segunda-feira, 9 de maio de 2011

O PCdoB APÓIA O LATIFÚNDIO


"A Comissão Política do PCdoB decidiu apoiar o trabalho do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como relator do projeto do novo Código Florestal. A decisão foi tomada na reunião realizada nesta quinta-feira (28) em Brasília. Segundo a nota oficial publicada ao final do evento, o Partido considera que o texto atende aos preceitos do novo projeto nacional de desenvolvimento do Partido, que contempla simultaneamente produção de riquezas, distribuição de renda e preservação de recursos naturais."


     Está ali. Basta entrar no Portal Vermelho, site oficial do PCdoB (não confundir com o PCB) – que é tão vermelho quanto as roupas do Lula e da Dilma, apenas aparência – e verificar a posição do Partido Comunista do Brasil. Apóiam Aldo Rebelo (PCdoB) que é o relator do novo Código Florestal, que, se aprovado, somente favorecerá os latifundiários.

     O Instituto SocioAmbiental esclarece que com a aprovação do novo Código Florestal teremos um Brasil mais poluído e depredado.

     "Em relação às APPs (Áreas de Preservação Permanente)

     "Como é a lei hoje:

     "Protege no mínimo 30 m de extensão a partir das margens do rios, encostas íngremes, topos de morro, restingas. Quem desmatou é obrigado a recompor as matas.

     "Proposta aprovada:

     "A faixa mínima, nas beiras de rio, agora é de 15 metros. Topos de morro e áreas com altitude superior a 1800 metros de altitude deixam de ser protegidas. Veredas passam a ser consideradas APPs. As demais áreas, embora continuem sendo formalmente protegidas, podem ser ocupadas por plantações, pastagens ou construções caso tenham sido desmatadas até 2008 e sejam consideradas pelos governos estaduais como “áreas consolidadas”.

     "O que pode acontecer

     "Áreas que, por estarem irregularmente ocupadas, sofrem com enchentes, deslizamentos, assoreamento e seca de rios, são as mais fortes candidatas a serem consideradas como áreas consolidadas e, portanto, condenadas a conviver eternamente com esses problemas, já que não haverá recuperação e as ocupações permanecerão. Tragédias como a de Angra dos Reis, Vale do Itajaí e Alagoas vão ser “legalizadas”.

     "Em relação à Reserva Legal

     "Como é a lei hoje:

     "Todo imóvel tem de manter um mínimo de vegetação nativa. Nas propriedades rurais situadas nas áreas de Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas a reserva é de 20% do tamanho do imóvel. Na Amazônia Legal deve-se manter 35% nas áreas de Cerrado e 80% nas de floresta. Quem não tem a área preservada tem que recuperar ou compensar. A recomposição deve ser feita com espécies nativas, ou então o proprietário pode compensar a falta de reserva em seu imóvel com o arrendamento de outra área, com vegetação preservada, situada na mesma bacia hidrográfica.

     "Proposta aprovada:

     "Propriedades com até quatro módulos fiscais (20 a 440 hectares, dependendo da região do país) não precisam recuperar a área caso ela tenha sido desmatada até a promulgação da lei. Nas demais propriedades ela deve ser recuperada, mas será menor do que atualmente, pois não será calculada com base na área total do imóvel, mas apenas na área que exceder 4 MF (se tiver 10 módulos, será calculada sobre 6). Além disso, será permitido compensar a área devida a milhares de quilômetros da área onde ela deveria estar, desde que no mesmo bioma. Poderá também ser transformada em dinheiro a ser doado a um fundo para regularização de unidades de conservação.

     "O que pode acontecer:

     "Como mais de 90% dos imóveis rurais têm até quatro módulos fiscais, boa parte deles concentrados no sul e sudeste, haverá grandes áreas do país onde simplesmente não haverá mais áreas com vegetação nativa, pois são essas também que abrigam o maior número de APPs com ocupação “consolidada”. Há ainda um grande risco de que propriedades maiores sejam artificialmente divididas nos cartórios para serem isentas de recuperar, algo que já está acontecendo. Embora a proposta diga que isso não pode ocorrer, a fiscalização e coibição é extremamente difícil, o que significa que muito mais do que as “pequenas propriedades” serão anistiadas. Os poucos que tiverem que recompor vão poder fazer com espécies exóticas em até metade da área, ou optar por arrendar terras baratas em locais distantes, cuja fiscalização para saber se estão preservadas será também muito difícil, e, novamente, manterão suas áreas de origem sem a cobertura mínima necessária de vegetação.

     "Em relação à regularização ambiental e anistia

     "Como é hoje:

     "Proprietários que não tenham a Reserva Legal ou APPs preservadas estão sujeitos a multas caso se recusem a recuperar, ou quando desmatem ilegalmente. Podem também ter a produção embargada.

     "Proposta aprovada:

     "Estados terão cinco anos, a partir da publicação da lei, para criar programas de regularização. Nesse período, ninguém pode ser multado, e as multas já dadas ficam suspensas. Os que aderirem à regularização podem ser dispensados em definitivo do pagamento de multas e, como já dito, inclusive da recuperação das áreas ilegalmente desmatadas."


     O Fórum Nacional pela Reforma agrária e Justiça no Campo, constituído por diversos grupos sociais, quais sejam: ABRA, ABEEF, APR, ABONG, ASPTA, ANDES, CARITAS - Brasileira; COIABE, Centro de Justiça Global, CESE, CIMI, CMP, CNASI, COIABE, CNBB, CONDSEF, CONIC, CONTAG, CPT, CUT, CTB,Comissão de Justiça e PAZ, DESER, Empório do Cerrado, ESPLAR, FASE, FAZER, FEAB, FETRAF, FIAN - Brasil, FISENGE, Grito dos Excluídos, IBASE, IBRADES, IDACO, IECLB, IFAS, INESC, Jubileu Sul/Brasil, MAB, MLST, MMC, MNDH, MPA, MST, MTL, Mutirão Nacional pela Superação da Miséria e da Fome; Pastorais Sociais, PJR, Rede Brasil, Rede Social de Justiça, RENAP, SINPAF, Terra de Direitos, repudia a proposta do novo Código Florestal e conclama aos Deputados Federais que votem contra o requerimento a fim de se alinharem à posição das organizações e dos movimentos sociais e sindicais.

     Mas muito provavelmente será uma conclamação inútil, apenas para marcar posição, porque os deputados, liderados pelo presidente da Câmara, Cândido Vacarezza, do PT, estão mais que tentados a votar maciçamente a favor do novo Código Florestal, nesta terça-feira. Tudo indica que o agronegócio vencerá mais uma vez, em desfavor da agricultura familiar e da reforma agrária.

     O agronegócio representa a aliança dos latifundiários capitalistas com empresas transnacionais, baseados no monocultivo, mecanização e utilização de agrotóxicos. Já a agricultura familiar e a reforma agrária defendem uma proposta para o campo com base em pequenas propriedades, com produção diversificada de alimentos, sem a utilização de agrotóxicos, com geração de empregos para a população do campo, com a construção de cooperativas e de agroindústrias.

A QUEM INTERESSA?

     Alguns defensores da mudança - entre estes os latifundiários - dizem que o país precisa aumentar a área de plantio e de pasto para o gado, como se já não tivéssemos área suficiente para estas atividades econômicas. Um estudo realizado pela ONG WWF (World Wildlife Fund” – Fundo Mundial da Natureza) em 2009 indica que o Brasil pode dobrar a extensão de terra ocupada pela agricultura, apenas recuperando áreas de pasto mal aproveitadas e terras degradadas.

     A impressão que se tem é que com a alteração do Código Florestal muitos estão querendo ganhar área agricultável, que não usarão de imediato, mas que servirá como estoque de terra livre para futura especulação. Em entrevista recente, a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, declarou que "vários estudos científicos já demonstraram que as mudanças no Código (Florestal) trariam consequências sérias para o Brasil em termos de perda de biodiversidade e aumento das emissões de gases de efeito estufa. O impacto que a mudança do Código Florestal provocaria nos diversos biomas seria muito grande. Extensas áreas da Floresta Amazônica, Mata Atlântica, de Cerrado e até da Caatinga, correriam risco de serem derrubadas, sob o amparo da legislação.

     O problema não está na anunciada falta de área de plantio ou de criação de gado, mas na maneira de realizar estas atividades. A falta de informação, recursos e às vezes até de interesse, tem mantido grande parte da atividade agropecuária em situação de atraso, no que se refere a uma moderna e saudável convivência com o meio ambiente. Há ainda uma competição entre estas atividades econômicas e o ecossistema em que se realizam. Como resultado, o prejudicado é sempre a parte mais fraca: destruição da reserva legal e da mata ciliar, solo de nascentes pisoteado e compactado pelo gado, desaparecimento da fauna original, gradual empobrecimento genético de extensas regiões, entre outros impactos.

     Em fevereiro deste ano, o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, manifestou-se favorável à redução da Reserva Legal - uma das principais propostas do projeto de lei de autoria de Aldo Rebelo. Não somente os Estados Unidos estão interessados na depredação da nossa fauna e flora, mas também a Europa.

