russa – caso os Estados Unidos não aceitem a instalação de estações russas do sistema Glonass em seu território.   

    Muitas empresas estatais estão recebendo grandes aportes financeiros e a mão-de-obra especializada tem emprego garantido na Rússia, que pretende estar desenvolvendo uma vacina para a cura da AIDS, tem uma população satisfeita com o seu nível de vida - segundo as últimas pesquisas -, um dos melhores sistemas de ensino do mundo, baixo nível de criminalidade e o controle da economia. É um país que busca a independência econômica e financeira, e está tomando medidas reais para que isso se concretize. 

    A Rússia está reabilitando o que houve de melhor durante a União Soviética. Recentemente, a 9 de maio, festejou-se em 24 capitais, a vitória na II Guerra Mundial, dando-se especial ênfase à luta contra o fascismo, principalmente neste momento em que a Ucrânia – dominada por fascistas e neonazistas – está sendo usada por Estados Unidos e União Européia para provocar uma guerra que desestabilize o leste europeu e interrompa os planos de crescimento da Rússia.  

    Aproxima-se o governo russo da China e de alguns outros países que se pretendem socialistas, como Cuba, Nicarágua e Vietnã; reforça o apoio à CEI (Comunidade dos Estados Independentes), que já contou com onze países e agora tem a defecção da Geórgia e da Ucrânia e, tendo em vista a crescente influência do Ocidente na CEI, fundou a União Euroasiática, que inclui os países mais fiéis, como Bielorússia, Tajiquistão, Quirguistão e Cazaquistão.  

    Através do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) salienta-se a liderança russa, que incentiva o intercâmbio científico e cultural entre os países membros, propõe a criação de um banco de reservas monetárias, para o qual estão sendo canalizados $100 milhões, e o desenvolvimento de uma grande base de dados para a troca de informações econômicas, visando a criação do seu próprio Banco de Desenvolvimento. O objetivo é descentralizar o sistema econômico mundial, que está concentrado nos Estados Unidos e na União Européia.   

    A Rússia atual está longe de ser a União Soviética, que se suicidou devido à estagnação política iniciada com Nikita Kruschev e à traição de dirigentes na era pós Brejnev, culminando com o entreguismo de Mikhail Gorbachev. É outra Rússia. É uma Rússia capitalista, que procura esconder a luta de classes e busca o caminho do reformismo e não da revolução. Em muitos lugares Lênin ainda é reverenciado como herói nacional, mas antigo herói de uma época que passou. A Rússia reformista adotou o capitalismo consumista, mesmo que não aceite os padrões estipulados pelos Estados Unidos e procure uma via própria de desenvolvimento. 

     É claro que ainda existe um partido comunista na Rússia, provavelmente muito parecido com o PCdoB brasileiro ou, mesmo, com o burocrático PCB. Um partido estagnado em memórias das glórias passadas, que abdicou da revolução e conserva muito pouco de marxismo. Assim como a China recuou, passando do socialismo ao capitalismo de Estado, a Rússia tenta avançar, desejando ultrapassar o capitalismo monopolista das grandes empresas - onde o Estado é apenas um gerente, como nos Estados Unidos – para chegar ao capitalismo de Estado. 

   Isso assusta muito o Ocidente, liderado por Estados Unidos e Inglaterra, que ainda defende – e pratica – o capitalismo selvagem multimídia, formador de grandes massas populacionais absolutamente passivas, onde dominam os bancos e grandes corporações multinacionais e o lucro torna-se a única ideologia. Esse medo ocidental traduz-se na suscitação de guerras e golpes de Estado, principalmente em países muito próximos à Rússia, visando um cerco militar, visto que sanções econômicas costumam não surtir qualquer efeito decisivo. 

