sexta-feira, 31 de outubro de 2014

FRAUDE NAS URNAS ELETRÔNICAS: PSDB QUER SALVAR AS APARÊNCIAS?





O principal medo dos grandes partidos políticos é uma revolta da população, assim como aconteceu nas jornadas de junho de 2013. Naquela ocasião a descrença na política e nos políticos ficou evidenciada – e não somente a descrença no PT e aliados comprados, que hoje prevalece. É sabido que o PSDB de Fernando Henrique Cardoso, para aprovar a lei da reeleição, na ocasião também comprou os seus aliados. O PMDB é um partido absolutamente em cima do muro, que tanto poderá apoiar PT como PSDB, dependendo das motivações, principalmente financeiras. Esses três partidos – PT, PSDB e PMDB – dividem entre si não só o poder político como o consenso de como fazer política no Brasil, mesmo que esse consenso inclua a possibilidade de fraude. 

   Para esses partidos e seus aliados as urnas eletrônicas, instituídas no Brasil em 1996 sob o pretexto de modernização e agilização das eleições, são uma maneira cômoda e tranqüila de manipular votos e alcançar resultados, ao mesmo tempo em que a população, a cada dois anos, é motivada demagogicamente a mobilizar-se para acreditar que realmente vive numa democracia. 

   Muitas são as evidências de que as urnas eletrônicas são passíveis de fraude. O professor Diego Aranha, da UNB, afirmou em depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Federal: “Tivemos apenas uma hora de acesso ao código-fonte de uma urna eletrônica brasileira, mas foi tempo suficiente para quebrarmos o único dispositivo que ela usa para garantir o sigilo do voto”. Acrescentou: “Descobrimos que a hora e os segundos do relógio de uma urna eletrônica são usados como semente para embaralhamento dos votos a partir da zerésima, vulnerabilidade semelhante à que foi descoberta há 17 anos no Netscape, software comercial, por dois calouros de Ciência da Computação americanos. Que leitura se pode fazer, do ponto de vista da segurança, de um sistema que colapsa depois de uma hora de exame e apresenta a mesma vulnerabilidade de 17 anos atrás de um software comercial?” 

    Ainda: “Não existe sistema inviolável, isto é até uma impossibilidade teórica. Na área de segurança de softwares, o trabalho não é projetar sistemas invioláveis, é projetar sistemas onde o custo de ataque seja demasiadamente alto”. E finalizou: “Fica a cargo de vocês (à CCJ) a conclusão se é alto ou não o custo de tentar fraudar uma eleição para alguém que tenha motivação financeira ou política para isto”. 

   Em diversos canais da web, o professor Diego Aranha deu entrevistas sobre a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas. Enfatizou que “Todas as urnas eletrônicas do país tem a mesma chave de segurança. Ou seja, é como se todas as urnas do país tivessem a mesma fechadura na porta de casa. Ou seja, basta ter uma chave para abrir o conteúdo de todas as urnas eletrônicas do país. Além disso, essa chave é armazenada às claras no cartão de memória. Ou seja: basta saber o local ou o início dessa chave no cartão de memória para recuperar os dados de todas as urnas do país e, com isso, manipular o software de votação para fazer uma contagem desonesta dos votos e fraudar a verificação dos votos”. Resta saber o que o TSE entende por democracia. 

    O que causou espécie e até agora está repercutindo na memória dos eleitores mais desconfiados em relação às urnas eletrônicas brasileiras foi a declaração do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de que questionar as urnas eletrônicas é uma ameaça à democracia. Sabe-se que o atual Presidente do TSE, José Antonio Dias Toffoli, é figura ligada ao PT. De 1995 a 2000 foi assessor jurídico da liderança do Partido dos Trabalhadores, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Foi advogado do PT nas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1998, 2002 e 2006. De janeiro de 2003 a julho de 2005, exerceu o cargo de subchefe da área de Assuntos Jurídicos da casa Civil da Presidência da República, durante a gestão de José Dirceu. Dias Toffoli foi indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal, em 2009. Durante o julgamento do Mensalão, Dias Toffoli inocentou João Paulo Cunha da acusação de peculato e José Dirceu por compra de votos. E Dias Toffoli, contra todas as evidências, afirmou recentemente que as urnas eletrônicas são invioláveis.