     “Enquanto nossas florestas são devastadas o país bate recordes de exportação de soja que é utilizado para ração de bovinos na Europa, Estados Unidos e Japão principalmente, só para citar apenas uma das comodities agrícolas produzidas no Brasil para abastecer o mercado internacional, em detrimento da soberania alimentar do povo brasileiro” – esclarece Enílton Rodrigues, estudante de engenharia florestal da UNB.

     “Plante que o governo garante” – era um dos clichês da ditadura militar para que o Brasil se tornasse e um país basicamente exportador. O modelo exportador era tido como totalmente equivocado pelos atuais donos do poder que, na época, defendiam a reforma agrária. Hoje, os atuais donos do poder político estão ao lado dos donos do poder econômico e entendem que o modelo exportador é o melhor negócio para os seus parceiros latifundiários. E um grande negócio também para quem comprar do Brasil as matérias primas exportadas. Além disso, o agronegócio visa basicamente a exportação de produtos da lavoura e carne para o mercado mundial – principalmente Europa e Estados Unidos que estão em franca recessão econômica e já não conseguem produzir para o seu próprio sustento. É um grande negócio para quem produz e para quem compra.

     Mas um péssimo negócio para o povo brasileiro que verá enterradas - de uma vez por todas - as esperanças de reforma agrária. E um péssimo negócio para o Brasil que entregará, aos poucos, a Amazônia o cerrado, a caatinga, o pampa e todas as suas terras agro-pastoris para os latifundiários aliados de grandes empresas estrangeiras.

     E é isso que o Partido Comunista do Brasil defende, através de sua Comissão Política e de seu filiado Aldo Rebelo. Um partido que perdeu completamente o seu rumo político e aliou-se ao latifúndio e ao grande empresariado.

     Breve teremos pessoas de direita, como José Sarney, Serra, Aécio Neves, Lula da Silva, Dilma Roussef, Fernando Henrique Cardoso e todos aqueles que gostam de se travestir de esquerda, por vício ou por ofício, entrando para o PCdoB, por falta de melhor partido. E, de quebra, a motosserra de ouro Kátia Abreu.

sábado, 7 de maio de 2011

MÃES DE MAIO E O ESTADO GENOCIDA



“Meu filho se chama Edison e tinha 29 anos. Foi morto na rua, tinha ido em casa para buscar remédios e por gasolina em sua moto. Vivemos na Baixada Santista, um bairro de trabalhadores em São Paulo. Os policiais o seguiram e o mataram a 500 metros do posto de gasolina. Embora haja contradições nas declarações, o Ministério Público não fez nada e arquivou o caso”, disse Débora Maria da Silva, uma mulher de 50 anos, mãe de outras duas filhas.


     Não só os filhos perdidos por assassinato, mas também os filhos perdidos para a televisão, os filhos perdidos para a submissão, os filhos perdidos que desistiram de raciocinar e acreditam que a vida é apenas a busca do prazer, os filhos perdidos para as drogas, que preferiram um estranho mundo interno e desistiram.

     Dar presentes para as mães. Sair correndo e comprar aquela lembrancinha porque todos saem correndo para comprar aquela lembrancinha e o império da mídia manda todos correrem para comprar porque depois terão o almoço especial de domingo feito pela mãe homenageada, que fingirá estar feliz.

     Não só os filhos perdidos por assassinato, mas principalmente os filhos perdidos por assassinato. Os filhos perdidos por assassinato praticado pelo Estado genocida. O Estado genocida que esconde a pobreza e, se possível, a mata para escondê-la melhor ainda.

     Mães de maio. Mães que somente são lembradas em maio. Cinicamente.

     Não as mães que vivem em um mundo artificial, proporcionado pelo dinheiro e a abundância. Estas brincam de mães de vez em quando e ensinam aos filhos uma fictícia maneira de viver.

     Mas as mães que vivem aflitas quando os seus filhos saem, porque não sabem se eles voltarão. As mães que já perderam as ilusões e que deixaram os sonhos de Cinderela há muito tempo. Ou as mães que não tem filhos, mas são mães de todos e se preocupam e lutam e não desistem e denunciam.

     O Movimento Mães de Maio nasceu na Baixada Santista e já está se espraiando por todo o Brasil. Foi logo após aquela onda de violência em São Paulo, em 2006, que deixou mais de trezentos mortos, a maior parte assassinada por policiais. Foi quando a Anistia Internacional denunciou que estavam operando no Brasil esquadrões da morte integrados por policiais cujas vítimas somaram-se aos quase nove mil assassinatos perpetrados pela polícia brasileira, em sua maioria categorizados como casos de “resistência seguida de morte”, sem investigação judicial, entre 1999 e 2004.

     Essa pesquisa foi feita pelo sociólogo uruguaio Raul Zibechi, que constatou que no Brasil o Estado era o responsável por um verdadeiro genocídio. O Estado tentou explicar, dizendo que eram resquícios da ditadura militar. Passaram-se os anos e hoje, 2011, fazem-se filmes que elogiam as matanças das polícias especiais e o povo está quase acreditando que esses assassinatos são necessários.

     Segundo Raul Zibechi, Rafael Dias, da ONG Defesa Global, acredita que no Brasil existe um Estado genocida porque “nunca houve uma ruptura entre o Estado da escravidão e o Estado moderno e temos agora um Estado elitista que funciona através da violência para separar os índios, os negros, os pobres, que são considerados como ameaças, como classes perigosas”.

     “Agora temos o modelo da militarização das favelas, porque se segue considerando o pobre como um perigo permanente e esta é a lógica da segurança pública”.

     “Os membros do Governo seguem tratando os favelados como lumpen, pessoas que estão fora da sociedade”, disse Rafael Dias.

     “O governo não compreende a situação dos mais pobres, porque como não estão organizados em sindicatos nem em partidos, não formam parte do projeto político e acreditam resolver o problema aplicando políticas compensatórias, como o Bolsa Família. Estamos repetindo os três eixos que haviam durante a escravidão, o tríplice P: pão, pau e pano.”

     A criminalização da pobreza é uma das torpes características do sistema capitalista. Um sistema que já é cruel por si mesmo, com a divisão de classes e que classifica as pessoas de acordo com a maior ou menor riqueza material.

     Aos pobres, o serviço pesado e o arrocho salarial. Aos ainda mais pobres a morte em vida ou a morte rápida sob qualquer acusação ou sob nenhuma acusação. À classe média, a ilusão de uma democracia de novela. Aos ricos tudo é permitido, inclusive o direito da extrema corrupção e da extrema perversão, porque nunca serão punidos.

A BAGDÁ SANTISTA

     Comunicado das Mães de Maio da Baixada Santista:

     “Ao longo dos anos de 2008 e 2009, a Baixada Santista foi a região do estado de São Paulo onde os homicídios mais cresceram, verdadeiras estatísticas de guerra!

     “Durante o mês de Abril de 2010 a Polícia Militar e grupos paramilitares de extermínio ligados a ela voltaram a atuar na Baixada Santista, no mesmo estado de São Paulo, executando sumariamente 27 pessoas num curto espaço de 10 dias. Informações apuradas pela própria Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo atestaram que estes policiais e grupos de extermínio seriam ligados à máfia chamada OS NINJAS, grupo de extermínio de policiais encapuzados auto-denominados “justiceiros” que têm atuado desde Maio de 2006 impunemente. Nas favelas e bairros periféricos da Baixada, àquela altura, corria abertamente o boato de que a lista completa daqueles Crimes de Abril seria de 51 pessoas. Uma lista que, felizmente, parou na metade graças aos gritos e às denúncias das Mães e Familiares que alertaram para o novo massacre em curso. As devidas investigações e punições, porém, mais uma vez não avançaram...

     “(...)Sem uma apuração ampla, geral e irrestrita do Crimes de Maio de 2006 e dos Crimes de Abril de 2010 (grande parte deles provocada pelos mesmos grupos de extermínio), as tragédias de Abril de 2011, 2012, 2013, 2014... serão cada vez maiores! Estamos voltando a avisar com amplo testemunho de todos os Senhores e as Senhoras, em cópia aberta.

     “O tempo urge: e estamos cansadas de bravatas e falações! Elas apenas custam mais vidas! Queremos atitudes concretas, urgentemente! E que fique escuro: não adianta pedir o envio de mais dezenas e dezenas de viaturas para descerem a Serra, para a Baixada Santista, pois sabemos que isso só piora o Terror vivido por nós! Os Grupos de Extermínio são ligados à Polícia, isto está mais que provado. Só falta a Justiça se mexer.

     “Quantas vidas mais será necessário nós perdermos para que se ampliem investigações corretas, façam-se inquéritos decentes e apliquem-se as devidas punições aos responsáveis? Quantos anos mais teremos que esperar para ver um inquérito sequer sendo corretamente apurado, trazendo à tona a Verdade e punindo Justamente os Responsáveis? Dos cerca de 500 assassinatos de 12 a 20 de Maio de 2006 não temos um policial sequer devidamente julgado e punido até hoje, em plena "democracia"!