    Em 2008, a Rússia viu-se obrigada a defender a Ossétia do Sul, invadida pela Geórgia, com o apoio dos Estados Unidos e armas e munições compradas da Hungria, Sérvia, Grécia, Letônia, Lituânia, Turquia, França, República Tcheca, Estônia, Israel, Bósnia-Herzegovina, Estados Unidos e Ucrânia. Os países da OTAN puseram à disposição da Geórgia cerca de 300 tanques e carros de combate. A Geórgia recebeu 67 peças de artilharia e morteiros, 150 equipes de mísseis anti-tanques e 200 sistemas de defesa antiaérea, além de navios, helicópteros, aviões de guerra e seis lanchas torpedeiras. Somente a Ucrânia entregou à Geórgia 90 tanques e carros de combate, 10 aviões EL-29, 4 helicópteros e 10 sistemas de mísseis antiaéreos Aktsiya. Mercenários foram contratados para auxiliar o exército da Geórgia. 

  Preparava-se a operação “Campo Limpo”, antecedida por manobras conjuntas com os Estados Unidos, intituladas “Resposta Imediata”. Objetivo: invadir a Ossétia do Sul e colocar tropas da OTAN na fronteira com a Rússia. Para isso – acreditavam os georgianos e seus assessores dos Estados Unidos – seria necessário “limpar o campo”. Na madrugada de 8 de agosto de 2008 começou o massacre. Cidades e aldeias foram destruídas na Ossétia do Sul, centenas de civis assassinados, entre os quais muitos cidadãos russos. A Rússia reagiu e em cinco dias derrotou a Geórgia e os Estados Unidos. No mesmo dia 08 de agosto de 2008 iniciavam-se as olimpíadas de Pequim e, no Ocidente, ficou-se sabendo vagamente que havia uma guerra na distante Geórgia, por culpa da invasão da Rússia. 

   A verdade histórica costuma ser adulterada com muita facilidade, mas é curiosa a semelhança entre a guerra da Geórgia e a atual crise na Ucrânia, onde Estados Unidos e aliados tentaram novamente criar um país obediente que faz fronteira com a Rússia. Perderam a Criméia, o acesso à fronteira russa e estão lutando contra uma rebelião no leste da Ucrânia. À semelhança da Geórgia, enviaram armas, assistentes militares e mercenários da famosa organização militar privada Greystone Academi. Assim como na Geórgia, quando iniciaram o ataque contra a Ossétia do Sul, apelidaram a repressão ao leste da Ucrânia de “operação antiterrorista”. E, igualzinho ao que se passou na Geórgia, já começaram os assassinatos de civis. 

  No entanto, desta vez, a Rússia não reagiu imediatamente. Limitou-se a colocar o seu exército de prontidão, mas nada fez. Inclusive, os militantes de Odessa (onde houve aquele terrível massacre patrocinado por fascistas), da região de Lugansk, da região de Donetsk e de outros lugares que se revoltaram contra o governo fantoche da Ucrânia estão estranhando muito a inércia do governo russo em relação ao que se passa na Ucrânia. Talvez confundam a Rússia de hoje com a União Soviética, que se fazia respeitar sempre que necessário. 

    Hoje há outra Rússia, uma Rússia que só ataca quando é atacada, como aconteceu na Ossétia do Sul e na Criméia, uma Rússia que não tem como objetivo destruir o capitalismo, sistema do qual ela faz parte, por opção ou por estratégia, mas do qual depende economicamente para o seu desenvolvimento. A Rússia de hoje é conservadora, mesmo buscando novos caminhos, o que pode parecer contraditório, mas são caminhos estritamente dentro do capitalismo; caminhos que poderão ser chamados de progressistas, na melhor das hipóteses, e que não descuidam daquilo que já foi conquistado a duras penas nesses últimos vinte e cinco anos. Por isso não se expõe, e mesmo recua quando entende necessário. 

    E por isso faz acordos com os países que a agridem – como o reconhecimento das eleições na Ucrânia em 25 de maio e o não reconhecimento das recém proclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk. Se fosse a União Soviética a agir assim, seria chamada de traidora. Mas não se deve confundir: esta é outra Rússia.

domingo, 11 de maio de 2014

LÚCIFER E OS REFERENDOS NA UCRÂNIA




Dia de referendos na Ucrânia. As regiões de Lugansk e Donetsk desejam a independência, mas o governo golpista de Kiev diz que não reconhece o referendo. Os separatistas negam a autoridade do governo marionete, manipulado por Estados Unidos e União Européia e comparecem às urnas para dizer não ao fascismo. Um fascismo que se origina nos Estados Unidos e se espalha pela Europa, notadamente Inglaterra, Espanha, França, Alemanha... 