    Nada disso indica que ele seja um corrupto, mas juízes deveriam estar acima de qualquer suspeita. Antes das eleições, o presidente da Corte, Dias Toffoli anunciou que não abriria edital para testes nas urnas das eleições 2014. Sabendo disso, o CMind (Comitê Multidisciplinar Independente), formado por especialistas em tecnologia, convidou um jovem hacker recém formado pela Universidade de Brasília para acessar o sistema das urnas eletrônicas no TSE e descobriu, entre 90 mil arquivos, um software que possibilita a instalação de programas fraudados: o “Inserator CPT. Além desse programa, há outra brecha: o programa é transmitido de Brasília para os estados pela insegura rede da internet. 

    As denúncias de irregularidade foram enviadas em uma petição, pela advogada Maria Aparecida Cortiz, representando o PDT. Entretanto, a petição não virou processo e foi arquivada por um juiz da Secretaria de Informática. Além da omissão do próprio ministro Dias Toffoli, a advogada ainda denuncia o desaparecimento de quatro páginas do documento, e afirmou ao blog de Luiz Nassif (http://jornalggn.com.br/noticia/o-tse-e-a-descoberta-do-programa-de-fraude-nas-urnas-eletronicas): “É o crime perfeito. O réu julga suas próprias ações”. 

   O TSE não só arquivou a ação movida pela advogada, como ameaçou o professor Diego Aranha – que também denunciou a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas – de “estar ameaçando a democracia”. 

    Todos esses fatos e evidências, que escaparam ao grande público, mas agora estão sendo veiculados insistentemente na internet, provocaram um grande susto nos políticos de carreira, nos políticos profissionais que conhecem todas as tramas que acontecem nos bastidores e preferem encobri-las, porque delas poderão se beneficiar em futuro próximo. Não é de interesse desses políticos a modificação das estruturas do poder, mesmo que essas estruturas estejam corrompidas. Entendem que isso faz parte do jogo – se agora o beneficiado é o PT, mais tarde poderá ser o PSDB, o PMDB... Mas estão com medo do julgamento do povo. 

    Então, o PSDB, ante a multiplicação das evidências de fraude, pede uma auditoria especial no resultado das eleições, o que representaria, basicamente, uma revisão dos boletins das urnas eletrônicas. Feita a auditoria e nada constatado, porque o sistema deve ter meios de prever até a possibilidade de uma auditoria, todos os que partilham o poder ficarão tranqüilos porque o povo terá uma resposta oficial às suas dúvidas e, muito provavelmente, as notícias sobre fraude nas urnas eletrônicas sumirão da internet. 

   O próprio PSDB, através do seu Coordenador Jurídico Nacional, o deputado Carlos Sampaio, diz que não coloca em dúvida a lisura da apuração e o trabalho do TSE, mas “devido à somatória de denúncias e desconfianças por parte da população” seria importante uma auditoria para ficar “provado” que nada aconteceu de estranho nestas eleições. Sampaio afirma que não se trata de recontagem de votos, mas de medida para evitar que “teorias de que houve fraude no processo continuem sendo alimentadas e colocando em xeque a postura adequada da Justiça”. 

    Para o PSDB, portanto, a auditoria pedida visa resguardar as instituições e não é fruto de qualquer desconfiança quanto ao resultado eleitoral. Muito pelo contrário. O PSDB, assim como o PMDB e o PT e demais aliados, pretende, deseja, alimenta a esperança de que o povo pare de protestar - o que seria muito perigoso para esses partidos orgânicos ao poder. Quem sabe até, depois do seu descanso o senador Aécio Neves volte ao Congresso propondo a paz em torno dos mesmos interesses, a união com o partido que até ontem o insultou e difamou de maneira tão peçonhenta?

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O POVO NÃO ESQUECE





Começou o movimento a favor da pacificação. A Dilma quer a união nacional, e o Aécio também. Aliás, bastante curiosa a rapidez com que o senador aceitou a derrota nas urnas, apesar da possibilidade de compra de votos e da denúncia esporádica de fraude nas urnas eletrônicas. Em outros tempos a política era mais séria. Confesso que sinto saudade do brio de um Leonel Brizola, da denodada luta de um Luiz Carlos Prestes. Talvez Aécio e PSDB pensem que o povo que lhes deu a gigantesca votação era todo a favor da pessoa ou do partido, quando, na verdade, era contra a corrupção e a impunidade, representadas pelo PT e seus comprados aliados. 