     “Exigimos, por favor, encaminhamentos concretos dos Senhores e das Senhoras, conforme as respectivas atribuições profissionais, políticas e humanas que a cada um compete. Que estes encaminhamentos sejam compartilhados abertamente aqui para esta mesma lista, para que tod@s tenham ciência do procedimento de cada um diante destes Crimes contra a Humanidade.

     “Bem-vind@s à Bagdá Santista!

     “Inconformadamente,

     “Mães de Maio da Baixada Santista

     “PS: escrevemos esta mensagem enquanto helicópteros da Polícia, neste exato momento, sobrevoam nossas casas, aqui, na periferia da Baixada Santista. É assim que é!”

O ESTADO QUE MATA E ESCONDE A MÃO

     Não só na Baixada Santista. O Brasil inteiro é uma imensa cova rasa onde choram pais e mães pelos seus filhos assassinados pelo Estado. Recentemente, em um dos seus estranhos pronunciamentos, Dilma falou que os pobres devem “subir na vida”. É claro que devem, mas como? Dilma é uma pessoa estranha, imensamente desinformada ou imensamente cúmplice desse estado de coisas.

     Em minha cidade existe uma vila chamada Vila Miséria. Os órgãos públicos fingem que não existe. Fica ao lado do lixão da cidade e os seus moradores se alimentam daqueles restos dos bem alimentados. Não tem eletricidade, esgoto, centro de saúde, escola, e os moradores são como zumbis que apenas esperam a segunda morte.

     No Brasil inteiro existem vilas misérias, onde o povo que não consegue nem ser pobre tenta sobreviver do lixo. De vez em quando, alguns entre eles se indignam e saem para conseguir restos melhores, talvez para assaltar. Não voltam. Mães choram, mas quem quer saber de mães miseráveis? Essas não ganham flores no seu dia.

     Vivemos em um Estado genocida que discrimina entre quem paga e quem não paga impostos. Onde os pobres e os miseráveis são colocados de lado, como pessoas de segunda e de última classe. Para estes a pena de morte existe e pode ser aplicada a qualquer momento, sob qualquer pretexto.

     Fala-se muito em direitos humanos. Há uma grande discussão no Brasil sobre se deveremos ou não punir os militares assassinos e torturadores da ditadura militar. Todos querem saber se os guerrilheiros do Araguaia, nos anos 1970, terão a sua justiça póstuma. Mas ninguém se preocupa com os abandonados de agora, com os assassinados diariamente, com os que tentam sobreviver ao próprio Estado armado, que finge que não existe mais ditadura. Os pobres não contam; são cifras incômodas. Não importa quem chore por eles.

     Então, neste domingo, vamos festejar o Dia das Mães. Fingidamente. Vamos fingir que todas as mães estão satisfeitas neste Brasil que nos engana. Vamos elogiar as mães, mesmo aquelas a quem o Estado roubou o seu bem maior: os filhos. Quem sabe até, devamos agradecer por esta sociedade malévola à qual pertencemos, enquanto não somos nós os usurpados, os enganados, os assassinados.

     Ou vamos à luta. Vamos ousar lutar, ousar vencer.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

OBAMA, OSAMA E O DEMIURGO ILLUMINATI



Barack Hussein Obama foi escolhido a dedo para ser o atual presidente dos Estados Unidos e destruir ou anular a força dos árabes. Osama Bin Laden foi usado, magicamente, através do seu nome e colocado como líder de uma facção guerrilheira manipulada pelos Estados Unidos, a Al-Qaeda, para que fosse destruído no momento certo – simbolicamente representando a destruição da força do Islamismo.

     Osama Bin Laden em seu total numerológico é um número 11, mas na divisão entre vogais e consoantes e seu posterior reagrupamento é um número 2. E duas eram as Torres Gêmeas. O número das vogais do nome, que representa a sua vontade, é um número 5, indicador de mudança. O dia da destruição das Torres Gêmeas – 11/09/2001, em sua soma e redução numerológica é um número 5. O número das consoantes, que revela a personalidade, de Osama Bin Laden é um número 6 – o número da família e da comunidade. Pode ser traduzido como “amor” ou aliança. No caso de Osama, representaria o povo árabe.

     Barack Hussein Obama é um nome semita. Encontra-se Barack no Velho Testamento dos judeus; Hussein é claramente árabe e Obama é uma variação de Osama. O total numerológico do nome Barack Hussein Obama é 1, representando vontade e liderança. Nas vogais, vibra o número 9, universalismo. No caso de Obama, desejo de dominar a todos. Nas consoantes, que reflete a personalidade, aparece o número 1 – liderança. O prenome Barack, que é judeu, vibra em 9 – universalismo, e, no contexto histórico atual, dominação. O nome do meio, Hussein, que é árabe, vibra em 5 – mudança, transformação – da mesma forma que o sobrenome Obama.

     Podemos interpretar esses números, grosso modo, da seguinte maneira: que a ascensão de Obama ao poder e conseqüente destruição oficial de Osama deverá ter como conseqüência mágica a destruição do Islamismo ou a sua transformação em uma religião “domada”, com a dominação total de Israel no Oriente Médio. Os Illuminati são muito dados a códigos, rituais e números.

     Toda aquela representação das eleições norte-americanas não passou de representação. Obama tinha sido escolhido há muito tempo para atuar na hora certa. Da mesma forma, Osama foi escolhido para ser o inimigo público número 1 devido ao seu nome. Os Illuminati, e não somente eles, sabem usar as formas os números, a Cabala. A força da palavra.

     A palavra Obama é homófona da palavra Osama. Este é o primeiro passo mágico; muda-se uma letra, conserva-se o som da palavra e ocorre uma transformação. Osama é um número 13, que significa morte e ressurreição; Obama é um número 19 – o Sol que traz a força. Após a morte, a ressurreição e o crescimento através da força do Sol, que era chamado de Amon-Rá pelos antigos egípcios e simbolizava o Demiurgo.

     Quando a Abrão foi acrescentada a letra “H” – He, que significa força de vida – ele, mesmo velho com mais de 100 anos, readquiriu a força sexual para procriar. Na mesma época, Sara recebeu a mesma letra e pode engravidar. Na mitologia hebraica, conhecida entre nós como Velho Testamento, são muitos os ensinamentos cabalísticos ocultos. Um deles é sobre a força da palavra.

     Não por acaso as pessoas rezam com o objetivo de pedir algo para Deus. E não por acaso as orações são feitas de determinada maneira, usando-se determinadas palavras que se encadeiam para formar o Verbo final. São João escreveu no seu evangelho: “No Princípio era o Verbo e o Verbo era com Deus e Deus era o Verbo (...)”. Com o passar do tempo, as antigas orações que deveriam ser ditas de uma maneira especial, inclusive na entonação, foram se deteriorando, com algumas palavras sendo acrescentadas e outras retiradas – e perderam o seu valor, a sua força de contato verdadeiro com o mundo oculto, espiritual.


O BODE NO PENTAGRAMA INVERTIDO


     Os cabalistas judeus, na Idade Média, recuperaram esse poder de manipulação do oculto. A eles, aliaram-se os Illuminati, através das lojas maçônicas de alto grau. Para muitos poderá parecer bobagem ou apenas soberba o fato de ordens iniciáticas, como a Maçonaria, utilizarem-se de rituais em seus trabalhos de oficina. Mas são os rituais que fazem acontecer. Observem a vida cotidiana. Sem determinados “rituais” práticos nada é feito e a nossa vida fica anárquica. É necessário que as coisas sejam feitas de uma maneira específica e única para que dêem o resultado almejado.

     Os cabalistas descobriram que isso poderia ser feito para entrarem em contato com o oculto e, através desses contatos, que somente podem ser produzidos através de determinados rituais, adquirir poder. Mas o poder que desejavam – e ainda desejam cada vez mais – é o poder sobre a matéria, o poder advindo da manipulação da natureza e dos seres humanos e gerador de riqueza material. Isso é magia, mas magia negra.

     Assim, em perfeito ato de magia negra, foi utilizado Osama Bin Laden, como se fosse um bonequinho de Vodu – construído para ser destruído e, com ele, toda a força e a energia de uma religião por ele representada, o Islamismo.

     Mas Osama somente poderia ser destruído no instante em que houvesse outra pessoa que tivesse em seu nome as palavras certas, os números certos. E essa pessoa, devidamente preparada e instruída, foi Barack Hussein Obama. Obama para destruir Osama.

     E isso teria que ser feito de maneira ritualística – no dia certo do ano certo, para que os efeitos desse “sacrifício” fossem obtidos.

     Osama foi usado como o bode do sacrifício, que anualmente era mandado para o deserto carregando os pecados dos judeus para ser reclamado pelo anjo caído Azazel. Por isso, o bode era chamado de Azazel. Mas, desta vez, no caso da morte de Osama, com outro significado: para ajudar na destruição da outra raça semita, os árabes, através do enfraquecimento da sua religião. Porque é a religião islâmica que mantém os árabes fortes e a destruição, o enfraquecimento dessa religião os tornará novamente dispersos, desunidos e passíveis de fácil dominação.

