sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

FORÇA DE PAZ NO HAITI



Desconfio muito da expressão “Forças de Paz da ONU”. Geralmente são forças da guerra, e não são da ONU; geralmente são dos Estados Unidos, liderando um exército da OTAN. É claro que a ONU dá o seu aval e o seu nome a essas forças. Afinal, há muito que a ONU não passa de um instrumento estadunidense.

   Mas desconfio muito dessas “forças de paz”. Geralmente, entram em um país para golpear o seu governo, massacrar o seu povo e impor a sua política. São tantos os exemplos que talvez não valha a pena citar, mas vamos a alguns.
   Quando, nos anos ’90, decidiram invadir a, então, Iugoslávia e dividir o país em vários pequenos países – é mais fácil para dominar – em uma guerra que destruiu totalmente o sentido de nacionalismo dos – então – iugoslavos, levada a cabo por um exército da OTAN, segundo dizem movido a heroína.   
   Quando invadiram o Afeganistão. Quando invadiram o Iraque. E preparem-se para ver a próxima invasão do Irã. Tudo a cores, mostrado pelos canais globais, com bombas bem coloridas.
   Pois em 2004, Jean Aristide venceu mais uma eleição no Haiti. Ele é um padre ligado à Teologia da Libertação. Foi o suficiente para que o seu governo fosse golpeado – assim como fizeram recentemente também em Honduras -, deposto e, em seu lugar, a mando dos Estados Unidos, é claro, fosse enviada para o Haiti uma “Força de Paz da ONU”.
   Mas o mais incrível é que essa “força de paz” é liderada pelo Brasil. O que já mostrava, naquela época, para onde ia a política externa do governo Lula. Disseram que iam para o Haiti para construir pontes e hospitais e caçar “bandidos”. Isso, porque o governo fantoche do Haiti não tem autonomia. Óbvio, é um governo fantoche.
   Agora, com o terrível terremoto que transformou o país em terra de ninguém e matou cerca de 200 mil pessoas, Obama e seus confrades já devem estar planejando o envio de uma “força de paz” bem maior que a atual. É claro, para ajudar o povo haitiano, mas, principalmente, para fincar as botas definitivamente no país, que faz fronteira com a República Dominicana e está a um tiro de canhão de Cuba.
   Já se fala em cerca de 10.000 soldados dos Estados Unidos, para começar.
   Quanto a Jean Aristide, ou qualquer de seus amigos, se pisar no seu país poderá ser preso e deportado para ainda mais longe. Caso não seja “suicidado”.

Um comentário:

  1. Excelente análise sobre a política mais do que imperialista dos Estados Unidos e seus asseclas em relação a todos os povos esmagados em sua soberania, porque indefesos, e por isso mesmos presas fáceis destes facínoras.
    Parabéns!
    Lidia.

    ResponderExcluir

Faça o seu comentário aqui.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...