   Poderia ser a Marina, mas, no caso, foi o Aécio o detentor das esperanças nacionais. Mudar significava, em primeiro lugar, tirar a quadrilha do poder. Se o governo sucessor também se transformasse em quadrilha, o povo já teria aprendido a lutar e a detectar os seus verdadeiros inimigos. O PSDB terá, no máximo, 20% do eleitorado e precisou de muitas alianças e principalmente do repúdio nacional ao PT para conquistar mais de 48% da votação no segundo turno. Agora, passadas as eleições, pode voltar à sua pífia atuação no Congresso Nacional e, se preferir, aliar-se ao PT – seu irmão gêmeo -, mas isso não evitará a luta do povo. 

   Povo que não está sendo devidamente representado pelos verdadeiros partidos de esquerda, como PCB, PSTU e PCO (o PSOL, é notório, é o aliado de reserva do PT, ou PT-2). Observe-se que o leque de alianças que Aécio reuniu em torno de si englobava desde a extrema direita, que acredita que o PT é um partido comunista – suprema ofensa aos verdadeiros comunistas – até a esquerda independente e democrática, passando por liberais com pouca politização e indignados sem qualquer viés político. 

   A esquerda organizada em partidos (PCB, PCO, PSTU) preferiu aceitar o patrulhamento ideológico do PT e do PSOL, orientando seus filiados a anular o voto ou votar em branco, não identificando os verdadeiros anseios populares e excluindo alguns milhões de eleitores que poderiam ter sido decisivos para expulsar a corrupta prática petista do cenário político. Esqueceram-se os líderes daqueles partidos antigamente revolucionários a lição histórica que revela que é mais fácil derrubar a direita assumida do que a falsa “esquerda” populista, assistencialista, com laivos de reformismo e inevitavelmente mais reacionária e apegada ao poder do que a bronca direita conservadora. Entenderam o contrário, mas a História e feita de contradições que nem sempre levam à perfeita síntese. 

   Agora, aqueles partidos que detêm o poder em conjunto sob a égide do PT querem a pacificação, a união do povo em torno de um único objetivo, que, em última análise, será o objetivo desses partidos que dividem o Brasil e comungam entre si os lucros dessa fictícia divisão. O povo pode esperar; já votou, está exausto com a campanha eleitoral e, se ainda mostrar alguma insatisfação deve lembrar que daqui a dois anos poderá votar de novo – assim eles pensam. 

   Para isso, contam com o apoio da grande imprensa, liderada pela Rede Globo que sempre está do lado do poder e agora prega a paz e o amor, tentando passar a idéia de que tudo acabou no dia da eleição, no máximo no dia seguinte e que os adversários de ontem que lutaram como verdadeiros inimigos devem trocar o beijo da paz e fingir que nada aconteceu – como se as eleições fossem o mesmo que uma grande disputa de escolas de samba que termina na quarta-feira com a divulgação dos resultados que satisfazem a uns e entristecem a outros, mas depois tudo passa, porque carnaval tem todos os anos. 

   Enganam-se. Mesmo que os partidos envolvidos na luta eleitoral desejem a hipocrisia provocada pela ganância, o povo não esquece. O povo não esquece as ofensas, as mentiras, as infâmias, o cinismo. O povo não esquece a violência que sofre a todo o momento, tanto física como moralmente. Não pode o povo esquecer que foi e está sendo vítima da calúnia e da arrogância dos déspotas e de seus agentes pagos. É impossível ao povo esquecer os corruptos que o roubam. O povo não esquece a falsificação da verdade; não esquece a torpeza dos crápulas; não esquece a decadência das instituições, a devassidão dos costumes, o infecto cenário político nacional. 

   Inevitavelmente, após as eleições a nação ficou dividida entre aqueles que desejam o continuísmo da perversão e aqueles que ainda têm alguma esperança de viver em um país limpo da sujeira e da putrefação política. E estes últimos continuarão a lutar.

domingo, 26 de outubro de 2014

COMBATER O BOM COMBATE





Chamou-me a atenção a última frase de Aécio Neves no debate final destas famosas eleições. Ele cita Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, perseverei na fé!” (2 Timóteo 4) Combater o bom combate, escolher o lado da Justiça, mesmo que esta esteja obnubilada por leis perversas e por juízes tendenciosos; enfrentar o mal de frente, embora sabendo que o inimigo é, por natureza, violento e cruel; e mesmo assim perseverar na fé, até quando se é injuriado, ofendido, afrontado, insultado. E “completar a corrida”, não se deixar intimidar, ir em frente, atingir a meta a que se propôs. 