     Embora alguns neguem, o bode tem grande significado na Maçonaria. E, principalmente para os Illuminati maçons. Porque nem todo maçom é Illuminati e existem muitos maçons, talvez a grande maioria, que não conhecem nem o significado da palavra. São usados no início e depois de alcançar determinado grau não podem mais voltar atrás e muitas são as ofertas materiais pelas suas almas.

     O bode não é apenas aquele que guarda os segredos nem representa o herói morto pelo seu povo. A cabeça do bode simboliza o pentagrama invertido, com a ponta para baixo. No pentagrama invertido, tal como interpretado pelos satanistas, as três pontas abaixo representam a ligação com a terra, com o aspecto telúrico, material e as duas pontas superiores significam o contraste que realmente equilíbra a afirmação da igualdade e dirige o universo e a vida tais como: criação/destruição, positivo/negativo, masculino/feminino, ação/reação, vida/morte, ativo/passivo, etc.

     Em suma, representa a supremacia do desejo físico claramente acima da espiritualidade. Em um pentagrama invertido pode ser inserida a figura da cabeça do bode: os dois pontos superiores são os chifres, as pontas laterais são as orelhas e a parte inferior a ponta da barba.

     Uma simbologia interessante. Mas, além desse significado, o bode, devido à sua força viril, também representa o poder sexual masculino e organizações secretas ligadas às forças telúricas tem no sexo masculino uma de suas fortes bases para exercer a magia negra.

     Interessante observar-se que os Templários – que segundo o cavaleiro Ramsay (que instituiu o Rito Escocês na França) teriam sido os precursores da moderna Maçonaria, foram acusados de homossexualismo, o que deveria ser uma má interpretação dos seus rituais. Mas, sobre a ordem secreta Skull and Bones, dos Estados Unidos, à qual pertence George W. Bush e outros líderes norte-americanos, é dito que em seus rituais de iniciação o sexo tem prioridade – mas isso deve ter alguma relação com o despertar da serpente kundalini.

     A descoberta da força da kundalini e a sua relação com a energia telúrica, com os “caminhos do dragão”, também conhecidos como “leys” no ocidente, foi fundamental para que as organizações esotéricas ligadas à matéria desenvolvessem uma série de técnicas, ou rituais, que tem como base a energia sexual. O objetivo é o de desenvolver certos centros de poder - como a glândula pineal – que estão adormecidos no cérebro humano e que poderão trazer aos praticantes desse tipo de magia capacidades superiores ao do ser humano comum.

     O triste de tudo isso, é que essas pessoas usam esse poder secreto para dominar as outras pessoas e para impor as suas vontades no mundo material conhecido. Mesmo que inicalmente não tivessem esse objetivo, aos poucos, foram se tornando desejosos de maior poder pessoal e transformaram o mundo no erro que conhecemos: miséria, fome, guerras, poluição, degradação de todo o tipo.


USAR A NATUREZA


     Não por maldade pura ou por mero maquiavelismo formou-se, aos poucos, a ideia de que o ser humano é superior ao restante da natureza e que deve utilizá-la para alcançar o seu próprio desenvolvimento que, em última análise seria o crescimento homogêneo da civilização.

     Essa ideia nasceu no seio das sociedades secretas dos séculos XVII e XVIII e teve em Francis Bacon o seu principal defensor. Bacon era alquimista, Rosa-Cruz, Maçon, Illuminati e acreditava que a natureza existe para servir ao Homem. Bacon é considerado o fundador da ciêcia moderna e do espírito mercantilista resultante. Na mesma época, os portugueses e espanhóis se empenhavam em destruir grandes civilizações indígenas nas Américas e os norte-americanos matavam todos os nativos que encontravam em seu território. Calcula-se, por baixo, que somente nos Estados Unidos foram mais de 4 milhões de indígenas assassinados em 300 anos.

     Nas três Américas foram mais de dez milhões. Com a “filosofia” de Bacon e de seus seguidores, além dos aspectos externos enunciados em seus livros, algumas convicções surgiram dentro das elites pensantes organizadas em sociedades secretas:

     • Conforme diz o Gênesis, a natureza existe para servir ao Homem.

     • O Homem é o ápice da Criação e existe para dominar os demais seres da Terra.

     • Dentre os homens, os europeus são os escolhidos para dominarem sobre os demais seres humanos.

     • Isto, devido a uma “ordem natural”, porque os brancos europeus são mais inteligentes e evoluídos que os demais povos.

     • Os povos que não concordam com as premissas acima devem ser escravizados ou exterminados.

     • Mesmo entre os europeus, que nasceram para dominar o mundo, as diferenças sociais revelam que existem “homens superiores” e “homens inferiores”.

     • Os “homens superiores” são os ricos, nobres e instruídos. Os “homens inferiores” são os pobres, de casta inferior e analfabetos.

     • É “natural” que os “homens inferiores” sirvam os “homens superiores”.

     • O mundo é do sexo masculino; as mulheres devem servir aos homens.

     Dentro dessa concepção de como deveria ser a vida, os europeus partiram para dominar, escravizar e matar os demais seres humanos. Decidiram-se a conquistar toda a Terra. O pensamento baconiano desenvolveu o capitalismo em toda a sua desumanidade – o que, para essas pessoas que dominavam a humanidade conhecida, através das sociedades secretas, era muito natural, porque obedecia às premissas acima referidas.

     Fabricaram a república no devido tempo, quando algumas casas reais não se mostravam muito dispostas a obedecê-los. E dominaram os países republicanos compartimentando as pessoas em partidos políticos que vendem ilusões. Fizeram da imprensa uma grande máquina obediente que faz com que as multidões se conservem passivas. Destroem povos e países que não concordam com a sua política e transformaram os governantes de todos os países aliados em títeres.

     Estão destruindo a natureza. E, concomitante a isso, estão destruindo as pessoas por dentro, inculcando em todos valores anti-humanos e anti-naturais, como o consumismo, o individualismo, a competição desenfreada como principal razão da existência, o desapego emocional e o culto da tecnologia.

     E, brevemente, destruirão o mundo, se nada for feito. Já tem até data marcada: 2012. Inculcaram na mente das pessoas que no ano que vem haverá uma grande transformação mundial e usam o calendário maia para promover essa transformação que virá após grande destruição.

     Preparam-se para isso. Não por acaso construíram as armas atômicas do grande holocausto. E holocausto significa oferenda, sacrifício ao seu deus faminto.

     A Humanidade cresceu muito e os Illuminati e seus seguidores querem dominar o mundo, mas um mundo mais confortável, com apenas as pessoas necessárias, que serão seus servos.

     Por isso procuram desculpas para as suas ações, porque sabem que a opinião pública deve ser conservada sem opinião alguma, apenas aceitando tudo o que eles fazem.

     E ritualisticamente vão cumprindo a sua agenda, usando os dias certos de bom augúrio para as suas ações. Trocando favores com o seu Demiurgo que os apóia e espera, ansioso e vampiresco, o próximo banho de sangue.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

AS MORTES DE OSAMA BIN LADEN E OS ILLUMINATI


     Durante muitos anos, a teoria da conspiração foi sistematicamente depreciada por grande parte dos historiadores norte-americanos de certa importância e, em seguida, por quase a totalidade dos europeus. Para essas mentes analíticas e eruditas, a existência de um ou vários grupos de seres humanos empenhados em trabalhar na sombra, durante longos períodos de tempo e seguindo planos cuidadosamente traçados, para dominar o poder é pouco menos que um argumento de um romance fantástico ou de um seriado de televisão. Certamente, a primeira tarefa de qualquer conspiração é convencer o resto da sociedade de que não existe conspiração alguma.

     (Paul. H. Koch.)


     Eles tinham que “matar” Bin Laden oficialmente. Já estava ficando feio. Depois de dez anos dos atentados das Torres Gêmeas era mais que o momento certo. E escolheram o dia certo. Aliás, os dias certos. O 1º de maio para a “morte” do inimigo público número 1, e o 2 de maio para divulgar essa morte.

     De acordo com Paul H. Koch, autor do livro “Illuminati”, o 1º de maio nem sempre foi o Dia do Trabalhador, como alguns desavisados poderão acreditar, mas desde remotas eras a Noite de Walpurgis tem sido comemorada na Madrugada de 30 para 1º de maio.

     Walpurgis Nacht ou "Noite das Bruxas" é comemorado em várias regiões da Europa central e do norte, principalmente em países escandinavos, para marcar a chegada da primavera, além de ser uma celebração em louvor à Santa Walpurga, que se prolonga até 1° de maio em vários dos países envolvidos nos festejos dessa data. O primeiro dia de maio, no Hemisfério Norte, cai quase exatamente entre um solstício e um equinócio, marcando a transição entre inverno e primavera; por este motivo, antigas religiões européias, cada uma por seu motivo, os celtas, por exemplo, homenageavam Beltane o deus do fogo em um festival ainda comemorado nos dias atuais e reconhecido nas comemorações da "Festa da Primavera".