   O presidente da França, François Hollande, disse que o referendo foi nulo, mas quem liga para o senhor François, que pertence a um partido socialista que, de socialista só tem o nome e tem por hábito a obediência cega a Obama? Houve tempos em que líderes franceses foram respeitáveis, mas faz tanto tempo... Talvez antes da II Guerra Mundial. Antes da Europa se transformar em um campo de pouso estadunidense. 

   A senhora Ângela Merkel, chanceler da Alemanha, afirma que o referendo é “ilegal”. Mas como levar fé nas palavras da senhora Merkel que, politicamente, pula de galho em galho? Na época da Alemanha Oriental, pertenceu à Juventude Livre Alemã, grupo de orientação comunista, mas, logo que houve a reunificação da Alemanha, passou para o Partido Democrata Cristão e foi confirmada na religião luterana. Recentemente, assim como a senhora Dilma, foi alvo de espionagem pelos serviços de informação dos Estados Unidos e, assim como a senhora Dilma, o máximo que fez foi protestar, e continuou a obedecer às ordens de Obama. 

  David Cameron, primeiro-ministro britânico, desdenha dos separatistas ucranianos e quer a Ucrânia inteira para a Inglaterra e para os Estados Unidos. Com alguma coisa para os demais países da União Européia. Cameron acredita-se uma pessoa muito séria e respeitável, mas como levar a sério uma pessoa tão ligada ao grupo Rothschild, ao HSBC Company e a todos aqueles bancos e instituições financeiras que pretendem devorar o mundo? 

    O grande matador de elefantes, o rei Juan Carlos da Espanha, anda muito amuado com tudo o que está acontecendo na Ucrânia e já foi até visitar o Papa, pedindo que reze pela unidade da Ucrânia, para que possa ser desfrutada inteiramente por países europeus e – claro! – os Estados Unidos. Mas como levar em conta palavras de um rei que recebeu o seu trono de presente do fascista Francisco Franco? 

   E Obama, que exerce temporariamente o cargo de imperador de toda essa turma, anda com a crista muito baixa desde a reintegração da Criméia à Rússia. Não quer nem ouvir as palavras referendo, liberdade, emancipação.  

    O negócio dele é guerra. Quer porque quer uma guerra na Ucrânia, uma guerra contra a Coréia do Norte, contra a Síria, o Irã, a Venezuela... As grandes empresas bélicas exigem guerras, e Obama atua como gerente oficioso dessas empresas. Já enviou soldados, navios, aviões para países vassalos que fazem fronteira com a Rússia e Ucrânia, como Moldávia, Letônia, Geórgia e Polônia; atiçou mercenários da Greystone Academi contra os separatistas da Ucrânia e espera desesperadamente que a Rússia reaja. 

     Mas como acreditar em um exército desmoralizado no Iraque e no Afeganistão e que tenta invadir a Síria e não consegue? Ainda não completou um mês que o destróier dos Estados Unidos USS Donald Cook foi corrido do Mar Negro por um caça russo desarmado, ou apenas armado com um sistema de neutralização radioeletrônica que neutralizou o sistema de defesa anti-aérea do navio. O Donald Cook fez meia-volta e ancorou em um porto da Romênia onde 27 marinheiros do navio teriam pedido demissão. Medo. 

   Medo é o que estamos sentindo, desde que o império passou a ser derrotado a cada investida contra a Rússia. Estados Unidos e europeus amigos são suficientemente loucos para provocarem uma guerra atômica e, se isso acontecer, só nos restará dizer – como no livro “Um Cântico Para Leibowitz”, de Walter M. Miller Jr. – “Lúcifer caiu sobre nós”.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...