   E qual foi a meta atingida por Aécio Neves? Desmascarar os deploráveis agentes da suja vida política brasileira - representada pelo PT e por seus aliados comprados. Conseguiu. Completou o caminho. Atingiu a meta. Depois de hoje nunca mais o Brasil será o mesmo. 

   Quase metade (levando-se em conta os votos nulos, brancos e as abstenções) dos eleitores brasileiros elegeram de novo Dilma para a presidência do país, e, se as eleições não foram fraudadas (o que não é impossível) fica a constatação: os eleitores que sufragaram Dilma ou são absolutos analfabetos políticos ou preferem ser cúmplices da corrupção. Sendo esta última possibilidade a correta, o que seria demasiado triste e abominável, infere-se daí que estamos nos tornando um povo debochado, cínico, desonesto, indecente, libertino, mentalmente pervertido. 

   Há a possibilidade, no entanto, de que essas pessoas que ajudaram a eleger a Dilma, em sua grande maioria ignoram completamente a realidade nacional (e, obviamente, a realidade internacional), são incapazes de elaborar um raciocínio lógico, de entender o que se passa ao seu redor e, ainda pior, se deixam levar facilmente por promessas, dinheiro e benesses em troca do seu voto, revelando a parvoíce dos domesticados. 

   Talvez a metade dessa metade de eleitores participe – por ação ou contemplação inativa – das corrupções governistas, e a outra metade é de elementos passivos e acomodados, que se acostumaram à apatia e veneram a acomodação macunaímica. Como saber? Nem o Ibope dílmico poderá fazer esse difícil cálculo. 

    O certo é que este é um dos momentos em que a caduca democracia representativa encobre a verdade, através de votos muito virtuais. E perde a sua virtude de deusa dos demagogos. Nem eles, em sua desnudada impureza, poderão resistir daqui para frente. 

    Há duas verdades ou há uma só: metade do povo brasileiro é contra a corrupção, contra o Governo hipócrita, contra o ódio, contra a mentira, contra a distorção de todos os valores, contra o burlesco Congresso Nacional e contra o Executivo que não mais o representa. 

    Os políticos profissionais tiveram uma chance e a jogaram no lixo onde deverão se esconder em seguida, logo que o povo desiludido, o povo aviltado em suas esperanças, o povo que não aceita mais ser roubado também se decidir a combater o bom combate.

sábado, 25 de outubro de 2014

PETROBRAS: DILMA E LULA SABIAM DE TUDO. OU NÃO SABIAM?




Sabiam ou não sabiam? O PT esbraveja contra a revista Veja, mas não esclarece a questão. Afinal, Lula e Dilma sabiam ou não dos desvios na Petrobras? 

   O delator que fez a revelação, Alberto Youssef (rima com Roussef, será de origem búlgara?), sabe que se estiver mentindo perderá o benefício da delação premiada. 

   Por outro lado, vocês acreditam que Lula e Dilma não tivessem nenhum conhecimento do Mensalão do assalto à Petrobras, apelidado de “Petrolão”? 

   O PT quer lançar a culpa da informação sobre a revista que divulgou em primeira mão o que hoje pode ser uma notícia, mas ainda é uma indagação: eles sabiam do roubo na Petrobras? Sabiam do esquema do Mensalão? 

   Se a atual Presidente (ou Presidenta, se preferir) Dilma nada sabia a respeito, como pode continuar no governo da nação uma pessoa totalmente alheada da realidade, do que se passa ao seu redor, sofrendo com a seqüência de surpresas a cada vez que ouve a palavra corrupção, a ponto de estar sujeita a desmaios, ou quase isso? 

   É muita alienação! 

   O esquema de desvio de recursos da Petrobras, ou o roubo na Petrobras, teria iniciado em 2005, justamente para substituir o Mensalão, que fora descoberto. Os partidos aliados deixariam de ser aliados se parassem de receber o seu dinheirinho mensal. Então, o Governo teria passado a roubar a Petrobras. 

   De acordo com Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, o dinheiro desviado (ou roubado, como preferirem) ia para a conta de governadores, ministros, 12 senadores, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e pelo menos mais 50 deputados integrantes do PP, PMDB e PT, através do atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. 

   O jornal “Valor Econômico” calcula que a área de Abastecimento da Petrobras investiu R$ 112,39 bilhões entre maio de 2004 e abril de 2012 – período em que foi gerida por Paulo Roberto Costa. Desse montante, 3% teriam sido desviados (roubados), o equivalente a 33 mensalões, ou R$ 3,37 bilhões. 

   E a Dilma não sabia de nada? Nem o Lula?
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