     Em seu livro, Koch escreve que foi na noite de Walpurgis – de 30 de abril para 1º de maio de 1776 – que nasceu a Ordem dos Perfectibilistas, mais conhecida como Ordem dos Iluminados da Baviera, ou simplesmente Illuminati. Adam Weishaupt foi o fundador da Ordem e naquela noite “ele e mais um grupo de homens decididos estavam reunidos em um bosque na Baviera, no sul da Alemanha, para juramentar entre si a consecução de seus objetivos finais”. Um dos objetivos finais dos Illuminati é a destruição do conceito de patriotismo, substituindo-o por um governo mundial.

     O plano de Adam Weishaupt e de seus seguidores era de longo prazo e incluía a penetração dos Illuminati na ordem secreta da moda, a Maçonaria, através da qual, com os seus membros imiscuindo-se nos negócios de todos os governos, procurariam simplesmente dominar o mundo e norteá-lo para os seus objetivos.

     Conseguiram isso facilmente. Aquela foi a época das transformações na Europa e da independência dos Estados Unidos. Na França, fazia-se a Revolução Burguesa – com a ascensão ao poder daquela classe (apoiando-se na maioria do povo que realmente acreditou que seria uma revolução) que já dominava a economia da França - e por trás da revolução estavam as lojas maçônicas e dentro das lojas maçônicas dominavam as idéias dos Illuminati. Nos Estados Unidos, depois da separação da Inglaterra, formava-se um novo país no qual dominavam as elites maçônicas influenciadas pelas idéias dos Illuminati.

     Na minha matéria, “O Lado Oculto dos Atentados de 11 de Setembro de 2001”, eu explicito algumas das inúmeras evidências de que aquele atentado, exatamente naquela data, “foi planejado com muita antecipação por pessoas dentro do governo dos EUA”. Só eles teriam a ganhar, como de fato aconteceu, com a invasão de países como o Afeganistão e Iraque, não somente com o saque do petróleo, do urânio e de outros minérios, mas pela posição estratégica assumida pelos seus exércitos no Oriente Médio – e precisavam de uma boa desculpa para isso.

     E também necessitavam de um bom motivo para combaterem abertamente o Islamismo. Não foi uma descoberta minha, embora isso seja óbvio, mas pesquisadores de vários lugares do mundo já chegaram a essas mesmas conclusões.

     E alguns, inclusive, já sabiam dos planos dos Illuminati para este século, que incluem a globalização, uma nova ordem mundial, o fim das grandes religiões, como Cristianismo e Islamismo, a asfixia econômica e/ou militar dos países a serem dominados, a destruição do conceito tradicional de família, a destruição do mundo como nós conhecemos e a “criação” de um novo mundo, com a instituição de um governo sinárquico mundial.

     "Não podendo a descoberto dirigir os destinos terrestres porque os governos se lhe oporiam,esta associação misteriosa só pode actuar no meio de sociedades secretas...Estas sociedades secretas,criadas à medida que se ia fazendo sentir a sua necessidade,estão divididas em grupos distintos e aparentemente opostos, professando de vez em quando as opiniões mais opostas para dirigirem separadamente e com confiança todos os partidos religiosos, políticos, econômicos e literários, e estão ligadas, para receberem uma orientação comum, a um centro desconhecido em que está oculta a poderosa mola que procura mover assim invisivelmente todos os centros da Terra."

     (J.M.Hoene-Wronski,cit.por p.Sédir,Histoire et doctrine des Rose-Croix,Rouen,1932)


PIKE E O SATANISMO


     Apenas teoria da conspiração? Observe-se que nos Estados Unidos é raro um presidente eleger-se sem que pertença à Maçonaria ou que tenha em seu ministério pessoas ligadas à Maçonaria. O mesmo nos principais países europeus. Tudo indica que há um plano, uma agenda global para a “destruição” do mundo conforme o conhecemos e sua posterior reconstrução aos moldes dos Illuminati.

     E os Estados Unidos não por acaso transformou-se na maior potência mundial, desde que liquidou com as ilhas japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, na II Guerra Mundial, através de ataques atômicos. Para chegar a esse ponto de total belicismo e total desprezo pela natureza e pelos demais seres humanos foram necessários muitos anos da elite burguesa norte-americana dentro das lojas maçônicas para que adquirissem o conceito de absoluta amoralidade.

     O grande guru maçom dos Estados Unidos - de 1859 a 1891 - chamou-se Albert Pike . Um dos líderes da Ku-Klux-Klan, cabalista e ligado aos centros esotéricos judeus, foi o introdutor do Rito Escocês nos Estados Unidos e considerado o maior líder maçom do seu tempo e, talvez, o maior de toda a história. Organizou a Maçonaria nos Estados Unidos, de tal forma que no período de 1865 a 1953, um período de 88 anos, presidentes que eram maçons ocuparam a Casa Branca por 44 desses anos. Acreditava que os Estados Unidos, com os seus aliados, estavam destinados a governar o mundo, com o apoio de Deus. Mas, sobre Deus ele tinha uma idéia diferente da que cultivamos:

     A Lei eterna diz que não existe luz sem sombra, beleza sem feiúra, brancura sem negrume, pois o absoluto não pode existir a não ser em dois Deuses [...] É por isso que o ensinamento do satanismo é heresia. A verdadeira religião filosófica é a fé em Lúcifer, o Deus da luz, na mesma posição que Adonai. Mas Lúcifer, Deus da luz e do bem, luta com os seres humanos contra Adonai, Deus da obscuridade e do mal.

     Convenhamos que o nome de Deus não interessa, desde que realmente seja o deus da luz e do bem, conforme ele escreveu. Mas não teria ele escrito isso pensando exatamente o contrário? Não poderia ser uma mensagem criptografada para os seus “irmãos”? Se o Absoluto somente pode existir em dois deuses, esses deuses não se completariam e não seriam um o reflexo do outro? Nesse caso, Adonai não poderia ser o outro nome de Lúcifer?

     O que os Estados Unidos se mostram hoje, guiados pelos seus líderes Illuminati, revela que acreditam em um deus amoral ou em um deus “da obscuridade e do mal”. No máximo, um deus que seria bom apenas para eles e para os seus planos em relação ao mundo e à natureza.

     Mas o que Pike nos revelou naquela mensagem é que os Maçons Illuminati acreditavam e acreditam que as suas ações são guiadas por um ser superior, ao qual prestam culto e do qual recebem “informações confidenciais”. Parece ser um deus bastante prático, ligado às coisas materiais, que faz com que os Illuminati acreditem que o domínio do mundo material deve ser a suprema recompensa.

     Um deus equivocado, mas, enfim, um deus. Grupos ligados a segredos, rituais e que adoram conspirar para o seu próprio bem, não interessando a quem doa as suas ações, geralmente adotam um deus a quem jogam a responsabilidade daquilo que eles mesmos fazem. Se as coisas não derem certo, a culpa sempre será do deus e não deles.

     Jesus chamava essas pessoas de adoradores do Príncipe deste mundo. Pessoas que se preocupam com os bens materiais em primeiro lugar. E prejudicam muito o próximo.

     A Maçonaria – e os Illuminati – continua dominando os Estados Unidos, assim como o Canadá e os líderes dos países europeus. E assim como os países dominados por esses países poderosos, como a maior parte dos líderes latino-americanos e dos países africanos. Mas eles tem uma grande dificuldade de penetração no Oriente, principalmente porque em muitos daqueles países a religião islâmica é preponderante e no extremo oriente a China não admite seitas secretas – o que seria contra a sua constituição.


A PRIMEIRA MORTE DE OSAMA


     Também naquela matéria citada acima eu coloco as deduções a que chegou Michel Chossudovsky, Professor de Ciências Económicas na Universidade Ottawa e diretor do Center for Research on Globalization sobre a morte de Osama Bin Laden. Segundo ele, no dia 10 de setembro de 2001, na véspera dos supostos atentados, Bin Laden estaria “num hospital militar paquistanês em Rawalpindi, cortesia do aliado indefectível dos EUA, o Paquistão, como confirmado por um relato de Dan Rather, da CBS News. De acordo com Dan Rather, da CBS, Bin Laden foi hospitalizado em Rawalpindi um dia antes dos ataques do 11/Set, em 10 de Setembro de 2001.”

     O interesse dos Estados Unidos ao fabricarem os atentados e culparem Bin Laden e a Al-Qaeda era simplesmente a de se descartarem de um amigo incômodo e de uma organização que poderia chantageá-los, cedo ou tarde. Bin Laden, com o dinheiro dos Estados Unidos, formou a organização guerrilheira Al-Qaeda, quando a União Soviética invadiu o Afeganistão nos anos 1980. E foi graças à resistência armada da Al-Qaeda, com as armas e o dinheiro de Washington, que a União Soviética enfrentou uma guerra de guerrilhas desgastante que a obrigou a retirar o Exército Vermelho do Afeganistão e, mais tarde, no final daquela década, a ceder ante as pressões do Ocidente em todas as frentes.

