Em
processo de reestruturação, o PCB (Partido Comunista Brasileiro) de Bagé, RS,
distribuiu à população um pequeno texto sobre as eleições municipais, dividido
em duas partes: 1) Manifesto Sufragista; 2) Reflexão Necessária. Vale lembrar
que o PCB não concorre às eleições e, portanto, não se trata de propaganda
eleitoral. Bagé é a mesma cidade onde o PT (Partido dos Trabalhadores) abdicou
de lançar um candidato para Prefeito, preferindo apoiar o candidato do PC do B
(Partido Comunista do Brasil – não confundir com PCB); a mesma cidade onde os
partidos de centro-esquerda, como o PSOL, PC do B, PT e PDT, decidiram lançar
as suas próprias candidaturas, num ato de cordialidade com a direita, que agradeceu
a solidariedade – afinal, dizem que estamos numa democracia! -, fez uma
coligação com 16 partidos, tendo à frente o PTB (não confundir com o antigo
partido de Getúlio Vargas, João Goulart e Brizola) e deverá vencer as eleições
com alguma facilidade – salvo cacarecos de última hora. Abaixo, um resumo do texto
do PCB.
Termina mais um período de
grande hipocrisia, em que inúmeras pessoas subitamente sorridentes, amáveis,
cordatas, te visitaram ou abordaram em diversos lugares, revelando-se
preocupadas com a tua vida, dispondo-se a ajudar no que for necessário e prometendo
que tudo vai melhorar desde que tu passes a alguns dentre eles uma procuração
através do teu voto, que, somada a outros milhares de procurações, farão desses
escolhidos teus legítimos representantes, e logo após as eleições, já na
segunda-feira, conhecidos os resultados das urnas, se eleitos forem...
É tudo mentira, mas fazer o
quê? Deves ter alguma esperança no futuro, ou, mesmo, no presente e é possível que
acredites que votar em alguém é o mesmo que apostar na loteria. Quem sabe desta
vez vai dar certo? Então, com o teu voto esperançoso e feliz, estarás apostando
em A, em B ou em C – quem sabe em D? É um tiro no escuro, mas sempre haverá a
possibilidade de que eles, os candidatos, tenham tomado consciência e não
estejam concorrendo a um cargo público somente para ganhar mais dinheiro. E
ainda que seja assim, o dinheiro em primeiro lugar, talvez imagines que
ajudando a eleger um deles um pouco desse dinheiro poderá cair no teu bolso.
Afinal, eleição rima com corrupção e se todos roubam, porque não deves
participar da festa?
Diz a imprensa que é a festa da
democracia, e o Tribunal Eleitoral afirma que essa festa depende da tua
performance. Mas, antes de votar, faça algumas perguntas a si mesmo. É possível
requerer a extinção do mandato do vereador e do prefeito que não cumprir as
suas promessas de campanha? Com o teu voto, a miséria, a fome, os preconceitos,
as discriminações sociais e econômicas diminuirão minimamente?
Para que servem as alianças, as
coligações, algumas gigantescas, outras pequenas? Certamente não é para
desenvolver um plano de governo ideal, e sim para garantir maior tempo de
propaganda. E por que os pequenos partidos se aliam com os maiores, senão em
troca de cargos? O tempo de propaganda deveria ser dividido igualmente, dando
chance a cada candidato para apresentar as suas propostas. Somente assim as
eleições poderiam ser chamadas de democráticas. Isso não acontece porque os
grandes partidos não permitem, na ânsia de monopolizar e corromper a opinião pública.
Observe o que acontece no
Brasil. Primeiro, Dilma Roussef deu um golpe no seu eleitor, adotando medidas
contra as classes que a elegeram. Em seguida, houve um claro golpe contra a
democracia: Dilma foi julgada e condenada por crimes que não cometeu. A
Constituição foi rasgada com o respaldo do poder Judiciário. Quanto vale o teu
voto?
Acreditas nas pesquisas, que
costumam ser fraudulentas e deveriam ser banidas, porque existem para induzir o
eleitor a votar em determinado candidato? Falaste com o teu candidato? O
material dele tem alguma proposta escrita? Discursos prontos que prometem
mudanças e renovação existem aos montes e são tão vazios como o trabalho que
desenvolverá ou já desenvolve o candidato. De falsas promessas deves estar
cheio. Qual a roupa que vais vestir no dia das eleições: a do poder popular ou
a de palhaço?
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