terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA COM CQ SKINDÔ




- Skindô! Skindô! Ôba!

- Alô, amigos e amigas e amigas e amigos, estou aqui para comunicar com o organizador desta inesquecível festa carnavalesca, o famoso Costa Quentes Skindô. Boa noite, CQ!

- Skindô! Skindô! Ôba!

- Ôba, CQ! Um outro Skindô pra ti e para todos os ouvintes que nos ouvem auditivamente, mas é como se estivessem aqui, no calor desta festa memorável e memorativa. Ôba! Skindô! CQ, qual a tua opinião pessoal e intransferível sobre os boatos e não boatos, conversas de comadres e de compadres e até de estudantes de primeiro e segundo grau, para não falar dos de terceiro, quarto...

- Pergunta, essa menina! Skindô!

- Ai, CQ, deixa eu fazer a introdução. É assim que me ensinaram no curso.

- Introduz e vai aos finalmente! Eu não fiz curso nenhum, sou do tempo do irradialismo de rebosteio – curto e grosso! Skindô!

- Ai, CQ, assim tu até me deixa corada... Eu estava e estou perguntando sobre aqueles, aquelas, todos os que comentaram sobre a tua insensibilidade ao realizar o carnaval de qualquer jeito neste momento trágico em que tantos jovens perderam a sua vida naquela trágica tragédia...

- Entendi. Mas tu é enrolada!... Me diz quem é que ganha alguma coisa com sensibilidade, malandra? Skindô!

- Ai, CQ, eu não sou malandra. Só se for malandrinha de carnaval. Nunca te sentiste sensibilizado?

- Muchas veces. Principalmente quando aquele menino, o tal de Obama, disse que o Lula é que é o cara! Esto me fez aflorar la sensibilidad! Será que o Obama esqueceu de mim? Es una desgracia! Skindô!

- CQ, por que estás falando em portunhol?

- Pra disfarçar o meu acentuado sotaque carioca. Está no DNA. O que posso fazer, malandra? Skindô!

- Dizem por aí e por aqui e também aquém e além que estás afrontando o decreto da Prefeitura, CQ.

- Mas será que o prefeito pensa que manda alguma coisa? Isto é uma democracia e democracia é pra todos, pros que estão dentro e fora da casinha! Nesta cidade, tem dez por cento que são carnavaleanos, ou coisa que o valha!... Nós somos a minoria e temos que ser respeitados! Skindô!

- Mas o governo municipal...

- Não me venha com o governo municipal! O que é que eu ganho com o governo municipal? Tenho cara de cem reais pra alguém gostar de mim por causa do governo municipal? O prefeito tem que entender que o carnaval não é dele, é do povo, do meu povo, meu amado povo! Aproveito a ocasião pra dizer que se eleito for, skindô!

- Eleito, CQ?

- Eu disse eleito? Falha nossa. Deve ter sido algum verso de letra de samba. “Mamãe eu quero mamá...”, “Me dá um dinheiro aí...” – uma destas. Skindô!

- E como foi o apoio recebido e percebido para poder realizar esta bela e inolvidável festa do reinado de Momo?

- De tudo que é lado! Da direita, da esquerda, do centro, de cima, de baixo... Olha só, malandra, que quando eu estava no supermercado choveu de gente apoiando. Até nota de cinquenta eu recebi. Poderia ser de cem, mas os tempos estão oscos... Skindô!

- E deu pra ajudar nas compras, CQ?

- Nas compras carnavalarianas ou carnavalescarianas. Este povo me ama! Skindô!

- Soube que um prezado colega nosso faleceu semana passada?

- Faleceu? Antes ele do que eu! A vida é assim, de vez em quando alguém morre. Skindô!

- E o Papa está sendo deposto ou despapado, regurgitado...

- Vai ter vaga no Vaticano? Tô nas bocas! Skindô!

- Voltando ao assunto, CQ... As pessoas que morreram em Santa Maria naquela indescritível tragédia...

- Já morreram, estão  mortos e, que eu saiba, devidamente enterrados. O que eu vou ganhar pensando nisso? Não morre gente todos os dias? Quero mais é carnaval! Skindô!

- Não teme alguma reação do prefeito?

- Daquele? Ainda se fosse o querido e amado ex-prefeito que nos deixou... Mas vai voltar! O véinho lá de cima tá olhando. Ziriguidum! Eu tenho o apoio de generais, coronéis, majores, juízes, advogados, deputados, empresários e até de vereadores que não se elegeram. Ele que tente, que eu acabo virando prefeito! Skindô!

- Prefeito?

- Prefeito do carnaval. Principalmente com a ajuda dos meus dez por cento, da minoria que antes chorava e agora pula, repula, tripula, quadripula! Skindô!

- Tanto assim, CQ?

- Tanto e muito mais! Mais, mais, eu quero mais – como diz aquela canção.

- Obrigada por comunicar comigo e com nossos queridos e atentos ouvintes, CQ. Peço que deixe um recado para os foliões que estão pulando e quadripulando. Meu Deus, como pulam!

- Skindô! Skindô! Ôba! Ôba! Ziriguidum! Ziriguidum! Balacobaco-baco-baco! Telecoteco-teco-teco! Conosco ninguém podosco! Skindô!

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