     Mas a Al Qaeda continuou como organização armada no Afeganistão, fazendo as vezes de líder política do povo afegão. Como os Estados Unidos queriam invadir aquele país e fazer dali uma cabeça de ponte para uma posterior invasão do Iraque e domínio do petróleo e de parte do Oriente Médio, precisavam eliminar a Al-Qaeda, mas, principalmente o Talibã.

     No dia 10 de setembro de 2001, Osama Bin Laden, o aliado, estava internado em um hospital do Paquistão e talvez tenha morrido naquele dia. No dia seguinte, as Torres Gêmeas eram derrubadas e Bush declarava guerra ao mundo islâmico, afirmando que o seu velho amigo, Bin Laden, estava por trás de tudo e a Al-Qaeda, a sua organização aliada no Oriente Médio, era a responsável.

     Nada melhor do que um inimigo número 1 morto, mas oficialmente vivo, para ser usado como propaganda de guerra. Eventualmente, de tempos em tempos, um ator devidamente maquiado faria ameaças ao ocidente, em vídeos gravados em cenários apropriados, dizendo que era Bin Laden. A Al-Qaeda ficou oficialmente como responsável pelos atentados, mas o objetivo era destruir o Talibã, a principal organização guerrilheira do Afeganistão, e dominar aquele país.

     Recentemente, Kadhafi denunciou como responsável pelos ataques dos “rebeldes” da Líbia a mesma Al-Qaeda, que estaria aliada à CIA para promover a derrubada do governo líbio. Kadhafi é outro líder muçulmano que foi aliado do ocidente e conhece muito das tramas dos Estados Unidos e aliados e está marcado para morrer. Queima de arquivo e também a liquidação de um herói entre os líbios e um mito dentro do Islamismo. Além disso, haverá como prêmio o petróleo da Líbia, o maior produtor da África.

     O professor David Ray Griffin, em seu livro "Osama Bin Laden: Dead or alive?", afirma que Bin Laden está morto desde dezembro de 2001. Até o Bild Zeitung reportou a esse respeito. A 2 de outubro de 2008, o antigo diretor da CIA, Robert Baer teria declarado a uma rádio: "Mas é claro que Bin Laden está morto!". Por seu lado, de acordo com a agência Ria Novosti, o presidente paquistanês Asif Ali Zardafi declarou a 27 de abril de 2007 sobre Bin Laden: "Acreditamos que ele esteja morto". Mas, o depoimento mais importante, de acordo com Griffin:

     “A 2 de novembro de 2007, o conhecido jornalista britânico David Frost entrevistou na TV Al-Jazeera a antiga chefe de governo e líder da oposição do Paquistão, Benazir Bhutto, que há pouco tempo foi assassinada por um disparo de pistola pelas costas. A senhora Bhutto faz uma declaração nesta oportunidade que confirma meu artigo acima até momento.

     “Ela disse, Osama Bin Laden está morto, e foi assassinado por Ahmed Omar Saeed Sheik. Esta declaração de uma pessoa que possui informações do serviço secreto confirma que Bin Laden já está morto há muito tempo e os políticos do ocidente, como Bush e Schäuble, o mantêm vivo artificialmente como fantasma, como imagem do inimigo e vigarista, para justificar suas medidas anti-terror e guerras.” Benazir Bhutto foi assassinada pouco tempo depois dessa declaração.

     Griffin complementa:

     “Se ele morreu agora de sua deficiência renal, como os membros do talibã dizem, para transformá-lo em herói, ou ele foi assassinado pelos seus próprios companheiros, não tem importância. Importante é que ele está morto e já faz muito tempo.

     “Aliás, esta sensacional declaração de Bhutto, que revela a farsa desta "Guerra contra o Terror", foi completamente boicotada pela mídia do Ocidente e este trecho da entrevista foi cortado. Com isso está provado que a grande mídia é cúmplice na propagação da mentira sobre Bin Laden e seu papel como líder terrorista. Ele não existe mais e todas suas mensagens, que sempre aparecem de tempos em tempos, são falsificações!”

     Mas as pessoas dirão que a imprensa revelou que os Estados Unidos tem a prova do DNA de que aquele corpo é de Bin Laden. Claro que tem! E há muito tempo. E corpos adequados não faltarão para que sejam devidamente maquiados e apresentados aos curiosos. Além disso, mataram o filho de Bin Laden, que apresentarão como “prova” de que Bin Laden estava na mesma casa. Ao povo crédulo, “provas” assim bastarão.


NÚMEROS


     Além de reforçar a campanha para a reeleição de Barack Obama, a “morte” oficial de Bin Laden “ocorreu” no dia exato que os Illuminati desejavam: 1º de maio. E a sua divulgação no perfeito dia 2 de maio de 2011.

     Na minha matéria anterior sobre os atentados de 11 de setembro, escrevi o seguinte:

     “Para algumas ordens iniciáticas de cunho luciferiano, o número 11, uma oitava acima do número 2, simboliza a ação sobre a natureza, que pode ser manipulada pelo ser humano “superior”; as duas faces de uma mesma moeda; o equilíbrio entre Bem e Mal. E, portanto, a negação de Bem e de Mal: a liberdade para agir e a total ausência de valores. A impiedade.

     “Não só o número 11, como também os números 2, 20 e 29. Quando ocorre algo importante em um desses dias é como se fosse um sinal, um código, para que os demais irmãos saibam que é obra do mesmo grupo e que as “verdades” enunciadas após o ocorrido, as explicações oficiais sobre o fato, devem ser aceitas e corroboradas.”

     Alie-se a isso o fato de que o Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria tem 33 graus e 33 é a multiplicação de 3 vezes 11.

     E o dia 1º de maio é extremamente simbólico para os Illuminati, porque foi na madrugada de 1º de maio de 1776 – o mesmo ano em que os Estados Unidos se declararam independentes da Inglaterra – que foi fundada a Ordem dos Iluminados da Baviera.

     Mas observem as relações numerológicas do dia 2 de maio de 2011, dia em que foi anunciada oficialmente, às 00h30m, por Barack Obama, a morte de Osama Bin Laden.

     Somando-se o número do dia (2) mais o número do mês (5) mais os dígitos do ano (2011), ou 2+5+2+0+1+1, encontra-se o número 11. E como foi uma morte falsa, o dia do seu anúncio torna-se mais forte que o fato em si. Seria muito difícil encontrar-se um dia que combinasse tão perfeitamente com os números do ano (2011).

     Assim, Osama foi declarado morto no dia 2 de maio do ano de 2011. Sendo que 2 de maio foi um dia numerológico 11, o que faz com que os dois números – 2 e 11 – se encontrassem naquele dia, um (2) sendo a oitava superior do outro (11). O zero, por seu valor simbólico, pode ser traduzido por morte, nesse caso.

     Em linguagem Illuminati poderia ficar assim: “Osama Bin Laden deve ser declarado morto (0) em um dia que vibre em 2 e em 11, assim como o presente ano de 2011. Esse dia deverá ser 2 de maio de 2011. Isso anulará, 10 anos depois, os efeitos psicológicos negativos da destruição das Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001."

     Mais que isso. O que planejam os Estados Unidos daqui para a frente? Qual o grande acontecimento que virá a seguir?

sábado, 30 de abril de 2011

O DIA DOS DOMESTICADOS



Para desvalorizar a data, o sistema chama de Dia do Trabalho, quando, na verdade, é o Dia do Trabalhador. No Brasil, um trabalhador cada vez mais preso às centrais sindicais que estão ligadas a um governo que escolheu o capitalismo e, portanto, a crueldade e o arrocho salarial. O que festeja, nesta data, o trabalhador brasileiro?

     Com certeza, teremos cínicos discursos em todos os lugares aonde se reunirem mais de 10 pessoas. Lembrarão a bravura e a força do nosso trabalhador e entoarão canções para os braços que sustentam o capital. E milhões de trabalhadores se sentirão engrandecidos, como todos os anos, e acreditarão realmente naquelas palavras que os colocarão no ápice da estrutura social. Porque estamos acostumados a ouvir e a acreditar em palavras bonitas e em discursos grandiloqüentes.

     Lula, Dilma e capachos outros serão entrevistados e falarão dos trabalhadores como quem fala de filhos que estão aprendendo a crescer e a se desenvolver graças aos seus conselhos. Lembrarão dos empregos concedidos graças às suas gestões, aos seus esforços enquanto presidentes; e Lula dirá, com lágrimas nos olhos, das suas antigas lutas quando era um sindicalista e de tudo o que passou até chegar a ser mais um presidente entreguista. E milhões de trabalhadores acreditarão que é necessário fazer o que o Lula fez para chegar a presidente, mesmo que um presidente traidor da sua classe, mas presidente.

