sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ALIENAÇÃO


Usa-se a palavra alienação, vulgarmente, para designar o estado de auto-reclusão em que determinadas pessoas, ou grupos de pessoas, se colocam em relação às questões sociais, como se existissem fora da sociedade ou formassem uma sociedade à parte, independente da grande maioria.
    O alienado social não é encontrado apenas dentro de uma classe ou estrato social. Há alguns tipos, que poderiam, a fortiori, ser assim classificados:


A MASSA (ou mass-media)


          Incluindo todas as pessoas massificadas, pessoas manipuladas, geralmente pela mídia, que seguem determinado padrão de comportamento em cada momento de suas vidas, acreditando que o fazem de plena consciência. Para essas pessoas, que perpassam as diversas classes sociais, o outro (e as questões sociais) é apenas uma questão de competição, ou seja, o outro é visto como aquele que pode tirar o seu lugar, e, portanto, deve ser derrubado, anulado.




O ALIENADO INDIVIDUALISTA


          Geralmente pertence a uma classe social mais culta, que se pretende mais esclarecida. Pessoas que tem acesso à cultura oficial e que a repassam sem discussão. Recebem um determinado tipo de cultura – a cultura oficial, academicista – a assimilam e a repetem, como se somente dentro de seu meio acadêmico existisse o que entendem como verdade. São repetidores – também chamados de professores - que formam novos repetidores. Caracterizam-se por evitar a discussão social, fugindo de todo e qualquer envolvimento que não seja o acadêmico. Criam o seu próprio mundo, compartimentando-o, delimitando-o de maneira natural e clara, e dentro dele interagem com aqueles que consideram seus iguais.




O ALIENADO MANIPULADOR


          Geralmente são pessoas que pertencem aos meios de comunicação social – jornalistas e publicitários. São alienados na medida em que se distanciam do apelo das grandes massas populares. Ao contrário, trabalham no sentido de minimizar esse apelo, procurando maneiras de tornar as pessoas mais dóceis, mais acomodadas à própria situação social, por pior que seja, fazendo com que acreditem que as coisas nunca vão mudar e que o que interessa é aproveitar os raros momentos em que é possível “gozar a vida”. Com esse objetivo, fazem a apologia de todos os prazeres e vendem a ideologia da liberdade sem freios.
              A esse tipo de alienado manipulador, mas sob um outro prisma, uma outra forma de atuação, também pertencem todos aqueles que se dizem donos da verdade, de alguma religião ou seita, fazendo com que as pessoas – seus adeptos – vejam a vida de forma exclusivamente maniqueísta, emudecendo sua capacidade de crítica e sua força criativa.
              Os três tipos de alienados citados acima, são, aparentemente, os principais, aqueles que atuam mais claramente dentro da sociedade, ou como massa de manobra, ou como formadores da inteligência conservadora ou como elementos predadores e claramente desagregadores.
              Mas todos os três são, por sua vez, consciente ou inconscientemente, manipulados maquiavelicamente pela classe que os gerou e que procura alimentá-los: os donos dos meios de produção que formam a grande burguesia. É essa classe, que, devido à sua necessidade estratégica de contínua sobrevivência, faz com que a Sociedade se subdivida em estamentos, que, mesmo móveis, se sobrepõem uns aos outros, formando a pirâmide social que tem em sua base uma imensa maioria de miseráveis, em seu meio uma classe média que se dessangra para alcançar um grau mais alto enquanto perde o último resquício de consciência e capacidade crítica.
              No cimo da pirâmide, os representantes da oligarquia que governa o mundo e que manipula os cordéis da alienação social em seu proveito.

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