domingo, 17 de novembro de 2013

PRISIONEIROS DE EXCEÇÃO





Delúbio, Genoíno, Dirceu e outros petistas menos cotados dizem que foram presos devido a um julgamento de exceção, o que é a pura verdade: ninguém acreditava que eles fossem julgados, quanto mais presos, e isso se constitui numa exceção. Quanto roubaram os excessivos meliantes, agora – e por enquanto – presos?

   Mais de 73 milhões de reais, de acordo com o que foi até então apurado. Através do fundo Visanet, do qual o Banco do Brasil detém 32,3% de suas ações, esse dinheiro foi desviado por Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e agora foragido da Justiça.
   
   Através de empréstimos fictícios feitos ao Banco Rural e ao BMG o dinheiro era repassado para Marcos Valério e seus sócios, sem que houvesse qualquer contrapartida da agência DNA, comandada pelo competente Valério. A agência (DNA) ainda teria recebido mais R$ 2,9 milhões de maneira irregular, aumentando o rombo para R$ 76,7 milhões. Dinheiro do povo brasileiro.

   De Marcos Valério para Delúbio Soares, tesoureiro do PT, o qual se encarregava de fazer a distribuição mensal para os parlamentares comprados para votar nos projetos do Governo. Depois de condenado, e em acesso excessivo de desespero, Marcos Valério prometeu contar tudo e até comprometeu o Lula-Que-Nada-Sabe, dizendo que não foram roubados somente 73 milhões de reais e sim mais de 350 milhões.

   Um tamanho excesso de dinheiro não deixaria de cair, em parte, no bolso dos petistas ladrões. Atualmente, petista e ladrão estão virando sinônimos, o que é um grande erro. Há muito petista honesto por ai, como o frei Beto, que acredita piamente que o PT é de esquerda e que o mensalão é uma trama urdida pela direita para fazer “sangrar” Dilma e o PT.

   Dilma não tem nada a ver com isso, todos sabem. Menos ainda o Lula, coitado, que deve ter sido o último a saber - como acontece com os maridos traídos.

   Continuando: em 2005, a CPI dos Bingos revelou que o Henrique Pizzolato recebeu 326 mil em seu gabinete, sacados de uma agência do Banco Rural. Isso dá uma idéia de quanto teriam embolsado por mês os demais petistas e amigos de outros partidos pelas operações de compra de votos. Mais do que o suficiente para pagar caríssimos advogados. Fico pensando se não será por esses favores que os ruralistas estão recebendo tantas benesses para devastar o restante do território brasileiro, o que faria do PT, travestido de esquerda, o partido perfeito para defender o latifúndio.

   Ficou provado durante o julgamento que todas as negociações com partidos passavam pelo aval de José Dirceu. Assim também as negociações com o Banco Rural. O testemunho de políticos, de líderes partidários e de empresários foram considerados provas suficientes para mandar José Dirceu para a cadeia. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, todos os empréstimos fraudulentos feitos ao PT pelos bancos BMG e Rural tiveram o respaldo de José Dirceu. Foram sete longos anos de investigação até Roberto Gurgel ter a certeza de que José Dirceu foi o chefe da quadrilha do mensalão.

   O deputado Osmar Serraglio, que foi o relator da CPI dos Correios, lista 12 provas, ou graves indícios, do envolvimento de José Dirceu com o mensalão.


1) À época em que Dirceu era ministro, nada ocorria sem o seu beneplácito.

2) Roberto Jefferson, líder do PTB, confessa que tratou mais de dez vezes com Dirceu sobre o mensalão.

3) O publicitário Marcos Valério afirmou que ouviu do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que Dirceu deu aval aos empréstimos bancários que alimentaram o mensalão.

4) A mulher de Marcos Valério disse que Dirceu se reuniu com o presidente do Banco Rural no hotel Ouro Minas para acertar os empréstimos do banco.

5) Marcos Valério arrumou emprego para a ex-mulher de Dirceu no banco BMG em São Paulo.

6) Um sócio de Marcos Valério se tornou comprador do apartamento da ex-mulher de Dirceu em São Paulo.

7) Marcos Valério afirma que foi ele quem ajustou a audiência havida entre os diretores do BMG e o então ministro José Dirceu.

8) Segundo Valério, Silvio Pereira (ex-secretário nacional do PT) lhe disse que José Dirceu sabia dos empréstimos fraudulentos junto aos bancos.

9) A presidente do Banco Rural declarou que Dirceu era um facilitador das tratativas com o Governo e que Dirceu foi a única pessoa do Governo com quem ela falou sobre o interesse do banco Rural na aquisição de parte do Banco Mercantil de Pernambuco.

10) O ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que, por orientação de Dirceu, houve encontro no Banco Espírito Santo, à busca de R$ 24 milhões.

11) O ex-tesoureiro do PT, Emerson Palmieri, relata que todas as tratativas eram ratificadas, ao final, por Dirceu.

12) A ex-secretária de Marcos Valério na agência de publicidade em Belo Horizonte, Karina Somaggio, testemunhou que Marcos Valério mantinha contatos diretos com José Dirceu.

   José Genoíno, ex-presidente do PT, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, Marcos Valério e mais oito pessoas foram condenados pela Justiça Federal de Minas Gerais pelo crime de falsidade ideológica ao fraudarem um empréstimo de 10 milhões de reais do banco BMG para Rogério Tolentino, advogado de Marcos Valério. O dinheiro, na verdade, iria para os cofres do PT. Todos podem recorrer em liberdade. Isso foi em outubro de 2013 pouco depois de Genoíno e comparsas terem sido condenados por formação de quadrilha e corrupção ativa no processo do mensalão.

   Sobre Genoíno, sobejam as provas. Agora na cadeia, junto com Dirceu, os dois devem meditar muito sobre outros crimes dos quais são acusados pela verdadeira esquerda que ajudaram a estilhaçar. Genoíno foi acusado por João Amazonas, líder do antigo PCdoB (não confundir com atual partido com a mesma sigla) de traição e covardia. Suspeita-se que José Dirceu teria entregado o comando da MOLIPO (Movimento de Libertação Nacional), razão pela qual aquele movimento foi exterminado nos anos 1970. Os guerrilheiros do Araguaia e os guerrilheiros da MOLIPO foram trucidados, vítimas de traição. Quase todos torturados e assassinados, com algumas exceções, entre elas José Genoíno e José Dirceu.

   Agora estão na cadeia e dizem que isso é devido a um julgamento de exceção; consideram-se presos políticos. Na verdade, são políticos presos. Políticos que ajudaram a fundar o PT, que tem como missão principal destruir os movimentos de esquerda no Brasil, aliar-se ao império norte-americano e promover o modelo neoliberal com laivos de assistencialismo. Em troca, a liberdade para roubar.

   E todos se perguntam quanto tempo ficarão presos. Se o julgamento foi de exceção, visto que ninguém acreditava que sequer houvesse, imagine-se o que os excessivos políticos petistas e seus irmãos no crime devem estar achando da prisão. No mínimo, excessiva, um abuso que a “direita” (leia-se STF menos o Lewandovski) está cometendo com os tão esquerdistas revolucionários de gabinete.

   Ficarão presos no máximo até o carnaval, dizem alguns, época em que sairão fantasiados de empresários corruptos, bicheiros e – não duvidem! – Carmen Miranda cantando loas aos Estados Unidos. Será uma grande exceção se isso não acontecer.

Um comentário:

  1. Matéria mais que à propósito.Pelo menos foram considerados presos, mesmo que de exceção. Parabéns!

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