     Esquecerão por um dia do salário mínimo tão mínimo e pensarão em seguir os conselhos paternalistas daqueles que representam um Estado que os esmaga diariamente. Os trabalhadores sindicalizados se sentirão ufanos no 1º de maio – mais um 1º de maio de falsa euforia – porque acreditarão que eles constroem o Brasil. Para os outros.

     Acreditarão que os seus sacrifícios de agora são passageiros e necessários para que, no futuro – e o Brasil é sempre um país do futuro – os seus filhos usufruam de todas as benesses agora prometidas, mas reservadas, por enquanto, apenas aos senhores do capital. E desejarão que os seus filhos venham a ser capitalistas – usineiros, latifundiários, políticos, empresários, jogadores de futebol ou mercenários de qualquer profissão que dê muito dinheiro. Porque se espelharão nos patrões, pessoas que lutaram, fizeram a vida, conforme os seus dossiês oficiais, e alcançaram, por fim, a suprema arte de iludir e explorar.

     Nada farão os trabalhadores, a não ser festejar o seu dia de acordo com a agenda e esperar o futuro que os aguarda com sorrisos, festas e eterna alegria - como aqueles religiosos que esperam a outra vida que será, inevitavelmente, bem melhor que esta passageira vida carnal. E beberão, explodirão em drogas e sexo, assistirão futebol e todos aqueles programas que insistem que são eles os heróis que a pátria aclama.

     Nada farão, porque perderam o sangue, a força de vida, o espírito de luta, a consciência social, a capacidade crítica e estão envolvidos neste mundo que lhes apregoa que se eles tiverem um celular e um carro serão vencedores, porque este é um mundo competitivo, feito somente para os muito trapaceiros, que os incita a atropelar os mais próximos, a cultivar o individualismo como religião e razão de vida e a esperar, com fervor, a próxima mega-sena. Em último caso, torcerão pelos seus times, gritarão nas arquibancadas e lutarão nas ruas por uma cor ou um distintivo, e se sentirão alforriados dentro da sua escravidão mental.

     Não desejarão saber que serão jogados no lixo assim que envelhecerem ou que as suas filhas poderão se transformar em prostitutas e os seus filhos talvez venham a preferir o caminho da criminalidade oficializada.

     Não saberão nem desejarão saber dos milhões de famintos e miseráveis deste Brasil que os engana e amortece. Desdenharão os que não tem emprego, os favelados, os escravizados e os enganados pela vida, que nada mais esperam a não ser a morte rápida.

     Chamarão de anarquistas aqueles trabalhadores – sindicalizados ou não – que saírem às ruas para protestar contra a instituição da mentira – e que serão reprimidos pela inconsciente polícia do sistema.

     Os trabalhadores sindicalizados da era pós-Lula tem as suas lutas, que chamam de lutas pontuais, lutas educadas e conservadoras, com exigências que nada exigem além daquilo que já foi combinado antecipadamente entre os seus líderes – que um dia serão deputados e senadores – e os patrões. Lutas individualistas, que se limitam a melhorias no local do emprego, a pequenos avanços salariais já previstos no orçamento das empresas.

     Trabalhadores sindicalizados da era Dilma não costumam fazer greve; muito menos greve geral por um Brasil dos brasileiros, contra a miséria e o desemprego. Preocupam-se apenas com o seu próprio emprego. Não participam das lutas dos oprimidos, dos sem-teto, dos sem-terra, dos povos indígenas, da maioria do povo brasileiro. Preferem olhar para os seus próprios pés, como bois mansos.

     Domesticados, inermes, no 1º de maio se regozijarão com a sua paquidérmica inação.

     Preferirão o momento estéril dos discursos de elogio. No dia seguinte, irão trabalhar e beber no fim de tarde e se queixar da vida. Até o próximo 1º de maio sem luta, sem força, sem vontade, sem a consciência da sua própria classe.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A ADORAÇÃO DOS PRÍNCIPES


Milhares de pessoas de todos os países estão na Inglaterra para tentar entrever e fotografar o príncipe Williams e sua consorte. Talvez tenham sorte e consigam fotografias que guardarão a vida inteira e naquelas reuniões informais de amigos, no breve momento em que a conversa fora já foi recolhida para o lixo, a dona da casa dirá, displicentemente: “Pois estivemos lá! Eles passaram e conseguimos algumas boas fotos”.

     Será o suficiente para que todos queiram ver as fotos e saber detalhes de todas as circunstâncias que envolveram o casamento. Todas as circunstâncias e detalhes os donos da casa não saberão, mas algumas mentirinhas sociais indesmentíveis serão aceitas, e logo a conversa tomará novo fôlego, regada a uísque – “escocês legítimo, vejam!” – que acompanhará uma legítima torta de maçã inglesa. As senhoras preferirão chá. E todos ficarão felizes.

     Custo a acreditar que pessoas pensem e ajam assim. Mas é verdade. Em pleno século XXI o sentimento de vassalagem permanece no inconsciente coletivo de milhões de pessoas. E, provavelmente, no consciente. Não pasmem, existem pessoas assim. Pessoas que vivem pensando na riqueza das outras pessoas, nas roupas das outras pessoas, nas jóias das outras pessoas, nos carros das outras pessoas, nos filhos das outras pessoas, no penteado das outras pessoas, no modo de viver das outras pessoas – e até acreditam que as outras pessoas que elas tanto veneram tem sangue azul e merecem a sua devoção.

     Fiquei muito surpreso quando a Espanha, que aparentemente é um país democrático, concordou que o ditador Francisco Franco passasse o seu poder vitalício para Juan Carlos I, em 1975, aplaudido pela maioria dos espanhóis, que adoraram ter uma família real novamente simbolizando a nobreza dos espanhóis.

     Logo a Espanha que tinha passado por uma longa e sangrenta guerra civil, nos anos ’30, que derrubou a Segunda República espanhola e instituiu o fascismo, com Franco no poder. Fiquei surpreso, porque acreditava, ingenuamente, que os povos do mundo inteiro, aos poucos, não aceitariam mais casas reais para representá-los, como se fossem órfãos de vontade própria. E logo a Espanha...

     E Franco era muito amigo do atual rei da Espanha – aquele que quer a América Latina calada e submissa – e o colocou no trono. E os espanhóis ali, assistindo, sem nada fazer a respeito, deixando-se emburrecer cada vez mais pela sua mídia, porque não é só no Brasil que a mídia aliada ao Estado tem a função de deixar as pessoas parvas e submissas. Também na Europa, Estados Unidos e outros países que passam por desenvolvidos.

     Entre eles, a Inglaterra. A Inglaterra da mistificação da realeza, da pirataria, dos corsários; a Inglaterra que enriqueceu invadindo países mais pobres, que difundiu o ópio pelo mundo; a Inglaterra que desenvolveu o sistema bancário para melhor dominar a economia da maioria dos países; a Inglaterra que fingiu uma guerra com os Estados Unidos, deixou-o “libertar-se” para depois torná-lo no seu principal aliado na dominação das Américas.

     A Inglaterra que criou a sua própria igreja, mais como aliada política do Estado do que difusora do Cristianismo; a Inglaterra que criou a moderna Maçonaria, em 1717, não para buscar a Verdade, mas para ter um poder oculto em todos os países, para manobrar os seus governos; a Inglaterra que se tornou senhora do mundo, junto com os Estados Unidos, depois das duas guerras européias que a enriqueceram ainda mais.

     E devido a isso, a todo esse poder que manipula governos e fabrica mídias para embasbacar as pessoas e deixá-las a cada dia mais distante da sua própria realidade, tudo o que acontece na Inglaterra (e nos Estados Unidos) é tão ovacionado que as pessoas que estão vivendo neste século de tanta tecnologia estão se transformando em produtos utilizáveis e facilmente descartáveis, que entregaram a sua mente curta e o seu mínimo senso crítico aos meios de comunicação de massa. Porque realmente se tornaram massa; massa que pode ser moldada da maneira que bem apetecer aos donos do poder.

     E os próprios veículos de comunicação estão compostos, em sua grande maioria, por jornalistas que perderam a noção do que realmente é ou deveria ser o jornalismo e se transformaram em meros repetidores das informações que lhes chegam através das agências de notícias que pertencem aos donos do capital ilusionista.

     No Brasil – e talvez no resto do mundo – está havendo um massacre de informações - patrocinadas por esses repetidores - que vem diretamente da Inglaterra, devido ao casamento daqueles dois seres que tudo ganharão à custa do trabalho do povo, e o povo inglês – assim como o povo espanhol e outros povos que ainda tem um regime monárquico - não percebe que sustenta milionariamente uma família que nada lhes dá em troca, a não ser o fastio de uma visão de conto de fadas.

     Não percebem e não querem perceber que estão sendo usados, manipulados e que depois que tudo passar nada mais restará a não ser a visão da pobreza mental das suas vidas limitadas ao nada que escolheram.

     É uma verdadeira adoração dos príncipes. As pessoas não saem da frente da televisão, como tardos mentais, obcecadas pela novela real.

     Muitos irão a Londres unicamente na expectativa da passagem do casal multimídia e tentarão algumas fotos para mostrar aos amigos em alguma noite, não muito distante, quando se reunirem para beber um legítimo uísque que acompanhará uma torta de maçã. Alguns preferirão chá.

