É
um golpe do Judiciário para sacralizar a ditadura representada por Sérgio Moro.
A cada dia isso fica mais claro. A intervenção do Judiciário no Executivo já
vem de longe, graças ao sonambulismo das lideranças do PT que se deixaram cair
em todas as armadilhas e não souberam prever que estava em curso um golpe de
estado muito bem urdido pela direita fascista. O PT não entendeu que ter o
poder é usá-lo, e não emprestá-lo aos inimigos do povo.
É
claramente um golpe do Judiciário, aparelhado pacienciosamente, didaticamente,
em todo o país por juízes e advogados oriundos das piores escolas do
entreguismo, com o apoio do Ministério Público, e não só um golpe do Sérgio
Moro, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Dilma, a conselho de políticos coniventes
com a direita, sob pretexto do apoio parlamentar e de uma governabilidade
manquejante, aceitou sancionar leis fascistas, como a prisão preventiva, que
permite prender qualquer cidadão por mera suspeita de crime. Foi um dos
primeiros passos para a ditadura do Judiciário.
Todas
as ditaduras apóiam-se em leis e nunca na justiça. A ditadura militar iniciada
em 1964 editou 17 atos institucionais assinados pelos generais ditadores de
plantão, mas redigidos por seus rábulas de estimação, para tentar legitimar o
golpe de estado. Da mesma forma, hoje o STF diz que o impedimento da presidente
Dilma Roussef está previsto na lei, tornando o golpe legalizado. Todavia, é um
impedimento injusto, porque todos, inclusive os membros mais fascistas do STF,
sabem que não houve crime de responsabilidade e, mesmo assim, deixam o golpe
acontecer por dolosa omissão.
Ou
por vontade. Não é um golpe fortuito, acontecido devido à ambição do Temer ou à
cretinice do Cunha. Essa alegação é conversa passada para militantes ingênuos,
através de alguns líderes petistas que estarão vendidos ou se mostram demasiado
cândidos e inexperientes. Essas mesmas lideranças aconselharam Dilma a nomear
Joaquim Levy ministro da Fazenda, em 27 de novembro de 2014, sabendo que ele
era um preposto do sistema bancário internacional. Em menos de doze meses, o
ajuste fiscal de Levy levou o país à recessão e provocou a revolta dos
movimentos populares.
Só
os bancos saíram ganhando. E a direita golpista. Fazia parte do plano. Um golpe
de estado não é estruturado do dia para a noite. Enquanto, na Argentina,
Cristina Kirchner combatia os fundos abutres, no Brasil, Dilma os alimentava.
Talvez por apatia. E dava motivos para os golpistas acusarem o seu governo de
recessivo e inflacionário.
Ao
mesmo tempo, a Ditadura do Paraná não foi desmascarada, Sérgio Moro tornou-se
herói dos fascistas e começou o desmonte de grandes empresas nacionais para serem
vendidas a preço vil e dar espaço às empresas multinacionais. Quem reclama é
preso. Prendem-se políticos e empresários. Para mostrar sua força até sobre as
Forças Armadas, Moro mandou prender um almirante. Acusação? Suspeita de alguma
coisa. Prender por suspeita é típico dos regimes fascistas.
Quem
esperava das Forças Armadas o apoio ao golpe, enganou-se. Não estamos em 1964 e
nas Forças Armadas não existem somente submissos e muito menos militares que se
dobram aos interesses estrangeiros. Mesmo na época do golpe de ‘64, um dos
primeiros atos da ditadura foi a exoneração ou transferência para a reserva de
centenas de militares que se revoltaram contra o golpe, em defesa da Constituição.
Revolta que só não foi adiante porque Jango apressou-se em fugir.
Principalmente sargentos e tenentes estavam dispostos a resistir com armas na
mão, e por isso o golpe militar foi apelidado de “ditadura dos gorilas” ou
daqueles que mantinham altos postos nas Forças Armadas.
Sabedores
disso, em 2016 os golpistas arquitetaram o golpe através do Judiciário e do
Ministério Público, com o apoio dos grandes meios de comunicação, notadamente a
Rede Globo, que martela dia e noite a opinião pública afirmando que o país está
ingovernável devido à corrupção governamental, quando os principais corruptos
pertencem à oposição. Aproveitando-se da maioria nas duas casas do Congresso
Nacional, decidiram dar o golpe através do Legislativo, que será, obviamente,
respaldado pelo Judiciário, no STF. Pode haver uma reversão? Talvez, milagres
acontecem. Mas quando uma pessoa como o senador Cristovam Buarque, que parecia
um homem probo e honesto, se declara a favor do injusto golpe, até dos milagres desconfiamos.
Um
golpe que mostrou a sua verdadeira cara no domingo, 17 de abril. 167 deputados,
a maioria deles conhecidos corruptos, mafiosos e fascistas como Paulo Maluf,
Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro, votaram a favor do impedimento de Dilma
Roussef. Aqueles que nunca tinham assistido a uma sessão da Câmara de Deputados
devem ter ficado apavorados pela bagunça que tomou conta daquela casa que se
diz de representantes do povo e onde o povo não pode sequer entrar – e ficaram
se perguntando que tipo de fauna é aquela. Tento explicar.
É
uma Câmara, em sua maioria composta por agentes de oligarquias, defensores de
latifundiários, promotores do desequilíbrio social. Pessoas movidas pelo
dinheiro da corrupção e cujo único interesse na política é a facilidade de
enriquecimento ilícito. Certa vez, Lula disse que eram 300 picaretas prontos
para se venderem pelo melhor preço. De lá para cá o número aumentou para 367.
São representantes da ganância, e cospem no povo que os elegeu.
É
uma Câmara de Deputados formada, em sua maioria, por palhaços, decadentes,
neonazistas, analfabetos, oportunistas, hipócritas, falsos cristãos,
apologistas da ditadura, mauricinhos, canalhas, sanguessugas, carreiristas,
mentirosos, traiçoeiros, dissimulados – todos os tipos de vermes. E, ao que
tudo indica o Senado não fica atrás, provavelmente com um pouco menos de
anarquia.
Se
o golpe passar no Senado e for apoiado pelo STF, então teremos a certeza de que
esses dois poderes – Judiciário e Legislativo – perderam toda a legitimidade
perante o povo ao transformarem-se em uma súcia de podres, cínicos e
asquerosos.
Análise sobre os podres poderes muito bem fundamentada. É bem isso. Fazer o quê? É... Quem sabe um milagre?
ResponderExcluirTendo em vista a atual conjuntura cabe a nós esperar por um milagre - vide o discurso vago feito pela presidente hoje na ONU.
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