     Depois, surgirá o inevitável assunto:

     “Quem sabe a volta da família real ao Brasil? Quem sabe os Orleans, os Braganças? Pelé e Xuxa não tem sangue azul. Chega de Dilmas e Lulas, tão pobres até no linguajar! O Brasil só será respeitado quando tivermos um Rei. Imaginem as festas!... Só assim o povo saberá o seu lugar.”

     E a noite se estenderá com planos políticos e leves subversões intimas. Depois, sonharão com ducados e castelos. E desejarão ser ingleses ao acordar.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ESBULHO


“O esbulho possessório é a retirada violenta de um bem (imóvel residencial, comercial ou rural) da esfera da posse do legítimo possuidor. Implica o crime de usurpação tipificado quando alguém invade com violência à pessoa, grave ameaça ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio. Ocorrido o esbulho, o interessado pode entrar com ação de reintegração de posse e por perdas e danos. O "esbulho possessório" é crime. A sentença criminal pode condenar o esbulhador à detenção de um a seis meses e ainda, multa..”


     Convenhamos que a pena é mínima. Procurei o significado de esbulho na Internet, porque nós, brasileiros, estamos constantemente sendo esbulhados, não somente quando alguém toma o que é nosso, violentamente, mas de outras maneiras também violentas, não tipificadas na lei.

     Uma delas é o esbulho por omissão. Quando você sabe que está sendo roubado ou que estará prestes a ser roubado, reclama a quem de direito e nada é feito, ou é feito de maneira tão sutil e invisível que não se percebem os seus efeitos.

     Se você não tiver dinheiro sobrando, no Brasil, prepare-se para ser esbulhado. Inevitavelmente.

     O povo brasileiro é tido por otário pelo Estado, que o esbulha com os maiores impostos do mundo; esbulha a sua saúde ao não lhe dar condições de tratamento adequadas; esbulha a sua educação através de um sistema educacional perverso, que somente deseduca, com professores desmoralizados e mal pagos e diretores sem força ativa; esbulha imensamente os seus trabalhadores assalariados e aos não assalariados esbulha a vida; esbulha a verdade ao povo, através de veículos de comunicação especialistas em nada dizer e em maquiar a realidade.

     Cerca de 10% do povo brasileiro não é esbulhado. São os esbulhadores, donos da mais moderna tecnologia do esbulho. Os corruptos por natureza, por herança genética, por oportunidade, por escolha pessoal, por deterem um poder que lhes permite saciar a sua sede de esbulho e de corrupção e que tem consciência da sua impunidade. 

     Fábio Konder Comparato, na matéria “UM PAÍS DE DUAS CARAS”, revela que o Estado brasileiro segue, invariavelmente, a regra de dois pesos e duas medidas no que se refere a direitos humanos. E escreve:

     “Só há uma maneira: denunciar abertamente os verdadeiros autores desses crimes, perante o único juiz legítimo, que é o povo brasileiro. É preciso, porém, fazer essa denúncia diretamente perante o povo, pois em uma democracia autêntica é ele, não os governantes eleitos, quem deve exercer a soberania.”

     Ao mesmo tempo, percebe que isso é quase impossível:

     “(...) Acontece que, numa sociedade de massas, uma denúncia dessas há de ser feita, necessariamente, através dos meios de comunicação de massas. Ora, há muito tempo estes se acham submetidos à dominação de um oligopólio empresarial, cujos membros integram o núcleo oligárquico, que controla o Estado brasileiro.”

     Todas as pessoas que não fazem parte daquele clube oficial dos esbulhadores sentem-se lesadas diariamente neste Brasil de meias verdades. Não é necessário que tenham os seus terrenos invadidos, as suas casas tomadas. Este é o esbulho que a lei prevê. Mas o pior esbulho é o esbulho moral, quando sabemos que nenhuma lei vai nos ressarcir da vida que é tirada, aos pedaços e metodicamente, de todos nós. Para alimentar os corruptos.

     Somos esbulhados diariamente na nossa vontade, na nossa força, na nossa alegria de viver. E, às vezes, pensamos que é melhor deixar tudo de lado e dizer aos esbulhadores: “Foi péssimo ter conhecido vocês. Até nunca mais”.

     De nada adiantaria. Os esbulhadores pertencem a mais baixa estirpe moral dos seres humanos e somente ficariam tristes por ser menos um a esbulhar. São sanguessugas. Por falar nisso, o tal de Impostômetro significa o dinheiro arrecadado pelo Supremo Esbulhador ou apenas dá os números do esbulho imposto pela impostura dos impostores oficiais?

     Fiquei me perguntando por que não festejaram, este ano, o Dia de Tiradentes. Talvez para não lembrarem a História oficial que, mesmo sendo oficial, revela alguma coisa nas entrelinhas. Revela que a Inconfidência Mineira aconteceu porque, naquela época, em 1789, existiam pessoas que não aceitavam ser esbulhadas pacificamente. Era um tempo em que os brasileiros tinham consciência de quando estavam sendo roubados; um tempo em que o Estado não teria coragem de se autodenominar, sarcasticamente, de “Leão” ou ostentar um Impostômetro marcando os dígitos do seu gigantesco esbulho aos brasileiros.

     E essas pessoas reagiram e quando chegou a época da “derrama” – o esbulho oficial - em Minas Gerais, revoltaram-se e tentaram a separação do Império. Foram traídos e presos. Processados e condenados ao degredo nas colônias portuguesas pelo crime de lesa-majestade. Com a exceção de Tiradentes – que era apenas um pobre tira-dentes e não um senhor de engenho ou um bacharel formado em Coimbra ou um ruralista, padre ou militar. Tiradentes foi assassinado para servir de exemplo a todos aqueles que desejarem se revoltar contra o esbulho oficializado.

     Também não comemoraram o Dia do Índio. Passou em branco, menos para os indígenas, que não são nem querem ser brancos. Desde que os brancos chegaram aqui eles foram e continuam sendo esbulhados da sua liberdade, da sua cultura, das suas tradições, das suas terras, da sua força vital.

     Índio não é igual a branco que aceita tudo. Protestaram. Principalmente no Xingu, contra a construção da usina de Belo Monte, já condenada pela OEA e pelo mundo inteiro, mas que a arrogância de Dilma e de seus aliados empresários, políticos e banqueiros quer constituir, à força, no maior esbulho que os índios brasileiros já sofreram em toda a sua sofrida história de dominação pelos brancos.

     Protestaram e prometeram reagir. De armas na mão, se necessário for. Índio não é como branco, que prefere a paz do carnaval e só reage xingando o árbitro quando o seu time é roubado.

     Em entrevista ao jornal “O Liberal”, de Belém, no dia 19 de abril, Sheyla Juruna afirmou: “Não tem o que festejar no Dia do Índio, a gente tem muito é que brigar mesmo, demonstrar a nossa insatisfação diante desse governo injusto, que está aí levando tudo do jeito que ele quer, contra o nosso povo".

     Sheyla destacou que os índios estão prontos para guerrear até a morte, se necessário for: "Não descarto essa possibilidade, porque é o governo que está instigando essa violência, essa guerra. E isso vai acontecer e a culpa será do governo. Nós não temos medo. O que tivermos que fazer para defender nossas casas, nós vamos fazer. Vamos nos defender até o fim desse governo que fala em acabar a miséria, mas está fazendo com Belo Monte mais miseráveis."

     Não saiu na mídia oficial, mas o Governo mandou soldados para Porto Velho, em Rondonia, onde trabalhadores da usina hidrelétrica de Jirau se revoltaram violentamente contra o esbulho da sua força de trabalho, em março. O canteiro da obra foi depredado.

     A região das obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, registra uma explosão de criminalidade e de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes. Esbulho leva a mais esbulho.

     Os lagos formados pelas barragens das usinas hidrelétricas de Jirau e do Santo Antônio, que serão construídas ao longo do rio Madeira, em Rondônia, deverão ser maiores do que o sugerido nos estudos de impactos ambientais realizados por técnicos da Furnas Centrais Elétricas e da Construtora Norberto Odebrechet. A declaração é do doutor em Planejamente Energético pela Unicamp – Universidade Estadual de Campinas e professor da Unir – Universidade Federal de Rondônia, Artur de Souza Moret. “Os impactos ambientais dessas obras terão uma dimensão jamais vista na Amazônia.”

     Então imaginem o impacto ambiental que terá a construção da usina de Belo Monte – que será a terceira maior do mundo – na natureza, nos ecossistemas, na Amazônia. Porque os esbulhadores pensam somente em seus lucros. Não se preocupam com a fauna, a flora, pessoas, indígenas. Não se preocupam com nada. Para eles, esbulhar é natural, porque as suas naturezas são pervertidas.

     E são esses os que governam o Brasil e falam belas palavras e jogam moedas para o povo esbulhado e não se importam se não há liberdade, justiça ou pão. “Que comam bolos!”.
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